quinta-feira, 22 de junho de 2017

Orar é preciso. Sabes orar?

Felicidade que a prece proporciona

 

Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar todos os benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quão grande bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! A prece! ah!... como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento, é Pedi e obtereis para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. Por entre que delícias não caminhareis! A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe. Dulçorosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança a essas esferas desconhecidas e habitadas pela prece! Sem mescla de desejos carnais, são divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassavam na alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante. Ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai. – Santo Agostinho. (Paris, 1861.)

Página extraída de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, item 23, Allan Kardec


Crer em vão

“Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 15:2.)

Qual acontece a muitas flores que não atingirão a frutescência na estação adequada, existem inúmeras almas, nos serviços da crença, que não alcançam em longos períodos de luta terrestre a iluminação de si mesmas, por haverem crido em vão nos trilhos da vida.

Paulo de Tarso foi muito explícito quando asseverou aos coríntios que eles seriam salvos se retivessem o Evangelho.

A revelação de Jesus é campo extenso onde há lugar para todos os homens, em nos referindo aos serviços diversos.

Muitos chegam à obra, todavia, não passam além da letra, cooperando nas organizações puramente intelectuais; uns improvisam sistemas teológicos, outros contribuem na estatística e outros ainda se preocupam com a localização histórica do Senhor.

É imperioso reconhecer que toda tarefa digna se reveste de utilidade a seu tempo, de conformidade com os sentimentos do colaborador; contudo, no que condiz com a vida eterna que o Cristianismo nos desdobra ao olhar, é imprescindível retermos em nós o ensinamento do Mestre, com vistas à necessária aplicação.

Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.

Mensagem extraída da obra: O Pão Nosso, capítulo 149, ditado pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ano 1950.


Reflexão: Aproveitamos as duas páginas acima, lidas na nossa reunião mediúnica de 11.04.2017, que ensejou comunicação de um Orientador Espiritual, que fez abordagem bastante elucidativa para os presentes na sessão. Não anotaremos exatamente o que o Benfeitor ensinou, pois, a comunicação não foi gravada, no entanto, inspirado nos seus ensinamentos traçaremos alguns apontamentos a respeito.

A prece é a expansão da alma, é um esquecer-se por um instante, e singrar o oceano sideral, não se percebendo nenhuma resistência ou limite. Percebendo-se singularidades que não se poderia notar enquanto encrustado no organismo carnal, pois, a sensibilidade é a espiritual, captando recursos espirituais, puramente.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. (...). Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassavam na alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante.”  Santo Agostinho fala da grandiosidade de quem sabe e informa que para essa condição se faz necessário carregar a cruz, a nossa cruz, não mais a de madeira, como àquela imposta a Jesus, que nada devia, mas foi a exemplificação material de algo espiritual, para que entendêssemos que somente se alcançará a plenitude se cumprirmos com os nossos deveres. Irmos até que vençamos os reflexos de nossas atitudes infamantes, que viajam conosco, até que livremos do seu peso, soltando as amarras que não nos permitem avanço além dos limites da matéria.

“Paulo de Tarso foi muito explícito quando asseverou aos coríntios que eles seriam salvos se retivessem o Evangelho.” Emmanuel no seu apontamento reforça a lição do Apóstolo:  “Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” A crença cega, a mesmice, a ausência da reflexão, o sofrer por sofrer, sem que nenhuma consequência espiritual se retira do cristianismo que apenas existe nas letras, nos volumes desgastados, na recitação inócua de versos e versículos dos Livros Sagrados.

 “Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.”  O Benfeitor esclarece que: O discípulo gravará o Evangelho na própria existência, portanto, não será Jesus e nem Deus que fará esse trabalho, somos nós mesmos, de consciência desperta e trabalho incessante, que  o faremos. Caso isso não ocorra: “(...)  ou então se preparará ao recomeço do aprendizado”. “(...), sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.” Vejamos a sentença: sem a internalização da mensagem do Evangelho de Jesus em nossa alma e a sua vivência, a crença será inútil, vez que teremos que recomeçar o aprendizado em outro momento, possivelmente em circunstâncias adversas das que presenciamos na presente existência.

Analisando a prece, vemos que não é um fato isolado, é o alçar da alma com todos os seus recursos, vivências e entendimentos, carregando em si a clareza e a potência de suas conquistas, assim: “Pedis e obtereis”.


                                                     Dorival da Silva.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Obediência construtiva

Obediência construtiva

“E assim vos rogo eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.” - Paulo. (Efésios, 4:1.)

Na leitura do Evangelho, é necessário fixar o pensamento nas lições divinas, para que lhes sorvamos o conteúdo de sabedoria.

No versículo sob nossa atenção, reparamos em Paulo de Tarso o exemplo da suprema humildade, perante os desígnios da Providência.

Escrevendo aos Efésios, declara-se o apóstolo prisioneiro do Senhor.

Aquele homem sábio e vigoroso, que se rendera a Jesus, incondicionalmente, às portas de Damasco, revela à comunidade cristã a sublime qualidade de sua fé.

Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica. Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto.

Não examina serviços prestados.

Não relaciona lamentações.

Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranquilamente a própria missão.

Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.

Anotando-lhe a nobre atitude, conviria lembrar a nossa necessidade de conferir primazia à vontade de Jesus, em nossas experiências.

Quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas.

Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores do Cristo, em toda parte. Somente assim, abandonaremos a caverna da impulsividade primitiva, colocando-nos a caminho do mundo melhor.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, ditada pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 126, ano 1951.



Reflexão: Não se trata de uma obediência cega, que espiritualmente nada produz, nem uma obediência de sentido obtuso, que pudesse causar exclamação dos incautos reencarnados, aqueles que não veem mais do que aquilo que podem tatear.

Assim, o Apóstolo dos Gentios, como bem relata o Benfeitor Emmanuel, na página acima, não faz referência nem às suas contingências físicas, pela prisão, nem estica relevos às tarefas que realizou: “Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica. Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto. Não examina serviços prestados. Não relaciona lamentações.”  Paulo não estava preso espiritualmente à miserabilidade das convenções dos comportamentos sociais e políticos de seu tempo. As suas considerações são os elevados propósitos do Senhor, com o alcance que não estava limitado ao tempo de sua geração, mas de todas que adviriam.
Paulo, embora preso e vigiado, não se sentia constrangido, pois, espiritualmente estava livre, conhecia o compromisso com a verdade, que extrapolava os limites das grades, das resoluções humanas e do seu tempo. A missão era e é ampliar a entrega das verdades às mentes e corações, como convocou Jesus, O Cristo.
 “Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranquilamente a própria missão. Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.”
A obediência do Apóstolo é lucidez, é interação, é comprometimento com uma causa que extrapola as convenções deste mundo. Trata-se de leis eternas, verdades definitivas, não compreendidas pelos Espíritos em princípio de elucidação, como é predominante na sociedade da Terra, apesar dos milênios passados.
Ele não estava tolhido por imposição alguma, considerando o compromisso de trabalhador do Cristo, integrado na semeadura e cultivo da Boa Nova, pois, a sua alma fluía alcançando os objetivos, esclarecendo e incentivando a vivência da mensagem de Jesus, reconhecido que não se pretendia salvar a matéria, mas retirar o Espírito de seus irmãos da escuridão da ignorância.
A obediência na seara de Jesus é o passo à frente. É a espontaneidade diante do compromisso. O que importa os impedimentos impostos pelo mundo, capazes apenas de tolher e constranger a matéria, se a alma é intocável e livre para acessar a fonte irradiadora da verdade?


                                                Dorival da Silva

quinta-feira, 8 de junho de 2017

VONTADE

VONTADE

Comparemos a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.

 Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.

Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.

A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.

A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.

Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.

A eletricidade é energia dinâmica.

O magnetismo é energia estática.

O pensamento é força eletromagnética.

Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.

Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.

O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.

Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.

Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.

Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.

Mensagem extraída da obra: Pensamento e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 2, em 1958.

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Reflexão: O Benfeitor Emmanuel para explicar a Vontade faz um esboço da mente humana, algo extraordinário para o estudante da Doutrina Espírita, portanto, aqueles que estão ávidos pelos conhecimentos mais aprofundados da alma e seus poderes que precisam de disciplina e ordem, fundamentais para se alcançar as vitórias sobre si mesmo, libertando o Espírito para alçar voos maiores rumo a plenitude espiritual. 

O Orientador Espiritual traça uma comparação da mente com um escritório, dá significado funcional para os departamentos: Desejo, Inteligência, Imaginação e Memória, estando a Vontade numa condição gerencial dessas forças que sem disciplina levam a alma a atraso evolutivo significativo, com prejuízos enormes na sua economia espiritual.

Emmanuel ensina que: “Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.”  Dando com precisão as consequências que poderão os departamentos da mente sem o controle da Vontade gerarem: “Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a Memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.”

O fecho da lição é muito revelador de algo substancial ao entendimento do estudante: “Em verdade, ela (a Vontade) não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.” 

Assim, leva á compreensão do ensinamento de Paulo, o aposto, quando enuncia: Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. (1 Coríntios 6:12).”  É a Vontade em ação.


                                                                   Dorival da Silva

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Quem herdará a Terra, qual Terra?

Quem herdará a Terra, qual Terra?

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Mateus 5:5)

O Planeta Terra, conquanto de constituição maravilhosa, apesar do maltrato que recebe, as exigências exuberantes para a produção de sustentação de infindáveis gerações e para absorver a violência provocadas pelo homem também nas muitas gerações, perdurará por tempo sem conta, conquanto seja finita. Um dia terá cumprida todas as suas finalidades para que foi criada, extinguindo-se as suas forças, cessando suas atividades tal como qualquer outro organismo vivo, apagando-se definitivamente, voltando seus elementos à condição de elementos simples que integrarão outros corpos no Universo. Assim, quem herdará a Terra, qual Terra?

A bem-aventurança poetizada por Jesus estaria sem sentido? Ele trouxe ao Mundo somente verdades. Nem tudo foi possível encontrar o devido entendimento nos corações dos homens nos milênios transcorridos, em conta a persistência da fé cega, da comodidade emocional oferecida pelos dogmas que se tornaram uma barreira quase intransponível para libertação da fé, que precisa ser livre e dinâmica.

A verdade espiritual é definitiva, permanecerá para sempre, então não se poderá herdar a Terra conhecida, que é finita, não poderia sustentar o que é imperecível.

Jesus não tratou de heranças materiais, seria contrassenso, sendo que veio para mostrar o caminho para se salvar da materialidade da vida, objetivando que todos alcancem a plenitude espiritual, a pureza de Espírito.

O Senhor, que esforço ingente fez para trazer a mensagem salvadora da Humanidade e tirar o homem do apego, do terra a terra, que se voltando para Deus pudesse conscientizar-se de que é um ser perfectível e se faz necessário tomar as rédeas da vida crescendo em inteligência e moral, vez que são atributos do espírito e não da matéria.

Falta à Humanidade a compreensão de que o elemento Terra é uma atividade meio, com a finalidade precípua de proporcionar ao homem recursos de experiências, que geram necessidades de manutenção da constituição física, que exige conforto, facilidades, impulsionando a inteligência e esta levando o homem a desenvolver outras necessidades. O homem depende da relação inter-humana, facilitando a comunicação e a ocorrência de entendimento para se suprir as carências que não podem ser supridas pela própria competência, gerando natural permuta de gêneros e serviços, científicos, tecnológicos, industriais e comerciais, colaborando com o exercício da urbanidade entre os povos.

O estágio evolutivo atual do homem não permite a invasão pela força dos limites territoriais de terceiros para se buscar o necessário à sua subsistência, faz-se indispensável as transações com equilíbrio, pois, todos dependem de todos. Assim acontece com as Nações e dentro de suas fronteiras ocorre com as partes, e, no varejo, pessoa a pessoa, que além de se atenderem, desenvolvem os sentimentos: de respeito, honestidade, reconhecimento, dignidade... Que junto com a inteligência formam o patrimônio essencial da alma humana.

Essas duas asas, figura utilizada pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel, para falar da necessidade de se crescer em inteligência e moral, para alçar voo aos altiplanos celestes.  Moral é a soma dos sentimentos nobres cultivados que constituem patrimônio permanente do espírito humano.  Sempre o homem no corpo físico ou fora dele agirá de acordo com a sua inteligência e os sentimentos que lhe pertencem.

Assim, com um entendimento mais elastecido, pode-se compreender que Jesus no verso que recitou: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”, não se referia ao Planeta Terra, mas ao terreno espiritual de cada indivíduo, onde a lavra do aprimoramento é bastante difícil, sendo a sua conquista a própria herança dos verdadeiros Cristãos. Os mansos são os que alcançaram a plenitude, a pureza espiritual, não necessitam mais retornar à matéria. Não existe conquista maior que a de não se precisar de nada. A verdadeira riqueza é a ausência de necessidades.

Jesus, O Cristo, mestre dos mestres...

                                                        Dorival da Silva

quinta-feira, 25 de maio de 2017

A luz inextinguível

A luz inextinguível

“A caridade jamais se acaba.” - Paulo. (I Coríntios, 13:8.)
    Permaneces no campo da experiência humana, em plena atividade transformadora.
    Todas as situações de que te envaideces, comumente, são apenas ângulos necessários mas instáveis de tua luta.
    A fortuna material, se não a fundamentas no trabalho edificante e continuo, é patrimônio inseguro.
   A família humana, sem laços de verdadeira afinidade espiritual, é ajuntamento de almas, em experimentação de fraternidade, da qual te afastarás, um dia, com extremas desilusões.
  A eminência diretiva, quando não solidificada em alicerces robustos de justiça e sabedoria, de trabalho e consagração ao bem, é antecâmara do desencanto.
     A posição social é sempre um jogo transitório.
  As emoções da esfera física, em sua maior parte, apagam-se como a chama duma vela.
    A mocidade do corpo denso é floração passageira.
   A fama e a popularidade costumam ser processos de tortura incessante.
  A tranquilidade mentirosa é introdução a tormentos morais.
   A festa desequilibrante é véspera de laborioso reparo.
   O abuso de qualquer natureza compele ao reajustamento apressado.
  Tudo, ao redor de teus passos, na vida exterior, é obscuro e problemático.
    O amor, porém, é a luz inextinguível.
    A caridade jamais se acaba.
   O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.
    Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora.
    Ama, pois, em Cristo, e alcançarás a glória eterna.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, ditada pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 162, publicada em 1951.


Reflexão: Vive-se num oceano de circunstâncias, como que inseridos numa retorta laboratorial, onde se experimenta as diversas reações, sendo que os elementos não se misturam, sendo que cada elemento registra para si os resultados da convivência.  Nesse ambiente o elemento é a alma humana, que num Universo infinito não perde a sua individualidade, no entanto, acumula as experiências guardando os efeitos das reações no contato com todos os outros que estiveram nas suas experiências, como as suas em relação às experiências dos demais.

Nesse contexto, que enseja idas e vindas, são as reencarnações, desenvolve nas partículas humanas o fator extraordinário, o amor, o laço que ao mesmo tempo que une, liberta-se, ao tempo que serve, serve-se.

É o bem que se aprende fazer, consciente de que atendendo se é atendido; assim construindo em si mesmo edificação permanente, embora dinâmica, sempre crescente em seu aperfeiçoamento, pois se trata de construção atemporal, ocorre nos terrenos da alma, que mais se enriquece quanto mais se realiza.

Muitos desejam holofotes e pedestal de ilusórias evidências para o Mundo, exalça-se a vaidade e o orgulho, enrijecendo a máscara do egoísmo, não demorando para encontrar a frustração, numa construção carcomida e escurecida pela mágoa, revolta, desespero, que ficará no tempo à espera do arrependimento e do auto perdão, por deixar-se enceguecer pela miserabilidade das ilusões materiais.  

O amor, porém, é a luz inextinguível”, mas, não será de aparência, nem oriundo de exacerbação física no exercício das sensações; claramente o trabalho no campo material, quando na vida terrena, acionado pela motivação espiritual envolto em virtudes de servir, de doar-se; produzindo alento, conforto espiritual, esperança e renovação.  Quase sempre no anonimato.

Pelos caminhos do bem encontramos a caridade, como ensina o Espírito Emmanuel: “A caridade jamais se acaba.” A caridade tem infinitas aplicações e caminha construindo pela eternidade, acompanhando o seu benfeitor, pois, é desse foco que se irradia cada vez mais intensamente tornando-se inextinguível.

O Benfeitor, Emmanuel, revela para a Humanidade, com a grandeza que lhe é patrimônio: “O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.”  Não circunscreveu que é somente no Planeta Terra, é em toda parte no Universo, sendo o homem, viajor universal. 

 “Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora.” O melhor serviço a exercer no mundo é amar desinteressadamente, consciente que o mundo tem a qualidade de seus habitantes, o seu aprimoramento depende do aprimoramento de todos.

 “Ama, pois, em Cristo, e alcançarás a glória eterna.”


                                                                                             Dorival da Silva

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Vigiar e Orar, a que propósito?

Vigiar e Orar, a que propósito?


Cada indivíduo é um mundo em particular, que carrega no seu arcabouço íntimo um patrimônio gigantesco que acumulou nos milênios e milênios transcorridos para a sua formação. Sempre registrou em si mesmo todas as experiências que se deram conscientemente ou não, viveu-se muitas eras quase que como ser autômato, sem lucidez, até que a consciência começou a aparecer dando-lhe autonomia, que crescia lentamente.

No tempo que se corre, o homem avançou em inteligência e desenvolveu o estado moral, apesar deste se encontrar num estágio longe do ideal. Sendo a condição moral desenvolvida objeto primacial da existência na vida física. Existindo uma demora excessiva para se alcançar esse ideal, porque exige muito esforço para essa conquista. Grande parte dos indivíduos pensa alcançar a paz e a felicidade permanentes no mundo exterior com viagens extraordinárias, usos extravagantes e gastos exorbitantes com fantasias.

No seio do patrimônio extraordinário de cada um existem registros de vivências descabidas para os dias atuais, que quando se deram ofereceram satisfação pessoal, poder, ganhos de riquezas, evidência...  Geralmente satisfazendo em muito o estado egoístico individual ou coletivo à época.  Conquanto não se lembre, está no mundo interior de cada pessoa a sua experiência, refletindo na vida atual como pendor, como tendência.

Dessa forma, vê-se no mundo exterior com maior interesse o que ressoa na intimidade, no entanto, fixa-se na vantagem, satisfação, e outros sentimentos que poderão advir de tal ou tal ação, não necessariamente favorável ao aprimoramento moral, pois é a antecipação da busca de reviver àquilo que já usufruiu em algum tempo, que está registrado no mundo interior de cada indivíduo.

Aí se encontra a necessidade de vigiar, não vigiar o que está ao redor, o que nos chega de fora, mas vigiar o que surge da intimidade, desejos nem sempre claros, apesar de indicar um rumo para satisfazê-los. Grande parte deles instigados pelo movimento, cor, palavra, perfume, som, gesto, etc., observáveis em qualquer parte. Em conta disso, preciso é se conhecer, acautelar-se, aprender a meditar sobre os fatos e suas consequências correspondentes aos desejos surgidos da intimidade.

Ao mesmo tempo vem a oração, elemento essencial para o discernimento nos momentos decisivos da vida. Com a oração eleva-se a frequência vibratória da alma, alcançando faixa de pensamento acima do habitual, comungando com ideias mais claras que favorecem a lucidez, permitindo maior capacidade moral para contrariar as ideias surgidas que em grande parte são prejudiciais e levarão a nova falência moral, apresentando a repetição de desdobramento infeliz. Através da oração e a elevação vibratória que se entra em contato com os “Seres Espirituais”, também designados por Santos, Espíritos Superiores, conforme a designação religiosa, favorecendo a inspiração de pensamentos novos e nobres que sobrelevam os que estão engastados no mundo íntimo, fazendo que estes percam um pouco de sua influência sobre as novas escolhas.

A dificuldade na busca da melhoria moral reside naquilo que interessa muito, que precisa ser interrompido ou abandonado, mas custa sentimentos, que precisam ser contrariados e negados, e é ato voluntário, pois que tudo está em si mesmo. Aí está a razão de vigiar para se saber do surgimento do próprio indivíduo daquilo que se deve corrigir, porque não lhe convém; e a oração que proporciona a lucidez e a força moral suficiente para vencer-se a resistência da própria vontade surgida da profundidade da alma.

“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?”

“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” 1


                                                    Dorival da Silva



1.                             1. Questão 919 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Não as palavras

Não as palavras

“Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude.” - Paulo. (I Coríntios, 4:19.)

   Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na falsa concepção do destino, mas sim dos que se identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica.
      É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.
   Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o cego ou o aleijado, acreditam-se aniquiladas ou inúteis, ante conceituação dessa natureza.
    É que, comumente, se esquece o homem das obras de santificação que lhe compete efetuar no próprio espírito.
     Raros entendem que é necessário manobrar pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se recordam de que possuem ideias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde.
    É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos abusos do palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”.
    Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.
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Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 72, publicado em 1951.

Reflexão:  O Apóstolo Paulo faz referência a circunstância que pode ser trazida para os dias atuais, como: “(...) não as palavras dos que andam inchados”.  Vê-se com frequência nos meios de comunicação se locupletarem dos ensinos Evangélicos, como se Jesus tivesse outorgado poder para quem se intitula representá-Lo pudesse torcer a essência dos ensinamentos a atender fins lucrativos, seja financeiro, de poder, de imagem... São os inchados de personalismo, o cristianismo a seu bel-prazer. “(...), mas a virtude”, a que Paulo de Tarso indica, onde está nesses tempos modernos? Há confusão sobre o que seja virtude, coloca-se neste prisma o falatório em torno das lições do Evangelho, os abundantes fatos miraculosos, que traem a atenção dos incautos, as exposições pessoais e coletivas a título de santidade...  Esquece-se que o verdadeiro virtuoso nem desconfia que o seja.

“É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.”  O homem vê o ensinamento do evangelho como algo que norteia a materialidade de seus próprios feitos, no entanto, o trabalho de Jesus e de seus apóstolos e de todos os verdadeiros trabalhadores de Sua Vinha é para a espiritualização da Alma, com o desenvolvimento da inteligência e a conquista de virtudes, estas com a vivência do bem e da caridade, muitas vezes no silêncio e no anonimato. Como não se trata de construção material somente é possível se dar na intimidade espiritual.

Toda construção material é considerada na razão dos benefícios que poderá oferecer a muitos espíritos em evolução na vida de reencarnado para conquista também da sua espiritualização, dando oportunidade à conscientização da existência do Mundo Espiritual, tanto quando dos que através dela atende os mais enfraquecidos do caminho evolutivo, sendo o amor em ação.

“É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos abusos do palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades””. Para enunciar os ensinamentos de Jesus precisa respeitar a Sua autoria, Ele não veio trazer para o Mundo uma opinião, ou informação que poderá ser objeto de contradita, não!, Ele traz a verdade colhida na fonte que é Deus, em conta a sua grandiosidade intelectual e moral conquistada na esteira dos tempos, que se perde no infinito.

“Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.”  As construções externas que se observa nas comunidades, embora tenham o seu lugar, mas são materiais e passageiras, fáceis de se construir, no entanto, a mensagem do Evangelho de Jesus trata da construção interna do Espírito, àquela que permanecerá, proporcionando a paz e a felicidade permanentes.

Palavras são a expressão das qualidades da Alma que se manifesta, demonstrando um estado de consciência sublimado, ou não.

                                                  Dorival da Silva