quarta-feira, 22 de agosto de 2012

EMPRESAS [Com Jesus, como seria?]

                                        EMPRESAS

No mundo moderno, atulhado de alta tecnologia e de muita extravagância, os conceitos da simplicidade e da abnegação tornam-se combatidos tenazmente, de maneira a cederem lugar à automação, à excentricidade e aos interesses do lucro imediato.

Tecnocratas e executivos de alto porte digladiam-se para alcançar metas cada vez mais audaciosas, em lutas renhidas, embora o respeito que nos merecem os seus esforços e pessoas, objetivando projeção e insaciável poder.


Transformam situações de bondade em lugares de investimentos sempre se firmam em inversões e programas de rendas como essenciais.


Fixados em tabelas estatisticamente comprovadas e movimentando com habilidade os cálculos do mercado através das Bolsas, estabelecem prazos de usura em todos os negócios e entregam-se às aquisições de alta rentabilidade.


Enriquecem e promovem a altos níveis as Empresas para as quais trabalham sob altos estipêndios e compensações, com sofreguidão e estresse, até quando são desalojados pela aposentadoria, pela velhice e pela morte...


Empresas não têm alma nem pulsa, nos seus mecanismos automáticos, qualquer tipo de coração.


As criaturas, que nelas se esfalfam, são peças da sua engrenagem, e por mais importantes que se façam, são sempre substituíveis por outras mais produtivas para o conjunto em incessante renovação, decorrência natural dos novos instrumentos apresentados pela indústria de promoção e de atualização.


O pensamento empresarial é linear, direto, calculista, destituído de sentimento de amor, de misericórdia, de compaixão.


Às vezes, a Empresa começa no fundo do quintal e torna-se poderosa com o tempo e o exaustivo trabalho, sem que os seus iniciadores,que se exauriram, logrem fruir-lhes os benefícios que passam para as gerações que os sucedem.


É verdade que facultam o progresso na Terra, mas também respondem por muitas misérias e violências morais, econômicas e sociais...


As Empresas formidandas, que investem parte dos seus lucros em programa de educação, de higiene, de saúde em favor de vidas, não poucas vezes sugam outras tantas que se lhes submetem como escravas, com salários miseráveis, na ânsia de incessante aumento de produção.


São valiosas essas contribuições empresariais, embora também responsáveis por competições destrutivas, espionagem sórdida, prepotência dramática, comportamentos absurdos.


Certamente é inevitável a marcha e o avanço da cultura, da ciência e da tecnologia, das Empresas e monopólios perversos, hediondos.


Suas regras e delineamentos invejáveis são próprios para o seu selvagem desenvolvimento, mas não devem ser aplicados em todos os labores que se realizam na Terra, especialmente naqueles de origem espiritual, que têm compromisso com o Amor e a Verdade, pelo menos através dos seus objetivos.


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Com Jesus a Empresa é de solidariedade, de benevolência, de paz.


Nela não há lugar para os rigores nem as exigências que ferem a fraternidade, o respeito pelas vidas, pelo sofrimento, pelos operários menos valiosos, aqueles que não são hábeis ou se apresentam mais morosos...


A tentação de trazer para o serviço do Mestre as técnicas esdrúxulas, os códigos frios e as atitudes autoritárias dos empresários dominadores faz-se de contínuo, ameaçando a vera caridade, que deve sempre ser a bandeira erguida por aqueles que se Lhe dedicam.


Vota-se com entusiasmo para equipar-se o ninho de amor e de auxílio recíproco, de socorro aos que buscam servir embora se encontrem sob terapias libertadoras, em depressões profundas e desequilíbrios deploráveis, incluindo os cooperadores-máquinas habilidosos, não poucas vezes insensíveis, igualmente destituídos de compromisso com a proposta do Amigo incomum e do Seu Evangelho.


Pensando-se sempre em ganhar-se mais dinheiro, em melhorar-se a aparência do trabalho, em utilizar-se as técnicas de propaganda para tornar-se conhecido o labor, na condição de produto de venda e de exportação, em projetar-se as imagens trabalhadas pela maquiagem do mercado explorador, ficam em plano secundário, senão esquecidos, os compromissos com a simplicidade do sentimento e a humildade do comportamento.


Vigia as nascentes do coração de onde brotam os bons como os maus pensamentos, e tem cuidado.


Não te deixes arrastar pelos palradores e mercadológicos, entusiastas em favor das transformações imperiosas e imprudentes, sonhadores do mundo que não conhecem as regras do Evangelho nem a conduta espírita.


A empresa de Jesus é diferente, preservadora da união de todos seus membros, sem jamais ter lugar o campeonato da dissensão.


No seu estatuto, o maior é sempre quem melhor serve e não aquele que mais se exalta.


Na disputa pelas posições de relevo, que, afinal não existem, o esforço prevalece para ser o mais bem devotado servidor.


Esse candidato que chega, não elimina aquele que se encontrava no trabalho, antes se lhe torna cooperador. Por sua vez, sem temer quem se aproxima, aquele que está a serviço lhe facilita a compreensão do serviço entrosando-o no grupo fraternal onde deseja mourejar.


Não dispensa os servidores debilitados, mas providencia para que sejam encaminhados para outras áreas quando equivocados e incapazes.


Não abre espaço para a ingratidão àquele que ofereceu o melhor da sua existência trabalhando nos alicerces da obra, e hoje, cansado, desatualizado, é deixado no paredão do abandono.


Nunca olvida os sofredores, pensando apenas no azinhavre decorrente do acumular de mais moedas.


Alarga a caridade que socorre a necessidade e ilumina o ser, libertando-o da ignorância.


O respeito pelo outro é normativa de conduta permanente, e a consideração para com o ausente impede o desenvolvimento da maledicência, da calúnia, da perseguição gratuita, decorrentes da antipatia que possa viger no grupo.


A empresa de Jesus, na atualidade, ainda deve inspirar-se no programa e na ação da Casa do Caminho, erguida por Simão Pedro em Jerusalém nos dias apostólicos.


São estes, certamente, novos e outros tempos, bem como diferentes as suas leis.


As criaturas humanas, no entanto, são quase que as mesmas, vivendo condições e situações bem equivalentes.


Respeitar a modernidade, sim, porém, não permitir que alguns dos seus métodos de comportamento minem os compromissos para com a bondade e o bem.


Precauções argentárias e cuidados previdenciários devem ser observados, nunca porém o esquecimento do apoio da Providência Divina, que jamais falta.


Amealhar para não faltar é atitude correta, nunca porém acumular enquanto o crime e a morte vigiam a miséria para arrebatá-la.


Nessa Empresa, a de Jesus, os métodos são especiais e não compatíveis com os daquelas organizações mundanas.


Se o membro da equipe vai-se embora, não o impeças, todavia, jamais o dispenses, porque aparentemente podes substituí-lo por outro que será contratado, remunerado financeiramente...


Apesar de alguns serem necessários, como é compreensível, na Empresa de Jesus as ambições são espirituais, evitando-se os riscos daqueles estabelecidos pelos Sindicatos e legislações que nunca se bastam...


                                                 ***
O meu reino não é deste mundo, afirmou Jesus com ênfase.


Não te enganes, não iludas a ninguém.


Vem hoje trabalhar na minha vinha, convidou com segurança, propondo o dever do serviço ao próximo e à autoiluminalção.


Digno é o trabalhador do seu salário, estabeleceu como fundamental; mas na Sua obra o salário será sempre a caridade para consigo mesmo e para com o seu próximo.


Tem cuidado com o mundo e as suas armadilhas!


Leva Jesus a ele, mas não o tragas, nem implantes os seus métodos na Sua empresa.


Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião mediúnica da noite de 9 de junho de 2004, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia; extraída da revista Reformador/setembro 2004)