quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que faço comigo?



               
O que faço comigo?

Desafios não são adversários;são como continentes
 que nos   compete desbravar e conquistar


Iniciaremos este estudo com a citação do evangelista Mateus, 5:24: “Reconcilia-te depressa com o teu adversário”. Então perguntamos: Quem são nossos adversários? O patrão, o vizinho, o lanterneiro, a cozinheira, o dirigente... E assim vai, por uma infinidade de pessoas e circunstâncias que dia a dia ombreiam conosco ao longo do caminho e podem nos perturbar a paz. Sabemos que não temos o direito nem a possibilidade de mudarmos quem quer que seja. Estamos todos, como diz Fritjof Capra, “... na teia da vida, interagindo mutuamente, interdependentes e individuais ao mesmo tempo”. Neste bailar de acontecimentos não nos cabe imputar a ninguém os espinhos que porventura nos atingem. Os espinhos são, antes de qualquer coisa, companheiros adequados aos nossos momentos. Sabemos que nesta “Teia da Vida” estamos construindo e destituindo simultaneamente. Destituindo complexos emocionais perniciosos que, assomando do nosso inconsciente, perturbam o consciente obrigando-o, em muitos casos, a situações e comportamentos indesejados. Ao mesmo tempo estamos construindo o nosso futuro, a partir de posturas outras, ligando-nos a avanços intelecto-morais, de conformidade com o que nos aconselha Kardec quando diz: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pelo muito que faz para domar suas más inclinações”.

Ora, se não posso imputar no outro minhas agruras e se devo domar minhas más inclinações, devo, pois, reconciliar-me comigo mesmo, quem sabe, meu maior adversário. Para tal necessito conhecer-me melhor, a partir da minha constituição mental e dos arquivos que trago, que cultuo ou que incomodam. Estamos vindo de um passado gigantesco onde paulatinamente avançamos, num caminhar lento, progressivo e espetacular. Dormimos no mineral, como disse Léon Denis. A questão 540 de “O Livro dos Espíritos” cita que: “... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo”. Virtuosamente viemos evoluindo, passando depois pelo reino vegetal, sonhando com algo que nos tornasse coesos e prontos a vivermos com consciência. Movimentamo-nos, a seguir, pelo reino animal, desde os primeiros instantes nos oceanos até a grandiosa marcha pelas montanhas, vales e reinos outros que nos capacitaram ao despertamento, quando chegamos ao homem. Imaginamos aí a gama de arquivos que construímos ao longo deste período a partir de um arquétipo primordial. 

O sentimento de culpa é sempre um colapso
da consciência

André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos, encerrando o terceiro capítulo, nos diz, após uma análise do tempo de viagem da mônada divina pelos reinos atrás, que: “Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos”. Agora, no homem, estamos nos construindo para chegar à santidade – caminho natural. Assim sendo e com os apontamentos espíritas que nos remetem ao Evangelho de Jesus, necessitamos parar as correrias para fazer uma análise de nós próprios no tocante ao que já conseguimos de bom e ao que necessitamos realizar para que nossas vivências sejam proveitosas em termos de aprimoramento ético-moral de consequências religiosas. Ideal religião professada no íntimo de cada um de nós numa relação direta com o Pai.

Não raro encontramos nessas pesquisas pessoais os complexos das culpas e dos medos. Segundo Joanna de Ângelis, ínsito em seu livro “Conflitos Existenciais”, no capítulo seis: “A culpa é o resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, voltada para dentro, em forma de sensação de algo que foi feito erradamente”. Ainda a própria mentora e no mesmo livro, capítulo três, diz: “A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz no indivíduo”. Aproveitando o ensejo, citamos André Luiz que, no livro Entre a Terra e o Céu – cap. 23, anotou: “O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam”.

Raiva, culpa e ego. Sabemos que o ego representa um conjunto de ideias, vontades e pensamentos que movem a pessoa e desenvolvem a sua perspectiva diante da sua própria vida. O ego provoca aceitação e admiração própria. Isto, dentro das informações correntes em vários compêndios principalmente da psicologia analítica. Joanna de Ângelis informa que o ego é o “Responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de realizar entre seus próprios processos internos e a realidade”. Então, a culpa por algum comportamento infeliz vai gerar raiva e afetará sobremodo o ego, gerando reações no campo individual de relações consigo mesmo ou com outrem. Em contrapartida e, por excelência, existe a perspectiva de despertar o Self; ou seja: o Deus em si, o Eu interno. 

Errar é do homem, persistir no erro é atitude infantil

Continuando nossas análises, não fica difícil concluir que os medos gerados pela culpa e pela raiva podem nos tornar seres violentos e agressivos, tanto fisicamente quanto verbalmente, motivados por inseguranças. Inseguranças geram desproteções próprias e naqueles que estão à nossa volta. Passamos assim a viver de forma incompleta, sempre observando as reações dos outros a nosso respeito e nos defendendo, acuados, de adversários visíveis e invisíveis, pessoas ou circunstâncias. Daí assomam as personas (máscaras) nas quais nos escondemos temerosos de enfrentar os adversários criados e nem sempre reais que vão surgindo à medida que não os combatemos. É sabido que nos é cobrado segundo nossas possibilidades. Errar é do homem, persistir no erro é atitude infantil.

Enquanto estamos aprendendo, experimentando, aprimorando, o Espírito vai-se ajustando para viver dentro das Leis Naturais instituídas por Deus. Quando passamos a repetir os erros dentro das lições já aprendidas e consolidadas em nosso cognitivo, passamos a nos culpar por aquelas ações. Exemplos disso são os destemperos da sexualidade, dos vícios da ingestão de drogas alucinógenas, do álcool, do tabaco, de alimentos em demasia, falácias infelizes, julgamentos de outrem e uma infinidade de atitudes incoerentes com o homem espiritual que precisa despertar em si o Self.

Não raro passamos a ser manipulados por pessoas e situações que nos constrangem e constrangem a quem nos quer bem. Chegados a este ponto, necessitamos repensar os efeitos danosos de todo esse envolvimento psicológico infeliz que nos trazem aborrecimentos, dificultando-nos uma marcha saudável e eficaz. Daí surge a questão dos enfrentamentos.

Muito interessante quando lemos no livro: “Triunfo Pessoal” da citada mentora, capítulo cinco: “A maturidade psicológica induz o ser humano aos enfrentamentos sucessivos do seu processo de individuação”.  Segundo Jung, “A individuação é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência”. Importante quando nos colocamos como observadores do nosso processo de libertação das ideias e posturas antigas, transformando-as em hélices em movimento, autoaspirando-se para melhor nos conduzir no processo da evolução. 

É bom que aprimoremos o caráter,
sublimando os sentimentos

Antes, renascíamos, crescíamos, trabalhávamos e desencarnávamos em sucessivas ocasiões, sem o conhecimento exato do que aqueles eventos nos proporcionavam. Dessa forma andávamos, ríamos, trabalhávamos em algo e exaltávamos nossas personas e nos comprazíamos com suas empedradas formações e consolidações. A individuação, contudo, ficava fora do contexto ou, quando muito, era realizada de maneira lenta nem sempre consciente. Agora, com as aberturas que “O Livro dos Espíritos” nos oferece, vamos observar que a dinâmica da vida nos exige participação consciente. Na questão 23 do referido livro, somos informados de que “O espírito é o princípio inteligente do universo”. Quando pensamos em universo, algo superior aflora em nossas mentes e logo vem a reflexão: o que é o universo, para que serve em nossas vidas? Por que os monges orientais se ligam tanto a ele? E um campo imenso de pesquisas se apresenta a nós dentro do nosso processo de crescimento pela individuação.

Para entendermos tudo isto que se nos oferece por novos desafios é bom que enfrentemos todas as nossas imperfeições morais. É bom que aprimoremos o caráter, sublimando os sentimentos. “Os enfrentamentos são campos de luta, nos quais o ser cresce e desenvolve os inestimáveis recursos adormecidos no Self, que se encontram à sua espera para oferecerem a contribuição da paz do Nirvana” – apontamentos de Joanna de Ângelis no livro “Triunfo Pessoal”. Vemos, às vezes, pessoas estáticas perante suas culpas. O medo de enfrentá-las faz com que o tempo passe e elas nunca saiam dos estados infelizes nos quais estão projetadas. Vivem iludindo-se. Vivem perambulando em torno de si mesmas, buscando ali e acolá o próximo momento satisfatório que as farão rir e se divertir das suas risadas, para logo em seguida retornarem ao estado quase, se não completo, de depressão pela imersão dos sentidos no vale escuro de cavernas mentais. Ei-las, pois, amedrontadas. Segundo Victor Hugo, no livro Párias em Redenção: “O medo é verdugo impiedoso dos que lhe caem nas mãos. Produz vibrações especiais que geram sintonia com outras faixas na mesma dimensão de onda, produzindo o intercâmbio infeliz de forças deprimentes, congestionantes”. Daí, muitas vezes a pessoa agride para se defender ou foge para não lutar. Sabemos que o Espírito não tem fim, conforme consta na questão 83 de “O Livro dos Espíritos”. Viveremos infinitamente neste cômputo de inseguranças? Seria um destronar do Projeto Divino que nos criou para vivermos com Deus, na glória eterna da Luz.

O temor não é boa companhia de jornada

Se ainda não fez, é hora de enfrentar seus adversários, que não estão lá fora e sim dentro de cada um. É hora de reconciliar-se com eles, como nos aconselha Jesus. O temor não é boa companhia de jornada. Os cuidados sim. Estes o são. Desta forma devemos nos preparar para enfrentarmos com galhardia e bom senso nossas culpas, medos e inseguranças. De acordo com Joanna de Ângelis: “Faz-se necessária uma vinculação profunda com o Self, que adquirirá maior conscientização dos relacionamentos indispensáveis com o seu núcleo na psique”. Bom pesquisarmos nossas companhias, aquelas para as quais abrimos sorridentes as portas das nossas casas ou as visitamos contentes, trocando presentes e informações, brindando em festas convulsas isto ou aquilo. A elas estamos também abrindo as portas dos nossos corações e mentes, arquivando fatos que irão gerar reações. Que bom preservarmos nossos lares!

Lembramo-nos de que conhecemos uma pessoa que dizia existir em sua cidade natal um menino que falava com Deus, na intimidade do seu quarto. Todos riam de tal afirmativa. Um dia paramos para pensar na validade daquela história. Ora, se Deus está dentro de nós, se Seu Reino é semente plantada, necessitando rega, como nos disse Jesus na Parábola do Semeador, então podemos, dentro das nossas particularidades espirituais, conversar sim com o Pai. Ele nos responderá de acordo com nossos entendimentos e, desta forma, estaremos nos vinculando ao Self que nos dirá a melhor forma de proceder para sairmos vencedores em nossas lutas, vencendo os vícios e entronizando as virtudes. Fazendo silêncios para que eles possam nos aconselhar.

O conteúdo religioso é de vital importância na psicoterapia do enfrentamento. Conhecer a Verdade para, através dela, libertar-se. Lutar contra as paixões primitivas, transformando impulsos inferiores em emoções de harmonia. Não fugir, ocultar-se dos demais ampliando a mágoa contra a sociedade e contra si próprio.” Além destas sábias orientações, Joanna de Ângelis ainda nos informa: “À medida que o ego se faz consciente dos valores ínsitos no Self torna-se factível uma programação saudável para o comportamento, trabalhando cada dificuldade, todo desafio, mediante a reconciliação com sua realidade eterna”.

Agora podemos nos perguntar: O que faço comigo? Vergasto-me ante adversários ou os transformo em continentes que devo desbravar e conquistar? É bom que nos amemos, nos respeitemos. Que nos tornemos unos com a Criação, pois somos partes integrantes de um todo de luz, portanto, somos luzes. É bom que enfrentemos com sensatez nossos limites, estendendo-os com prazer, sendo vitoriosos e, por isso, virtuosos. Nada de carregar o mundo nas costas e sim caminharmos nele de olhos fixos nos céus das nossas consciências superiores.

GUARACI LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ANOTAÇÕES DA MEDIUNIDADE

Anotações da Mediunidade   
 Francisco Cândido Xavier

Emmanuel

Recebamos a experiência, por mais difícil, com a luz da confiança no Senhor que, nos oferecendo a luta depuradora, nos possibilita a própria regeneração.
Podemos e devemos esposar a nossa iniciação, no aprimoramento para a Vida Superior, começando a ser bons.
Desperta e faze algo que te impulsione para a frente na estrada de elevação.
A vida não te reclama atitudes sensacionais, gestos impraticáveis, espetáculos de súbita grandeza...
Pede simplesmente sejas sempre melhor para aqueles que te cruzem os passos.
No lar, na profissão, nos templos da fé, na intimidade ou na via pública, somos convidados ao bem que Jesus testemunhou, a fim de que a nossa diretriz, a expressar-se no exemplo, projete-se nas mentes que nos rodeiam, induzindo-as à renovação.
Se a semente recusasse o sacrifício no seio da gleba em que aprende a morrer para ressurgir a benefício dos outros, não colheríamos o grão que nos supre o celeiro e, se o grão repelisse a mó que o desintegra, a pretexto de conservar-se, não disporíamos do recurso indispensável do pão que nos alimenta.
Não olvidemos que, tanto quanto possível, ao invés de rogarmos auxílio, antes de tudo, devemos auxiliar, na certeza de que, se a nossa palavra elucida e reanima, somente a nossa atitude positiva na prática dos princípios que propagamos será bastante forte para reformar-nos.
Anota, em torno de ti mesmo, a grande família humana reclamando-te pão e luz, esperança e consolo.
Guardemos a correta atitude do aprendiz do Senhor que não desconhece o sacrifício de si mesmo como estrada única para a ascensão a que se propõe.
Fenômenos mediúnicos serão sempre motivos de experimentação e de estudo, tanto favorecendo a convicção, quanto nutrindo a polêmica, mas educação evangélica e exemplo em serviço, definição e atitude, são forças morais irremovíveis da orientação e da lógica, que resistem à dúvida em qualquer parte.
Mediunidade é instrumento vibrátil e cada criatura consciente pode sintonizá-lo com o objetivo que procura.
“Acharás o que buscas” ensina o Evangelho, e podemos acrescentar “farás o que desejas”.
Assim sendo, se te relegas à maledicência, em breve te constituirás em veículo dos gênios infelizes que se dedicam à injúria e à crueldade.
Se te deténs na caça ao prazer dos sentidos, cedo te converterás no intérprete das inteligências magnetizadas pelos vícios de variada expressão.
... Todavia, se te empenhas na boa vontade para com os semelhantes, imperceptivelmente terás o coração impelido pelos mensageiros do Eterno Bem ao serviço que possas desempenhar na construção da felicidade comum.
Observa o próprio rumo para que não te surjam problemas de companhia.
Eleva-te no aperfeiçoamento próprio e caminharás de espírito bafejado pelo concurso daqueles pioneiros da evolução que te precederam na jornada de luz, guiando-te as aspirações para as vitórias da alma.
... Não nos esqueçamos, porém, de que o movimento é de intercâmbio.
Se o homem recebe o concurso dos Espíritos Benfeitores, é natural que os Espíritos Benfeitores algo esperem igualmente do homem.
Nada existe sem permuta ou sem resultado.
O lavrador planta as sementes e recolherá os frutos.
O lapidário auxilia a pedra, que lhe retribui, mais tarde, com a sua beleza e brilho.
... E nós, que tanto temos recebido de Jesus, que oferecemos em troca?
Mediunidade sem exercício no bem é semelhante ao título profissional sem a função que lhe corresponde.
Não procures o médium dos Espíritos Benfeitores qual se fosses defrontado por um ser sobrenatural.
O médium é um companheiro.
É um trabalhador.
É um amigo.
E é sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado.
Não alegues a suposta ingratidão dos outros para desertar da Seara do Bem.
Na engrenagem da vida, cada qual de nós é peça importante com funções específicas.
Ninguém recebe o conhecimento superior tão-só para o proveito próprio.
Saibamos dividir o tesouro da compreensão em parcelas de bondade.
Seja qual for o contratempo que se te erija em obstáculo na estrada a percorrer, age para o bem.
Nem sempre conseguirás materializar os amigos da Vida Maior para satisfazer a sede de verdade que tortura a muitos de nossos companheiros na Terra, mas sempre podes substancializar essa ou aquela providência suscetível de prodigalizar-lhes tranqüilidade e consolação.
Nem sempre obterás a mensagem de determinados amigos que residem no Mais Além, para a edificação imediata dos que sofrem no Plano Físico; entretanto, sempre podes improvisar algum recurso com que se lhes restaurem a energia e o bom ânimo.
Nem sempre lograrás a cura de certas enfermidades no corpo de irmãos padecentes; todavia, sempre podes lenir-lhes o coração e aclarar-lhes a alma com o apoio fraterno, habilitando-lhes a mente para a cura espiritual.
A terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.
O Sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.
Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade, através da qual opera o Espírito de Jesus de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.
Ampara os teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico.
Amontoavam-se vermes onde se congregam frutos desaproveitados ou apodrecidos, assim como a luz brilha onde encontra força ou material que lhe sirva de combustível.
O médium, para servir a Jesus de modo positivo e eficiente, no campo da Humanidade, precisa aperfeiçoar-se à instrução, ao conhecimento, ao preparo e à própria melhoria, a fim de que se faça filtro de luz e paz, elevação e engrandecimento para a vida e para o caminho das criaturas.
Quem deseje crescer para a Espiritualidade Superior não pode menosprezar o alfabeto, o livro, o ensinamento e a meditação.
Jesus é o nosso Divino Mestre.
Eduquemo-nos com Ele, a fim de que possamos realmente educar.
Por mais que se fale em mediunidade, é forçoso referir-nos sempre à disciplina que só a Doutrina Espírita consegue orientar para o bem.
Agir no bem é buscar a simpatia dos Espíritos Sábios e Benevolentes, encontrando-a.
Para curar, é preciso trazer o coração por vaso transbordante de amor e, quem realmente ama, não encontra ensejo de reclamar.
 (Registros colhidos na obra de mesmo nome, da biblioteca virtual do sítio "www.oconsolador.com.br)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MADALENA



MADALENA

“Disse-lhe Jesus: Maria! — Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre!” -
(JOÃO, capítulo 20, versículo 16.)


Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos a indagar por que não teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de Mãe ou aos discípulos amados...
Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova, ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo “morta” nas sensações que operam a paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor de sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou a João, à sua Mãe ou aos amigos. Todavia, é igualmente razoável reconhecermos que, com o seu gesto inesquecivel, Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro das vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor

Extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida,
psicografia de Francisco Cândido Xaiver,
ditada pelo espírito Emmanuel, capítulo 92,
copiada do sítio: www.oconsolador.com. BR