quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

... Perdão!

... Perdão! 

Quantos atrozes sofrimentos carregam muitas almas. Ódio, desejo de vingança, pérfidos sentimentos, ressentimento alimentado por muitos anos de um determinado fato gravoso ocorrido, mas também existe o ressentimento de fato que se supunha ocorrido, nunca verdadeiramente apurado. Situações que viajam no tempo, transpõem-se a vida física e acompanham a alma na viagem para o outro lado da vida, mesmo porque o sofrimento é da Alma e não do corpo. 

Após a morte do corpo, estando no campo espiritual, toda a vivência negativa de um Espírito reflete nele mesmo, que cultiva os mesmos desejos, tal como citado de início, porque não é capaz de perdoar a traição, a ofensa, a agressão si ou a um familiar, a deslealde de alguém que detinha a sua confiança, a indiferença...  É voz corrente que o perdão é difícil de conceder diante de ocorrências tão graves. É uma grande verdade e exige um esforço enorme, precisa revolver toda uma construção de sofrimentos na intimidade da alma.  

Faz-se necessário recordar que somos Almas imortais, que temos um objetivo fatal que é o progresso, o que corresponde a entender o aprimoramento intelectual e moral de si mesmo que se dá em vista da convivência com os demais filhos da Criação, que diante de Deus são irmãos, pois fluíram da mesma origem. Eles, como todos os demais erram e em graus diferentes, gerando consequências incontroláveis com gravidades variáveis,  sendo que a intensidade pertencerá ao ofendido, que inconscientemente dará valor emocional e  potenciará a ofensa, caso não perdoe o ofensor.   

Cabe acrescentar que as circunstâncias que nos envolvem são heranças nossas, considerando que se nada de grave tem origem em nossas ações nesta vida, certamente ocorreu em outra existência, porque no estágio espiritual em que nos encontramos ainda temos muito o que nos corrigir e resgatar para a liberação da consciência da mácula que a incomoda.  

Jesus, o Cristo, que é o Psicólogo da Vida, leciona ensinando ao apóstolo Pedro quando Lhe pergunta: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?   Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.”(Mateus – 18: 21 e 22).  Este ensinamento tem importância capital para a Humanidade, porque é o antídoto para grande parte das dores existentes, das doenças sem origem aparente, que corroem a Alma, porque evita os crimes, as vinganças de toda ordem, o maldizer, as lamentações, o ódio, a relembrança do fato que não se apaga...  Vindo o ofendido a morrer nesse estado emocional desequilibrado, terá dificuldades no outro lado da vida, pois a intensidade vibratória fora da matéria amplia-se grandemente, se está em sofrimento, este tende ficar mais enérgico.  

O perdão das ofensas não é uma covardia, como é comum atribuir uma condição de fraqueza a quem perdoa uma agressão, é na verdade sabedoria, porque é esforço com a aplicação dos recursos morais, emocionais e intelectuais que dão discernimento ao ofendido, reconhecendo no próximo a sua inferioridade, deixando para ele responder às consequências que não passarão sem a devida reparação, quando se pensa e conhece a Lei Divina. 

Quando a Lei Maior fará isto? O ofensor nem ao menos se incomodou com o que fez, não demonstrou nenhum sentimento de arrependimento. Isto é muito questionado quando se trata desse tema evangélico; no entanto, a resposta virá no tempo, se dará nas vidas sucessivas, é preciso que o ofensor que dorme para as questões espirituais acorde e veja as consequências de suas ações,  que estão gravadas em si mesmo, pois trará as feridas na alma, entendendo que a única forma de se curar é a modificação do seu estado interior realizando o bem. A consciência não dorme indefinidamente.  

Como Deus permite o esquecimento do passado, com a oportunidade de uma vida nova em um novo corpo, a reencarnação, é para que se possa corrigir os fatos ofensivos de outras existências junto aos ofendidos, os credores, na condição de filho, de irmão, de pai, de mãe, de amigos, de patrão, de empregado... Erramos em tantas circunstâncias e as oportunidades correspondem a essas circunstâncias nas vidas sucessivas.  

O perdão não tira o direito de exercer o direito, o que quer dizer buscar a lei civil ou criminal para os reparos ou a contenção necessária, em conta o fato material ou moral.  O que importa é como lidar com a situação sem se exacerbar o estado emocional e espiritual, o que não poderá corresponder a intenção de vingança, mas acomodar o fato de maneira que não trará outras consequências gravosas, se necessário. 

O perdão tem efeito grandioso para quem perdoa, não livra o ofensor de suas responsabilidades em qualquer tempo. Na verdade, como nos ensinam os postulados espíritas, a ofensa atinge primeiramente o ofensor e a ele pertencerá até devida solução.  É semente de planta ruim que poderá apresentar seus frutos imediatamente ou aguardar tempo próprio para eclodir. 

O perdão é divino, nos livra de muitos atrasos no caminho da sublimação.  

Perdão! 

                                                          Dorival da Silva 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O Céu é de verdade!

O Céu é de verdade! 

Há alguns dias vi um filme com o título acima, onde uma criança muito inteligente (personagem) de quatro anos dizia ter ido ao Céu e relata a seu modo muitas coisas excepcionais que geravam grande conflito em seus pais, principalmente ao pai que era pastor de uma igreja. A criança narra que viu Jesus, que o acolheu no colo, e disse-lhe muitas coisas, também que encontrou seu avô paterno e outras pessoas, que com naturalidade narrava o que havia presenciado nesse ambiente, inclusive da música que ouviu e de modo geral que tudo é bem mais bonito do que aqui na Terra. É um filme de comovente ingenuidade, mas que a criança revela muitas verdades, considerando a ótica própria daquela idade e as influências de sua educação religiosa. 

Àqueles que estudam a sério a Doutrina Espírita e vivem no exercício da prática doutrinária, que visa o bem das pessoas e dos Espíritos em sofrimento que são atendidos nas reuniões próprias de esclarecimentos, sem nenhum outro interesse que não seja a prática do bem, sabem que o Céu é de verdade. 
  
Certo é que para àqueles que não aceitam os princípios doutrinários espíritas, tais como: A reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos, a preexistência e a pós-existência do Espírito em relação a presente vida, a existência dos mundos habitados; a continuidade da vida depois da morte do corpo; a existência de trabalho, de estudo, de crescimento em aprendizagem em todos os campos dos saberes, de cidades espirituais organizadas, fica mais difícil compreender que o Céu é de verdade. 

Certamente não estamos nos referindo ao Céu das doutrinas religiosas tradicionais: contemplativo, ocioso, enfadonho e inútil, pois nem mesmo quem prega essa ideia acredita na sua existência, que foge totalmente a qualquer lógica e bom senso. Serviu grandemente para criar céticos nestes últimos séculos.  

O Céu de verdade inicia-se agora se não se iniciou anteriormente, o que pode ter ocorrido em vida passada, é conquista individual e intransferível, ninguém poderá conquistar um Céu para quem quer que seja, mesmo para o seu maior amor. Não se trata de egoísmo, é lei natural.  Temos o dever de auxiliar, quando temos clareza de entendimento, a que os que se acham em nosso alcance de influência sejam levados à conquista de equilíbrio intelectual, emocional e espiritual suficiente para galgar um estado celeste, dentro da relatividade de suas conquistas. O que corresponde a um estado espiritual melhorado, que o coloca numa faixa vibratória mais favorável, correspondendo a condição conquistada pelos seus esforços.  

Fórmulas prontas não existem para isto, existem pensamentos, filosofias, ciências que nos auxiliam nessa busca pessoal, sendo o pensamento cristão o melhor deles, ampliado pelos esclarecimentos oferecidos pela Doutrina Espírita, que avulta em muito a clareza dos ensinamentos de Jesus, cuidando do essencial, deixando à parte o que atendeu a outros interesses pelos que manipularam o que era verdadeiramente original, desvirtuando-os e cristalizando-os nos dogmas, proporcionando dúvidas e incertezas que geraram o ceticismo, a noite das almas. 

Deixando o corpo físico, a Alma leva consigo o patrimônio cultivado e vai aportar-se na faixa vibratória correspondente a que vive, pois é a soma das qualidades que possui.  Encontrará um número grande de seus iguais por afinidade, e sendo na vida material feliz, mais feliz estará, porque na soma das vibrações de muitas almas felizes proporciona um ambiente vibratório grandioso de paz, de ações no bem, de realizações nobres, de convivência de confiança, sem as necessidades que conhecemos na vida da Terra.  

Ninguém pode duvidar que o Céu existe e todos estão a caminho para ele, mas o encontrarão quando conquistar a si mesmos, conscientes de suas responsabilidades diante da Vida Universal, na compreensão das Leis Divinas, estar certo que a vida aqui é para ser vivida dentro dos ensinamentos que Jesus trouxe ao Mundo, mas não da forma desfigurada como o homem apresentou para a Humanidade da Terra, atendendo a interesses indignos, calcados na ignorância, no egoísmo e no orgulho.  

O Céu existe de verdade, é conquista pessoal, é de entendimento gradual, pede esforços; ninguém conquista o Céu com absurdos filosóficos e nem com comportamentos esdrúxulos.  O exemplo da Humanidade é Jesus. Como foi que Ele viveu?  A verdade de Jesus precisa ser seguida, porque assim se chegará ao estado de plenitude.  Não se precisa imitar o que o homem fez com Jesus, isso Ele não veio ensinar.  

“O Céu é de Verdade”, depende de nós! 

                                                                  Dorival da Silva