quinta-feira, 30 de junho de 2016

A inspiração pode ser um recurso precioso

Editorial                                                                                                                                                         
Ano 10 - N° 471 - 26 de Junho de 2016






 
 
A inspiração pode ser um recurso precioso

A inspiração faz de todos os homens médiuns. Allan Kardec, n´O Livro dos Médiuns, estabelece a diferença entre intuição e inspiração. Diz que esta é uma variedade da intuição, mas sem uma imposição por parte do comunicante. Sua característica é a espontaneidade, ou seja, sua manifestação é livre, sem constrangimento; o médium responde com suas próprias palavras, apenas estimulado por uma ideia, por uma percepção ou por um sentimento. Assim, é realmente muito difícil distinguir se o pensamento provém de si mesmo ou de uma inteligência comunicante.

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A inspiração é o principal meio de comunicação dos Espíritos protetores; e essa manifestação constitui aquilo que denominamos a voz da consciência. Não há nenhuma utilidade em buscar discernir pensamentos próprios dos alheios. O que ocorre é a opção por esse ou aquele raciocínio, resguardando a capacidade de escolha.

“Os Espíritos exercem alguma influência nos acontecimentos da vida? Certamente, pois que vos aconselham.” (O Livro dos Espíritos, questão 525.)
Kardec diz que, de ordinário, a inspiração é um meio utilizado pelos bons Espíritos, mas, como qualquer mediunidade, pode servir a um Espírito impuro. Nossos pensamentos podem ser dirigidos para determinado fim, com ou sem acréscimo de novas ideias do Espírito comunicante. Com o mecanismo das associações, o próprio cérebro do encarnado pode produzir novas ideias. Neste caso, um mesmo conteúdo pode manifestar-se por arranjos diferentes. Manipulando esse mecanismo, o Espírito comunicante pode fazer surgir ideias que não participavam da memória do médium, sem que seja tolhido seu livre-arbítrio.

“Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem.” (O Livro dos Espíritos, questão 459.) 
                                                    
O livre-arbítrio consiste nas opções que fazemos reiteradamente num caminho pleno de alternativas. Nós podemos rejeitar a influência. Ninguém está fadado a seguir determinada inspiração. Somos livres. Mas, dependendo da afinidade e do grau do conúbio entre o encarnado e os Espíritos, pode dizer-se que o médium se comporta como um fantoche, tendo reduzido drasticamente seu livre-arbítrio.

“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2 Cor 3:5.) 
                                                    
Referindo-se às ideias cristãs, e a todo conteúdo elevado, Paulo afirma-se incapaz de gerar os pensamentos que constituem sua pregação, cuja fonte está em Deus. Sua humildade não permite que se considere uma pessoa capaz de engendrar o conteúdo da boa nova. De certa forma ele está com a razão, porque a doutrina cristã é uma fonte de água cristalina que fecunda nossos vasos de barro, ressentindo-se das impurezas que trazemos conosco. Por outro lado, sua humildade o impede de considerar-se capaz de ser um instrumento adequado para a transmissão da boa nova. E talvez esteja com a razão  quando considera sermos incapazes, por nós mesmos, de produzirmos algo de bom, pois é em Deus que está nossa capacidade. Diz Emmanuel: “De Deus vêm a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.” (Ceifa de Luz, cap. 39.)

Há, todavia, pessoas mais maleáveis pela sua humildade e seus conhecimentos e, portanto, mais aptas a desenvolverem os recursos da palavra e do comportamento, que merecem a simpatia dos mensageiros, e se tornam instrumentos adequados ao trabalho no bem. 
                                  
Mesmo com as limitações inerentes, a inspiração pode ser um recurso precioso nas mãos dos protetores, se eles encontram médiuns suficientemente humildes e, portanto, capazes de ser bons instrumentos.


O original poderá ser acessado na Revista Eletrônica "O consolador", através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano10/471/editorial.html

sábado, 25 de junho de 2016

Há vida depois da morte?

Editorial

Ano 8 - N° 388 - 9 de Novembro de 2014



 
Há vida depois da morte?

Embora para muitos o problema da morte não esteja devidamente esclarecido, é bom lembrar ao leitor que tal não é o pensamento dos espíritas. Afinal, a obra de Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, é fruto do diálogo com os chamados
mortos, ou Espíritos, na terminologia espírita.

As obras dos nossos médiuns mais respeitáveis foram escritas também por Espíritos, e nesse sentido a coleção André Luiz, psicografada pelo médium Chico Xavier, é um testemunho eloquente de que há, sim, vida depois da morte, porque a morte só atinge o corpo físico e nada causa à alma que o habitava antes do seu regresso ao chamado mundo espiritual.

Quando alguém partidário da doutrina espírita afirma que o problema da morte não está esclarecido, é óbvio que se refere ao entendimento geral, alheio ao Espiritismo, um fato que todos nós, espíritas, conhecemos, tendo em vista que as religiões mais expressivas quanto ao número de adeptos não tratam em seus livros do tema morte, nem do que lhe sucede.

Os adeptos de tais religiões não dispõem também de informações acerca da origem, da natureza e do destino do Espírito humano. E, no entanto, dizem professar ideias espiritualistas!...

Se o indivíduo se diz cético com relação às questões espiritualistas, sua incerteza com relação à sobrevivência da alma será ainda maior. Não admitindo a existência da alma, como poderá admitir a existência dos Espíritos?

Em face disso, não há o que estranhar quando se diz que o problema da morte, na visão das pessoas a que nos referimos, não se encontra esclarecido.
A diferença da concepção espírita, comparativamente com o que é professado pelas outras doutrinas espiritualistas, está em que o Espiritismo, não se fundamentando em dogmas ou em teorias preconcebidas, não inventou a alma, para assim explicar os chamados fenômenos inabituais. Foram as almas dos chamados mortos que se apresentaram e isso ocorreu já na fase inicial do Moderno Espiritismo, em Hydesville, quando o Espírito de Charles Rosma se apresentou à família Fox. 
 
Conforme lemos em História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, tradução de Júlio Abreu Filho, Margareth Fox, a mãe das meninas médiuns, assim relatou o que ocorreu na noite de 31-3-1848, quando o agente invisível que causava as manifestações em sua residência se identificou:

“Então pensei em fazer um teste que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo uma pausa de um para o outro, a fim de os separar até o sétimo, depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas, correspondendo à idade do menor, que havia morrido.

Então perguntei: ‘É um ser humano que me responde tão corretamente?’ Não houve resposta. Perguntei: ‘É um Espírito? Se for, dê duas batidas’. Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Então eu disse: ‘Se foi um Espírito assassinado dê duas batidas’. Estas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: ‘Foi assassinado nesta casa?’ A resposta foi como a precedente. ‘A pessoa que o assassinou ainda vive?’ Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a sua família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei: ‘Continuará a bater se chamar os vizinhos para que também escutem?’ A resposta afirmativa foi alta.”  

Como os espíritas sabem perfeitamente, nascia com os fenômenos ocorridos na residência da família Fox o Moderno Espiritismo, cuja parte teórica ou doutrinária seria desenvolvida nove anos mais tarde na França, novamente por meio do diálogo com o mundo espiritual, razão pela qual Kardec afirmou que o resultado do seu trabalho, a doutrina espírita, é a codificação dos ensinos dados pelos Espíritos, que são os seus verdadeiros autores.(1) 

(1)
Sobre o assunto, sugerimos a leitura do texto “As Irmãs Fox, Conan Doyle e o Espiritismo brasileiro”, de Jáder Sampaio, publicado na edição 179 desta revista. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano4/179/especial.html 

Editorial copiado da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá se acessada através do endereço:  http://www.oconsolador.com.br/ano8/388/editorial.html

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Exaltação ao Livro Espírita

Exaltação ao Livro Espírita

Repositório feliz da trajetória histórica da Humanidade, o livro é o silencioso mensageiro dos tempos, apresentando os fastos das culturas do passado e as narrativas sobre homens e mulheres que desfilaram pelas páginas das diferentes épocas e jazem hoje amortalhados, porém vivos, aguardando ser consultados.

Desde as escritas rupestres às estelas de pedras, às argilas, papiros, pergaminhos, tábuas, peles de animais até o momento grandioso da descoberta do papel, a partir dos sinais toscos e informes até às letras e caracteres bem definidos, as mensagens vivas referindo-se às glórias e misérias da humanidade passaram através dos seus registros de uma para outra geração, eternizando os acontecimentos.

Foi ele que auxiliou o desenvolvimento da razão humana e contribuiu decisivamente para a conquista do conhecimento, abrindo mais amplos e grandiosos espaços para o pensamento.

Imortalizado através dos evos, alcançou este momento relevante de tecnologia insuperável, permanecendo insubstituível.

Não obstante a glória da ciência virtual, ele prossegue oferecendo contribuição própria indispensável ao processo de evolução das criaturas.

Perpetuando o pensamento oriental, rico de sabedoria e de mística, na Grécia e em Roma preservou para o futuro a genialidade de Trucídides, de Ésquilo, de Hesíodo, de Sócrates, de Platão, de Aristóteles, de Hipócrates, de Leucipo, de Epicuro, de Heródoto, de Pitágoras, de Homero, de Cícero, de Ovídio e de incontáveis mensageiros de Deus e do progresso para auxiliarem o ser humano no avanço inevitável para a aquisição da sabedoria.

Posteriormente, em diferentes períodos, fez-se a alavanca para impulsionar a cultura, tornando-se responsável pelos momentos grandiosos das decisões magnas da sociedade.
Através de Shakespeare ou de Charles Dickens, de Dante Alighieri ou de Voltaire, de Teresa de Jesus, a santa de Ávila, ou de Jean Jacques Rousseau, de Sór Juana Inés de la Cruz ou do Marquês de Beccaria penetrou no bojo das criaturas humanas e fez desmoronar as masmorras da ignorância ou construiu-as na emoção de muitos, assinalando profundamente cada época.

Graças a Goethe através de Os sofrimentos do jovem Werther, induziu ao suicídio inúmeros adolescentes frustrados afetivamente que se identificavam com o drama da infeliz personagem, sulcando vidas com amargura. O mesmo aconteceu com Tolstoi, no seu Anna Karenina, de que se arrependeria dolorosamente mais tarde...

No entanto, noutros momentos desencarcerou milhões de vidas quando se apresentou como fonte geradora de esperanças no formato de Obras espirituais em todas as culturas, culminando em O Novo Testamento, que retrata o maior momento da História.

Apesar da missão sublime de que se encontra investido, nem sempre aqueles que o escrevem dão-se conta da sua significação e objetivo.

Por isso, no livro espírita encontramos a mensagem de vida eterna desvestida de sortilégios e dogmatismos, refletindo a transparente claridade da Vida exuberante.

Foi Allan Kardec quem o brindou com eloqüente entusiasmo e imbatível coragem, lutando contra os preconceitos e as paixões servis ao apresentar em Paris, em 1857, o Espiritismo, despido de sofismas e silogismos, das complexidades de sistema e dos conflitos de escolas filosóficas através de O Livro dos Espíritos hoje patrimônio da Humanidade.

Contendo as questões mais palpitantes do pensamento histórico analisadas pelos Imortais, é síntese de sabedoria em todos os sentidos, que as conquistas da ciência contemporânea vêm confirmando a cada dia.

Escrito com clareza meridiana e acessível aos diferentes níveis culturais, tem resistido às revoluções das diversas ideologias sem sofrer qualquer prejuízo de conteúdo ou de forma, transcorridos cento e quarenta e quatro anos quase após a sua publicação.

Base de sustentação da Doutrina Espírita, desdobra-se em outros que são fundamentais para a compreensão do ser, do destino, da dor, dos objetivos essenciais, quais sejam: O Livro dos MédiunsO Evangelho segundo o Espiritismo,O Céu e o Inferno e A Gênese em incomparável harmonia entre a ciência, a filosofia e a religião, unindo a razão ao sentimento, a ética à moral, o pensamento à emoção, como ninguém dantes o conseguira.

Graças a esse conjunto estrutural, desdobra-se em novos livros de orientação e consolo, de esclarecimento e debate, de informações valiosas e de revelações incomuns, dignificando a vida e todos os seres que habitam a Terra, por elucidar que o processo evolutivo é inestancável, a todos facultando a glória da plenitude.

Por essas razões, exaltamos o livro espírita, nele encontrando Jesus descrucificado e libertado dos mitos com que O ocultaram através dos tempos, retornando ao planeta, a fim de erguê-lo na escala dos mundos e impulsioná-lo no rumo do Pai.
Vianna de Carvalho 
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, na noite de 24 de janeiro de 2001, em Salvador, Bahia.
Esta mensagem poderá ser acessada na origem através do endereço:

 
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=77


quinta-feira, 9 de junho de 2016

Terrorismo de natureza mediúnica

Terrorismo de natureza mediúnica

       
Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito,  quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.
De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.
As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino,  conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.
Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no

dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita
Nacional, em Calpe, Espanha.
Em 09.04.2012.

A mensagem também poderá ser lida na fonte, através do endereço:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=279

quarta-feira, 1 de junho de 2016

AS FESTAS DE JUNHO


AS FESTAS DE JUNHO



Maria Helena Marcon




Com o mês de junho, chegam as comemorações festivas que envolvem, normalmente, Escolas, Clubes e, chegam, à conta de novidade, até as Casas Espíritas.



São as chamadas festas juninas, que iniciam no dia 13 de junho, dia de Antônio de Pádua, alcança o dia 24, festividade alusiva a João, o Batista e culmina a 29 do mesmo mês, com a festa a Pedro, o Apóstolo, em conformidade com o calendário católico.



Alerta-nos o Espírito André Luiz, pela psicografia de Waldo Vieira, no opúsculo Conduta Espírita que ao espírita compete dispensar sempre as fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso, recordando ainda que o espírita não se prende a exterioridades.



Evocando, em rápido giro histórico, as origens das ditas festas, que têm no fogo o seu elemento mais representativo, vamos encontrá-las relacionadas às celebrações do solstício do verão na Europa e com os cultos devidos aos deuses da fecundação. Com ritos de fogo, comemorava-se a aproximação das colheitas, ao mesmo tempo em que se pedia aos deuses a proteção contra o demônio da peste, esterilidade e estiagem.



Todos os antigos povos da Terra celebravam, em meados de junho, os fogos em honra do Sol. Eram sempre dias festivos, quando os seres humanos cantavam hinos de louvor e faziam os seus pedidos. As pessoas jovens e crianças dançavam em volta das fogueiras, enquanto os mais velhos cantavam em coro canções de agradecimento.



Ainda não existiam os fogos de artifício mas as fogueiras representavam uma obrigação e tradição nas comemorações das festas juninas. Costumeiramente altas, elas serviam como termômetro para que os adivinhos pudessem dizer do tempo que faria durante o outono, a época das colheitas. Conforme a direção que o vento soprasse a fumaça das enormes fogueiras, o tempo futuro seria propício ou não para a boa colheita.


A Igreja, em determinado momento, decidiu por associar tais festejos aos seus feriados em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, passando a constarem do seu calendário.



No Brasil, as festividades juninas vieram juntamente com os portugueses e espanhóis católicos e sofreram influências também dos africanos, em especial dos moradores das Ilhas dos Açores, que incluíram muito de folclore nas comemorações religiosas de então.



Com as tradições europeias, as festas juninas assumiram algumas características próprias, no território nacional. Coincidentemente, nesta época do ano, as pinhas maduras dos pinheiros brasileiros deixam cair ao chão o pinhão, pronto para ser consumido. Isso foi aliado, ainda, à época da colheita da batata-doce, do milho e outros artigos que são consumidos ao redor das fogueiras.



O traje caipira e o casamento, tão comuns em qualquer festa junina, têm sua explicação. O primeiro, na tradição brasileira, copiando-se do caboclo o modo de vestir, andar e falar. Acrescentou-se a figura das sinhazinhas, numa rememoração aos dias das autênticas, que povoaram a História nacional, no auge dos engenhos e das fazendas, em dias não muito distantes.



A tradição do casamento vem de outros continentes, pois o mês de junho representava para os povos que emigraram para o nosso país, a abundância em época de início de colheita. Os pais podiam promover grandes festas nos casamentos, unindo os dois moços e homenageando, por sua vinculação ao Catolicismo, Santo Antônio, São João e São Pedro, com fogueiras, danças e outras características das festas juninas.



Entendendo que a Doutrina Espírita é eminentemente educativa e o templo Espírita é Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos, tais comemorações não devem adentrar-lhe a intimidade.



Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o mestre-escola tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromissos com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidade com a alma dos alunos.



Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas.

Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.



Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!







Bibliografia:

Franco, Divaldo Pereira. Crestomatia da Imortalidade. Por Espíritos diversos. Salvador: LEAL, cap. 21.