domingo, 28 de setembro de 2014

MORTES VIOLENTAS – O QUE ACONTECE COM OS ESPÍRITOS?



MORTES VIOLENTAS – O QUE ACONTECE COM OS ESPÍRITOS?

Ontem e hoje, conversando e/ou teclando com muitas pessoas via internet, algumas delas me questionaram o que  acontece com as pessoas que desencarnam com os seus corpos destroçados, como foi o caso  do  presidenciável Eduardo Campos e das demais pessoas que estavam no avião com ele?  Como chegam ao mundo espiritual?  Sentem, no outro lado da vida,  as dores dos ferimentos e das rupturas do corpo físico? Sentem também destroçados?
Aprendemos com os Benfeitores Espirituais, que a morte do corpo físico, quase sempre, nem é notada pelo espírito, tamanha é a naturalidade da passagem de um plano para o outro.
Isso significa que muitos espíritos desencarnam e levam muito tempo para descobrir, perceberem que já deixaram o corpo material.
Aprendemos, também, com a doutrina espírita, que quando reencarnado, o espírito dispõe de  dois corpos de manifestação: o corpo físico e o perispírito (corpo espiritual), sendo o segundo, o elo de ligação da alma e do corpo físico.
Isso significa que quando estamos em vigília, o espírito se vale do corpo físico e quando está desdobrado pelo sono ou quando desencarna, se vale do corpo espiritual para as suas manifestações e atividades.
Quando acontece da pessoa ir, aos poucos, perdendo a vitalidade para a vida física, ou seja, vai envelhecendo o corpo material, o espírito vai também desprendendo naturalmente desse corpo, até a sua total ruptura com ele. Assim sendo, muitas vezes, a morte poderá significar para o espírito a libertação de suas aflições da vida material.
Já quando o ser humano está em plena força física e desencarna, entra em um estado de perturbação, não entendendo o que está lhe acontecendo, vindo a ser ajudado pelos amigos espirituais e  familiares que utilizam-se de hospitais ou casas transitórias para atender em suas primeiras necessidades. Geralmente os Benfeitores mantém o espírito em sono profundo pelo tempo que esse precisar, até que ele possa saber ou perceber a sua nova condição.
Em casos de morte violenta, onde o corpo físico se destroça por completo, como foi o caso dos ocupantes do avião acidentado em Santos, na questão de número 162 de O Livro dos Espíritos, os Benfeitores afirmam que, pelo fato, do homem, não raro, conservar a consciência de si mesmo durante alguns minutos até que a vida orgânica se extingui completamente, quase sempre, a apreensão da morte lhe faz perder a consciência antes do momento do suplício. Ou seja, essa apreensão pode durar alguns minutos, segundos, e nada mais ser observado pelo espírito. Casos existem que, por merecimento, a pessoa entra em sono profundo antes mesmo da sua morte física e nada vê ou percebe dela. Só  no Mundo Espiritual irá saber do ocorrido e observar que, apesar de ter sido da forma que foi,  seu corpo espiritual está intacto, sem nenhum arranhão sequer.
Lembro-me de uma noite de psicografia  na Casa da Prece em Uberaba, quando Chico Xavier começou a ler as mensagens que chegaram por seu intermédio, uma me tocou profundamente. Tratava-se de um jovem ciclista de Santa Catarina, estudante de medicina, que numa manhã de sol, como de costume,  saiu para pedalar e foi bruscamente atropelado por um caminhão. Sua mãe imaginava que pelos destroços de seu corpo físico, ele sofria muito no Mundo Espiritual. Em sua carta ele afirmava e acalmava sua mãe dizendo apenas lembrar-se de sua apreensão quando observou a aproximação do caminhão e nada viu e sentiu do acidente. Dizia:
- Mãe acredite em mim, cheguei aqui sem nenhum arranhão sequer. Foi tudo muito rápido. Fui carinhosamente envolvido pela vovó que me levou para um abrigo confortador. Não sofra minha mãe querida, pois não sofri nada como a senhora imagina.
Os Benfeitores afirmam que a única morte que lesa o perispírito e faz o espírito sentir a dor daquilo que exterminou a vida do corpo físico, é a morte pelo suicídio. Não é castigo, trata-se apenas do inicio do processo  reeducativo que o espírito suicida precisará experimentar, para valorizar as suas existências corpóreas futuras, como instrumento de sua evolução.
Seja qual for o tipo de morte que uma pessoa tiver, a única coisa que o seu espírito precisará, é do conforto das preces e da aceitação daqueles que aqui ficaram. A morte só existe para o corpo físico porque o espírito é imortal. Deus não tem nenhum dos seus filhos morto. Confiemos  mais na nossa imortalidade, pois com ela tudo mudará em nós.



Ismael Batista da Silva é natural de Guaxupé, Minas Gerais, onde reside atualmente.  Aposentado, espírita de berço, trabalha como médium e coordenador de cursos doutrinários no Centro Espírita Nova Era - instituição frequentada pela sua família materna,  a começar por sua bisavó – vovó Chiquinha.
Residiu por 33 anos na cidade paulista de São José do Rio Pardo, onde dirigiu, por 10 anos, a Sociedade Beneficente Espírita Paulo de Tarso e o Asilo Lar de Jesus. Nessa cidade fundou e construiu a Fundação Espírita Dr. Bezerra de Menezes, entidade que atende inúmeras pessoas nas suas múltiplas necessidades.
Foi Presidente e Diretor Doutrinário de USEs – intermunicipal  e regional.  Fundou e atualmente preside o IDEG – Instituto de Divulgação Espírita de Guaxupé.
 

sábado, 20 de setembro de 2014

Sem adiamentos

Sem adiamentos

Filhos da alma:
Que Jesus nos abençoe!

Aqueles dias, assinalados pelo ódio e pela traição, pelo desbordar das paixões asselvajadas pelo crime e hediondez, eram as bases sobre as quais as forças conjugadas do Mal iam erigir o seu quartel de destruição do Bem.
Veio Jesus e gerou uma nova era centrada no amor.
Dezenove séculos depois, apresentavam-se as criaturas em condições quase equivalentes. É certo que, nesse ínterim, houve um grande desenvolvimento tecnológico e científico, e o progresso colocou fronteiras que se abriam para o futuro, mas as lutas eram tirânicas entre o materialismo e o espiritualismo.
Então veio Allan Kardec e, com a caridade exaltando o amor do Mestre, proporcionou à Ciência investigar em profundidade o ser humano, identificando-lhe a imortalidade, a comunicabilidade, a reencarnação do Espírito, que é indestrutível.
Cento e cinqüenta anos depois, as paisagens terrestres encontram-se sombreadas por crimes equivalentes aos referidos, que não ficaram apenas no passado, e o monstro da guerra espreita sorrateiro nos pontos cardeais do Planeta, aguardando o momento para apresentar-se destruidor, como se capaz fosse de eliminar o Bem, de destruir a Vida.
Neste momento, a Doutrina Espírita, sintetizando o pensamento de Cristo nas informações da sua grandiosa filosofia centrada na experiência dos fatos, apresenta a Era da Paz, proporcionando a visão otimista do futuro e oferecendo a alegria de viver a serviço do Bem.
Vivemos os momentos difíceis da grande transição terrestre. 
As dificuldades multiplicam-se e a cizânia homizia-se nos corações, procurando gerar divisionismos e partidos que entrem em conflagração com caráter destruidor. O ódio, disfarçado na indumentária da hipocrisia, assenhoreia-se das vidas, enquanto a insensatez estimula os instintos não superados, para que atirem a criatura humana no charco das paixões dissolventes onde pretendem afogá-la. 
Mas é neste momento grave que as luzes soberanas da verdade brilham no velador das consciências, conclamando-nos a todos, desencarnados e encarnados, a porfiar no bem até o fim. 
Não são fáceis as batalhas travadas no íntimo, mas Jesus não nos prometeu facilidades. Referiu-se mesmo à espada que deveria separar o bem do mal, destruir a iniqüidade para salvar o iníquo. 
Os desafios que se multiplicam constituem a grande prova através da qual nos recuperamos dos delitos graves contra nós mesmos, o nosso próximo, a sociedade, quando pervertemos a mensagem de amor inspirados pelos interesses vis a que nos afeiçoávamos.
Agora é o grande instante da decisão. Não há mais lugar para titubeios, para postergarmos a realização do ideal. 
Já compreendemos, juntos, que os denominados dois mundos são apenas um mundo em duas vibrações diferentes. Estão perfeitamente integrados no objetivo de construir um outro mundo melhor e fazer feliz a criatura humana.
Demo-nos as mãos, unidos, para que demonstremos que as nossas pequenas diferenças de opinião são insuficientes para superar a identificação dos nossos propósitos nos paradigmas doutrinários em que firmamos os ideais.
Demo-nos as mãos, para enfrentar a onda de homicídios legais nos disfarces do aborto, da eutanásia, do suicídio, da pena de morte que sempre buscam a legitimação, porque jamais serão morais. 
Empenhemo-nos por viver conforme as diretrizes austeras exaradas no Evangelho e atualizadas pelo Espiritismo. 
Jesus, meus filhos, encontra-se conduzindo a nau terrestre e a levará ao porto seguro que lhe está destinado. 
Disputemos a honra de fazer parte da sua tripulação, na condição de humildes colaboradores. Que o sejamos, porém, fiéis ao comando da Sua dúlcida voz. 
Não revidar mal por mal, não desperdiçar o tempo nas discussões infrutíferas das vaidades humanas, utilizar esse patrimônio na edificação do reino de Deus em nós mesmos, são as antigas-novas diretrizes que nos conduzirão ao destino que buscamos. 
Estes são dias tumultuosos! 
Se, de alguma forma, viveis as alegrias dos avanços do conhecimento científico e tecnológico, desfrutais das comodidades que proporcionam ao lado de centenas de milhões de Espíritos sofridos e anatematizados pela enfermidade, pela fome, pela dor, quase esquecidos, também são os dias de acender a luz do amor em vossos corações, para que o amor distenda as vossas mãos na direção deles, os filhos do calvário. Mas, não apenas deles, como também dos filhos do calvário no próprio lar, na Casa Espírita, na oficina de dignificação pelo trabalho, no grupo social... 
Em toda parte Jesus necessita de vós, para falar pela vossa boca, caminhar pelos vossos pés e agir através das vossas mãos. 
Exultai, se incompreendidos. Alegrai-vos, se acusados. Buscai sorrir, se caluniados ou esquecidos dos aplausos terrestres. 
As vossas condecorações serão as feridas cicatrizadas na alma que constituirão o passaporte divino para, depois da grave travessia, entrardes no grande lar em paz. 
Ide, pois, de retorno às vossas lides e amai. 
Levai Jesus convosco e vivei-O. 
Ensinai a todos a doutrina de libertação e dela fazei a vossa bússola. 
Na ampulheta das horas o tempo continua inexoravelmente sem tempo para adiamentos.
Vigiai orando e amai servindo.
Que o Senhor de bênçãos nos abençoe, filhos da alma, é a súplica que faz o servidor humílimo e paternal de sempre, 
Bezerra 
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco ao final da Reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, no dia 11 de novembro de 2007, em Brasília, DF.
Em 23.05.2008


Mensagem extraída do endereço:  http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=93

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A lição da escolha certa

ADILTON PUGLIESE
santospugliese@hotmail.com
Salvador, Bahia (Brasil)

A lição da escolha certa

“As coisas mais importantes da vida somente são valorizadas depois que passam ou se as perdem.” (Joanna de Ângelis – Vida Feliz)

O homem de todos os tempos, sobretudo dos dias modernos, tem concentrado a sua atenção em torno de inúmeras coisas que despertam o seu interesse.

Objetos e utensílios vários, muitos de avançada tecnologia, aguçam o seu desejo de posse, tudo fazendo para conquistá-los, no que se desgasta ou se deprime, quando não logra o êxito sonhado.
Há consideráveis registros de ocorrências envolvendo graves conflitos, especialmente entre familiares, na disputa de propriedades móveis e imóveis, bens semoventes e depósitos bancários, gerando, muitas vezes, litígios que conduzem os participantes na demanda jurídica a destilarem sentimentos de ódio e ressentimento, por se considerarem, as partes, cada uma merecedora do direito de domínio, jamais admitindo “divisão”, ou “renúncia”, ou “acordos”. Os que vencem essas batalhas no foro legal, saem delas, frequentemente, com acentuado desgaste emocional, a mente em desalinho, quando não descambam para a loucura aqueles derrotados na querela debatida em juízo.
Muito tem sofrido o homem que fixa os seus valores nas coisas transitórias do Mundo.
Alcançado pelo momento fatal de se despedir do corpo físico, através do fenômeno da morte, muitas vezes prematuramente, chega ao outro lado da vida portando superlativas aflições, cercado pelos fantasmas de seus desejos e aspirações menos dignas, que elegeu como metas importantes e legítimas, mantendo os seus ideais de dominação e  poder, que se esfumaçam, ante a realidade espiritual da sobrevivência.
Nesses instantes, o desespero e o arrependimento conduzem-no aos momentos de dor, que antecedem as reflexões e o “encontro com a Verdade”, de que nos falou o Mestre. E é nesse staccato que descobre as coisas mais importantes que foram desvalorizadas e negligenciadas.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, no capítulo XVI, Não se pode servir a Deus e a Mamon, insere uma mensagem de Blaise Pascal, obtida em Genebra em 1860. O grande matemático, físico, filósofo e escritor francês, desencarnado em 1662, numa Instrução dos Espíritos, intitulada A verdadeira propriedade, destaca que “O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então que ele possui? Nada do que é do uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo,  o que ninguém lhe pode arrebatar (...)”.   (1)
Narra o Evangelista Lucas que Jesus “estando em viagem, entrou numa aldeia” e, numa residência, é alvo da atenção especial de uma mulher chamada Maria, enquanto Marta, sua irmã, busca os afazeres domésticos para homenagear o hóspede inesperado. As duas irmãs, ante a presença do Cristo, fazem escolhas diferentes: Maria ouve a palavra do Mestre, “homenageia o Jesus espiritual. Sua figura importa mais do que tudo porque Ele transmite a palavra de Deus”. Ela não se preocupa com as atividades que atraem o interesse de Marta, a qual, “não percebendo a messianidade de Jesus” (2), reclama da atitude da irmã, censurando-a, recebendo do Rabi, em resposta, a lição da escolha certa: “–Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, que nunca lhe será tirada”. (3)  (destacamos)
Maria prefere ouvir a Voz do Amor, para aprender a amar-se e a amar os seus irmãos de Humanidade, e atingir a culminância do amor a Deus acima de todas as coisas.
O Espírito Joanna de Ângelis, em sua décima obra da Série Psicológica, Jesus e o Evangelho – à luz da Psicologia profunda -, psicografada pelo médium Divaldo Franco,  destaca que Jesus compreendia a finalidade superior da propriedade, por isso, valorizou-a, quando conviveu com os homens de bem e aqueles que possuíam recursos, estimulando-os porém, a buscarem o reino dos Céus, de que se haviam esquecido. (4)
A oportunidade reencarnatória é valiosa bênção para o nosso progresso espiritual. Durante a viagem terrestre busquemos valorizar as coisas mais importantes, a fim de não perdê-las.  

Referências bibliográficas: 
(1) Kardec, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo. 110. ed. Rio de Janeiro: FEB – 1995 -  pp. 260/261 
(2) Quéré, France. As mulheres do Evangelho. s/ed. São Paulo: Edições Paulinas – 1984 – p. 42 
(3)  Evangelho de Lucas – 10: 38 a 42 
(4) 1a. ed. Salvador/Ba.: LEAL – 2000 - p.145 

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Mensagem extraída de Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/141/adilton_pugliesi.html