sexta-feira, 30 de março de 2018

Sintonia com o bem ou com o mal? Quem decide?


Sintonia com o bem ou com o mal? Quem decide?

Todo ser humano é uma antena de transmissão e captação de ondas mentais.  A sintonia é por conta de cada um consciente ou inconscientemente, desde o mais ignorante até o mais sábio. E toda sintonia tem consequências no indivíduo, compatíveis com os pensamentos cultivados.

Como antena que capta e que transmite ondas mentais é influenciado tanto como influencia, e em ambas as situações tem responsabilidade. É participante do que advier positiva ou negativamente, em qualquer circunstância, tendo mérito ou demérito. O que surgir de bom trará paz e felicidade, porque sintoniza com a Lei Natural, servindo de lastro para outras realizações nobres, tudo que desencadear o mal, exigirá reparo, o que corresponde a sofrimento, vez que é frustrante ter que trabalhar assustadoramente para corrigir o que não precisaria ter ocorrido.

O que não se pode esquecer é que as consequências são a favor ou desfavor de seres espirituais, pois que, cada ser humano é um espírito, tanto agora no corpo físico como posteriormente fora dele, vive-se os dois planos de vida ao mesmo tempo. Todos são seres universais.

Existe o medo de um tal de inferno, que por muito tempo subsistiu como sendo um local, mas, que como se fosse um espaço geográfico, sem coordenadas macrocósmicas que o localizasse, portanto, simbológico, mas, que ultimamente até mesmo as religiões tradicionais vêm dizendo que não é bem assim, este inferno não existe, o que não é mais que a constatação da verdade.

A Doutrina Espírita que teve seu início com a publicação de O Livro dos Espíritos em 18.04.1857, quando o codificador Allan Kardec veio apresentar ao Mundo novos elementos elucidadores para muitos conceitos antigos, que eram condizentes com a origem na obscuridade do entendimento, que serviram para a condução da alma humana no seu estágio evolutivo mais grosseiro.

O que se denomina inferno, deixou de ser um local possivelmente geográfico, cultivado nas mentes das gerações passadas, para agora se entender um estágio mental, uma condição temporária da alma em sofrimento, pelas sintonias negativas a que se vinculou, pelo pensar que originou as ações que culminaram em dificuldades dolorosas, em relação a si mesma ou a outrem. É sentimento de culpa, é o remorso, é a cobrança da própria consciência, que pede reparo. O que pode ocorrer na própria existência em que ocorreu ou quando não é possível em existência próxima – vez que Deus permite renascer para reparar o que não ficou resolvido e adquirir novas experiências, o que se denomina reencarnação, retornar à carne muitas vezes, em corpo novo, como criança, para esquecer-se o passado e construir um futuro melhor para a alma.

No entanto, entre uma vida no corpo físico e retorno numa nova vida existe a vivência no campo espiritual – denominada erraticidade – o que poderá ser de anos, décadas ou séculos, sendo essa necessidade específica de cada espírito. A qualidade de vida na erraticidade corresponde ao estado de consciência que o indivíduo leva da sua última existência, se era de perturbação continuará perturbado, se era feliz, permanecerá feliz.

A vida nessa fase espiritual, que é a vida normal de toda criatura humana, pois, o objetivo é que todos alcancem o estágio de desmaterialização – quando o indivíduo alcançou estágio muito elevado de Inteligência e moral, estando livre da necessidade da reencarnação, alcançando a escala de Espírito Puro. O exemplo grandioso é Jesus, o Cristo, que veio envergar um corpo físico para dar impulso à evolução da humanidade da Terra, e não por sua necessidade, foi uma missão Divina.

Nessa fase espiritual, a criatura também cresce em todos os sentidos, procura solução para os seus problemas de consciência, estuda desde as coisas básicas até as mais complexas, trabalha em seu favor e também dos outros -- inclusive dos seus amores que ficaram e ou reentraram na vida do corpo físico --, se especializa, encontra apoio para a superação de suas dificuldades.  No momento próprio, retornará à liça no mundo material num planejamento suficiente para sedimentar em si mesma os valores acolhidos no mundo espiritual, reparar na convivência com os credores do passado o que estava pendente diante da Lei Natural, pois ela está grafada na própria consciência, e ninguém se livrará dessa contingência se ela não for saldada junto a quem se deve ou através da caridade ("esta que cobre uma multidão de pecados", conforme ensina o apóstolo Pedro, 1-Pedro, 4-8), pois nem sempre será possível encontrar os nossos credores pelos caminhos do Mundo.

A sintonia com o bem ou com o mal é escolha pessoal, geralmente escolher o mal é buscar a satisfação da vaidade, do orgulho e do egoísmo pelo caminho mais imediato, mais fácil; a sintonia com o bem geralmente é penoso, exige renúncia e sacrifício dos próprios interesses.  O inferno é construção voluntária do mal que fere a própria consciência.

                                                             Dorival da Silva