quinta-feira, 1 de junho de 2017

Quem herdará a Terra, qual Terra?

Quem herdará a Terra, qual Terra?

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Mateus 5:5)

O Planeta Terra, conquanto de constituição maravilhosa, apesar do maltrato que recebe, as exigências exuberantes para a produção de sustentação de infindáveis gerações e para absorver a violência provocadas pelo homem também nas muitas gerações, perdurará por tempo sem conta, conquanto seja finita. Um dia terá cumprida todas as suas finalidades para que foi criada, extinguindo-se as suas forças, cessando suas atividades tal como qualquer outro organismo vivo, apagando-se definitivamente, voltando seus elementos à condição de elementos simples que integrarão outros corpos no Universo. Assim, quem herdará a Terra, qual Terra?

A bem-aventurança poetizada por Jesus estaria sem sentido? Ele trouxe ao Mundo somente verdades. Nem tudo foi possível encontrar o devido entendimento nos corações dos homens nos milênios transcorridos, em conta a persistência da fé cega, da comodidade emocional oferecida pelos dogmas que se tornaram uma barreira quase intransponível para libertação da fé, que precisa ser livre e dinâmica.

A verdade espiritual é definitiva, permanecerá para sempre, então não se poderá herdar a Terra conhecida, que é finita, não poderia sustentar o que é imperecível.

Jesus não tratou de heranças materiais, seria contrassenso, sendo que veio para mostrar o caminho para se salvar da materialidade da vida, objetivando que todos alcancem a plenitude espiritual, a pureza de Espírito.

O Senhor, que esforço ingente fez para trazer a mensagem salvadora da Humanidade e tirar o homem do apego, do terra a terra, que se voltando para Deus pudesse conscientizar-se de que é um ser perfectível e se faz necessário tomar as rédeas da vida crescendo em inteligência e moral, vez que são atributos do espírito e não da matéria.

Falta à Humanidade a compreensão de que o elemento Terra é uma atividade meio, com a finalidade precípua de proporcionar ao homem recursos de experiências, que geram necessidades de manutenção da constituição física, que exige conforto, facilidades, impulsionando a inteligência e esta levando o homem a desenvolver outras necessidades. O homem depende da relação inter-humana, facilitando a comunicação e a ocorrência de entendimento para se suprir as carências que não podem ser supridas pela própria competência, gerando natural permuta de gêneros e serviços, científicos, tecnológicos, industriais e comerciais, colaborando com o exercício da urbanidade entre os povos.

O estágio evolutivo atual do homem não permite a invasão pela força dos limites territoriais de terceiros para se buscar o necessário à sua subsistência, faz-se indispensável as transações com equilíbrio, pois, todos dependem de todos. Assim acontece com as Nações e dentro de suas fronteiras ocorre com as partes, e, no varejo, pessoa a pessoa, que além de se atenderem, desenvolvem os sentimentos: de respeito, honestidade, reconhecimento, dignidade... Que junto com a inteligência formam o patrimônio essencial da alma humana.

Essas duas asas, figura utilizada pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel, para falar da necessidade de se crescer em inteligência e moral, para alçar voo aos altiplanos celestes.  Moral é a soma dos sentimentos nobres cultivados que constituem patrimônio permanente do espírito humano.  Sempre o homem no corpo físico ou fora dele agirá de acordo com a sua inteligência e os sentimentos que lhe pertencem.

Assim, com um entendimento mais elastecido, pode-se compreender que Jesus no verso que recitou: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”, não se referia ao Planeta Terra, mas ao terreno espiritual de cada indivíduo, onde a lavra do aprimoramento é bastante difícil, sendo a sua conquista a própria herança dos verdadeiros Cristãos. Os mansos são os que alcançaram a plenitude, a pureza espiritual, não necessitam mais retornar à matéria. Não existe conquista maior que a de não se precisar de nada. A verdadeira riqueza é a ausência de necessidades.

Jesus, O Cristo, mestre dos mestres...

                                                        Dorival da Silva