quarta-feira, 24 de maio de 2023

Matar a morte

                                                       “Matar a morte” 

No livro Terapêutica de Emergência, psicografia de Divaldo Franco, consta uma página do espírito Marcelo Ribeiro, que trata da divulgação da Doutrina Espírita — “Hora da divulgação”, capítulo 42, sendo que no último parágrafo de sua mensagem utiliza a expressão “mata a morte”, que transcrevo: “E porque este é o momento da renovação espiritual da Humanidade, que se encontra exaurida por dores superlativas, também é a hora da divulgação, consciente e nobre, da Doutrina, que ”mata a morte” e alonga a vida, elucidando os enigmas complexos da existência carnal com acenos seguros de felicidade à vista.”  

A expressão em referência me lembrou dos diálogos frequentes mantidos nas reuniões mediúnicas de esclarecimento a Espíritos que estão num estado de dúvida, que não compreendem bem a sua situação, por dizerem que estão mortos, com argumentos distintos consoante a religião que professavam, ou conforme a concepção que acolheram como certa no transcorrer da existência da vida do corpo.   

A divulgação dos ensinamentos da Doutrina Espírita solucionaria para os que se interessassem no seu estudo muitos sofrimentos, vez que desde agora vão naturalmente compreendendo o que vem depois da morte. Porque não é o ser pensante que morre, é apenas o seu invólucro de carne. Sendo que deixando a vivência habitual desta existência, há uma continuidade da vida, mas sem a indumentária conhecida, embora, para o Espírito, a aparência pela qual está acostumado a se manifestar neste meio social praticamente não sofre mudança substancial, até mesmo que grande parte dos manifestantes não notam diferença. 

Como ensina o Espiritismo, o Espírito tem um envoltório fluídico, que é semimaterial, que toma todas as características dos hábitos da vida, como a roupa de costume, os sapatos, óculos, os demais adereços de usos, considerando bengala, cachimbo, cigarro e tudo que era de preferência do indivíduo. As necessidades dos usos se tornam mais prementes conforme eram a intensidade de importância dispensada quando na vida do corpo. Uma das razões do desapego das coisas materiais facilitar o retorno à vida espiritual.  

Dentre as dificuldades existentes para àqueles que nenhum conhecimento tem da vida espiritual é não perceber o campo de vida da espiritualidade, pois apenas percebem o que estava acostumado, e continua vivendo fora do corpo, como se na vida que se encerrou continuasse, às vezes com as suas necessidades, como a fome, a sede, o frio…  

Alguns dizem que a família não dá mais atenção para eles, que não trazem mais o medicamento, que não colocam o seu prato na mesa, que ninguém os ouve… Não perceberam ainda que estão no outro lado da vida.  

Os socorristas espirituais e os Espíritos seus parentes procuram despertá-los, mas não conseguem, vai levar tempo até que haja um despertamento para a percepção da espiritualidade. Quando há possibilidade de encaminhar um ou outro à reunião mediúnica de uma Casa Espírita, o seu contato com um médium facilita o despertamento, com o chamado “choque anímico”, que é o envolvimento de seu corpo fluídico com o do médium, proporcionando-lhe abrir a visão e percepção do mundo espiritual. Até esse ponto, pode haver muito sofrimento, quando não, ser explorado por Espíritos maldosos. A oração pelos mortos, nossos familiares ou não é muito importante, pode favorecer o seu despertamento, nesse caso.  

Aquelas pessoas mais espiritualizadas, mesmo que não espíritas, muitas vezes percebem seus parentes desencarnados ainda antes de findar a vida do corpo, tendo pré-ciência do mundo espiritual. Os laços fluídicos que prendem a alma ao corpo carnal ficam menos resistentes, em função da idade avançada ou da fraqueza orgânica em razão de doença de longo curso, permitindo a expansão do seu perispírito, o que lhe proporciona ver, ouvir e até conversar com os espíritos que lhe estão prestando assistência. Perispírito é o nome dado por Allan Kardec para o corpo fluídico do Espírito.  

Estudar a Doutrina Espírita é encontrar a grande finalidade de estarmos todos transitando pelo corpo de carne, que é exigente e cheio de necessidades. O propósito maior é o crescimento espiritual, é fazer luz na alma, como ensina Jesus: "Resplandeça a vossa luz." (Mateus, 5:16).  

Matar a morte é o entendimento da vida sem fim. Saber que para o Espírito, que todos somos, não existe morte, o corpo é como uma vestimenta temporária, que tem a sua utilidade em nos ajudar neste mecanismo Divino de evolução.  

  O conhecimento Doutrinário Espírita nos permite entender as razões por que estamos na Terra e nos abre compreensão da vida espiritual que a todos aguarda.  

Jesus, lecionou: "Compreendereis a verdade e a verdade vos libertará." - (João, 8:32) 

Ele, o Senhor, no terceiro dia após a morte do corpo, voltou para comprovar a continuidade da vida, agora em novo corpo, em corpo espiritual. Essa passagem do Evangelho já não seria suficiente para "matar a morte" e nos dar a compreensão da perenidade da vida espiritual? 

  A Doutrina Espírita vem para nos dar luzes de entendimentos em muitos setores da vida, principalmente além desta vida, na verdade, é uma grande Ciência que merece ser estudada com seriedade. Ela nos liberta e nos consola diante da jornada evolutiva.  

Estudemos e divulguemos a Doutrina dos Espíritos, ajudaremos a muitos e neutralizaremos muitos sofrimentos.  

Dorival da Silva. 


Nota: Todas as obras básicas das Doutrina Espírita poderão ser consultadas através do endereço:

Kardecpedia - Estude as obras de Allan Kardec