quinta-feira, 16 de maio de 2019

Democracia de si mesmo. É possível?


Democracia de si mesmo. É possível?

Como regra corrente, “democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo”. Nós, os seres humanos, somos países de um único habitante, onde podemos exercer todos os nossos direitos, sem o incômodo de compartilhar decisão, vez que nesse governo não tem concorrentes. É verdade?

Certamente gostaríamos que assim a banda tocasse.

Quando no caminho evolutivo somos muito ignorantes, sendo que os medos, a insegurança e os conflitos são os grandes concorrentes, gerando perturbação nesse país de um só.  Uma confusão de quereres, de não quereres, ora avança ora retrocede em suas ações. A dúvida sobrepõe, como nuvem escura, a clareza das ideias que desejam se estabelecer e florir. É luta de si consigo mesmo.

Existe o direito, no entanto, o seu exercício, chama o dever.  Antes de se pensar no gozo do direito o dever existia, em silêncio aguardava que o exercesse, mas foi lembrado quando se quis o direito. O direito é uma conquista do dever cumprido, então precisa vir depois. Primeiro se cumpre com o dever e o direito estará resguardado, assim é nesse país de si mesmo.

Para esse governo ter clareza, se faz imprescindível conhecer esse tal país de si mesmo, quem o conhece o suficiente para governá-lo com segurança, objetivando a melhor produção. O progresso de qualquer país depende da quantidade e da qualidade de sua produção nos diversos setores da vida. Relembremos alguns setores dessa economia: Saúde, educação, segurança, inteligência, sentimento, moral, discernimento, respeito, religiosidade, ainda, existem outros; depois todos se subdividem em especialidades, numa tessitura de sintonia fina.

Quem governa esse pais? Qual o regime de governo? E os recursos que permitem a produção e as conquistas?

Precisamos conhecer esse governante; ele se confunde com o próprio país, conquanto seja independente e livre, apesar de sofrer uma vinculação temporária com a parte visível para os demais países, como qualquer governo. Conquanto exteriormente se expresse com parte pequena de sua produção, assim mesmo, é possível avaliar a qualidade e a sua capacidade de governar.

Quem exerce a governança tem nome, é conhecido como: Alma, espírito, "persona", eu...  Muitos nomes, muitas denominações.  Ele possui um território com área estabelecida, que se apresenta com altura, peso e limites. O governante tem halo vinculante, com as mesmas características da parte visível, que se desprende sem desvirtuar nenhuma das qualidades do país conhecido, quando materialmente este fica incapaz e perde a vitalidade.

Sobre os recursos que utiliza para a produção, são comuns a todos os países: a vontade, o objetivo, a ação, a persistência.
As conquistas são a Inteligência, o equilíbrio emocional, as virtudes, a lucidez, enfim, o cumprimento do dever, que lhe proporciona a paz e a felicidade.

Desvitalizada a sua terra, não sendo mais perceptível para os demais países, como o governante goza as suas conquistas? Para quem mostra os seus valores?

O governante deixando o vínculo material, pois tudo o que é matéria é finito, fica o essencial, que é permanente, como uma herança que não se perde, e se estabelece em estância vibracional compatível com o patrimônio conquistado. A quantidade e a qualidade desse patrimônio irão dizer de seu governante, pois é ele mesmo, estão nele, não há como se enganar, todos os demais saberão, mesmo que não queira mostrar. O Governador tem pleno conhecimento do que fez e do que deixou de fazer, traz a paz e a felicidade, se o dever foi cumprido; caso contrário, sobrarão a frustração, o arrependimento, a amargura.

Findou-se tudo? Não será possível ampliar o que foi conquistado? Como ficam aqueles que faliram?  Nem para um, nem para os outros a trajetória cessou, vez que a meta é a perfeição, que ainda se encontre distante. Então, o gestor procura novo país, em época diferente, novamente mergulha em terra nova, com todas as experiências adquiridas para, outra vez, mais experiente, governar, se governando, visando enriquecer o seu patrimônio, sabendo da regra democrática de cumprir primeiramente o dever, garantindo consequentemente os direitos. Esgotados os recursos do país, analisa-se os resultados, a recompensa é conhecida: paz e felicidades, ou não.

Caminhar é preciso, recapitular é necessário, reconhecer-se é imprescindível.

Todos os países, com essa trajetória, necessariamente, grandes conquistas terão, o lugar de todos, o Mundo, em paz estará.

Para quem mostrar os seus valores? Para aqueles que alcançaram a sublimação da vida, os seus valores fazem parte da pureza de sua consciência. O país, aqui, é a sua própria obra.

Democracia...
                                                                                        Dorival da Silva.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

A inexplicável persistência do ateísmo

Especial


por Anselmo Ferreira Vasconcelos


A inexplicável persistência do ateísmo
Entre tantas façanhas produzidas pelo telescópio Hubble, algumas merecem especial destaque. Refiro-me a dez imagens absolutamente impressionantes. São fotos simplesmente exuberantes, isto é, verdadeiras obras-primas esculpidas em pleno cosmos por um excepcional artista celestial: Deus. Nelas podemos perceber um pouco da grandeza do Criador manifestada nos contornos e cores da Galáxia do Sombrero, que dista 28 milhões de anos-luz da Terra, e é dotada de uma aparência de tirar o fôlego (a propósito, ela abriga 800 bilhões de sóis e possui um diâmetro de 50.000 anos-luz)da Nebulosa da Formiga, essencialmente composta de uma nuvem de poeira cósmica e gás, distante da nossa Galáxia, e da Terra, entre 3.000 a 6.000 anos-luz; da Nebulosa Esquimó, que se assemelha a um rosto circundado por chapéu ou gorro enrugado, ou seja, um anel formado por estruturas ou restos desagregados de estrelas mortas, e distante aproximadamente 5.000 anos-luz do nosso planeta; da Nebulosa Olho de Gato, que tem uma aparência de olho esbugalhado tal qual a do feiticeiro Sauron do filme O Senhor dos Anéis; da Nebulosa Ampulheta, distante 8.000 anos-luz, e que apresenta um singular estrangulamento no meio devido aos ventos que a modelam; da estonteante Nebulosa do Cone, que possui 2,5 anos-luz de comprimento, o equivalente a 23 milhões de voltas ao redor da Lua; da Tempestade Perfeita, isto é, uma pequena região da Nebulosa do Cisne, distante 5.500 anos-luz (composta de um oceano de hidrogênio, bem como de pequenas quantidades de oxigênio, enxofre e outros elementos); da Noite Estrelada, assim denominada por recordar o famoso quadro de Van Gogh; do enigmático redemoinho de olhos “furiosos”, isto é, duas galáxias que literalmente se fundem (chamadas NGC 2207 e IC 2163), distantes 114 milhões de anos-luz na longínqua Constelação do Cão Maior; e, por fim, da Nebulosa Trifid, um maravilhoso “berçário estelar”, situado a 9.000 anos-luz da Terra, e local onde nascem as novas estrelas (Fonte: https://fla.st/2ZJuhXP -Acessado em 25 dez.2018.) 
Apesar de tão expressivas obras cósmicas, há um contingente considerável de criaturas humanas que duvidam da existência de um poder maior que rege todo o universo: são os ateus que ainda se fazem presentes na Terra. As estatísticas indicam que há cerca de749,2 milhões (11% da população mundial) deles em nosso orbe. Eles representam 85% da população da Suécia, 81% do Vietnã, 80% da Dinamarca, 72% da Noruega, 65% do Japão, 61% da República Checa, 60% da Finlândia, 54% da França e 52% da Coreia do Sul.
Os países com maior número absoluto de ateus são: China (181,8 milhões), Japão (82 milhões), Rússia (69 milhões), Vietnã (66 milhões), Alemanha (40 milhões), França (32 milhões), EUA (26,8 milhões), Inglaterra (26,5 milhões) e Coreia do Sul (25 milhões). Cumpre destacar que 8% dos brasileiros são ateus, agnósticos e sem religião. Em termos de sexo, os ateus se subdividem em 56% homens e 44% mulheres. Na área científica estima-se que ao redor de 10% assim se denomine.
Outro dado surpreendente foi revelado por um estudo conduzido pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa do Espaço Experiência FAMECOS/PUCRS de 2015, denominado Ideias e Aspirações do Jovem Brasileiro sobre Conceitos de Família. O trabalho focou em 1.500 jovens, sendo 82,5% da amostra situada na faixa etária de 18 a 24 anos e 17,5% de 25 a 34 anos. A pesquisa trouxe a lume que 19,3% declararam-se ateus e 6,2% agnósticos, isto é, mais de 1/4 não consegue desenvolver uma noção elementar de Deus em suas vidas. A propósito, escrevo sobre esse assunto porque recentemente conversei com uma jovem – bacharel em Biologia pela USP – que me confidenciou ser ateia. Disse-me com toda a clareza possível que sentia ser alvo de preconceito em relação à sua opinião. De minha parte, admito ter ficado perplexo a priori por descobrir uma pessoa que tenha estudado essa área do saber, e não ter conseguido vislumbrar a “mão de Deus” permeando a natureza.
Recobrando-me rapidamente do choque inicial, busquei argumentar aludindo aos perceptíveis sinais divinos que a tudo abrange. Não fui bem sucedido, pois encontrei intransponível barreira por parte da minha interlocutora. Indaguei-lhe se havia tido educação religiosa na infância, e ela confirmou-me positivamente. Perguntei-lhe ainda se havia lido a obra A Gênese, de Allan Kardec, que apresenta um riquíssimo tratado sobre a divindade, entre outros assuntos, e ela também fez gesto afirmativo. Posto isto, só sobrou-me inquiri-la se algum conteúdo havia tocado nas fímbrias do seu ser. Para minha decepção, ela negou taxativamente qualquer aproveitamento. Na verdade, insinuou que eu pretendia convencê-la. Eu, mais do que depressa, informei-a de que, em matéria de fé, nós é que nos convencemos.
Senti-me compelido a falar-lhe sobre Jesus, a sua luminosa obra, os seus milagres, a visão do Tabor, as aparições logo após a sua morte traiçoeira, o crescimento exponencial do movimento cristão etc. Todavia, percebi indisfarçáveis sinais de desdém da parte da moça. Diante do quadro de radicalismo por mim divisado, assim como a inutilidade de qualquer discussão, compreendi que, infelizmente, não havia mais nada a fazer... Lamentei profundamente ainda existirem na face da Terra seres humanos que sequer conseguem sentir a presença de Deus em seus corações e inteligência. Além de não terem capacidade para explicar os cruciais fenômenos da vida, negam veementemente a existência de uma força superior. Por isso, orei fervorosamente pela garota que ainda não descobriu Deus.
Imaginei as duríssimas experiências que ela enfrentará nessa amarga fase de turbulência planetária, com as suas duras expiações coletivas e individuais, sem uma fé, sem uma crença, sem uma luz interior para confortá-la nas horas de dor e desespero. Pobres de espírito, penso eu, são as criaturas que se fecham cabalmente aos apelos do mais alto à razão. Infelizes são os que se opõem sistematicamente aos raios do amor universal.
Na verdade, melhor seria se aceitassem a sensata recomendação do filósofo espírita J. Herculano Pires, aduzidas no livro Libertação Espiritual:
“O homem deve conter-se nos limites de si mesmo, cuidar das suas imperfeições, melhorar-se. Basta-lhe saber que Deus existe, e que é justo e bom. Disso ele não pode duvidar, porque ‘pela obra se reconhece o obreiro’, a própria natureza atesta a existência de Deus, sua própria consciência lhe diz que ele existe, e a lei geral da evolução comprova a sua justiça e a sua bondade. [...]”.
Com efeito, se há algo que nunca faltou à humanidade foi o envio de missionários divinos atestando a existência de Deus. A bem da verdade, nunca fomos abandonados pelo Criador; Deus sempre nos supriu com o seu infinito amor. Como corretamente destacou o Espírito Emmanuel, no livro A Caminho da Luz(psicografia de Francisco Cândido Xavier), “Todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres”.
O sábio mentor recorda igualmente que:
 “O grande legislador dos hebreus trouxera a determinação de Jesus, com respeito à simplificação das fórmulas iniciáticas, para compreensão geral do povo; a missão de Moisés foi tornar acessíveis ao sentimento popular as grandes lições que os demais iniciados eram compelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes figuras da antiguidade, destaca-se o seu vulto como o primeiro a rasgar a cortina que pesa sobre os mais elevados conhecimentos, filtrando a luz da verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo”.
Avançando ainda mais na elucidação do assunto, Emmanuel propõe que:
“O Nirvana, examinado em suas expressões mais profundas, deve ser considerado como a união permanente da alma com Deus, finalidade de todos os caminhos evolutivos; nunca, porém, como sinônimo de imperturbável quietude ou beatifica realização do não ser. A vida é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. Sua manutenção depende da atividade de todos os mundos e de todos os seres. Cada individualidade, na prova, como na redenção, como na glória divina, tem uma função definida de trabalho e elevação dos seus próprios valores. Os que aprenderam os bens da vida e quantos os ensinam com amor, multiplicam na Terra e nos Céus os dons infinitos de Deus”.
Assim sendo, Emmanuel leva-nos, por fim, a concluir que “Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça”.
Allan Kardec, por sua vez, revela na obra de sua autoria acima mencionada (Capítulo II), com muita acuidade, que “[...] Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras.
O codificador do Espiritismo inferiu em sem seus estudos que:
“[...] A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, creem instintivamente na existência de um poder sobre-humano. Eles veem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um ente superior à humanidade. Não demonstram raciocinar com mais lógica do que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas?”
Kardec observa, com plena razão, que:
 “[...] Para compreender Deus, ainda nos falta o sentido, que só se adquire com a completa depuração do Espírito. Mas se o homem não pode penetrar a essência de Deus, pode ter como premissa a sua existência. O homem pode, então, pela razão chegar a conhecer-lhe os atributos necessários e concluir que esses atributos só podem ser divinos, deduzindo daí quem é Deus”.
Graças ao hercúleo esforço do codificador somos informados que Deus é a expressão da suprema inteligência; é eterno; é imutável; é imaterial; é onipotente; é soberanamente justo e bom; é infinitamente perfeito; e é único. Os argumentos coligidos por Kardec são tão eloquentes que somos naturalmente conduzidos a concluir que “É assim que, comprovada pelas suas obras a existência de Deus, por simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam”.
E aí reside a questão-chave arrolada por Kardec: dedução lógica. Como nós, espíritos impuros e imperfeitos, queremos ter a pretensão de ter acesso direto ao Criador? Normalmente, o cético, na sua arrogância peculiar, cogita esse direito, sem considerar, entretanto, as premissas necessárias para tal, isto é, a conquista intransferível da fé e o seu próprio desenvolvimento espiritual.
Ademais, o ateu, na sua incomensurável ignorância, não consegue conceber que “... a natureza inteira está mergulhada no fluido divino. [...]”, como destaca Kardec. O Espírito Emmanuel pondera, com absoluta razão, em Caminho, Verdade e Vida (também psicografado por Francisco Cândido Xavier) que “Quem não consegue crer em Deus está doente. [...]”. Mais ainda: “O homem nada pode sem Deus”. Por isso, creio que só indivíduos altamente presunçosos e insipientes não sentem Deus. Viver divorciado de Deus é caminhar sem direção. Em paralelo, até a limitada ciência humana hodierna já é capaz de conceber Deus como um dos stakeholders. Posto isto, adverte Emmanuel que “No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família que se compõe de irmãos” (Capítulo 20). Para ele, “A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus” (Capítulo 21).
O iluminado mentor espiritual ensina que: “Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa” (Capítulo 26). Concomitantemente, Emmanuel esclarece que “O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens. [...]” (Capítulo 42). Recorrendo uma vez mais à lógica, ele propõe que “Deus é o Criador Eterno cujos desígnios permanecem insondáveis a nós outros. Pelo seu amor desvelado criam-se todos os seres, por sua sabedoria movem-se os mundos no Ilimitado” (Capítulo 54). Desse modo, não podemos, por meio dos nossos restritos sentidos e conhecimentos, definir ou delinear algo tão acima de nós. Especialmente nós que estamos nos primeiros degraus do pensamento transcendental.
Certamente teremos muitas revelações no momento apropriado... De qualquer maneira, Emmanuel comenta também (Capítulo 61) que:
 “Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus. Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de ‘capitalista’ e ‘operário’ estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo”.
Portanto, descobrir Deus é dever e missão de cada ser inteligente. É o primeiro grande passo na senda do Espírito imortal. Reencontrá-lo dentro de nós talvez seja a nossa maior conquista, pois através dela outras importantes serão obtidas no tempo devido. Achar Deus é se iluminar. Além disso, ninguém consegue conhecer a si mesmo sem a ajuda do Criador. Negá-lo, por outro lado, é sinal de desinteligência e profundo atraso espiritual. Como bem explica J. Herculano Pires, na referida obra acima destacada:
 “A negação de Deus é, para o espiritismo, como a negação do sol. O ateu, o descrente, não é um condenado, um pecador irremissível, mas um cego, cujos olhos podem ser abertos, e realmente o serão. Porque Deus é necessariamente existente, segundo o princípio cartesiano. Nada se pode entender sem Deus. Ele é o centro e a razão de ser de tudo quanto existe. Tirar Deus do Universo é como tirar o sol do nosso sistema. Simples absurdo”.
Desse modo, portanto, só nos resta concluir que a persistência do ateísmo na Terra, em pleno terceiro milênio da era cristã, deve-se apenas e tão somente ao inexplicável descaso de certos humanos que se fecham à luz da sabedoria universal.

Está página foi extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano13/618/especial.html

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Prece em seu lar

Prece em seu lar 

Você sabe como o bafio pestilento que vem dos pântanos consegue desaparecer com as rajadas do vento perfumado dos prados e jardins.
  
Você já pode observar o modo como a sombra noturna fica desfeita sob a ação da luz solar a cada manhã. 

Você conhece os fenômenos da natureza por meio dos quais a rocha é cortada pelo filete d’água permanente, que passeia sobre o seu corpo pétreo, ou como ela é lixada, pouco a pouco, pelos ventos pacientes que vêm e que vão.  

Dentro desses enforques, podemos meditar sobre o efeito dos pensamentos elevados, quando agem sobre as incontáveis ocorrências da existência.  

Nas atividades do lar, não são poucos os dias de penumbra ou de sombra intensa motivados pelos temperamentos exasperados, irascíveis, odientos, ou por mil e uma tormentas que invadem a vivência da família, que podem até provir de motivos externos ao grupo doméstico, mas que o apanham no lance da surpresa.  

Não são poucos os corações endurecidos, os sentimentos rochosos de almas demarcadas por muitas frustrações, por profundas amarguras ou decepções alimentadas que se converteram em seres empedernidos que oscilam da indiferença à crueldade no seio da família. 

Os problemas variados somam-se a variadas bênçãos que todos, quase sem exceção, costumam viver dentro dos lares, sem atinar muitas vezes quanto aos caminhos que lhes permitam romper a teia das dificuldades.  

Introduza a prece em casa, caso essa providência ainda não tenha sido tomada. A prece em casa é como a brisa leve, dúlcida e perfumada, desfazendo fétidos que se insinuam aqui ou ali. 

A vibração da mente que ora tem o poder de iluminar consciências, de clarear discernimento, trazendo solução para diversos problemas de difíceis aparências. 

Quem ora no lar vai, aos poucos, sensibilizando as almas de todos, mesmo aquelas que, aborrecidas consigo mesmas, desforram na vida e nos outros, como se todos devessem suportar seus impulsos venenosos ou suas posturas de chumbo. 

Você que costuma ter cuidados com a qualidade dos alimentos de uso familiar, que se esmera em oferecer o melhor aos de casa, em todos os sentidos, não deverá esquecer ou menosprezar a eloquente contribuição da prece como aroma inebriante que desponta no jardim do lar, ou como medicação formidável frente às enfermidades morais em curso.   

Reúna quem se disponha, sem nenhuma pressão que não seja a fraterna persuasão, e de maneira descontraída, como quem se prepara para receber um querido e íntimo amigo, ore. Abra o coração e deixe que sua pulsação sensibilizada chegue à boca. Agradeça as alegrias e tristezas do dia vivido ou por viver, caso você ore à tarde, à noite ou pela manhã.  

Abra uma pequena página, seja de O Novo Testamento, onde se acham os fatos e feitos de Jesus, seja de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde encontramos os ensinamentos da moral de Jesus sob a visão de luminosos Mentores da vida planetária, ou de qualquer outro trabalho inspirado nas leis de Deus, sobre a felicidade humana. Leia um pequeno trecho que lhe permita fácil entendimento, rápidos comentários que lhe atestem a utilidade para todos.  Banhe a alma nessas mensagens felizes e conclua esses momentos de sublime evocação das bênçãos divinas dirigindo ao Senhor a sua gratidão.
  
Evite utilizar esses instantes renovadores para “puxar orelhas” dos afetos, ou para fazer “sermões” despropositados e cansativos, ou, ainda, para o excesso de recitações que simulam preces, mas que são falatórios ditados por forte ansiedade de contar com privilégios indevidos, diante da imparcialidade das leis de Deus. 
Estabeleça um comentário fraterno em torno das lições lidas, no qual quem quiser possa colaborar, sem constrangimento, até porque todos sabem onde os calos lhes doem e onde as orientações de Jesus lhes servem às íntimas necessidades. 

Se for do seu interesse, para maior aproveitamento do ensejo, disponha sobre um móvel qualquer um vaso com água para uso individual ou de todos, após a oração, guardando a certeza da atuação benfazeja da prece sobre ela e da colaboração invisível dos Mensageiros Celestes que virão em atendimento a sua busca. 

Instale esse regime de prece em seu lar, e, enquanto em toda parte a desordem perturbe, o crime negreje e a dor faça sucumbir, junto a você e aos seus, pela ação da prece, tudo se torne construção da harmonia, cultivo da virtude e explosão de esperança. Ao longo dos dias você experimentará os resultados venturosos da sua iniciativa.  

                                                                   Joanes 
                                               (Psicografia de J. Raul Teixeira) 


  O Evangelho no lar 

O EVANGELHO NO LAR é a reunião fraterna dos componentes do lar, sob o amparo de Jesus.

Maneira de realizar o EVANGELHO NO LAR: 

Reunir os componentes do lar uma vez por semana, em dia e hora pré-           determinados; 
Iniciar com uma prece simples e espontânea; 
  •     Ler um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, 
  • comentando-o de forma acessível;  
  •  Em desejando, pode-se completar a leitura com outras obras espíritas, como por exemplo livros de mensagens psicografadas        pelos médiuns Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco        ou J. Raul Teixeira; 
  •     Em havendo crianças, quando presentes, aproveitá-las para fazer    uma prece, declamar uma pequena poesia ou ler um pequeno            trecho evangélico; 
  •     Encerrar com prece de agradecimento, rogando pela paz no            Mundo, pelas criaturas carentes de toda sorte, pelas pessoas com      quem temos dificuldades de ajustamento, pelo incentivo e                proteção dos trabalhadores do Bem e da Verdade, por nós                  próprios.  

Lembretes: 
  • A duração não deve ultrapassar uma hora; 
  • Cautelar-se para não transformar a reunião em trabalho mediúnico; a mediunidade e a assistência espiritual devem ser atendidas em Sociedade Espírita idônea; 
  • Não suspender a reunião em virtude de visitas ou eventos adiáveis. As visitas podem participar da reunião.  


A mensagem e as orientações para a realização do Evangelho no Lar foram retiradas do folheto informativo da FEP-Federação Espírita do Paraná, Al. Cabral, 300 – 80410-210 – Curitiba, PR, fone: 41 3223-6174, feparana.com.br, momento.com.br, mundoespirita.com.br, fep@feparana.com.br, livraria@mundoespirita.com.br.