quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

LEVANTEMO-NOS

LEVANTEMO-NOS

       “Levantai-vos, vamo-nos daqui.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 14, versículo 31.) 

Antes de retirar-se para as orações supremas no Horto, falou Jesus aos discípulos longamente, esclarecendo o sentido profundo de sua exemplificação.

Relacionando seus pensamentos sublimes, fez o formoso convite inserto no Evangelho de João: — “Levantai-vos, vamo-nos daqui.”

O apelo é altamente significativo.

Ao toque de erguer-se, o homem do mundo costuma procurar o movimento das vitórias fáceis, atirando-se à luta sequioso de supremacia ou trocando de domicilio, na expectativa de melhoria efêmera.

Com Jesus, entretanto, ocorreu o contrário.

Levantou-se para ser dilacerado, logo após, pelo gesto de Judas. Distanciou-se do local em que se achava a fim de alcançar, pouco depois, a flagelação e a morte.

Naturalmente partiu para o glorioso destino de reencontro com o Pai, mas precisamos destacar as escalas da viagem...

Ergueu-se e saiu, em busca da glória suprema. As estações de marcha são eminentemente educativas: — Getsêmani, o Cárcere, o Pretório, a Via Dolorosa, o Calvário, a Cruz constituem pontos de observação muito interessantes, mormente na atualidade, que apresenta inúmeros cristãos aguardando a possibilidade da viagem sobre as almofadas de luxo do menor esforço.

Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, psicografada por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 84.

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Reflexão:  A vinda do Espírito ao Mundo material é para facilitar o aprendizado espiritual, a educação do Espírito. Essa educação não ocorre sem a reflexão, sem a apreensão, sem o julgamento de si mesmo, sem a travessia das limitações, e a comprovação do que é capaz. É certo que a marcha educativa que Jesus vivenciou para demonstrar o caminho a percorrer por todas as almas para se livrarem do jugo da matéria foi superlativa, não é que Ele precisasse para se salvar de alguma mazela, porque nada O prendia, por ser Espírito perfeito, totalmente desmaterializado. Era o Mestre que apresentava a lição na sua inteireza, fazia coar do plano infinito, que não era perceptível para o homem de carne – possivelmente não seria até os dias atuais -, a aula viva, num brevíssimo espaço de tempo, para ficar nos registros da Humanidade e ecoasse por todos os tempos em todos os recantos da Terra.

É ilusão esperar uma ascese espiritual acomodadamente, apenas aguardando que líderes religiosos, filosóficos... venham  solucionar os problemas individuais, no campo da fé e na tão referida “salvação”. Salvação do quê? Salvação de quem?

Palavras ditas e escritas podem dar orientação e motivação, no entanto, a caminhada é de cada um, “Levantai-vos, vamo-nos daqui.”.  Jesus convidou que levantassem e fossem para os seus compromissos. Como Ele foi para os seus, que não eram tarefas quaisquer. Eram exemplos vivos daquilo que o homem deveria aprender para também encontrar a plenitude da vida. Sem sombra de dúvida, na proporcionalidade de sua força moral, a lição não pode ser maior que a condição do aluno.

A coloração da lição de Jesus foi intensa para que o conteúdo permanecesse no tempo, não caísse no esquecimento, que pudesse ser recobrada a qualquer hora.

Como referenda o Espírito Emmanuel, no texto inicialmente posto, que: “(...) mormente na atualidade, que apresenta inúmeros cristãos aguardando a possibilidade da viagem sobre as almofadas de luxo do menor esforço.” Visto que a exemplificação do Mestre está presente e intensa como na sua origem, e prestando atenção à observação inserida no início deste parágrafo, não é difícil acolher ao convite: “Levantemo-nos”.  

Dorival da silva