domingo, 8 de dezembro de 2019

Educação no Lar


Educação no Lar

Cada dia a violência torna-se mais constante e perversa, atingindo índices insuportáveis. Todo o sentido ético da existência humana vem desaparecendo para dar lugar à agressividade, ao desrespeito aos códigos do dever e do respeito que nos devemos todos uns aos outros. As estatísticas sobre o comportamento primitivo são alarmantes, inclusive, na intimidade doméstica, na qual não vigem a consideração nem a compreensão entre pais e filhos, irmãos e demais membros da família.

O feminicídio covarde assusta e a cada dia aumenta na razão direta em que se avolumam os desequilíbrios de toda ordem, inclusive, de natureza sexual, que se fazem naturais na sociedade. A mulher, quase sempre desrespeitada, vem sofrendo tratamento incompatível com os princípios da cultura e da civilização.

Nas escolas confundem-se as más condutas de alguns mestres despreparados para o mister, assim como de alunos deseducados e cínicos que se agridem reciprocamente, assim como aos professores, especialmente femininos.

A desordem reina de maneira assustadora e as pessoas estão praticamente armadas umas contra as outras, demonstrando nas feições carrancudas os tormentos íntimos que as afligem e descaracterizam.

Sem dúvida, vivemos momentos muito graves na infeliz civilização dos nossos dias, nos quais o amor e a honra perderam o significado, estimulando os valores insensatos do aventureirismo.

Há uma necessidade urgente de reorganizar-se o lar, de voltar-se para os costumes retos e as famílias equilibradas, reconstruindo-se o ninho doméstico e tornando-o essencial para uma existência feliz.

Narra-se que oportunamente o jovem Edison entregou à genitora uma carta que o seu professor encaminhara-lhe. Indagada sobre o conteúdo, ela explicou ao filho que se tratava de uma informação na qual o professor explicava-lhe ser necessário que ela mesma educasse e instruísse o filho, por ser ele portador de inteligência brilhante e de muitos valores morais que necessitavam ser trabalhados.

Edison, o criador da lâmpada elétrica entre outros notáveis descobrimentos, sensibilizou o mundo e o deslumbrou com as suas conquistas. Após a desencarnação da mãezinha, dispôs-se a arrumar papéis e outros objetos, havendo reencontrado a carta em uma gaveta. Abriu-a e leu-a.

Tomado de surpresa, constatou que a carta dizia exatamente o contrário do que a sua mãe lera: Seu filho é um doente mental e não tem condições de frequentar a escola. Assim cancelamos sua matrícula.

A nobreza dessa senhora incomum transformara o diamante bruto em estrela luminosa que clareia o mundo até hoje.

Ninguém mais nem melhor do que os pais para serem os primeiros educadores, porque o lar é a primeira escola, no qual se corrigem as heranças morais negativas, as tendências nefastas, as paixões primitivas e mediante os exemplos de amor e de treinamento para o bem são desenvolvidos os sentimentos morais que jazem adormecidos.

O ser humano está fadado a conquistar as estrelas, mas necessita muito antes de autoiluminar-se, conhecendo as imensas possibilidades espirituais e morais que lhe jazem adormecidas no imo do ser.

Na convivência doméstica caldeiam-se as paixões que se transformam em fontes de bênçãos e de plenitude.
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 28.11.2019.
Em 29.11.2019.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Natal de Jesus


Natal de Jesus



O Natal é grande celebração para aquele que estabeleceu em si a mensagem do homenageado.


As sementes lançadas pelo Mensageiro Divino precisam encontrar terreno cultivado na alma daquele que busca homenageá-lo.


Não se faz necessário atropelo, a homenagem é o estado de alma elevado de valores morais, de equilíbrio, de harmonia e de riquezas dos esforços para vencer-se. 


Essa celebração não tem nenhuma conotação com tudo o que se vê no Mundo, nem local reservado, nem prataria, nem vestimentas de luxo, nem taças brilhantes, nem presentes -- mesmo os mais belos --, nem promessa...


Ela se dá no silêncio, na simplicidade, na síntese da alma que comunga a grandeza do Senhor homenageado.


Com a vinda de Jesus para a Terra condensaram-se em gotas as verdades imutáveis de Deus, deixando as pegadas da Boa Nova para todos os tempos. 


A compreensão para muitos se faz tardia, arrastam-se pelas ofertas propostas pelos portentosos do Mundo. 


São os brilhos, os compromissos que atazanam por muito tempo, preço de satisfações imediatas, que não duram mais que um dia, na ilusão de Natal que ansiosamente esperam.


Jesus aguarda homenagem de verdade, dispensa todas as que são propostas pelo Mundo, aquelas que estão lá fora em todas as partes.


Somente a chama da alma, a luz própria, que o Mundo não pode ver, porque não a conhece, é capaz de alçar a gratidão envolta nos valores da alma.  A que se fez terreno suficientemente capaz de acolher as sementes lançadas pelo Mensageiro de Deus, cultivá-las sem desvirtuamento, produzindo os melhores frutos. 


As luzes estão nessas Almas, que verdadeiramente celebram o Natal de Jesus, o Cristo.  



Dorival da Silva

sábado, 23 de novembro de 2019

Gentileza e Paz


Gentileza e Paz

À medida que a criatura humana vem desenvolvendo as suas nobres funções intelecto-morais, libera-se dos instintos agressivos e adquire valores que engrandecem a vida, dando-lhe sentido e significado.

Periodicamente, porém, surgem momentos difíceis no crescimento histórico da sociedade, quando nuvens escuras geram situações lamentáveis de incompreensões e disputas, nas quais o ego predomina, facultando que as paixões inferiores apenas adormecidas assomem e agridem-se os indivíduos, uns aos outros.

Estamos vivendo um desses períodos sombrios, no qual prevalecem a insensatez e o ódio, com incidentes de conduta primitiva que deveria estar superada.

Questões sociopsicológicas necessitadas de orientação e equilíbrio dividem as criaturas e atiram-nas, furibundas, em batalhas de anarquia, destruição e crimes de todo porte.

Conquistas grandiosas do pensamento que foram logradas em milênios de sacrifícios, quando idealistas fizeram-se mártires em benefício do mundo melhor, são desprezadas e vergonhosamente exaltadas as lutas de classes, de raças, de condutas, de desconsideração pelo ético e pelo bem, num vergonhoso retrocesso cultural e moral.

Indivíduos que constituem o mesmo clã, os mesmos esforços de dignificação, separam-se e promovem combates contínuos de rancor e desforço numa lamentável demonstração de primarismo evolutivo.

Os primeiros sinais dessa postura adversária do progresso manifestam-se nas carrancas do semblante e na arbitrariedade do comportamento.

Alucinados pelos desejos asselvajados, desejam permitir-se tudo sem respeito aos outros e às leis estabelecidas que contestam, e a sociedade como um todo retorna aos mecanismos da sobrevivência apoiados no velho refrão cada um por si e nada para os demais.

Apesar da situação deplorável, surgem nos movimentos da violência e da soberba as expressões insuperáveis da gentileza prenunciadora da paz. Erguem-se pessoas simples ou enobrecidas que não se permitem perder a dignidade no caos que predomina, preservando os valores da civilização e do direito.

São esses apóstolos do bem que mantêm as tradições da honra e do dever, sempre dispostos a construir a felicidade onde se encontram, assim como em favor de todos aqueles que a necessitam. Nesse báratro assustador preserva a gentileza nos teus gestos e nos relacionamentos, porque o ser humano está destinado às estrelas, que alcançará quando superar o primarismo do qual se originou.

Todos, afinal de contas, anelamos pela paz e pelo progresso. Comecemos nos pequenos gestos de cortesia e de afabilidade… Não reajamos com grosseria ao mal, nem nos detenhamos no exame das imperfeições alheias, orientando sempre a conduta que dignifica.

Gentileza sempre!

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, Coluna Opinião, em 14.11.2019.
Em 20.11.2019.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A Ciência do Perdão

A Ciência do Perdão 

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?  Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. (Mateus, 18:21) 

Jesus aceitou que o chamassem Mestre, porque Mestre Ele era. “Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. (João, 13:13)”.  
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Antes da existência do Planeta Terra Jesus já era Jesus, O Cristo. Jesus é membro da Comunidade dos Espíritos Puros, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida em todas as coletividades planetárias; esses Espíritos Puros são eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, conforme se retira da obra: A Caminho da Luz, no capítulo I, A Gênese planetária, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.  

Localizamos Jesus no tempo em relação à Terra, para fazermos uma reflexão sobre a lição do perdão, porque da sua importância, e porque Jesus a ensinou com ênfase. 

Não é difícil de intuir que Jesus, na sua condição de Espírito Puro, conhecia todas as Ciências (estamos usando o verbo no passado para situar o Seu momento na Terra), no entanto, aquele momento não permitia que ampliasse esclarecimentos sobre os temas que ensinava, em conta a inexistência nas línguas de palavras que pudessem traduzir o que se pretendia ensinar. As Ciências do Mundo eram rudimentares, o povo em sua maioria não tinha instrução escolar, eram das lides agropecuárias e comerciais aprendidas por tradição, assim também eram as culturas dos povos 

O Senhor precisava utilizar dos meios disponíveis, dos costumes, das atividades, e dos saberes do povo para fixar pontuações científicas, que, embora a compreensão era a possível, mas apresentava os seus efeitos, no entanto, seria compreendida com os avanços da Ciência, apresentando entendimento mais profundo, em benefício de todos os Espíritos ligados ao Planeta Terra.  

Com o advento da Doutrina Espírita, que se embasa no tripé: Ciência, Filosofia e Religião, proporcionou para o Mundo uma abertura grandiosa no entendimento da mensagem de Jesus, porque utiliza dos conhecimentos que estão disponíveis no seu tempo, além da ampliação feita por diversos trabalhos espirituais através das obras psicografadas que ajudam na iluminação das mentes no Mundo. 

E o perdão?  É um antídoto aos sofrimentos. Como? Todo ser humano encarnado ou desencarnado é uma usina de forças. Forças guiadas pelo pensamento e na intensidade da vontade. Têm a qualidade proporcionada na sua nascente. Se de ódio e desejo de vingança é projetil com endereço certo. Se são originadas de corações persistente no mal, que se combatem, formam uma corrente de força indestrutível, até que pelo menos uma das partes venha a perdoar, dando fim à conexão danosa.  

O indivíduo que carrega o ódio, o desejo de vingança, mesmo que não alcance o seu alvo com as vibrações morbíficas, faz mal terrível a si mesmo, acumulando vibrações compatíveis à sua vontade que lhe corroem a alma, com o passar do tempo, a persistir, causa-lhe reflexos na sua organização física que se desequilibra, em conta o seu estado emocional negativo, causando problemas digestivos, AVC, infarto e até desenvolve o câncer de várias etiologias.  

Caso alcance o seu objetivo em relação ao seu desafeto, porque àquele sem encontra na mesma faixa de vibração, mesmo que o atingido não tenha consciência desse estado de agressividade contra si, causa-lhe sensação de mal-estar, dor de cabeça, insônia, desenvolve doença emocional e outras. 

Quando o desejo de vingança é muito persistente e não se cogita o perdão, pode passar de uma vida e ter continuidade em outra. Ocorrendo a desencarnação de pessoa com esse sentimento, com muita frequência continua com seu intento, causando graves dissabores ao que está encarnado, perturbando de diversas formas, vez que se encontra livre da matéria e ainda encontra outros espíritos que se comprazem com vinganças somando forças para isso. 

Pensando nessa situação, a recomendação de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; (...). - Mateus, 26:41”, é bastante significativa porque não nos permite irmos para uma frequência vibratória baixa, onde os inimigos gratuitos sejam encarnados ou desencarnados estabeleçam o seu império, vez que estamos atentos sobre a qualidade de nossas ações e hábitos, mantendo-nos numa frequência vibratória melhor, secundada pela oração, que fluir de alma enobrecida pelo bem que realiza 

Perdoar é o antídoto excelente, porque é como a vacina que impede que a doença terrível se instale num organismo vivo, que pode levá-lo a grande sofrimento e até mesmo à morte.  O perdão neutraliza na origem os males que poderiam ultrapassar os tempos prejudicando os envolvidos, com as consequências negativas de grande gravidade, atrasando irremediavelmente a evolução desses Espíritos em estágio deplorável, exigindo trabalho e tempo para se corrigir e sanar a dívida que se tornou grande diante da Lei Divina, vez que tudo o que é cultivado se desenvolve e dá frutos, e se nasce de uma ação má os frutos terão a mesma qualidade. 
  
Assim nascem as guerras, que tiveram desentendimento de líderes, que se somaram aos seus pares, tomando-se suas partes de interesses, alimentando a desavença e motivando forças negativas para a agressão, a forra, descambando para a crua vingança entre  desafetos que nem se conhecem, no entanto, se entrelaçam despoticamente pelas vias materiais e mais ainda pelas vias vibratórias, gerando sofrimentos de grande monta para todos que estão no seu raio de alcance. 

Quanto o Planeta Terra poderia ter se adiantado se conhecêssemos as leis que regem o pensamento, a vontade; se soubéssemos como funcionam as leis vibratórias espirituais; sendo que somos nós mesmos que as produzimos com as nossas intenções. 

Quantas guerras que causaram destruições e infelicidades poderiam ter sido evitadas se observássemos a lição do perdão ensinada por Jesus, O Cristo, que nos pede para perdoar as ofensas, não somente sete vezes, mas setenta vezes sete vezes, cada erro de nosso irmão; não sendo difícil de deduzir que é sempre. 

A mesma força produzida pelas desavenças, ódios e vinganças que causam o mal, o sofrimento, o endividamento moral, o ressarcimento difícil e demorado, o arrastamento às misérias de toda ordem, é a mesma proporcionada pelo exercício do bem, da caridade, que eleva o ser, que faz a felicidade, a harmonia e a paz. A questão é de qual mente, de qual coração nasce tal força. A qualidade corresponde a sua origem, tanto que Jesus ensina: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.”  - Mateus, 7:17.    

Como o Espírito humano tem a liberdade de agir, o livre-arbítrio, experimenta os efeitos de suas escolhas sorvendo as consequências, dando conta de seus feitos, sabendo que o mal sempre exigirá justificativa, o bem sempre proporcionará a harmonia, a paz e a felicidade, porque é a sua finalidade, é a comunhão da criatura com o Criador de Todas as Coisas, que permite ao Espírito desenvolver o mal e sofrer suas consequências para conhecer o bem, conquanto ninguém é obrigado realizar o mal, é uma questão própria do estado de ignorância do Espírito.  

Jesus é o Mestre dos Mestres, o Médico dos Médicos, o mais perfeito exemplo que temos na Terra, suas palavras têm a base de todas as Ciências, fundadas na essência de todas as coisas, o Amor que vem de Deus e se instala nos corações que O buscam.  

Perdão! Uma grande ciência para se alcançar a paz e a felicidade.  
                                       
                                                             Dorival da Silva