quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Influência Espiritual, Obsessão Simples, Fascinação, Subjugação e Possessão



                O admirável orador e estudioso espírita Doutor Alberto Almeida faz uma importante diferenciação entre a influência espiritual e a obsessão simples propriamente dita.

Segundo Doutor Alberto Almeida, a influência espiritual é o contato fluídico negativo ou a presença espiritual de entidade sofredora, perturbada e perturbadora, que ocorre com frequência em nosso dia-a-dia em contatos sociais e tarefas diárias. Tal influência básica costuma durar, por exemplo, 5, 6, ou 12 horas. É causada, por exemplo, por um encontro inesperado com um amigo que sofre algumas influências espirituais negativas e não está muito bem espiritualmente ou pela visita a uma banca de jornal que não está com uma psicosfera elevada. É possível, inclusive, sentir o impacto físico destas influências, através, por exemplo, de dores de cabeça e bocejos, entre outros sintomas, se tivermos um mínimo de sensibilidade mediúnica.

Desta forma, a influência mediúnica básica tende a ser mais facilmente controlada por todos aqueles que cultivam a oração, a leitura evangélica diária, o evangelho no lar, a frequência à casa espírita (ou a uma casa de oração que apresenta uma mensagem de significativo valor espiritual), etc. Os centros espíritas têm barreiras vibratórias, que são mais ou menos intensas e rigorosas em seu processo seletivo de Espíritos ingressantes, dependendo da qualidade espiritual e do mérito do trabalho espírita do grupo ali reunido. Assim, Espíritos que estão “acompanhando” companheiros que chegam para uma reunião pública no centro espírita, por exemplo, podem ser afastados, frequentemente, logo na chegada destes irmãos ao centro. E se, por qualquer motivo, for permitido que ele entre na casa para acompanhar a reunião, provavelmente será orientado e a influência será eliminada.

O caso da obsessão simples é mais complexo, pois seja pelos vícios em comum, pelo desejo de vingança ou pela afinidade vibratória, associados sempre a um vazio existencial e/ou monoideia, o Espírito já gerou um acoplamento perispírito-a-perispírito de alta intensidade de aderência fluídica, tornando-se difícil, portanto, de ser erradicado. Essa simbiose espiritual mais profundamente instalada, usualmente, requer um tratamento espiritual assíduo e bem mais longo do que uma, duas ou três reuniões, as quais, em alguns casos, são suficientes para a eliminação da influência espiritual básica. Na obsessão simples, muitas vezes faz-se necessário uma série de medidas, tais como o reconhecimento do problema, uma mudança consistente de atitudes morais, esforço diário no evangelho no lar, transformação moral de toda a família, entre outros.

A fascinação é quando o obsediado não se reconhece como tal. Acredita-se iluminado. Crê que suas ideias estão sempre corretas. Muitas vezes pensa que só ele está certo e que todos os outros estão completamente errados em variados assuntos. Está, usualmente, associada ao orgulho e/ou à vaidade de variadas nuances, com especial destaque para a vaidade intelectual, muitas vezes envolvendo a área religiosa. De fato, frequentemente, a fascinado admite que somente Espíritos de escol o influenciem. É um caso muito complicado para ser tratado, pois todos aqueles que tentam “abrir” os olhos do fascinado são considerados por este como pessoas ignorantes ou como os verdadeiros obsediados. Foi considerada por Allan Kardec como sendo mais difícil de ser tratada do que as mais graves subjugações, pois o fato de se reconhecer doente e necessitado de ajuda espiritual é fundamental para a resolução do problema. No caso do fascinado, ele se considera um gênio (portanto, muito mais inteligente do que os outros) e/ou grande missionário e/ou verdadeiro mentor espiritual encarnado. Não é trivial, portanto, identificar seus pontos negativos para tentar melhorá-los já que, para o fascinado, esses aspectos negativos não existem.

Os casos de subjugação constituem casos muito graves de obsessão, os quais frequentemente geram consequências físicas facilmente identificáveis. O domínio do Espírito obsessor sobre os pensamentos, sentimentos, falas e ações do obsediado é explícito e mesmo quem não tem conhecimento doutrinário pode admitir a hipótese de causa espiritual em função da extravagância dos fenômenos.  Tais casos podem gerar a chamada “transfiguração”, ou seja, uma mudança da expressão facial do encarnado (obsediado), tamanha é a intensidade do acoplamento perispírito-a-perispírito. O tratamento destes casos normalmente é muito lento e gradual exigindo grande paciência do enfermo, da família e dos trabalhadores da casa espírita.

Possessão foi uma palavra que Allan Kardec rejeitou no início da Codificação. Essa rejeição tinha dois motivos principais. O primeiro é que tal termo estava muito associado às crenças de possessão demoníaca e como o Espiritismo não aceita a existência do chamado “Demônio”, poderia ser um conceito muito deturpado e negativo, do ponto de vista didático, em relação ao objetivo de divulgação dos verdadeiros postulados doutrinários. O segundo é que Kardec considerava que nunca um Espírito poderia “possuir” totalmente o corpo de outra pessoa, por mais que a influenciasse intensamente. Desta forma, o termo novamente sugeria um significado diferente do que acontecia realmente. Entretanto, já nos últimos livros da Codificação, Kardec percebe que existiam alguns casos de subjugação tão graves, tão intensos, nos quais o Espírito encarnado (o “dono” do corpo) era quase que completamente deslocado do corpo (desdobramento parcial da consciência), que ficava sob um domínio de grandes proporções do(s) obsessor(es). Este tipo de obsessão impressionou de tal maneira o Codificador e, de certa forma, mostrou-se tão mais grave do que as subjugações (que já são muito graves!), que Allan Kardec passa a utilizar o termo para os casos mais intensos de subjugação, nos quais as consequências espirituais, perispirituais e físicas são extremamente nocivas para o obsediado. É claro que o tratamento destes enfermos é tarefa altamente complexa, requisitando grupos amadurecidos doutrinária e espiritualmente para que os mesmos consigam conduzir a bom termo tratamentos frequentemente de longo e longuíssimo prazo.

Leonardo Marmo Moreira

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Músicas nas Instituições Espíritas



Pergunta: O que você tem a dizer, à luz da fidelidade espírita, sobre o fato de músicas do contexto doutrinário católico e outros serem trazidas para o meio espírita?
Resposta: Eu tenho encontrado, nos últimos tempos, essa preocupação e me alegra, porque antes a gente engolia tudo sem nenhum questionamento. Felizmente, já existem pessoas questionando!...
Sempre que possível, mantenhamos as bases da nossa Doutrina.
Não há necessidade de adotarmos evocações de outras crenças para o Espiritismo. Há músicas que foram criadas no catolicismo, mas a mensagem é universal. Nenhum problema! Há músicas que são cantadas e foram criadas no ambiente protestante que igualmente são universais. Não têm nenhuma ideia catequética, doutrinária, mas há outras que têm! Trazem mensagens que não são da Doutrina Espírita. Portanto, sempre que possível incentivemos aos espíritas, principalmente aos jovens que componham as músicas, que façam as letras...
Estimulemos os torneios de jovens. Por exemplo: vamos estudar a reencarnação em nosso seminário com a juventude; e, numa segunda parte, abrimos uma atividade lúdica, ou seja: um grupo para fazer poesia sobre a reencarnação, outro para compor música temática sobre a reencarnação, outros vão criar peças teatrais com textos, esquetes, sobre reencarnação, para nós podermos mobilizar o poder criativo dos nossos jovens, das nossas crianças, dos nossos adultos. E aí aquele grupo que fez a letra se junta com a turma que fez a música, tenta encaixar... E no final da atividade nós vamos ter surpresas agradabilíssimas! Muita coisa boa sai daí... Nossos jovens cantarão a música e a letra que eles próprios produziram.
Há algum tempo, eu tive ensejo de ter contato espiritual com o Espírito Sebastião Lasneau, que desencarnou em 1969. Ele era de Barra do Piraí, no sul do Estado do Rio de Janeiro. Era um poeta de mão cheia! Repentista... Mas o Lasneau gostava muito de fazer paródias: ele pegava uma música conhecida e colocava uma letra evangélica numa composição dele.
Nesse contato espiritual,  nos disse o Benfeitor quanto tempo perdeu, quando podia ter incentivado a outros espíritas de sua época a compor e a fazer letras... Mas ele não teve essa habilidade. Achava bonita determinada música, colocava letra evangélica...
Só que quando cantamos uma paródia, a tendência é ficarmos nos lembrando da letra original.
Sebastião Lasneau tem uma paródia muito conhecida que ele fez com a música Recuerdos del YpacaraiContam que Jesus, certo dia, andou junto ao lago azul de Genesaré... Eu canto isso, desde o meu tempo de mocidade, mas estou no Paraguai! Eu estou vendo o lago azul de Ypacarai... Não tem jeito! As pessoas estão cantando uma coisa bonita, mas o inconsciente está buscando a letra original. Até porque, muitas vezes, a palavraespírita não dá a rima musical devida, e a original dava, então a gente muda para a original. Quer dizer: esse tipo de coisa deve-se evitar.
As músicas de hoje são muito sensuais.Coloca-se uma letra evangélica, mas a original nos remete a outras propostas... E estaremos derramando, no ambiente espírita, essa outra proposta...
Noutra cidade , o povo cantou, também num evento, uma música que era o plágio de um jingle da cerveja Brahma e, no final, todo mundo cantando de mão para trás, segurando uma mão recortada em cartolina. Levei um susto quando todo mundo botou a mão recortada em cartolina para a frente, onde se lia  a frase:Porque Jesus é o número 1! Era o jingleda Brahma!
De modo que vejo sempre com muita preocupação o que as pessoas, os espíritas, trabalham para criar. Quando se vê e ouve letra e música de João Cabete, (eu conheci Cabete encarnado) era ele que escrevia as letras que compunham as músicas lindíssimas, com motivação espiritual e maduras.
Há certas letras cantadas no meio espírita (criadas por espíritas) que são chatas, feias, melosas e mentirosas! Ora, vamos fazer uma letra que nos impulsione, que nos anime, que nos dê essa energia de viver o Bem, de viver a esperança...
A minha turma fala em amor o tempo todo: amor, amor, amor...amor... amor...AMOR! Igualzinho a Roberto Carlos!Mas, e a contextualização desse amor? Está baseado em quê?
Vamos fazer uma letra que se goste de cantar, pela sua coerência, pela sua beleza! Daí, vamos ter cuidado com músicas que venham de outros credos e que carreguem a marca desse credo.
Como o povo está cantando hoje nos Centros Espíritas!
Músicas populares, dos compositores populares, vai-se podando o que vai chegando em termos de novidade musical.
A turma está cantando as músicas de Djavan no Centro! Ah! Porque ele fala de Natureza! Cantam músicas de Roberto Carlos que até nas missas já cantaram. Roberto Carlos tem lá sua parte religiosa, então vou pôr Jesus Cristo e Nossa Senhora...
Nossa Senhora, então, cantam numa procissão que vejo da minha janela... Mas, nós não temos que copiar aquilo que não precisamos copiar. Se pudermos fazer, vamos fazer!  E se tivermos que cantar alguma composição que não seja do nosso meio, que seja uma composição espiritualmente neutra, que não traga proposta doutrinária de outros contextos, para que os espíritas cantem. Da mesma forma, nenhum católico ou protestante cantará nossas canções espíritas sobre a reencarnação, sobre isso, sobre aquilo do contexto espírita porque elas têm conteúdo doutrinário na sua proposta.
Então, é muito importante que tenhamos esse cuidado...
Não há nada contra as músicas, mas temos que tomar cuidado com a nossa proposta, visto que estamos trabalhando para enfatizar as ideias espíritas.
Vamos fazer isso e respeitar a todos os outros que não sejam espíritas, mas que estão na faixa do Bem; cada um trabalhando com a sua ferramenta...
Extraído de Pinga Fogo, realizado com
Raul Teixeira, na cidade de Santo Antonio
da Glória, Minas Gerais, no ano de 2004
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Mensagem extraída do endereço:  http://www.raulteixeira.com.br/noticias.php?not=323 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Médiuns Sensacionalistas


A frase de João Batista: "É necessário que Ele cresça, e que eu diminua", tem atualidade no comportamento dos médiuns de todas as épocas, especialmente em nossos dias tumultuados.

À semelhança do preparador das veredas, o médium deve diminuir, na razão direta em que o serviço cresça, controlando o personalismo, a fim de que os objetivos a que se entrega assumam o lugar que lhes cabe.

A mediunidade é faculdade neutra, a que os valores morais do seu possuidor oferecem qualificação.

Posta a serviço do sensacionalismo entorpece os centros de registro e decompõe-se. Igualmente, em razão do uso desgovernado a que vai submetida, passa ao comando de Entidades, perversas e frívolas, que se comprazem em comprometer o invigilante, levando-o a estados de desequilíbrio como de ridículo, por fim, ao largo do tempo, empurrando o médium para lamentáveis obsessões.

Entre os gravames que a mediunidade enfrenta, a vaidade e o personalismo do homem adquirem posição de relevo, desviando-o do rumo traçado, conduzindo-o ao sensacionalismo inquietante e consumidor.

Neste caso, o recolhimento, a serenidade e o equilíbrio que devem caracterizar o comportamento psíquico do médium cedem lugar à inquietação, à ansiedade, aos movimentos irregulares das atrações externas, passando a sofrer de irritação, devaneios, e à crença de que repentinamente se tornou pessoal especial, irrepreensível e irreprochável, não tendo ouvidos para a sensatez nem discernimento para a equidade.

Torna-se absorvido pelos pensamentos de vanglória, e, disputado pelos irresponsáveis que lhe incensam o orgulho, levam-no à lenta alucinação, que o atira ao abismo da loucura.

A faculdade mediúnica é transitória como outra qualquer, devendo ser preservada mediante o esforço moral de seu possuidor, assim tornando-se simpático aos Bons Espíritos que o inspiram à humildade, à renuncia, à abnegação.

Quando ao personalismo sensacionalista domina o psiquismo do homem, naturalmente que o aturde, tornando-se mais grave nos sensores mediúnicos cuja constituição delicada se desarticula ao impacto dos choques vibratórios dos indivíduos desajustados e das massas esfaimadas, insaciadas, sempre à cata de novidades e variações, sem assumirem compromissos dignificantes.

S. João Bosco, portador de excelentes faculdades mediúnicas, resguardava-as da curiosidade popular, utilizando-as com discrição nas finalidades superiores.

Santa Brigida, da Suécia, que possuía variadas expressões mediúnicas, mantinha o pudor da humildade, ao narrar os fenômenos de que se fazia objeto.

José de Anchieta, médium admirável e curador eficiente, agia com equilíbrio cristão, buscando sempre transferir para Jesus os resultados das suas ações positivas.

S. Pedro de Alcântara, virtuoso médium possuidor de vários "dons", ocultava-os, a fim de servir, apagado, enquanto o Senhor, por seu intermédio, se engrandecia.

Santa Clara de Montefalco procurava não despertar curiosidade para os fenômenos mediúnicos de que era instrumento, atribuindo-os todos à graça divina de que se reconhecia sem merecimento.

Os médiuns que cooperaram na Codificação do Espiritismo, sensatamente anularam-se, a fim de que a Doutrina fixasse nas almas e vidas as bases da verdade e do amor como formas para a aquisição dos valores espirituais libertadores.

Todo sensacionalismo altera a face do fato e adultera-lhe o conteúdo.

Quando este se expressa no fenômeno mediúnico corrompe-o, descaracteriza-o e põe-no a serviço da frivolidade.

Todos quantos se permitiram, na mediunidade, o engano do sensacionalismo, não obstante as justificações sob as quais se resguardam, desceram as rampas do fracasso, enganados e enganando aqueles que se deixaram fascinar pelos seus espetáculos, nos quais, o ridículo passou a figurar.

O tempo, este lutador incessante, encarrega-se de aferir os valores e demonstrar que a "árvore" que o Pai não plantou "termina" por ser arrancada.

Quando tais aficionados da mediunidade bulhenta se derem conta do erro, caso isto venha acontecer, na Terra, possivelmente, o caminho de retorno à sensatez estará muito longo e o sacrifício para percorrê-lo os desencorajará.

Diante do sensacionalismo mediúnico, recordemo-nos de Jesus, que após os admiráveis fenômenos de socorro às massas jamais aceitava o aplauso, as homenagens e gratulações dos beneficiários, recolhendo-se à solidão para, no silêncio, orar, louvando e agradecendo ao Pai, a Eterna Fonte geradora do Bem.

Vianna de Carvalho

Mensagem psicografada por Divaldo P. Franco em 1989, transcrita em o Reformador.
Esta mensagem pode ser lida o site: http://www.mediunato.com.br/

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Em família


Em família

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” 
Paulo. (1ª Epístola a Timóteo, 5:4.)

A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas?  Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.

Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.

O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.

Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.

É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.

É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário.

Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.

Extraída do livro Pão Nosso, do espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier - cap. 117