segunda-feira, 27 de abril de 2020

COMO PEDES?


COMO PEDES?

“Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 16, versículo 24.)

Em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração.

Não prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome?

Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram na estrada comum.

Entretanto, repitamos, o Mestre Divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome.

Por isso mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.

Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo?

Reclamar, em virtude dos caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao Divino Sol a poeira das inquietações terrenas; mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a vontade sábia e amorosa, é entregar-se-lhe de coração para que nos seja concedido o necessário.

Somente nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo completo, a infinita alegria.

Observa a substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo? Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas.

Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, ditada pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 66, ano 1948.


REFLEXÃO: Pedir, rogar, suplicar, orar são atitudes íntimas de se buscar acesso a um poder maior, que certamente poderia atender uma necessidade premente que está além das próprias forças, conforme o nosso julgamento.

Jesus, um Ser grandioso que não veio ao Mundo para resolver assuntos materiais, mas para ensinar as questões espirituais e o enriquecimento virtuoso dos seres vinculados ao Planeta Terra, com o objetivo de que nos caminhemos no tempo infinito com sabedoria e consciência lúcida.

O Espírito orientador Emmanuel, em sua página acima, depois apropriado argumento sobre o versículo à epígrafe, no final registra: “Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas.   Que pensar sobre isto? 

Numa de nossas reuniões domésticas em torno do Evangelho, um Amigo Espiritual tratando desse tema, nos levou a pensar, quando esclareceu, o que aqui tentamos expressar com nossas palavras: Há vinte séculos Jesus trouxe as lições do Seu evangelho, as verdades não se alteraram, mas naquele tempo inicial a Humanidade, na maior parte, formada de espíritos num estado infantil de entendimento, por isso precisou utilizar de recursos pedagógicos compatíveis para àquele momento e que pudesse servir nos tempos futuros, considerando o amadurecimento natural da alma humana.

O problema está que grande parte de Humanidade ainda não saiu da infância espiritual, o seu contato com o mundo espiritual acontece com acanhamento, numa pobreza muito grande, que já deveria ter sido superada, se o entendimento estivesse sido buscado com sinceridade, deixando as amarras convencionais.

Jesus era Mestre, Ele mesmo cerificou isto, portanto, todo mestre deseja e tem como princípio que seus alunos, seus discípulos, cresçam e atendam aos seus objetivos, voem, conquistando a suficiência, tendo autonomia sobre a vida, porque têm sabedoria, consciência da responsabilidade e sabem para que estão vivendo.

O Mestre e Senhor, aguarda de todos a competência, aguarda a contribuição efetiva, a realização, a liberdade conquistada pela Luz própria; que pode pedir, pois, os seus valores comungam com o que se pleiteia, a graça naturalmente flui alcançada.

A misericórdia nunca faltou, mesmo sem nenhum pedido, o que é justo é fruto de atendimento, todos somos amparados indistintamente, não existimos na vida do corpo como se fossemos folha seca ao vento, existe um planejamento e um destino, no entanto, o agente ativo, o aluno, o ser que se encontra sob o buril da vida somos nós mesmos, precisamos fazer a nossa parte. Não aguardemos nada de graça, o contributo é o mérito pelos esforços para vencer as comodidades, a preguiça, o vício, a imoralidade, as tendências negativas que trazemos de outras vidas.

Jesus, espera que sejamos vitoriosos, que deixemos a infância espiritual e alcancemos a maturidade, que oferece a confiança, a humildade moral, o reconhecimento do que somos capazes, assim poderemos nos apresentar com autoridade junto a Jesus.

Ele não precisará dizer novamente: “Até agora, nada pedistes em meu nome; (...)”.

                                                            Dorival da Silva