quinta-feira, 14 de abril de 2011

Alegria!?

     Quanta alegria fugaz, bulhenta, e quase sempre comprometedora.

  Alegrias calcadas na leviandade, nos vapores alcoólicos, nas descontrações irresponsáveis, “seguem-se a turma”, sem análise e nem reflexão sobre o que vem depois; “fica” e fica com as carências aumentadas, pois não há comprometimento emocional.

  No carnaval, “a carne nada vale”, tudo é permissível, a licenciosidade acata o impulso inconsequente, até parece virtual, se não der certo a gente “deleta”, possivelmente não vai dar certo mesmo, o registro está gravado na intimidade e trará seus efeitos emocionais, a qualquer momento.

   Caso ainda estejam adormecidos para as realidades da consciência, em hora inesperada ela despertará, ninguém fica anestesiado por muito tempo,  o remorso, o arrependimento não se fazem esperar, pedindo reajuste, realinhamento com a ordem da lei de evolução direcionadora do “ser”  à harmonia; e considerando a ênfase às sensações, muitos esforços deverão ser feitos, pois os hábitos negativos alimentados são como visgos resistentes que dificultam a sua substituição por outros de qualidade nobre.

    Os abusos deliberados, porque se tornaram modismo, “todo mundo faz”, é engodo espiritual, vitalizam vícios antigos, costumes malsãos, torpezas morais de variada ordem, comprometendo negativamente o indivíduo com a sua consciência, porque é uma espécie de rebeldia contra os objetivos da vida.

     Um dos principais fins da reencarnação é o aprimoramento espiritual, rescaldando pela ordem e disciplina os pendores sensualistas, sexualistas... Se permitidos a vazão de comportamentos que despertem e cultivem esses defeitos há equívoco no caminho da existência física.

   Certa vez, no desenvolvimento de uma palestra, um amigo espiritual soprou intuitivamente: “se não querem realizar esforços de melhoramento, superar fraquezas,  mazelas espirituais, que se arrastam desde vidas passadas, não tem importância, Deus na sua misericórdia vos enviará o anjo salvador, que ajudará a superar vossas deficiências,  é o “anjo da dor”, que ficará com vós até que se solucionem as pendências morais e se tornem melhorados, pois é para isto que estão reencarnados, para retornarem à espiritualidade mais limpos da consciência, de forma que males maiores não vos aconteçam” -- (em outras palavras).

       Relembrado isso que é pura verdade, quando não se quer tomar as rédeas da vida e  rumando para despenhadeiro moral,  vem o socorro: as contrariedades,  as doenças, as dificuldades financeiras, as perturbações (entenda-se obsessões) de toda ordem, são mecanismos para conterem a rebeldia e a  insensatez, evitando sofrimentos muito piores.

     Jesus sempre que curava um leproso ou livrava algum obsediado de espíritos maus, dizia: “vais e não tornes a errar para que coisa pior não te aconteça”; é o mesmo compromisso assumido quando do retorno à vida material para esquecimento das misérias morais e ter amortecidos os sofrimentos, por um lapso de tempo, de forma que se refaça espiritualmente.  Deixando a infância e assumindo a direção da vida, com o esquecimento do passado, permite-se fluir irresponsavelmente, com todas as forças,  dando às tendências perniciosas guarida e alimento, quando o contrário seria o caminho acertado, impedindo as manifestações, autoeducando-se, arregimentando a vida com os ensinamentos do Evangelho de Jesus, sem pieguices, mas com verdade, compreensão e aplicação em todas as ações.

     Haverá muitos choros para àqueles que se deixarem levar na massa dos interesses menores, em busca de gozos e satisfações através das sensações e exibicionismos descabidos.

       O tempo agora é dos esforços para a reparação das deficiências morais, tornando-se humildes e trabalhadores nas causas gerais, adquirindo méritos para a permanência no mundo de regeneração, o qual já começa despontar.

      A alegria real não é espalhafatosa, não precisa de aparato e nem de estimulantes de nenhum naipe, pois está contida na intimidade da alma, independentemente do que ocorre ao seu redor, pois que é conquista, na transformação do “ser” de dentro para fora. Jesus disse: “A minha paz vos dou; não como o mundo a dá”.

Dorival da Silva
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Dorid