domingo, 29 de janeiro de 2017

Suicídio. Matar-se! É possível?


                           Suicídio. Matar-se! É possível?


Falamos espiritualmente. O ser pensante, o que tem sensações e sentimentos é imortal. O que se pode apreender disto? O máximo possível seria inutilizar o equipamento manifestador daquele que detém a ideação, manifesta desejo, expressa emoção...  Ou seja, destrói-se somente o corpo físico.

Como nos sentimos quando iniciamos uma viagem há muito programada e cheia de expectativas de realizações felizes e no percurso diante de fato imprevisto vemos frustrada a possibilidade da sua continuidade, sendo isto totalmente alheia à nossa vontade? Sobrevém grande incômodo emocional, prejuízo financeiro... Consequências indesejáveis, mas superáveis num prazo previsível.

No entanto, quando frustramos a viagem da nossa vida pelo caminho da reencarnação (viver novamente num corpo físico) e em virtude de uma deliberação voluntária e morigerada por muito tempo, gera grande sofrimento.  A começar pela percepção de que não morreu, os problemas não ficam esquecidos, os incômodos que achávamos intransponíveis continuam muito mais intensos, porque perdemos o abafador carnal que minimizava os sofrimentos. 

Além de tudo isso, o fenômeno da morte física não ocorre com o cessar da respiração e dos batimentos cardíacos no corpo, esse fato é preliminar.  É preciso o desvencilhar dos liames que ligam o ser espiritual, que somos nós mesmos, das células constituintes do organismo, no entanto, estão imantados em consequência da intensa energia vital. Permanecendo o autocida perturbado com os acontecimentos dos momentos que se seguem ao ato extremo por tempo indeterminado.

O sofrimento é superlativo.  Vários fatos são narrados na Codificação Espírita, em contatos provocados por Allan Kardec, para fins de estudo, com suicidas de várias circunstâncias, que estão registrados na obra: “O Céu e o Inferno”, no capítulo V.

Em peça publicitária o CVV -- Centro de Valorização da Vida -- informa que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no Mundo e cerca de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio por ano. No Brasil, 25 morrem dessa forma por dia.
Considerando a estatística estarrecedora, registramos essas poucas linhas sobre o tema, dando oportunidade à reflexão sobre a epidemia que contraria todas as regras do bem viver exaradas por Jesus.

A vida da alma jamais terá fim. Fugir dos problemas é adiar solução.

Sempre nos encontraremos com o patrimônio moral que construímos na esteira das vidas sucessivas (entendido aqui vidas em corpos físicos). Nunca estaremos longe de nossas mazelas cultivadas, da mesma forma, das virtudes conquistadas. 

A permanência no corpo físico é experiência, sofremos provas e expiações. O objetivo é o aprimoramento do ser espiritual. Suportar dificuldades com resignação e com confiança na vitória sobre os momentos de sofrimento é conquistar a libertação de um estado de consciência maculado por atitudes negativas de alguma época, é fortalecer-se moralmente. 

Depois do trânsito pela vida material, retornaremos para a nossa vida real, porque de lá viemos, estaremos felizes ou infelizes, de acordo com as nossas possibilidades. 

Matar-se é o pior caminho. O sofrimento suportável de agora, torna-se irremediavelmente aumentado por nossa conta. Assim nos instrui a Espiritualidade Superior, através da Doutrina Espírita.

                                        Dorival da Silva    

sábado, 28 de janeiro de 2017

A desencarnação de Allan Kardec

Especial
Ano 1 - N° 49 - 30 de Março de 2008

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO 
aoofilho@yahoo.com.br

Londrina, Paraná (Brasil)

 

A desencarnação de
Allan Kardec

Ocorrida há 139 anos, no dia 31 de março de 1869, a
desencarnação do Codificador do Espiritismo se deu
quando ele contava apenas 64 anos de idade

A jornalista Ana Blackwell, que traduziu para o inglês as principais obras de Kardec, assim descreveu o codificador:

"Kardec era de estatura média. Compleição forte, com uma cabeça grande, redonda, maciça, feições bem marcadas, olhos pardos, mais se assemelhando a um alemão do que a um francês. Enérgico e perseverante, mas de temperamento calmo, cauteloso e não imaginoso até a frieza, incrédulo por natureza e por educação, pensador seguro e lógico e eminentemente prático no pensamento e na ação, era igualmente emancipado do misticismo e do entusiasmo...

"Grave, lento no olhar, modesto nas maneiras, embora  não   lhe  faltasse  uma  certa  dignidade,
resultante da seriedade e da segurança mental, que eram traços distintivos de seu caráter. Nem provocava nem evitava a discussão, mas nunca fazia voluntariamente observações sobre o assunto a que havia devotado toda a sua vida. Recebia com afabilidade os inúmeros visitantes de todas as partes do mundo que vinham conversar com ele a respeito dos pontos de vista nos quais o reconheciam um expoente, respondendo a perguntas e objeções, explanando as dificuldades e dando informações a todos os investigadores sérios, com os quais falava com liberdade e animação, de rosto ocasionalmente iluminado por um sorriso genial e agradável, conquanto tal fosse a sua habitual seriedade de conduta, que nunca se lhe ouvia uma gargalhada..." (Do livro "História do Espiritismo", de Arthur Conan Doyle.)

Quem foi Kardec?
Nascido em Lyon, França, a 3 de outubro de 1804, Kardec recebeu na pia batismal o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. No dia 6 de fevereiro de 1832, casou-se com Amélie Gabrielle Boudet (foto). Sua desencarnação ocorreu em Paris em 31 de março de 1869, quando contava 64 anos e meio.
Filho de tradicional família francesa que se destacara na magistratura, Kardec nasceu em ambiente católico, mas
foi educado no protestantismo. Aluno e depois discípulo de Pestalozzi, foi uma pessoa devotada à educação e um entusiasta do sistema de ensino criado por seu mestre, que exerceu grande influência na França e na Alemanha. Falava fluentemente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol, assim como o holandês. Tradutor das obras de Fénelon para o alemão, verteu também para o francês diversas obras inglesas e alemãs, mas foi no magistério que estava a sua indiscutível vocação.

No período de 1835 a 1840, organizou em sua casa em Paris cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, que eram muito freqüentados. Aos 27 anos, em 1831, foi premiado em concurso pela apresentação de um trabalho intitulado: "Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?" Nessa mesma época, ele preparava todos os cursos de Levy-Alvares, freqüentados por discípulos de ambos os sexos do "fauborg" Saint-Germain.
Voltado para a educação, escreveu inúmeras obras didáticas no período de 1824 a 1849, tais como: "Curso prático e teórico de Aritmética", segundo o método de Pestalozzi, para uso das mães e dos profes­sores (ele contava então 20 anos de idade); "Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública" (aos 24 anos); "Gramática Francesa Clássica" (aos 27 anos); "Manual dos exames para obtenção dos diplomas de capacidade, soluções racionais das questões e problemas de Aritmética e Geometria" (aos 42 anos); "Catecismo gramatical da língua francesa" (aos 44 anos); "Ditados normais dos exames na municipalidade e na Sorbonne"  e "Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas" (aos 45 anos). Nessa época (1849), Kardec lecionava no Liceu Polimático de Paris, regendo as cadeiras de fisiologia, astronomia, física e química.
Uma carta consoladora
O primeiro contato do professor com os fenômenos espíritas se deu em maio de 1855. Ele já era, então, aos 50 anos de idade, um indivíduo maduro e experimentado, além de talhado para a tarefa de codificação da Doutrina, cujo fato inicial marcante foi a publicação em 18 de abril de 1857 da conhecida obra que ele intitulou O Livro dos Espíritos. A ela seguiram-se outras obras, as palestras, as reuniões, a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e as edições mensais da Revista Espírita.
O resultado do seu trabalho como codificador do Espiritismo é algo difícil de avaliar. Eis, no entanto, uma pequena amostra dele no relato que se segue.
Numa manhã muito fria de abril de 1860, Kardec estava triste e só, em seu escritório. Idéias de desânimo perpassavam sua mente. Escasseavam os recursos financeiros. Críticas ferinas, até de companheiros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, ele vinha recebendo de todos os lados. Bem que os espíritos o haviam alertado!
De repente, Amélie penetra o recinto e lhe entrega um pacote que alguém havia remetido. Kardec o abre e vê que dentro dele havia uma carta e um outro pacote fechado. O codificador abre a carta e lê:
"Sr. Allan Kardec.
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.
Há cerca de 2 anos, casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoniete partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia. Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo. Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano. Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa. Minhas forças fugiam..."
O missivista relatou então que passou a acalentar a idéia do suicídio, jogando-se no Sena, projeto que pôs em execução em determinada madrugada, quando o desespero lhe tomou por completo a alma. Buscou a ponte Marie e, no momento em que colocou a mão sobre o parapeito da ponte, um objeto caiu-lhe aos pés: era um livro. Ele procurou a luz de um poste próximo, achou estranho o título do livro e viu que na sua primeira página havia uma nota: ESTA OBRA SALVOU-ME A VIDA. LEIA-A COM ATENÇÃO E TENHA BOM PROVEITO. - A. Laurent.
"Li aquele livro com redobrada atenção: era O Livro dos Espíritos, que encadernei e lhe envio, anexo, como um presente."
Kardec desembrulhou o pacote anexo à carta e viu ali o livro a que se referia o missivista, luxuosamente encadernado, com o nome do autor e o título gravados a ouro. O codificador, ao abri-lo, encontra a citação de A. Laurent, mencionada na carta, e debaixo dela, uma outra inscrição: SALVOU-ME TAMBÉM. DEUS ABENÇOE AS ALMAS QUE COOPERARAM EM SUA PUBLICAÇÃO. - Joseph Perrier.
Kardec respirou a longos haustos e, antes de retomar o serviço, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima." (Hilário Silva, cap. 52 d' "O Espírito da Verdade", FEB.)
O reconhecimento de sua obra: Emmanuel fala
sobre Kardec
Após 150 anos desde o lançamento d’ O Livro dos Espíritos, Kardec é hoje conhecido e respeitado mundialmente pelos espiritistas. A reverência à sua obra, vencedora no tempo, está expressa nas seguintes palavras de Emmanuel, a mesma entidade que recomendara a Chico Xavier comparar os seus escritos com o Evangelho de Jesus e Kardec, antes de torná-los públicos:
"Antes de Kardec, embora não nos faltasse a crença em Jesus, vivíamos na Terra atribulados por flagelos da mente, quais o que expomos:
o combate recíproco e incessante entre os discípulos do Evangelho;
o cárcere das interpretações literais;
o espírito de seita;
a intransigência delituosa;
a obsessão sem remédio;
o anátema nas áreas da filosofia e da ciência;
o cativeiro aos rituais;
a dependência quase absoluta dos templos de pedra para a tarefa da edificação íntima;
a preocupação da hegemonia religiosa;
a tirania do medo, ante as sombrias perspectivas do além-túmulo;
o pavor da morte, por suposto fim da vida.
Depois de Kardec, porém, com a fé raciocinada nos ensinamentos de Jesus, o mundo encontra no Espiritismo Evangélico benefícios incalculáveis, como sejam:
a libertação das consciências;
a luz para o caminho espiritual;
a dignificação do serviço ao próximo;
o discernimento;
o livre acesso ao estudo da lei de causa e efeito, com a reencarnação explicando as origens do sofrimento e as desigualdades sociais;
o esclarecimento da mediunidade e a cura dos processos obsessivos;
a certeza da vida após a morte;
o intercâmbio com os entes queridos domiciliados no Além;
a seara da esperança;
o clima da verdadeira compreensão humana;
o lar da fraternidade entre todas as criaturas;
a escola do Conhecimento Superior, desvendando as trilhas da evolução e a multiplicidade das "moradas" nos domínios do Universo.
Jesus - o amor. Kardec - o raciocínio.
Jesus - o Mestre. Kardec - o apóstolo.
Seguir o Cristo de Deus, com a luz que Kardec acende em nossos corações, é a norma renovadora que nos fará alcançar a sublimação do próprio espírito, em louvor da Vida Maior.” (Mensagem psicografada por Chico Xavier em 24/1/1969.)
O retorno à pátria espiritual
"Ele morreu esta manhã, entre 11 e 12 horas, subitamente, ao entregar um número da "Revista Espírita" a um caixeiro de livraria que acabava de comprá-lo; ele se curvou sobre si mesmo, sem proferir uma única palavra: estava morto.
Sozinho em sua casa (rua de Sant'Anna), Kardec punha em ordem seus livros e papéis para a mudança que se vinha processando e que deveria terminar amanhã. Seu empregado, aos gritos da criada e do caixeiro, acorreu ao local, ergueu-o.. nada, nada mais. Delanne acudiu com toda presteza, friccionou-o, magnetizou-o, mas em vão. Tudo estava acabado.
Venho de vê-lo. Penetrando a casa, com móveis e utensílios diversos atravancando a entrada, pude ver, pela porta aberta da grande sala de sessões, a desordem que acompanha os preparativos para uma mudança de domicílio; introduzido numa pequena sala de visitas, que conheceis bem, com seu tapete encarnado, e seus móveis antigos, encontrei a sra. Kardec assentada no canapé (espécie de sofá com costas e braços), de face para a lareira; ao seu lado, o sr. Delanne; diante deles, sobre dois colchões colocados no chão, junto à porta da pequena sala de jantar, jazia o corpo, restos inanimados daquele que todos amamos. Sua cabeça, envolta em parte por um lenço branco atado sob o queixo, deixava ver toda a face, que parecia repousar docemente e experimentar a suave e serena satisfação do dever cumprido.
Nada de tétrico marcara a passagem de sua morte; se não fosse a parada de respiração, dir-se-ia que ele estava dormindo.
Cobria-lhe o corpo uma coberta de lã branca, que, junto aos ombros dele, deixava perceber a gola do "robe de chambre", a roupa que ele vestia quando fora fulminado; a seus pés, como que abandonadas, suas chinelas e meias pareciam possuir ainda o calor do corpo dele.
Tudo isto era triste e, entretanto, um sentimento de doce quietude penetrava-nos a alma; tudo na casa era desordem, caos, morte, mas tudo aí parecia calmo, risonho e doce e, diante daqueles restos, forçosamente meditamos no futuro." (Trecho da carta escrita por E. Muller ao sr. Finet, em 31/3/1869, logo após o falecimento de Kardec.)
Conta-se que logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Cemitério de Montmartre (a trasladação dos despojos para o dólmen do Pére-Lachaise ocorreu um ano depois), uma multidão de Espíritos veio saudar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com as suas ações prestigiosas e, quando se entregavam às mais santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembléia dos humildes, iluminando-a com uma luz que, por sua vez, era formada de expressões do seu "Evangelho segundo o Espiritismo", ao mesmo tempo que uma voz poderosa e suave dizia do Infinito:
"Kardec, regozija-te com a tua obra! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórticos misteriosos da Imortalidade... O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores da Terra, reconduzindo-os para a confiança na minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro.
"No Céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste... Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra será uma bênção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a Terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!..." (Trecho do cap. 21 do livro "Crônicas de Além-Túmulo", por Humberto de Campos, por meio de Chico Xavier.)

Conta-se, ainda, que grandes legiões de Espíritos entoaram na imensidade um hino de hosanas ao homem que organizara as primícias do Consolador para o planeta terreno e que, escoltado pelas multidões de seres agradecidos e felizes, foi o mestre, em demanda das esferas luminosas, receber a nova palavra de Jesus. 

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Matéria extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/49/especial.html 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Candeia sob o alqueire


Candeia sob o alqueire

1. Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa.  (Mateus, 5:15.)

2. Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente.  (Lucas, 8:16 e 17.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo -  Não ponhais a candeia debaixo do alqueire – capítulo XXIV



Reflexão:

       Dois registros de ensinamento verbal de Jesus, que os evangelistas Mateus e Lucas escreveram posteriormente, sendo que Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus, fez suas anotações em pesquisa que realizou depois da morte do Senhor em suas jornadas junto aos Apóstolos e outras pessoas que tiveram proximidade com Ele e Dele ouviram ensinamentos.

       A candeia precisa estar sobre o candeeiro, para que ilumine a todos que estão na casa. A candeia podemos considerar todas as pessoas que compreenderam a mensagem de Jesus e faz esforço para vivê-la, se transformando em verdadeiro Cristão. Assim, estarão naturalmente elevadas até ao candeeiro, que são as lideranças de grupos pequenos ou grandes, íntimos ou públicos, onde exercerão as influências modificadoras com esclarecimento, consolo, orientação, sem, no entanto, pretender tomar conta da vida das pessoas, pois esta não é a condição do verdadeiro líder cristão.

      Em se tratando da Doutrina Espírita, precisa-se considerar a sua condição de consoladora pelos conhecimentos e libertadora pela lucidez.

       Antes de desejar iluminar os outros é necessário iluminar-se, conquistar virtudes pelo trabalho no bem, pelos esforços de angariar recursos espirituais. A caridade ensinada por Jesus é o caminho.

       O único combustível capaz de alimentar a luz da candeia cristã é a verdade que flui do Criador, através dos corações enobrecidos, que superaram o egoísmo, a vaidade, a presunção, o desejo de poder, o vício do aplauso, a necessidade de reconhecimento.     É o vencedor do mundo.

         Preparemo-nos para que possamos arder com o combustível Divino, levando a luz da mensagem do Cristo, não somente com as letras do Evangelho, mas como archote luzente de valores que contagia outros corações a seguirem o rastro luminoso iniciado pelo Divino Pastor.

          A candeia precisa estar no candeeiro...

                                     Dorival da Silva

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Exortação ao amor

Exortação ao amor


Todos vós, que tendes a honra de conhecer o Evangelho de Jesus, parai por um momento e reflexionai.
A vida tem um sentido ético-moral de profundidade. O fenômeno vegetativo pertence à organização material. Somos seres imortais, mesmo quando a desencarnação posterga o momento da chegada, anuncia que virá logo mais, e arrebatando-nos para o país da consciência livre, esse ser angélico que é a morte libertadora, fará que, no exame de consciência, repassemos os nossos atos pregressos numa maravilhosa manifestação de lembranças que nos darão a plenitude ou o tormento.
Filhos da alma! Tendes conhecimento dos valores da vida. Não vos encontrais no planeta terrestre por capricho do acaso, mas, graças a uma Causa consciente, que é a Divindade, que criou-vos para a glória estelar. 
Se caminhais pelas ínvias estradas do mundo sob chuvas de dores, bendizei-as; se marchais sobre pedrouços e tendes os pés crivados de espinhos, bendizei a dor, agradecei a Deus a dádiva da purificação espiritual. 
Nascestes para a glória de vossa existência. Amai quanto puderdes, amai um grão de areia que pode refletir uma estrela ou o luar em grande plenilúnio; servi, porque o serviço é a característica da inteligência, desde os fenômenos mais primários da domesticação até os mais sublimes da integração da criatura com o Criador.
O serviço é a paz de Deus deslocando-se, desdobrando-se para o reino dos Céus.
Ide para os vossos lares e levai a certeza de que a vossa vida deve experimentar essa profunda mudança para o amor, para a verdade, para a Vida em si mesma.

Em nome de vossos Espíritos guias e das Entidades venerandas que aqui estão conosco, dos Espíritos-espíritas, rogamos a Deus que vos abençoe, que nos abençoe, com os melhores votos de ternura e paz.
Do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra de Menezes.

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no
 encerramento da conferência proferida em 27 de setembro de 2015, na
Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues, em Santo André, SP.
Em 1.10.2015.