sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Você é Você Mesmo?



Grande parte das pessoas não se conhece, vive ou imita a realidade dos outros. Forma, assim, uma massa amorfa, sem personalidade definida, “conhecida como massa de manobra”.

Fica muito longe a realidade preconizada, há dois mil anos, por Jesus: “Amar ao próximo como a si mesmo” (1). Sócrates, o filósofo grego, acerca de quatrocentos anos antes de Cristo, já ensinava: “Conheça-te a ti mesmo.”  Quanto é difícil o aprimoramento da alma humana!  Por que demorar tanto? A resposta é simples: Porque tem o livre-arbítrio. Para que se tenha mérito faz-se imprescindível a conscientização do indivíduo. Cada um tem o seu tempo de despertamento para o que transcende os limites da materialidade. Tudo o que é material é impermanente, inclusive o corpo físico, a finalidade é a de servir de suporte para a elevação espiritual.  
O patrimônio que se leva para o outro lado da vida é somente o resultado das experiências vividas. Quando positivas proporcionam a paz e a satisfação do dever cumprido; quando de resultado infeliz, a insatisfação e o arrependimento da oportunidade desperdiçada.

A governança de uma pessoa sobre outra somente é compreensível se esta for incapaz, limitada, nonsense.  Não cabe à pessoa sadia aceitar o que vem de fora de si, sem análise e sem reflexão.   As conhecidas peneiras de Sócrates ajudam consideravelmente: É verdade? É bom? É necessário?  Quem se dá a esse trabalho diante das ofertas e das imposições do Mundo?  Estas que podem levar o indivíduo a sofrer algum revés, com a possível consequência de lhe custar altos estipêndios, quando não monetários, emocionais? É preciso apanhar para aprender? Necessariamente não!

Fiar-se em tudo o que se oferece, sem reflexão já não pode ser admitido pelo homem e mulher destes tempos modernos, de tanta inteligência e tecnologia, no entanto, o senso moral amolentado, que aparece avultado; respeitadas às exceções.

Achar que pode aquilo ou aquilo outro porque todo mundo faz. Achar que deve possuir isso ou aquilo porque todo mundo tem. É bem próprio da insensatez. A expressão todo mundo faz ou tem é apenas uma força de expressão que não significa nada. Não tem nenhuma sustentação. Não se pode mirar a tranquilidade e a lucidez da consciência em base tão inútil. O tal do niilismo.

Não há possibilidade de amar ao próximo antes de amar a si mesmo. Ninguém pode oferecer a outrem o que não possui.  Portanto, ninguém faz amor. Na essência, o que se denomina amor é conquista que requer muito esforço e sacrifício e só é existente no exercício do bem.

A fé é algo de foro íntimo que pode ser manifestada coletivamente, no entanto, ninguém precisa ser guiado, não há necessidade de intermediário, cada indivíduo é autônomo. O deotropismo é natural.  As lideranças devem demonstrar exemplos através dos recursos morais e condutas retas, segui-las é sempre decisão particular. Não se pode atribuir a outrem a responsabilidade pela condução da própria vida.

A mensagem de Jesus e o pensamento de Sócrates, embora, antigos no tempo, são tão atuais que parecem que foram ensinados agora mesmo.

(1)    – Mateus, 22:39

Dorival da Silva