quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Reencarnação! Do que se trata?


   Reencarnação! Do que se trata?

Reencarnação, em conceito simples, é: o retorno do Espírito à vida material em um novo corpo. Todos os que estão num corpo físico estão reencarnados.
  
Trata-se de processo complexo essa viagem de um mundo sutil para um mundo material.  Não é estranho ao Espírito reencarnado, vez que todos os seres Humanos existentes na Terra renasceram e morreram inumeráveis vezes. Entretanto, as tradições e os usos e costumes dos milênios que se sucederam, trouxeram elementos que formaram conceitos equivocados.
A ausência de análise mais apurada e o comodismo agregado aos preconceitos dos mais diversos, estabeleceram paradigmas tidos como verdades inquestionáveis, que se enraizaram em grande parcela da Humanidade do Planeta como barreira intransponível.
A inexistência quase absoluta do autoquestionamento sobre a vida antes desta vida, da existência em curso e o que posteriormente a morte física o que se dará, para onde irá.  
Sob a ótica espiritual a vida é sempre uma continuidade, sem nunca ter tido interrupção, conquanto a entrada e saída na vida material (corpo físico) a vida do Espírito é única.
“— O princípio da reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado social e o dos tempos de barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo que os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas, quanto as que viviam há mil anos; acrescentemos que nenhuma conexão haveria entre elas, nenhuma relação necessária; seriam todas estranhas umas às outras. Por que, então, as de hoje haviam de ser melhor dotadas por Deus, do que as que as precederam? (...)” (1)
Como ninguém pode compreender o Criador, sem que seja infinito em tudo, tal como considerá-Lo a inteligência suprema e a causa primeira de todas as coisas (2) no Universo, tais como Seus atributos: eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom... (3), há de se perceber que na justiça divina não pode existir privilégio em sentido nenhum, nem na Terra ou em remota paragem do Universo.  Qualquer das almas que não tivesse partido de um mesmo ponto, tendo obtido alguma vantagem ou desvantagem, mesmo que insignificante, colocaria em causa a justiça divina. O que é impensável, a qualquer um de mínima razão. 
Portanto, diante da ideia de justiça plena da divindade e sendo uma de suas leis a lei de progresso, que toda a criação está subordinada, e é fatal, porque ocorre independentemente de percebê-la, compreendê-la ou não, assim é possível deduzir que todos os seres -- aqui se refere à alma humana -- tiveram seu início num estado de total ignorância, embora possuíssem todos os atributos em estado latente. Os homens de hoje, pelo estágio de sua inteligência e demais valores desenvolvidos, trilharam milênios incontáveis, vivenciando experiências inúmeras, errando e acertando, formando os caracteres necessários à construção de si mesmos, que ainda requer uma trajetória nos milênios futuros até o estado de pureza de sentimento e plenitude de inteligência.
A reencarnação é conhecida desde os primeiros tempos da Humanidade, foram as tradições que mudaram o entendimento, o que vem novamente ser trazida à baila na atualidade através dos ensinamentos da Doutrina Espírita, visando esclarecer aos homens modernos sobre a verdade, que é natural, mas que ficou envolta pelas nuvens escuras da ignorância, do interesse ou da má-fé nos milênios que se passaram. 
“Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a saber-se” (4).

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (5).

1.     A Gênese – Allan Kardec – capítulo XI, item 33
2.     O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – questão nº 1
3.     Idem – questão nº 13
4.     S. Lucas, 12-2
5.     S. João, 8-32
                                                                           Dorival da Silva
                                                                        

Quem são os presos de cadeias?




Quem são os presos de cadeias?


Todos se originaram de um pai e uma mãe. Foram, desejados ou não, foi construção do amor ou da inconsequência. Foram embriões, fetos, nascituros, criancinhas, crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens...

Tiveram mães ou precariedade de mães, madrastas, avós ou “avódrastas”.  Muitos, filhos da rua. Alguns, de famílias abastadas, mas abandonados dentro de casa.  Outros, em abrigos... Poucos pais constam dos documentos de registros das crianças, àquelas que estão à margem da sociedade considerada regular.  Há covardia e irresponsabilidade enormes, em conta o estado educacional reinante. Não há respeito em relação aos outros, mesmo sendo seus filhos; não há comprometimento com a vida, mesmo sendo suas vidas; não tendo responsabilidade com a sociedade, ignoram que são peças integrantes dela, inconscientes de que dependendo de suas qualidades é a qualidade do ambiente em que se vive.

Em quantidade significativa, por falta de opção educacional, cultural, esportiva e de trabalho, foram capturados para o tráfico, para o comércio ilícito, o roubo, tornando-se criminosos inveterados.

De quem é a culpa? Pode-se dizer com certeza que a culpa é de toda a sociedade. Somente poder-se-ia dizer isenta se o número de criminosos fosse diminuto e as organizações oficiais ou não tivessem realizado a sua parte de forma que os indivíduos renitentes tivessem rejeitado todas as possibilidades para se tornarem homens de bem. O que não ocorre, existindo verdadeiro despautério na condução daquilo que é público, destruindo a cultura de educar homens ilibados, porque estariam numa sociedade lídima no transcorrer dos tempos.

Considerando o que acima se expõe, anotamos abaixo a sabedoria de Allan Kardec, quando faz esclarecimento complementar à questão 685 de O Livro dos Espíritos, publicado em 18.04.1857:

“Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.

As sementes da árvore-da-vida abundante para todos são existentes de todos os tempos.   Jesus, apresentou as regras do bem viver, o respeito ao próximo, o amor para com todos.  Clarificou para o Mundo a continuidade da vida após esta vida, tanto que ele retornou após a sua morte física, para comprovar essa verdade. Falou das verdades vindas de Deus através da oração, da fé, além de tudo o que demonstrou enquanto caminhava entre os homens de carne, apresentou, para que não ficassem dúvidas, as manifestações de pentecostes.  Luzes que se faziam à luz meridiana, homens e mulheres que falavam nas mais variadas línguas e dialetos, para que as pessoas vindas de todas as partes pudessem bem entender a mensagem que fluía da espiritualidade, trazendo a esperança e revelações sobre a vida nos planos espirituais.

O homem moderno, com a inteligência desenvolvida para as ciências e as tecnologias, deixou distanciar em atraso, o que já vai distante, a questão moral.  O orientador espiritual “Emmanuel”, mentor do médium Francisco Cândido Xavier, aponta em 1950, na obra Pão Nosso, capítulo 36, o ensinamento clarificador para quem presta atenção à vida: As portas do Céu permanecem abertas. Nunca foram cerradas. Todavia, para que o homem se eleve até lá, precisa asas de amor e sabedoria”.

Tudo pede esforços para se iniciar, para vivenciar e superar. Não há viagem no mundo da experiência no campo da vida física que não pedirá esforços de superação diante dos desafios que surgirão. Virtude existe quando temos que nos contrariar, existindo circunstância que nos proporciona locupletar de vantagens e vantagens aos arrepios da lei, ainda mesmo, quando tudo parece impossível de descoberto. O juiz maior é a consciência. Impossível de descoberto para os outros, que em tese não têm nada com o fato, mas o que age à sobra das normas ordenadoras da vida social, sabe e não esquece.

As consequências são sempre danosas à vida, advém os reflexos do mal, pois toda intenção negativa gera para o infrator responsabilidade correspondente.

Quem são os presos de cadeias?  Todos que praticam o mal e não se redimem. Existem as prisões de grades e paredes materiais, como as psicológicas e as espirituais, sempre será necessário corrigir os efeitos dos desatinos, das insinceridades, dos desrespeitos à vida, à organização social.

                                                    Dorival da Silva

Falatórios

Falatórios

“Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.” - Paulo. (II Timóteo, 2:16).
Poucas expressões da vida social ou doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto lugar aos monstros do crime.

A atividade religiosa e científica há descoberto numerosos fatores de desequilíbrio no mundo, colaborando eficazmente por extinguir-lhes os focos essenciais.

Quanto se há trabalhado, louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?

Ninguém lhes contesta a influência destruidora. Arruínam coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.

Não nos esqueçamos, porém, do falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa família de elementos enfermiços ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio e operam nas sombras.

Raros meditam nisto.

Não será, porventura, o verbo desregrado o pai da calúnia, da maledicência, do mexerico, da leviandade, da perturbação?

Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório.

A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.

Quantos inimigos da paz do homem se aproveitam do vozerio insensato, para cumprirem criminosos desejos?

Se o álcool embriaga os viciosos, aniquilando-lhes as energias, que dizer da língua transviada do bem que destrói vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, amor e paz? Se há educadores preocupados com a intromissão da sífilis, por que a indiferença alusiva aos desvarios da conversação?

Em toda parte, a palavra é índice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.

Desprezar as sagradas possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da própria consciência.

Cada frase do discípulo do Evangelho deve ter lugar digno e adequado.

Falatório é desperdício. E quando assim não seja, não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 73, 1951.
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Reflexão: Através do falar, escrever e outras formas de expressão o indivíduo faz transparecer o que lhe vai na alma. É educado ou não, é agressivo ou afável, respeita o argumento de outrem, mesmo que contrário ao seu ponto de vista?

Vive-se nestas últimas décadas um fenômeno, conquanto a tecnologia que leva e traz notícias de todas as partes, a ausência do diálogo produtivo, com argumentação embasada em conhecimentos sólidos, estruturados pela análise dos fatos e contextos, com raras exceções. 

Usa-se as redes sociais, que têm potencial extraordinário de comunicação, para bagatelas, com exposição pessoal, revelações inoportunas, às vezes surge mensagem de profundo conceito moral, no entanto, mescladas dentre muitas inadequadas, objeto de leitura corrida e sem reflexão sobre o seu conteúdo, ou desprezada em contra o tamanho do escrito.

      Emmanuel expressa no texto acima: “Em toda parte, a palavra é índice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.”  Não é o que se verifica, o linguajar torna-se cada vez menos nobre, o hábito da leitura não é cultivado de forma abrangente, os diálogos são inconsistentes, não saem do trivial.

        No final da mensagem o Espírito Amigo registra: “Falatório é desperdício. E quando assim não seja, não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras.” Toda fala carrega uma carga de energia com a qualidade de quem se expressa. O pensamento vem antes da fala e emite carga com o teor da sua origem, que poderá ser harmonizadora ou desarmonizadora, geralmente são desarrazoadas, gerando os desequilíbrios correspondentes para quem expressa e para quem recebe o seu influxo.

      No corpo do texto, o Amigo Espiritual, aponta: “Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório. A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.”  São os valores nobres que enriquecem a alma, e é a riqueza da alma que proporcionará a paz e a felicidade após o fim da presente existência. Fato que ninguém poderá ignorar que se dará, que a vida neste plano é finita.

Sempre haverá o depois, seja após qualquer manifestação nas horas e nos dias que se correm, tal  como depois desta vida. Cada indivíduo encontrará consigo mesmo, no estágio em que se colocou.

      Vale a pena a preparação permanente para a vida, não somente para esta que se percebe, mas bem elaborada garantirá naquela que não termina um estágio mais favorável.

      Quem deseja uma vida de paz e felicidades em qualquer tempo que se eduque nas menores como na mais expressiva manifestação do pensamento.
                                                
                                                        Dorival da Silva.