sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aborto



Há pouco tempo o Supremo Tribunal Federal descriminalizou o aborto de feto anencéfalo, ampliando a autorização que já existia para a interrupção de gravidez oriunda de estupro e àquela que indica risco à vida da mãe. Excetuando a gestação que coloca a mãe em risco de morte, haverá de sã consciência justificativa para o impedimento da continuidade da vida de um ente indefeso? Apesar de ocorrência adversa?

Vendo o fato simploriamente como um procedimento técnico qualquer é banalizar a vida de outrem, pois a criança em formação, independentemente do estágio embrionário, não pertence à mãe, é uma individualidade outra com uma história de milênios buscando oportunidade de aprimoramento intelectual e moral numa nova vida, num novo corpo físico.  Mas, se é anencéfala é provável que tenha uma existência breve, no entanto, existem exceções, com a continuidade da existência física por tempo indeterminado, como qualquer outra criança tida  de formação normal.

Considerando que todos vivemos muitas vezes, em corpos físicos diferentes, a chamada reencarnação, que é lei Divina em favor da criatura, oportunizando progresso contínuo, pelos séculos sem fim.  A gestação problemática (má formação fetal) ou por circunstância agressiva e não consentida (criminosa) tem uma causa, e essa causa é moral (estado de consciência), que não estando nesta existência, estará em vida passada.

A mãe de agora, como todos os familiares envolvidos, são corresponsáveis com as ocorrências, que julgam incômodas, embora sejam, mas, não há conserto de problema de consciência, e nem material, sem desconforto. Se cremos em Deus de infinita bondade e justiça não poderemos aceitar que exista alguma impropriedade na vida presente, por menor que possa ser imaginada, caso isto se desse, Deus não seria Deus.

Todos os que influenciam a decisão do abortamento ou participam de qualquer modo, mesmo por omissão, têm sua parcela de responsabilidade, que resultará em pendência na economia da consciência, se agora dormem, pela ignorância, ou estão anestesiados por interesses, sejam: financeiros, políticos, vaidade, orgulho ou egoísmo, a lei natural não se dobrará às justificativas estapafúrdias, e aguardará o reparo justo, em qualquer tempo, que poderá ser em vida futura.     

A alma tem vida infinita, e para alcançar a felicidade permanente, -- a promessa de Jesus --, como registrada nas bem-aventuranças (1), deverá estar vestida da veste nupcial (2), o que corresponde à consciência límpida, lúcida e nobre. 

Em tudo há uma razão justa; não há efeito sem uma causa (4).  A vida física é o cadinho para depuração da alma. Ninguém sofre consequência do que não cometeu ou influenciou.  Que brilhe a vossa luz... (3)

(1)    e  (3)  – Mateus, 5;   (2) – Mateus, 22, 1-14; e (4)-O Livro dos Espíritos, questão 4.

Sugerimos a leitura da página: “Você Gostaria de ser abortado?”, acessando:

                                                                                Dorival da Silva
                                                                                

sexta-feira, 22 de junho de 2012

HORA DA DIVULGAÇÃO ESPÍRITA



Na gênese dos males que afligem o homem e a Humanidade, permanece a ignorância.

Seja por desconhecimento da verdade ou se expresse em forma de desprezo por ela, a ocorrência é a mesma.

O único antídoto eficaz e mais imediato para esse mal é o ensino, que acende a luz do discernimento com que o homem descobre e adota os princípios hábeis para a felicidade, mediante os comportamentos coerentes em relação à vida.

A dor, irrompendo devastadora, no organismo individual ou social, é uma metodologia rápida para o despertamento da consciência, terapêutica promotora de revolução grave, que traduz a mudança de atitude, renovando as paisagens íntimas sob o clamor da afeição, linguagem de momentâneo efeito, que predispõe para o conhecimento libertador.

O amor, em doação espontânea, promove os fatores que ensejam a abertura do sentimento e da razão para o saber, através do qual se logram os valiosos tesouros para a conduta equilibrada.

A fome, a enfermidade, a carência de recursos financeiros sensibilizam, convidando-nos ao auxílio.

Na matriz, porém, dessas afligentes conjunturas, jaz a ignorância das Divinas Leis, desrespeitadas por precipitação ou má fé, nos vários estados de rebeldia galvanizadora.

Na etiopatogenia das alienações de natureza psiquiátrica ou por obsessão, está viva e atuante a ignorância, que aguarda a terapia do esclarecimento, como medida de socorro imediato para posterior ou simultâneo atendimento que favoreça a libertação.

O conhecimento é luz acesa na noite da ignorância, clareando os rumos.

A Doutrina Espírita, porque representa a mais completa expressão do divino pensamento, que pode ser examinado e vivido pela razão, não deve enclausurar-se em chavões ultrapassados, aprisionando-se em limites que atendam a paixões e “pontos de vista”, por mais respeitáveis se apresentam.

Doutrina de livre exame, também o é de livre ação, convidando cada consciência a assumir responsabilidades, após iluminada pelo ensino espírita, de cujos resultados responderá, hoje ou depois, sem mecanismos de evasão, nem justificações urdidas por meio de maquiavelismo de qualquer natureza.

Há muita angústia aguardando a contribuição espírita, e muita loucura necessitando de socorro espírita.

Todos os nobres contributos lavrados na Codificação Kardequiana – viga mestra, inconfundível e indispensável, do edifício do Espiritismo – independentes da ação de grupos ou consensos humanos, são de valiosa e urgente necessidade de aplicação.

Obviamente, a ação em grupo, o trabalho em equipe, resultando da permuta de experiência como dos estudos bem dirigidos, torna-se de alto significado.

Todavia, não somente através de tal metodologia, senão, também, pela atividade individual, abnegada e rica de devotamento de cada espírita.

O apóstolo Paulo encontrou Jesus, e, não obstante sofrendo as suspeitas da grei, doou-se à tarefa do esclarecimento e da iluminação de consciência, até a morte, já então amado pelos companheiros, escrevendo com sabedoria e renúncia a história da doutrina cristã nas paisagens ermas dos corações e das terras que percorreu...

Pedro levantou-se do delíquio moral da negação, saindo a ensinar e a viver o Cristo, tornando-se o maior exemplo de fé viva do colégio Galileu, que conheceu e viveu com o Mestre...

Allan Kardec, sofrendo calúnias, e acusações indébitas, permaneceu fiel aos ditames da “Vozes dos Céus”, trazendo à Terra o Consolador , sem excogitar da conveniência de pessoas ou de grupos que o apedrejaram e feriram com todas as armas da covardia e da inveja, fazendo o legado do Pentateuco insuperável e sempre atual, porque elaborando com os metais da verdade, trabalhados no fogo da dedicação e do sacrifício integral.  

Não há, portando, por que malbaratar-se recursos nem desperdiçar tempo, enquanto os desafios permanecem vitimando e destruindo vidas.

Todos os espíritas sinceros, estudiosos e afeiçoados ao bem, encontram-se convocados para o ministério do auxílio, através da difusão dos postulados espíritas, que, propiciando perfeito entendimento das lições evangélicas, representam a medicação oportuna e urgente para a massa desesperada, o homem aturdido...

Sem complexidades nem estruturações estapafúrdias, trabalhemos na sã divulgação do Espiritismo.

Não basta apontar erros. Indispensável saná-los. 

Muito cômodo é estabelecer e impor diretrizes para os outros. Urgente, no entanto, vivê-las.

Fácil é condenar e agredir. O desafio, porém, é mudar a situação.

O conhecimento espírita objetiva reformular as atuais conceituações e transformar as estruturas vigentes, facultando felicidade às criaturas, sem o que perde a finalidade.

Esta é, por consequência, hora de decisão espírita.

Uma página espírita breve é carta de alento ao homem em depressão.

Uma palestra espírita é classe de otimismo e ensino para a ignorância em predomínio.

Um livro espírita é curso de profundidade para despertamento e conduta dos que se atêm no desconhecimento dos valores e da oportunidade da vida.

Uma conferência espírita é fecundo veio aurífero de informação e roteiro, ao alcance de quem pensa.

Um debate espírita é intercâmbio  de esclarecimentos com que se reformulam conceitos.

A ação espírita, em qualquer lugar, é vida nova, atraente, chamando a atenção para a liberdade e a saúde.

Firmar-se no contexto da revelação espírita para ensinar e informar é fundamental, nos momentos que vivemos.

Na hora da Informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor causa ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas  conotações infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses subalternos inconfessáveis...

Hora de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-via” para a estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz.

Caridade para com o Espiritismo é dever de todos que nele haurem paz e vigor, sendo nossa maneira de exercê-la, divulgá-lo, levá-lo à ignorância e àqueles que sofrem a férrea prisão, sem desânimo e  nem tergiversação de nossa parte. (*)


(*) A presente mensagem foi escrita com a participação do espírito Hugo Reis. Nota do médium.


Extraído da obra mediúnica Reflexões Espíritas, capítulo 28, pelo espírito Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco. 

domingo, 17 de junho de 2012

Construção de si mesmo!



Embora pareça fantasia a ideia de que somos responsáveis pela própria construção espiritual,  no entanto,  é realidade incontestável.  Esse entendimento somente alcança sustentação se compreendermos a lei da reencarnação, a lei das vidas sucessivas, a continuidade sempre da vida espiritual.  A reencarnação, por se tratar de lei da Natureza, não é condição de crença, ela existe independentemente de aceitarmos ou não, estamos sofrendo a sua aplicabilidade naturalmente, não depende do homem. 

Abre-se assim uma perspectiva grandiosa de esperança, há possibilidades de retornarmos em nova vida no mundo material, poderemos rever situações, consertar trajetórias, concluir projetos inacabados, reatar laços interrompidos, dar aplicação aos nossos aperfeiçoamentos.    

Podendo retornar depois de uma terminada vida terrena,  no intervalo de uma e outra existência física  estaremos em algum lugar; se não retornamos imediatamente, deveremos estar agindo de algum modo.  Então encontramos razão para a existência da vida fora do plano físico, porque a inteligência e os demais valores adquiridos não podem ficar estagnados – é o que nos diz o bom senso  --, compreendemos que neste mecanismo de “ir e vir ou vir e ir”, na verdade viemos para retornar ao campo espiritual, por isso a vida na matéria é temporária, mas a vida do Espírito é infinita, ela não sofre interrupção nem quando entra na matéria e nem quando sai. 

O Espírito só teve um início, porque foi criado, não terá fim, será um ser em aprimoramento permanente.  “Deus é a  inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.” (1)  Deus é o criador dos Espíritos e os criou simples e ignorantes, jamais aniquilará a criatura, dará oportunidades evolutivas, não fará o que deveremos fazer por nós mesmos, por isso deu-nos a inteligência e todas as demais virtudes em potencial para que as desenvolvamos e encontremos a paz e a felicidade meritoriamente, nessa construção que somos o principal construtor.

Tal construção é lenta na esteira dos séculos, enquanto não temos consciência de nós mesmos somos conduzidos, como os pais conduzem suas crianças, na proporção que a lucidez vai se instalando no ser libera-o dos cuidados dos orientadores da Humanidade e o indivíduo  assume as rédeas da condução da vida conforme as suas possibilidades. 

Agora, a nossa construção está mais avançada, temos mais inteligência e o potencial de discernimento está mais desenvolvido, também as responsabilidades existem maiores, e seremos cobrados na mesma intensidade das disponibilidades da consciência. Esta construção se apresentará feliz ou infeliz por conta do construtor. 

A construção é nossa...

(1)   –O Livro dos Espíritos, questão nº 1, Allan Kardec.

                                                                                                                                     Dorival da Silva
                                                                      


terça-feira, 12 de junho de 2012

As profecias e O Livro dos Espíritos





Ano 6 - N° 263 - 3 de Junho de 2012


GERSON SIMÕES MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)



Gerson Simões Monteiro

As profecias e O Livro dos Espíritos   
2012: data inventada por Hollywood. As palavras proféticas de Jesus. O Apocalipse e a questão 1.019 d´O Livro dos Espíritos

O filme produzido em 2008, nos Estados Unidos, tentando reativar o tema catastrófico – 2012: O dia do Juízo Final – é na verdade mais uma tentativa de se criar uma onda de terrorismo psicológico de que o mundo vai acabar em 2012, explorando sem fundamento as profecias relativas às transformações por que a Terra passará para ingressar numa nova era. Segundo soubemos, os produtores desse filme usaram as profecias Maias e tentaram cristianizá-las, mas se esqueceram de que, quando ela foi concebida, aquele povo nem tinha ouvido falar de Jesus, muito menos pensavam em acreditar em um único Deus.

Segundo Emmanuel, no capítulo VI da segunda parte, intitulado “Alvoradas do reino do Senhor”, do livro Há dois mil anos, psicografado por Chico Xavier, Jesus, quando recepcionava no mundo espiritual um grupo de mártires sacrificados no circo romano, profetizou acerca do que a humanidade passaria nos dias atuais. Nessas profecias encontramos de que forma se dará a transição do nosso mundo de expiações e provas para mundo de regeneração.  
O que vai acontecer sem data marcada 
Eis as palavras do Mestre:
"Quando a escuridão se fizer mais profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos os progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte, derramarei minha luz sobre toda a carne, e todos que vibrarem com o meu Reino e confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos santificadores.
Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos, os mais pesados tributos de sofrimentos e de sangue... Exausto de receber os fluidos venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos cataclismos. As impiedades terrestres formarão pesadas nuvens de dor que rebentarão, no instante oportuno, em tempestades de lágrimas na face escura da Terra e, então, das claridades da minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso e direi como os meus emissários: Ó Jerusalém, ó Jerusalém...
Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento e, renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual.” 
“Para os montes” 
Em o Novo Testamento, vamos encontrar em Mateus, nos capítulo 24 (profecia da ruína de Jerusalém) e 25 (sinais do fim do mundo), o mesmo sentido das palavras de Jesus anotadas por Emmanuel no romance mediúnico, a respeito do momento de transição pelo qual a Terra está passando.
Gostaria de destacar, ainda, o versículo 16, do capítulo 24, das palavras proféticas de Jesus, quando aconselha: "Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes", e para entender o significado desse aconselhamento, vamos nos valer da interpretação de Emmanuel, no capítulo 140, da obraCaminho, Verdade e Vida, que é a seguinte:
‘Referindo-se aos instantes dolorosos que assina­lariam a renovação planetária, aconselhou o Mestre aos que estivessem na Judeia procurar os montes, A advertência é profunda, porque, pelo termo "Ju­deia", devemos tomar a "região espiritual" de quan­tos, pelas aspirações íntimas, se aproximem do Mestre para a suprema iluminação.
E a atualidade da Terra é dos mais fortes qua­dros nesse gênero. Em todos os recantos, estabelecem-se lutas e ruínas. Venenos mortíferos são inoculados pela política inconsciente nas massas populares. A baixada está repleta de nevoeiros tre­mendos. Os lugares santos permanecem cheios de trevas abomináveis. Alguns homens caminham ao sinistro clarão de incêndios. Aduba-se o chão com sangue e lágrimas, para a semeadura do porvir.
É chegado o instante de se retirarem os que permanecem na Judeia para os "montes" das ideias superiores. É indispensável manter-se o discípulo do bem nas alturas espirituais, sem abandonar a coope­ração elevada que o Senhor exemplificou na Terra; que aí consolide a sua posição de colaborador fiel, invencível na paz e na esperança, convicto de que, após a passagem dos homens da perturbação, portadores de destroços e lágrimas, são os filhos do trabalho que semeiam a alegria, de novo, e reconstroem o edifício da vida.’        
O que diz O Livro dos Espíritos 
Diante das profecias de Jesus a respeito desse momento que estamos vivendo no nosso planeta, vamos conferi-las com a resposta dos Benfeitores Espirituais à questão 1.019, de O Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec indaga: “Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?”.
Eis o que foi respondido:
"O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.
Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chega­da apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espí­ritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova.
Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos no­vos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, tra­balhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo em que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pe­cado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado ori­ginal se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.
Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.
Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos lon­gos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que so­frer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias." 
Conclusão 
Todos esses acontecimentos relativos ao período de transição por que passamos para o início de uma nova era foram previstos no Apocalipse, palavra originária do grego, que quer dizer revelação, mas ele fala de transição, não destruição do mundo.
Foi João, um dos discípulos de Jesus, já bem idoso e vivendo na Ilha de Patmos, que escreveu o Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Nele, João apresenta a descrição das visões proféticas apresentadas por Jesus acerca dos acontecimentos pelos quais a humanidade iria passar nos tempos futuros, os quais, na verdade, já estamos vivendo: violência, fome, cataclismos, guerras alimentadas pelo ódio. A linguagem empregada era em diversos trechos figurada: por exemplo, a expressão “pássaros desovando ovos de fogo” descreve, na realidade, aviões despejando bombas destruidoras. Mas, depois de tudo isso, Jesus revela a João o surgimento de uma era de paz para o nosso mundo.
É claro que já estamos vivendo os sinais que antecedem esse novo tempo para a humanidade, previstos pelo Cristo, quando profetizou: “Ouvireis falar também de guerras (...) porque se verá levantar-se povo contra povo e reino contra reino”. Mas, como Ele próprio afirmou no “Sermão da Montanha”, “os brandos e pacíficos possuirão a Terra”, ou seja, após o fim de toda essa turbulência, o homem pacificado viverá a paz no planeta.

Página copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser visitada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano6/263/especial.html

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mediunidade



A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.



À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.

Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.
Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.

Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.

Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. 

Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. 

No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.

Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.

Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. 

Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.

Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.

Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.

Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.

O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.

Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.

A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.

A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.

Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.

Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.

A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.

É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.

Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.

Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Temas da Vida e da Morte - Manoel Philomeno de Miranda 
Texto copiado do site:  http://www.mediunato.com.br/

sábado, 2 de junho de 2012

Você acha que alguém resolverá seus problemas?


Ainda existe muita ilusão, a ausência de amadurecimento espiritual das pessoas levam-nas a pensar que a solução de seus problemas é por conta dos outros; se tornou hábito achar que os outros são os culpados pelas tristezas e tudo mais que não deu o resultado almejado, mesmo que sonhos impraticáveis.

É a transferência de responsabilidade para os ombros alheios, falta de maturidade, que apresenta a resposta em breve tempo, pelo mal-estar que provoca, com a frustração do que não foi alcançado, causando irritação, mágoa, perturbação emocional e tudo o mais que pode decorrer do desequilíbrio emocional.

Isso é decorrência do estado de infantilidade que se vive, ainda não está desenvolvido o senso de responsabilidade, não se entendeu que o indivíduo tem vida autônoma, que precisa realizar concretamente suas obrigações, buscar aprimoramento para sua inteligência e sentimento, arrefecendo o seu egoísmo reinante desde os primeiros passos da reencarnação.

São Francisco de Assis recita: “Pois é dando, que se recebe.”; demonstrando, assim, quanto é diferente uma visão espiritual superior, que não pretende nunca a transferência de obrigação a outrem.  Ninguém pode ser feliz com a realização dos outros, pode-se até ter algum momento de entusiasmo com a vitória realizado pelos que nos cercam e ou até dos que estão à distância. A felicidade somente instala naquele que se esforça para realizar o bem, aplicando suas energias e suas emoções, superando dificuldades, sentindo-se com o dever cumprido – o coração está suave e a mente calma.

Jesus ensina: “ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará” (1), o que leva a entender que sem ação, esforço, conquista -- aquisição moral, principalmente -- o objetivo primordial da vida no corpo físico não será alcançado, permanece-se num círculo vicioso. A mensagem de Jesus tem por finalidade levar as pessoas à interação com a essência da vida, que a alma encarnada é edifício em construção, mas uma edificação espiritual, sendo que a individualidade precisa iluminar-se com as virtudes, utilizando todos os recursos disponibilizados na escola terrena, através do corpo carnal, que serve de ferramenta excelente.  

Frequentemente nas mídias noticiam fatos dos mais escabrosos: crimes, comportamentos desvairados, exibicionismos, exposições sensualistas, depauperamentos morais trazidos a público sem nenhum pudor – total desrespeito ao próprio incauto e aos que recebem os noticiários, proporcionando mau exemplo e assumindo responsabilidades por tudo que advier de tais inconsequências nocivas a Humanidade. Nenhum til passa sem registro pela Lei Divina, da mesma forma que toda desarmonia na casa do Pai levará o responsável ao esforço para equilibrá-la novamente, na parte que lhe cabe, através da expiação e da prova de que aprendeu respeitar a Deus. 

Apenas deixar de fazer o mal não é suficiente, é preciso fazer o bem, porque tudo o que decorrer da omissão trará consequência correspondente (2) – cabendo o ajuste por quem de direito; assim ensinam os Espíritos orientadores da Doutrina Espírita. 

Em vista de tudo isso, deve-se entender que não adianta transferir obrigações para os outros, para os governos, para os pais, para o professor; cada qual é senhor de si mesmo, em primeiro lugar; lúcido não se torna peso para a comunidade onde vive e oferecendo-se, com seus valores, em favor dos que precisam desenvolve as suas próprias virtudes, tornando-se combustível da própria iluminação espiritual, que traz paz e felicidade reais.

(1)   – S. Mateus, VII: 7 a 11)
(2)   – “O Livro dos Espíritos”, questão 642, Allan Kardec, FEB.

Dorival da Silva