quarta-feira, 26 de março de 2014

Como sofres?


Como sofres?


“Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.” - Pedro. (I Pedro, 4:16.)

Não basta sofrer simplesmente para ascender à glória espiritual. Indispensável é saber sofrer, extraindo as bênçãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.
Muita gente padece, mas quantas criaturas se complicam, angustiadamente, por não saberem aproveitar as provas retificadoras e santificantes?
Vemos os que recebem a calúnia, transmitindo-a aos vizinhos; os que são atormentados por acusações, arrastando companheiros às perturbações que os assaltam; e os que pretendem eliminar enfermidades reparadoras, com a desesperação.
Quantos corações se transformam em poços envenenados de ódio e amargura, porque pequenos sofrimentos lhes invadiram o círculo pessoal? Não são poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença, da desconfiança ou da revolta injustificáveis, em razão de alguns caprichos desatendidos.
Seria útil sofrer com a volúpia de estender o sofrimento aos outros? não será agravar a dívida o ato de agressão ao credor, somente porque resolveu ele chamar-nos a contas?
Raros homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações. A maioria menospreza a oportunidade de edificação e, sobretudo, agrava os próprios débitos, confundindo o próximo e precipitando companheiros em zonas perturbadas do caminho evolutivo.
Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias, mas bem poucos espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando a Deus.

 

Página extraída da obra: Vinha de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 80.

quinta-feira, 13 de março de 2014

O Espiritismo Responde



 
O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 352 - 2 de Março de 2014
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI



Um leitor pergunta-nos qual é a explicação espírita das chamadas expiações coletivas, que atingem grupos de pessoas, às vezes uma família inteira, uma cidade, uma etnia, sem distinção entre bons e maus, inocentes e culpados.

Segundo a doutrina espírita, as faltas dos indivíduos, de uma família, ou de uma nação, qualquer que seja o seu caráter, se expiam em virtude da mesma lei. O criminoso revê sua vítima, seja no plano espiritual, seja vivendo em contato com ela numa ou em várias existências sucessivas, até a reparação de todo o mal cometido. Dá-se o mesmo quando se trata de crimes cometidos solidariamente, por um certo número de pessoas. As expiações são, então, solidárias, o que não aniquila a expiação simultânea das faltas individuais. 

Lembra-nos Kardec que em todo homem há três caracteres: o do indivíduo, do ser em si mesmo, o de membro de família, e, enfim, o de cidadão. Sob cada uma dessas três faces pode ele ser criminoso ou virtuoso, quer dizer, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão, e reciprocamente. Disso derivam as situações especiais em que ele irá se encontrar em suas existências sucessivas. 

Salvo as naturais exceções, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que têm uma tarefa comum, reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado ou cumprido a missão aceita. 

Graças ao Espiritismo, compreendemos a justiça das aflições ou vicissitudes que não resultam de atos da vida presente, porque sabemos que se trata da quitação de dívidas perante a Lei contraídas no passado. Por que não ocorreria o mesmo com as dívidas coletivas? 

Diz-se, comumente, que as infelicidades gerais atingem o inocente como o culpado; mas pode ser que o inocente de hoje tenha sido o culpado de ontem. Tenha ele sido atingido individualmente ou coletivamente, certamente é que assim mereceu. Ademais, há faltas do indivíduo e do cidadão. A expiação de umas não livra a pessoa da expiação das outras, porque é necessário que toda dívida seja quitada até o último centavo. 

As virtudes da vida privada não são as da vida pública. Um indivíduo que seja excelente cidadão pode ser um mau pai de família, e outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser um péssimo cidadão e haver soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. São essas faltas coletivas que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se reencontram para sofrerem juntos a pena de talião ou terem a ocasião de reparar o mal que fizeram, provando o seu devotamento à coisa pública, socorrendo e assistindo aqueles que outrora maltrataram. 
 
Um expressivo exemplo de expiações coletivas nos é mostrado por André Luiz no cap. 18 do livro Ação e Reação, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, no qual é descrita a ocorrência de um desastre de avião e relatadas as providências tomadas pelos benfeitores espirituais com o objetivo de socorrer as vítimas. 

Em face desse caso e de outros semelhantes, Hilário, amigo de André, perguntou ao instrutor Druso se a dor dos pais das pessoas que perecem nas lutas expiatórias coletivas é considerada pelos poderes que controlam a vida. A resposta, além de elucidativa, é profundamente consoladora, porque comprova que a nave Terra não se encontra à deriva e tem, portanto, alguém no seu comando.

Respondeu-lhe o instrutor Druso: "Como não? as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente, ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas". (Ação e Reação, capítulo 18, pp. 249 a 251.)
 
Ninguém se elevará a pleno Céu, sem plena quitação com a Terra. "Quanto mais céu interior na alma, através da sublimação da vida, mais ampla incursão da alma nos céus exteriores, até que se realize a suprema comunhão dela com Deus, Nosso Pai", asseverou o instrutor espiritual.

Texto extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessado através do endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/ano7/352/oespiritismoresponde.html


O livro Ação e Reação está disponível para ser baixado no endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/listaalfabetica.html

 

quinta-feira, 6 de março de 2014

O Cristo operante

 

“Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios.” – Paulo. (Gálatas, 2:8.)


A vaidade humana sempre guardou a pretensão de manter o Cristo nos círculos do sectarismo religioso, mas Jesus prossegue operando em toda parte onde medre o princípio do bem.

Dentro de todas as linhas de evolução terrestre, entre santuários e academias, movimentam-se os adventícios inquietos, os falsos crentes e os fanáticos infelizes que acendem a fogueira da opinião e sustentam-na. Entre eles, todavia, surgem os homens da fé viva, que se convertem nos sagrados veículos do Cristo operante.

Simão Pedro centralizou todos os trabalhos do Evangelho nascente, reajustando aspirações do povo escolhido.

Paulo de Tarso foi poderoso ímã para a renovação da gentilidade.

Através de ambos expressava-se o mesmo Mestre, com um só objetivo – o aperfeiçoamento do homem para o Reino Divino.

É tempo de reconhecer-se a luz dessas eternas verdades.

Jesus permanece trabalhando e sua bondade infinita se revela em todos os setores em que o amor esteja erguido à conta de supremo ideal.


Ninguém se prenda ao domínio das queixas injustas, encarando os discípulos sinceros e devotados por detentores de privilégios divinos. Cada aprendiz se esforce por criar no coração a atmosfera propícia às manifestações do Senhor e de seus emissários. Trabalha, estuda, serve e ajuda sempre, em busca das esferas superiores, e sentirás o Cristo operante ao teu lado, nas relações de cada dia.


Mensagem extraída do capítulo 35 - do livro "O Pão Nosso" - Espírito Emmanuel - psicografia de Francisco Cândido Xavier