sexta-feira, 13 de maio de 2011

Solicitude


            A disponibilização para as realizações nobres é demonstração de crescimento espiritual. A voluntariedade, pensando na melhoria geral sem nenhum outro interesse que não o bem, é o desprendimento.

            Sempre haverá tempo suficiente para as realizações despreocupadas com valores monetários, mas com o engrandecimento do próximo, que pode ser um indivíduo ou grupo deles, não é obrigatório personalizá-los, o que importa é o atendimento.

            Solicitude é estar atento à necessidade existente do próximo mais próximo, primeiramente, do próximo não muito próximo depois ou concomitantemente, se possível.  Como não podemos fazer tudo por todos, façamos pelos menos alguma coisa por alguém, ou por uma instituição de promoção social.

            Não se exige que tenhamos solução para tudo, pois que cada um tem seu quinhão de responsabilidade, o que precisamos evitar é a frieza, o desinteresse, a indiferença, porque sem perceber estamos sendo vitimas de nosso próprio mutismo moral, mãos vazias é egoísmo.

            Deus é todo solicitude para com a sua criação, Jesus já informou que “o Pai trabalha sempre e Eu também”, e quem somos nós para cruzarmos os braços?

            Quase sempre pensamos que não podemos fazer nada pelos outros e ignoramos que quando atendemos os companheiros de romagem terrestre, o primeiro beneficiado somos nós mesmos.

            São os gestos emocionais, as reflexões, a disposição para o bem que modificam o ator, pois que movimenta verdade, trabalha realidade, convive com o sofrimento.

            Viver usos e gozos, que no mundo são todos fugazes, muita ilusão, alimenta o egoísmo e a presunção -- os automatismos cibernéticos, o imediatismo dos jogos, a fluidez urgente dos relacionamentos, o descomprometimento socioambiental -- contribuem para o vazio emocional relevante, que desemboca na busca por satisfações apressadas, na ânsia de preenchimento de emoções que não se consegue, buscando vícios, incapazes de atendê-lo, mesmo os mais complexos e sofisticados.

            A paz que Jesus oferece ao homem “É a Dele” e não a do mundo.  A Sua é o trabalho no bem, é doação ao que sofre mais, porque todos que estão na vida material sofrem, e a única maneira de diminuir nosso sofrimento é atendendo e auxiliando os outros – “fora da caridade não há salvação”, da nossa ignorância, das nossas dores.

            Jesus se refere a algo modificado na intimidade, no caminho da compreensão e do entendimento, do ver mais e com visão amplificada, estar em paz consigo mesmo, mesmo no meio das dores, no terreno das ações necessárias.

            Esse estado de alma é contínuo, é como o incêndio que se dilata e expande de acordo com o combustível oferecido, é a realidade que não amaina porque os elementos “fungíveis” são as conquistas no bem, não se apaga, não se extingue.

            Solicitude, paz, felicidade...

Dorival da  Silva

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Para a mulher

Na dolorosa situação dos vossos tempos, observamos a mulher, de modo geral, indiferente aos seus deveres. As ilusões políticas, a concorrência profissional, os venenos filosóficos invadiram os lares.
São poucas as companheiras fiéis que se mantêm nos postos de serviço com Jesus, convictas da transitoriedade das posições humanas.
Quase sempre, o que se verifica é justamente o naufrágio de luminosas esperanças, que, a princípio, pareciam incorruptíveis e vigorosas. Semelhantes desastres são oriundos do esquecimento de que a nossa linha de frente, na batalha humana, é o lar, com todas as suas obrigações sacrificiais, compelindo as mães, as esposas, filhas e irmãs aos atos supremos da renunciação.
Nosso Mestre é Jesus. Nosso trabalho é a edificação para a vida eterna. É imprescindível não olvidar que os homens obedecerão, em todas as suas tarefas, ao imperativo do sentimento. Sem esse requisito, são muito raros os que triunfam. É necessário converter o nosso potencial de fé em fonte de auxílio. Nada conseguiremos no terreno das competições mesquinhas, mas sim na esfera da bondade e da cooperação espiritual.
Busquemos compreender, cada vez mais, o caráter transcendente de nossas obrigações. Quando nos referimos ao dever doméstico, claro que não aludimos à subserviência ou à escravidão. Referimo-nos à dignidade feminina com o Cristo para que todas nos tornemos devotadas cooperadoras de nossos irmãos. O mau feminismo é aquele que promete conquistas mentirosas, perdido em pregações brilhantes para esbarrar, mais tarde, em realidades dolorosas. Reconhecemos, porém, que o feminismo, esse que integra a mulher no conhecimento próprio, é o movimento de Jesus, em favor do lar, para o lar e dentro do lar.
Felizes sois, portanto, pela santidade de vosso ministério.
Unamos as mãos no trabalho redentor. Seja nossa casa o grande abrigo dos corações, onde todos temos uma tarefa sagrada a cumprir.
Deus no-la concedeu, atendendo-nos às aspirações mais elevadas e às súplicas mais sinceras. Cada obstáculo seja um motivo novo de vitória e cada pequena dor seja para nós uma joia do escrínio da eternidade.
Deixai que a tormenta do mundo, com suas velhas incompreensões, se atenue pelo Poder Divino. Não vos magoe os ouvidos o rumor das quedas exteriores. Continuai na casa do coração, certas de que Jesus estará conosco sempre que lhe soubermos preferir a companhia sacrossanta.
Eugênia Braga

Do livro Coletânea do Além, obra ditada por Espíritos Diversos, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Extraída da Revista Eletrônica “O Cosolador”-- Ano 5 - N° 207 - 1° de Maio de 2011 -- http://www.oconsolador.com.br/ano5/207/correiomediunico.html