sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Fé que transporta montanha

Fé que transporta montanha

A fé vem sendo tratada nos tempos modernos pelas vias massificadoras de comunicação televisiva, radiofônica e pela rede internacional de computadores...

Permanece, em maior parte, a prática incisiva de dominação da fé condicionada a alguém ou a algum templo.  Utilizam-se do nome Jesus e do evangelho como moeda fácil, no afã de autenticidade e por fazer valer interesses escusos fantasiam, teatralizam tentando fazer banalidades se tornarem verdades irrefutáveis.

Todos os dias se faz necessário apresentar algo fantástico para prender a atenção dos incautos com promessas de efeitos extraordinários, ludibriando as massas daqueles que se permitem, porque alimentam uma fé cega, dependente de outrem, que como o cego ter um guia cego ambos cairão na ribanceira.

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.  ( Mateus, 11:28 a 30). ” -- Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por Ele [Jesus] ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.” (1).

A fé que transporta montanha (de problemas da vida, dificuldades normais da própria senda evolutiva, que afligem, pois, o homem precisa vencer as suas limitações) é lucidez, confiança na superação das próprias limitações, utilizando com sabedoria as ferramentas que a vida lhe coloca às mãos.

Para se alcançar na vida o alívio das aflições, Jesus fala que é necessário “tomar sobre si o seu jugo” e que se aprenda com Ele a “brandura e a humildade de coração” , assim a alma estará em repouso, no entanto, existe uma condicionante  “o seu jugo é suave e seu fardo é leve”, “que apenas impõe como dever o amor e a caridade.”

O ensinamento de Jesus não é ouvir prédicas, embora isso possa ser útil se quem ensina é honesto e quem ouve passa o conteúdo pelo crivo da razão, através de meditação rigorosa, descartando o que não seja útil para a evolução moral e espiritual. Isto é a parte menor do processo evolutivo, falta a condição primordial: amor e caridade.  

A verdadeira caridade moral, que também se extrai da caridade material, vez que toda ação no bem exige a participação da emoção, da tolerância, da compreensão, é a única condição a proporcionar as modificações íntimas da alma humana. A brandura e a humildade de coração, de que Jesus se refere, é modificação consciente do indivíduo, sabendo suportar as dificuldades que lhe são próprias para a superação dos vícios, da ganância, da inveja, do ódio, do sensualismo, do orgulho, da prepotência, do egoísmo... Sendo que em grande compreensão: a caridade é o amor em ação.

A condição: “que apenas impõe como dever o amor e a caridade” não é norma de Jesus, porque a ela Ele também está submetido, é Lei Natural (Lei de Deus) da qual o Mestre é o revelador. 

Portanto, o homem precisa de ser livre para buscar e para entender, é ser autônomo, não precisa de tutela para a sua fé, vez que Deus lhe deu a liberdade (o livre arbítrio), “buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, e pedi e se vos dará”.

Note-se que sempre há uma ação, uma disposição, faz-se necessário a mão na obra. A passividade, na expectativa que alguém fará a parte de cada um é um engano.  A solidariedade é sempre bem-vinda, mas como apoio, e não deverá fazer a parte particular que compete a cada pessoa. “A cada um segundo a suas obras.” Jamais se pagará pela deficiência dos outros ou se gozará felicidades tendo por conta a virtude dos outros. “Deus é Justo.”

Assim, não é possível caminhar com as pernas que não sejam as próprias e nem encontrar a paz e a felicidade às expensas de outrem.

A fé transporta montanha, na medida da confiança que ela proporciona.

(1)-Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VI – O Cristo Consolador, item 2.
                                                                            

Dorival da Silva

sábado, 7 de outubro de 2017

O Amor


O Amor

O amor se apresenta de acordo com quem ama e quem é amado, sendo infinito a sua forma de expressão: amor-renúncia, amor-evolução, amor-doação, amor-responsabilidade, amor... 

Quem ama verdadeiramente não exige amor de quem se ama, ou da causa que se ama; amar é uma doação lúcida de sentimento que flui dmundo íntimo, que desconhece a limitação sensorial, porque transcende os limites das coisas materiais singrando no infinito espiritual. 

O corpo não ama, mas expressa grosseiramente o sentimento de amor que se encontra na Alma. 

A amizade, a gentileza, a fraternidade, a solidariedade, a caridade são expressões de amor, quando a manifestação se dá naturalmente e desinteressada. 

O amor não pode ser percebido pelo egoísta, nem pelo indiferente. O sentimento somente poderá ser notado pelos seus iguais, pela similitude.  

É engano dizer que a prática sexual é amor.  Os casais que se amam exercem com amor. Fora disto é inconsequência. 

                                                           Dorival da Silva