quinta-feira, 30 de julho de 2015

Necessário acordar


Necessário acordar

“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” – Paulo. (Efésios, 5:14.)
          Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
           Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
           Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
      Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça.

Extraída da obra: Pão Nosso, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 68

------------------------------------------------------------------------------------------


O homem que aplica todo o tempo em conquistar coisas materiais e gozar insistentemente do que derivar disto, sem preocupação com as questões espirituais, pode-se afirmar que está dormindo. Não despertou para as finalidades de estar vivendo a experiência do corpo físico.

A conquista e desenvolvimento de bens materiais, todas as construções e os aperfeiçoamentos possíveis são meios de evolução, não restam dúvidas. Busca-se sempre a melhoria da condição de vida, qualificando-se o medicamento, o meio de transporte, a vivenda, o lazer, o esporte, a indústria, o comércio... Certo é que com isso o homem melhora a sua inteligência, aperfeiçoando a tecnologia e suas aplicações.

 
A vida não tem somente essa finalidade de desenvolver as coisas materiais que mais cedo ou mais tarde desaparecerão. Como a própria tecnologia vem mostrando que muitas criações que mal saíram da indústria se encontram superadas por outras, tendo um vida útil curtíssima.

 
Não foge a isso o cultivo excessivo da beleza exterior, cosméticos modernos para todas as finalidades, academias especializadas para melhorar as formas. Conquanto seja dever cuidar do equipamento carnal, para que funcione adequadamente o maior tempo possível e esteja bem apresentável, mas visando a sua utilidade para o trabalho na construção de um Mundo melhor.


Conquanto toda a tecnologia e as modernidades conquistadas pelo homem, não impedem que a experiência da vida física se finde, com a inevitável morte. Depois, o que vem? Nos dias atuais, com a disseminação dos ensinamentos da Doutrina Espírita, que amplia o entendimento da mensagem deixada por Jesus e seus apóstolos, permite antever o que se dará no outro plano da vida, após o cessar das ações orgânicas, a morte.

 
A vida não sofrerá descontinuidade, porque morre somente a máquina de carne que é o instrumento de manifestação da alma enquanto na vida material. Passando para a espiritualidade e a matéria não sendo mais necessária restará apenas o conteúdo que não é material. São os sentimentos, as lembranças, as intenções, enfim são as vibrações resultantes da vida material. É um estado próprio de alma, que corresponde à qualidade dessas vibrações. 
Que qualidade tem? Está feliz, com o sentimento do dever cumprido ou sofrendo a ânsia de atender necessidade que não pode ser atendida, porque era o cultivo da materialidade, do sensualismo e vício.

A mensagem de Jesus leva o homem a entender que a vida na Terra é um momento, porque a vida real e plena é a da espiritualidade. No entanto, é preciso desmaterializar-se e aprimorar-se espiritualmente. Em razão disso é necessário acordar. “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” 


Reflexão a partir de inspiração com base no texto inicial. 

                                                         Dorival da Silva