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segunda-feira, 1 de março de 2021

Mediunidade! Como entendê-la?


  Mediunidade! Como entendê-la? 

  

 A mediunidade é um sentido extrassensorial que permite a captação do pensamento e o sentimento de outro ser, mas não com os órgãos dos sentidos conhecidos, como a visão, a audição, o olfato.  Pode-se dizer que todas as pessoas a possuem em graus muito variados, pois, em algum nível, recebe influência espiritual. 


Essa influência espiritual acontece naturalmente e sem a percepção consciente daquele que a sofre. Essa ligação sempre terá a qualidade dos pensamentos do influenciado, seus gostos, a maneira de lidar com os problemas do dia a dia, o estado emocional e a condição moral. Esses são pontos relevantes, pois a ligação acontece por afinidade. 

  

Quando se fala de mediunidade ostensiva, refere-se àquela que as pessoas têm consciência de sua condição e atuam produtivamente. Essas pessoas são dotadas de predisposição orgânica para a comunicação com o mundo espiritual, muito embora os fatos mediúnicos sejam espirituais.   


A pessoa que tem essa capacidade denomina-se médium, pois atua como uma ponte que interliga o mundo espiritual e o material, transmitindo mensagem de algum teor. Ela também pode transmitir recursos vibratórios de diversas qualidades, desde as mais grosseiras até a mais sublimadas. 


A mediunidade existe desde que  o homem apareceu na Terra. Os registros da antiguidade comprovam a sua existência, que se configura nas lendas de variadas épocas, nas mitologias, nas religiões, seitas e credos antigos que se utilizavam dos pítons e pitonisas, magos e adivinhos... 

  

Sendo a mediunidade neutra, a qualidade estará na condição moral de quem a exerce, levando em consideração como a utiliza e a intenção. 


A responsabilidade pelas consequências de seu uso recai inteiramente sobre o médium. Trata-se de ferramenta de alto significado para benefício de quem a possui, visando o seu progresso com a solução de pendências morais que se arrastam de outra existência (reencarnação). Eladeve ser exercida com caridade, como demonstrou Jesus (que nada tinha a ressarcir às Leis Universais) em sua passagem pela Terra, o que foi confirmado por seus Apóstolos. 

  

A mediunidade está em toda a população, portanto, em todas as religiões, seitas, entre os crédulos e incrédulos. Ela tem muitas variáveis, podendo-se até dizer que são infinitas, porque corresponde à personalidade de cada sensitivo. 

 

Sendo um sentido, além dos demais conhecidos na constituição física, a mediunidade poderá ser utilizada consciente ou inconscientemente para o bem ou para o mal, de acordo com as disposições daquele que a possui, sua formação moral e seus interesses...  


É preciso estudar, compreender, desvestir-se de preconceitos em relação à mediunidade, pois trata-se de um excelente recurso evolutivo  entregue pelo Criador à criatura para seu benefício. O indivíduo tem a liberdade de como usá-la, sabendo que todo talento vindo da Divindade é para o bem. No entanto, o homem tem o livre-arbítrio e poderá utilizá-la a seu bel-prazer, colhendo frutos doces ou amargosos.  


A mediunidade está presente na criança, no adulto, no idoso e no doente, em estágios dos mais diversos, correspondendo ao estado moral do indivíduo. 


A Doutrina Espírita, organizada por Allan Kardec, inclui entre as suas Obras Básicas O Livro dos Médiuns, lançado em 15.01.1861, há 160 anos. Este livro aborda profundamente  o tema da mediunidade, ensinando sobre as suas possibilidades, bem como os riscos para os médiuns que não possuem o conhecimento necessário para o seu exercício e vivência. 


Quem reencarna com a mediunidade ostensiva tem compromissos sérios a serem solucionados; não se trata de nenhum privilégio. O médium tem a obrigação de aperfeiçoar-se, oferecendo contribuição colaborativa para aqueles que precisam de orientação espiritual, socorro nas obsessões, entendimento da vida do Espírito e da relação da sociedade dos reencarnados com os que estão livres no campo espiritual. É importante levar os aprendizes à compreensão de que a vida não termina com a morte do corpo e que o Espírito nunca se extinguirá.  


A abnegação é o farol do médium consciente de sua tarefa, compreendendo que não se tratar de carreira remunerada aos moldes de uma profissão, mas a gratuidade de seus esforços é a riqueza acumulada na alma de valores espirituais que são definitivos na eternidade. 

  

Existem muitos médiuns que, quase sempre, desconhecem serem portadores de mediunidade. Muitos estão nos presídios, manicômios, organizações criminosas e, ainda, outros se arrastam pelos vícios e comportamentos esdrúxulos, aviltando a sociedade com seus maus exemplos e influências perniciosas.

  

Também existem aqueles que sabem serem médiuns e comercializam o seu uso, comprometendo a sua consciência.  


A orientação do Evangelho de Jesus a respeito desse tema, é: “Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido” (Mateus, 10:8.).  

  

Nesse tempo de grande comoção, com a pandemia (Covid-19) que se espalha por quase todos os recantos do mundo, é importante deixar os preconceitos de lado, compreender que todos são Espíritos e que estão na vida terrena para conquistar novas luzes para a consciência. 


É imprescindível conhecer-se, saber de seus recursos espirituais, seus valores, colocar em prática seus talentos, buscar conhecimento e libertar-se de peias e medos que prendem os passos evolutivos, pela falta de pequenos esforços pessoais. 


“Jesus é o Sol para todas as almas do mundo, um guia seguro, mas para contemplar o  seu fulgor, é preciso abrir as vistas espirituais.”   

  

                          Dorival da Silva  

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A glossolalia e a xenoglossia...

Crônicas e Artigos
Ano 10 - N° 474 - 17 de Julho de 2016
JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)

 
A glossolalia e a xenoglossia dos carismáticos católicos
e pentecostais
 

Os fenômenos com os grupos de carismáticos católicos e dos pentecostais protestantes e evangélicos incomodam os seus líderes religiosos mais esclarecidos. É que, com razão, eles desconfiam que sejam fenômenos mediúnicos!

Entre eles há médiuns ostensivos ou especiais. E a mediunidade não escolhe religião.

Entre os fenômenos que ocorrem com os citados grupos, há o de glossolalia e o de xenoglossia. O primeiro consiste em o indivíduo ser dominado por uma grande emoção provocada por uma forte crença em estar num contato com Deus, que, no caso, eles chamam de Espírito Santo. As pessoas ficam eufóricas, dançam, choram, dão risadas, gritam, e o mais comum: ficam fazendo murmúrios ou soltando frases espontâneas. E eles creem, como já dissemos, que se trata da manifestação do próprio Deus ou Espírito Santo. E os que são médiuns podem incorporar ou imantar Espíritos e até serem lançados ao chão, conforme seja o Espírito manifestante. Muitas pessoas caíam no chão na hora da missa, e acreditava-se que seria por fraqueza, mas hoje se sabe que, muitas vezes, é porque recebem um Espírito.

O segundo fenômeno é o de xenoglossia, que consiste em o indivíduo falar realmente uma língua estrangeira. Aliás, pode ser um Espírito que fala através de um médium que, antigamente, era chamado de profeta e vidente, como se lê em 1 Samuel 9: 9. (Para saber mais: “Xenoglossia”, de Ian Stevenson, diretor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia, USA, Ed. Vida & Consciência, SP, 2012.)

E também para Paulo existe o dom de xenoglossia ou de falar realmente línguas estrangeiras: “Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis, pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar para que a Igreja receba edificação” (1 Coríntios 14: 5). Não se trata, pois, de glossolalia (murmúrio ou blá, blá, blá sem nenhum sentido), mas de xenoglossia ou de falar de fato uma língua estrangeira e até já morta, sem conhecimento dela, e até mesmo desconhecida de todos os presentes.

Também em Pentecostes (Atos, capítulo 2), os apóstolos falaram realmente línguas estrangeiras, que foram entendidas pelos respectivos estrangeiros presentes e que as conheciam. Os defensores do Dogma do Espírito Santo, como acontece com outras passagens bíblicas envolvendo Espíritos, creem que é o Espírito Santo que se manifestou falando línguas estrangeiras através dos apóstolos, o que, porém, não resiste a uma análise mais séria e criteriosa. Foram vários Espíritos que se manifestaram em Pentecostes falando nas línguas de suas nações. Inclusive, a favor disso, houve como que várias línguas de fogo, quando se sabe que é muito comum Espíritos se manifestarem em forma de fogo. Ademais, pela Bíblia, não pelo Dogma, que respeitamos, o Espírito Santo é como se fosse um substantivo coletivo, que designa o conjunto dos Espíritos. (Daniel 13: 45, da Bíblia Católica, pois Lutero tirou os capítulos 13 e 14 da Bíblia Protestante.) Alguns dos presentes, zombando, diziam que os apóstolos estavam embriagados, na verdade estavam em transe mediúnico ou em êxtase, segundo a Igreja.

Como ficou claro, não devemos confundir xenoglossia com glossolalia!

------------------------------------------------------------------------------------------------Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço:http://www.oconsolador.com.br/ano10/474/ca2.html

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Terrorismo de natureza mediúnica

Terrorismo de natureza mediúnica

       
Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito,  quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.
De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.
As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino,  conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.
Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no

dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita
Nacional, em Calpe, Espanha.
Em 09.04.2012.

A mensagem também poderá ser lida na fonte, através do endereço:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=279

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Educação da mediunidade

Correio Mediúnico
Ano 1 - N° 35 - 16 de Dezembro de 2007
 

Educação da mediunidade
Manoel Philomeno de Miranda  


Sendo a faculdade mediúnica inerente a uma disposição orgânica, semelhante às outras responsáveis pelas manifestações sensoriais, deverá ser educada com cuidados especiais, a fim de bem desempenhar a função para a qual a Divindade dotou os seres humanos.

Concedida a todos os homens e mulheres sem privilégio de etnia, de caráter, de fé religiosa, de condição sócio-econômica, representa uma alta concessão, que faculta o conhecimento da imortalidade do Espírito, assim como das conseqüências morais resultantes da conduta existencial.

De igual maneira como se educam os sentidos físicos e as faculdades intelectuais, disciplinando o comportamento moral, a mediunidade, que desempenha relevante papel na vida humana, requer desvelos e condutas específicos, para que possa contribuir eficazmente em favor da harmonia do indivíduo e do seu incessante progresso espiritual.

Demitizada pelo Espiritismo, que esclareceu os falsos atributos divinatórios e especiais com que a vestiam, torna-se instrumento precioso para o bem-estar, a saúde e a paz, na condição de recurso próprio para a auto-iluminação e a libertação do primarismo ainda persistente naquele que a possui.

Causa estranheza, não poucas vezes, encontrar-se a mediunidade ostensiva em pessoas de conduta reprochável, enquanto outras, dignas e corretas, dela não se fazem possuidoras com a mesma intensidade. Essa visão proporciona aos incautos o conceito de que a mediunidade independe da moral do indivíduo, o que é certo, enquanto que a qualidade das comunicações não se subordina ao mesmo raciocínio. Isto porque os Espíritos comunicam-se por meio de quaisquer instrumentos, valendo ser lembrado que as primeiras comunicações que precederam ao surgimento do Espiritismo deram-se através de recursos muito primários, com o objetivo de chamar a atenção, logo passando àquelas de natureza transcendental e elevada.

Na ocasião, fazia-se necessário assim apresentar-se o fenômeno, considerando-se que, noutras épocas, em face da naturalidade com que ocorriam e da sua multiplicidade, foram mal interpretados. Mediante esse recurso algo primitivo, foi necessário o estudo sério e a busca da causalidade do fenômeno, quando os próprios Espíritos encarregaram-se de definir e elucidar com sabedoria a ocorrência.

Os indivíduos maus, orgulhosos e corrompidos apresentam-se, portanto, com faculdades ostensivas por misericórdia do Amor, a fim de que sejam, eles mesmos, os instrumentos das advertências e orientações de que necessitam para uma existência de retidão e de equilíbrio, com alto discernimento a respeito dos objetivos da caminhada terrestre. Permanecendo nos vícios a que se entregam, voluntariamente, tornam-se mais responsáveis pelos atos danosos que os prejudicam, padecendo-lhes as conseqüências lamentáveis. Advertidos sobre a transitoriedade do carro material de que se utilizam, não terão como justificar-se ante a própria consciência pela leviandade que se permitiram, assumindo as graves responsabilidades morais em relação ao futuro.

Somente através do conhecimento lúcido e lógico da mediunidade, mediante o estudo de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, é que se deve permitir o candidato à educação da sua faculdade, ao aprimoramento pessoal, iniciando, então, o exercício dessa disposição orgânica, profundamente arraigada nos valores morais do Espírito.

Uma das primeiras providências a ser tomada, em relação a esse programa iluminativo, diz respeito à auto-análise que se deve propor o interessado, trabalhando as imperfeições do caráter, os conflitos comportamentais, lutando pela transformação moral para melhor no seu mundo interior.

Esse esforço, no entanto, não se aplica a um certo período da vida, mas a toda a existência, porquanto à medida em que se avança no rumo da ascensão melhor visão interna se possui a respeito de si mesmo.

Quanto mais esclarecida a pessoa se encontra, mais facilmente observa as imperfeições que possui, dando-se conta de que necessita ampliar o esforço, a fim de as superar.

O contato com os Espíritos com equilibrada freqüência, faculta a percepção da lei dos fluidos, mediante a qual torna-se factível a identificação dos comunicantes, em decorrência das sensações e das emoções experimentadas.

Cada comunicante é portador de vibrações especiais, assim como ocorre na Terra, caracterizando-se cada qual por determinados hábitos e mesmo pelos seus condicionamentos. A observação do conteúdo das mensagens também é de salutar efeito, analisando-o e aplicando-o em si mesmo, quando expresse orientação e direcionamento propiciadores de felicidade.

Os médiuns sérios devem sempre aceitar para si mesmos, em primeiro lugar, as mensagens de que se fazem instrumento, assim aprimorando-se e crescendo na direção do Bem. À medida em que se torna maleável às comunicações, mais expressivas se fazem, proporcionando melhor qualidade de filtragem do pensamento que lhe é transmitido.

Colocada a serviço do Bem, a disciplina e a ordem são fundamentais para o seu mais amplo campo de realizações, porquanto a mediunidade não pode constituir-se estorvo à vida normal do cidadão, nem instrumento de interesses escusos sob a falsa justificativa da aplicação do tempo que lhe é dedicado.

O aprofundamento das reflexões, alcançando o patamar da concentração tranquila, faculta a ideal sintonia com os Espíritos que se comunicarão, diminuindo a interferência das fixações mentais, dos conflitos perturbadores, melhor exteriorizando o pensamento e os sentimentos dos comunicantes.

A tranqüilidade emocional, defluente da consciência de que se é instrumento e não autor das informações, é fundamental, tornando-se simples e natural, sem as extravagantes posturas de que são seres especiais que se atribuem ou emissários irretocáveis da Verdade, merecedores de tratamento superior durante o seu trânsito pelo mundo físico...

João, o batista, proclamou, em referência a Jesus: É necessário que Ele cresça e que eu diminua. O exemplo deve ser aplicado aos médiuns que desejam alcançar as metas ideais do seu exercício, considerando-se apenas como instrumentos que diminuem de importância enquanto a Mensagem cresce e expande-se.

A busca atormentada da notoriedade, da fama, do exibicionismo, constitui terrível chaga moral, que o médium deve cicatrizar mediante a terapia da humildade e do trabalho anônimo. Desse modo, a arrogância, a presunção, a vaidade que exaltam o ego diminuem a qualidade dos ditados mediúnicos de que se faz portador aquele que assim mantém-se.

Prosseguir com naturalidade a experiência reencarnatória, sendo agradável e gentil, vivendo com afabilidade e doçura, de modo a se tornar seguro intermediário dos Espíritos nobres e bons, que preferem eleger aqueles que se lhes assemelham ou que se esforçam por melhorar-se cada vez mais.

O bom médium, desse modo, conforme esclareceu Allan Kardec, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. (*)

Combater o ego e os seus parceiros, para dar sentido aos valores espirituais, é, sem dúvida, conduta salutar, no processo da educação mediúnica e por toda a existência.

No sentido oposto, quando a faculdade mediúnica não recebe a consideração nem os cuidados que lhe são devidos, não desaparece, antes permanece à mercê dos Espíritos frívolos, irresponsáveis ou perversos que se comprazem, utilizando-a para fins ignóbeis com os quais o intermediário anui, culminando em transtornos emocionais graves, enfermidades simulacros que proporcionam assimilação de agentes orgânicos destrutivos ou de obsessões de longo curso...

De bom alvitre, portanto, será que todos os indivíduos, portadores de mediunidade ostensiva ou natural, esmerem-se e penetrem-se de responsabilidade, adquirindo afinidade com os Mensageiros da Luz, na grande obra de regeneração da sociedade e do planeta a que eles se vêm entregando com abnegação e devotamento.

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 14 de novembro de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.


(*) O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Capítulo XXIV, Item 12. 52ª. Edição da FEB. 

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Mensagem extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/35/correiomediunico.html

sábado, 24 de janeiro de 2015

Terrorismo de natureza mediúnica


       
Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito,  quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.
De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.
As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino,  conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.
Vianna de Carvalho
 
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no

dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita
Nacional, em Calpe, Espanha.
Em 09.04.2012.