TERRA PROVEITOSA
“Porque a terra que embebe a
chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles
por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus.” —
Paulo. (HEBREUS, capítulo 6, versículo 7.)
Os
discípulos do Cristo encontrarão sempre grandes lições, em contacto com o livro
da Natureza.
O
convertido de Damasco refere-se aqui à terra proveitosa que produz abundantemente,
embebendo-se da chuva que cai, incessante, na sua superfície, representando o
vaso predileto de recepção das bênçãos de Deus.
Transportemos
o símbolo ao país dos corações. Somente aqueles espíritos, atentos aos
benefícios espirituais, que chovem diariamente do céu, são suscetíveis de
produzir as utilidades do serviço divino, guardando as bênçãos do Senhor.
Não
que o Pai estabeleça prerrogativas injustificáveis. Sua proteção misericordiosa
estende-se a todos, indistintamente, mas nem todos a recebem, isto é, inúmeras
criaturas se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o coração em sombras
densas.
Deus
dá em todo tempo, mas nem sempre os filhos recebem, de pronto, as dádivas
paternais. Apenas os corações que se abrem à luz espiritual, que se deixam
embeber pelo orvalho divino, correspondem ao ideal do Lavrador Celeste.
O
Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as
criaturas. No planeta terreno, Jesus é o Sublime Cultivador. O coração humano é
a terra.
Cumpre-nos,
portanto, compreender que não se lavra o solo sem retificá-lo ou sem feri-lo e
que somente a terra tratada produzirá erva proveitosa, alimentando e
beneficiando na Casa de Deus, atendendo, destarte, a esperança do horticultor.
Mensagem
extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, ditado pelo Espírito Emmanuel,
através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 117, ano 1948.
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REFLEXÃO: No penúltimo parágrafo das disposições do
Mentor Emmanuel estabelece três patamares sobre o versículo de Paulo colocado à epígrafe a serem analisados, por todos nós que desejamos caminhar com proveito
no caminho evolutivo, ou seja, o caminho que nos levará ao alcance da paz e da
felicidade.
A Doutrina Espírita, em seu primeiro ponto, traz uma
revelação grandiosa, quando Allan Kardec propõe a questão: O que é Deus? A
resposta traz o foco do clarão que se abriria daí para a frente, modificando
integralmente as concepções da Ciência, da Filosofia e da Religião, a sua
concisão é rica e bela: “Deus é a
inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
O Orientador Emmanuel diz no parágrafo em análise
que: “O Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a
todas as criaturas.” Ele coloca num segundo patamar: “No planeta terreno, Jesus é o
Sublime Cultivador.” E, em
terceiro: “O coração humano é a terra.”
Por ordem Divina, Jesus arregimentou meios
e recursos e elaborou um lar onde pudesse dar oportunidade a uma infinidade de
seres que se encontravam em vários estágios evolutivos, ainda muito acanhados,
com a inteligência pobre e moralmente insipiente. Planejou e com muitíssimos
grupos de grandes Espíritos sábios, cientistas e engenheiros siderais,
trabalhadores de muitas ordens do Mundo Espiritual, depois de milênios,
estabilizou a atmosfera, o solo e as águas, providenciou os animais e os
vegetais, dando condições para que seres hominais pudessem no Planeta se
estabelecerem, encontrando oportunidade para caminhar para a paz e a felicidade,
depois das experiências de muitas reencarnações.
Jesus preside o planeta Terra desde o seu
planejamento para existir, as vidas materiais, inclusive a do homem, se
automatizaram, os Reinos têm o seu desenvolvimento conforme os processos
genéticos, se reproduzem garantindo a perpetuação das espécies; preparado o
ambiente nos passos dos milênios, o objetivo é o aprimoramento dos Espíritos
que estão sob a sua tutela, que são bilhões, nos mais variados estágios
evolutivos.
Vejamos que Espírito tem inteligência, vontade, poder
de decidir suas atitudes, boas ou más, e carrega consigo latentes potenciais
extraordinários a serem desenvolvidos. No entanto, tudo depende de sua decisão de fazer ou não fazer algo, acolher orientação ou buscar conhecimento, trabalhar
ou não. Trata-se de autoconstrução espiritual, embora, exista a Lei de
Progresso que sempre o estará incomodando, caso não ande por sua vontade.
Deus, a origem de tudo, disponibiliza as
possibilidades para o desenvolvimento de todos os Reinos. Mas, neste momento, estamos
falando do ser humano, mais especificamente do Espírito, que não se extinguirá,
embora necessite de um corpo para as experiências no campo material. Assim como todo aluno precisa de professor, todos no Planeta têm o Mestre
Jesus. Como Governador e gestor dos recursos Divinos, Ele cuida do que há de
mais importante no Universo: os Espíritos. Ele aplica sua sabedoria para atender às
necessidades de todos neste Orbe.
Entendamos que Jesus não usa de violência, aplica o
amor e a justiça, não foge à caridade.
A caminhada do homem na Terra é de sofrimento, o
que o Orientador Espiritual na página do início aponta: “Cumpre-nos, portanto,
compreender que não se lavra o solo sem retificá-lo ou sem feri-lo e que
somente a terra tratada produzirá erva proveitosa, (...) “,
é a “dor-evolução”, é a nossa dor,
pois, como a semente que rompe o solo para encontrar a luz, o Espirito precisa
vencer as resistências da sua própria obscuridade para alcançar as claridades
que aguarda o eclodir de suas conquistas intelectuais e morais, compreendendo
que a verticalização das forças somente o bem é capaz de produzir.
Na escuridão da Alma, vive-se os instintos, o
acerto e o erro, a ignorância, a brutalidade, as desconsiderações com o
próximo, impera o egoísmo e o orgulho, o crime, e hediondez... Sofre as consequências, vê-se obrigado a
sanar... O mal gera o mal, o sensualismo
o sensualismo... Tudo isso nasce na Alma e somente ela poderá estancar essa
corrente e alterar o seu curso, buscando a nobreza de tudo o que depreciou, mas
não se dará sem esforço, renúncia, dando novo rumo ao pensamento e sentimento,
o que quase sempre ocorre em função do sofrimento.
Há a revolta e a incompreensão das criaturas no
estágio inicial de espiritualização, conforme a anotação de Emmanuel,
assim: “Não que o Pai estabeleça prerrogativas injustificáveis. Sua proteção
misericordiosa estende-se a todos, indistintamente, mas nem todos a recebem,
isto é, inúmeras criaturas se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o
coração em sombras densas.”
Todos estamos dentro de um plano Divino, com meta
clara, embora a nossa cegueira e a má vontade, o desejo de
permanência na vida como se conhece, a comodidade, mas existem as Leis Naturais que
são as balizas norteadoras do aprimoramento da Criatura, conquanto o seu
livre-arbítrio, causam incômodos quando do desatendimento.
Como todo desequilíbrio traz em si consequências
danosas: desgostos, infelicidades, depressão, ruínas emocionais e materiais... O destoar com a harmonia da vida natural, é o
desarranjo da Casa do Pai, a consciência. Toda desarmonia causa sofrimento,
desconforto, doença, infelicidade, desesperança, insegurança e outros males no
caminho de quem não quer modificar o seu estado espiritual para o bem.
“O Altíssimo
é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as criaturas. No
planeta terreno, Jesus é o Sublime Cultivador. O coração humano é a terra.”
Aproveitando o excerto acima, destacamos: O
coração humano é a Terra. Onde o
Sublime
Cultivador tem realizado seus
esforços no Mundo, oferecendo, além de Seus próprios exemplos, exarados no Evangelho,
há vinte séculos, presente na sociedade do Planeta, quando lançou as sementes do amor e esperança, que
continua cultivando.
O nosso coração é a terra proveitosa e tem um
Divino Cultivador, que aguarda sejamos capazes de acolher pelos nossos méritos
o Orvalho Divino, para que nos saturemos de paz e felicidade.
Trabalhemos! O futuro tem o sabor dos méritos.
Dorival da Silva