Somos um
mundo de causas, ao mesmo tempo em que somos mundo de efeitos. A doença e a
cura. O mestre e o aluno. A origem causal do que somos.
O homem,
na sua essência, é o produto mais perfeito da Natureza, depois de seu início, a
criação Divina, a construção é sua. O ser espiritual é perfeito de origem, mas
sutil e neutro, composto de todas as possibilidades, que estão adormecidas,
aguardando ambiente espiritual adequado para eclodirem, tornarem-se causas.
O
despertar é lento, percorre tempo infindável, as movimentações vão mostrando o
que é bom e o que é ruim, no entanto, é uma descoberta que se faz com o
resultado de cada ação, depois de compreendida e experimentada.
Em outro
passo, essa verificação, vivida e maturada, desperta em relação aos outros,
porque de mesma maneira observa o que é bom ou ruim, nos seus efeitos e
consequências, que retornam para si mesmo.
Nenhum
ser surgiu com um manual, conquanto a consciência, que sofre a tal construção,
que será autônoma depois de saber discernir, mesmo que relativamente.
As
orientações externas, daqueles que chamamos mais vividos, tais como nossos
pais, tem a figura de nos chamar a atenção para aquilo que já vivemos em vidas passadas e não lembramos objetivamente, mas o que temos no eu profundo,
que está encoberto, pelos recursos da reencarnação, em nosso proveito, para nos
dizer tenha cuidado, isso você já viveu e não foi bom, é a observação do pendor
negativo, vez que o certo e o justo sempre serão apoiados, pois o bem não
precisa ser justificado diante da consciência.
Precisamos
atenção para perceber de como somos e o que estamos realizando, analisar os
efeitos do que causamos aos outros, é o espelho da nossa imagem causal, que
mostra a posição evolutiva, a nossa condição espiritual.
A
responsabilidade aumenta conforme o discernimento desabrocha. É intimo. Por
isso, a consciência dos atos torna-se juiz implacável, vez que conhece a causa
e não aceita retrocesso, não aceita ignorar o que já foi revelado, percebido e
compreendido. Daí que antes de qualquer ação deve anteceder a reflexão, nesse
exercício buscamos todos os valores para precisar ou antever os resultados e
seus desdobramentos, porque com todas as vivências dos tempos que não se
contam, tem condições de avaliar se devemos ou não, se os resultados serão bons
ou não, é a razão, é a consciência e a lucidez, mesmo que ainda um pouco
embaçadas, mostrando a nossa própria direção na vida.
Deflui
com isso que ninguém é responsável pelas nossas dores e nem pelas nossas
felicidades, muito embora a influência de uns nos outros. Recolhemos o que nos
toca, porque sempre os efeitos retornam à causa. São Francisco ensinou: “é
dando que se recebe...”; é por isso que retornamos à origem da origem, à causa
da causa primeira, que é Deus, mas nos aproximamos lentamente, através da esteira
do tempo, de acordo com o crescimento espiritual, até chegarmos ao estado de
sublimidade, onde a interação se faz grandiosa e definitivamente.
Dorival da Silva
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