sexta-feira, 16 de abril de 2010

Quando a vida responde

A condição evolutiva do nosso planeta terrestre justifica os graus de afligentes ocorrências que têm lugar no cotidiano das criaturas.

Em um mundo caracterizado por um regime de enfrentamentos expiatórios para os seus habitantes, é bem certo que não serão poucas as angustiosas situações em que se encontrarão os indivíduos a cada momento.

Algo que muito contribui para o incremento das aflições dos humanos tem sido a ignorância. O fato de não se saber de muitas coisas é dessas situações que se assemelham a espesso véu cobrindo a luz, a sombra densa, ou mesmo a cegueira, impedindo que as almas, detidas pelo magnetismo terreno, tenham visão mais alta, profunda e longínqua da natureza, o que as arrasta para os valores úmidos e obscuros dos costumeiros equívocos.

Recordemo-nos de que foi o Nazareno quem nos afirmou que seria o conhecimento da verdade capaz de nos libertar das cadeias da bestialidade, da enfermidade e da ignorância. Cumpre-nos, desse modo, sair em busca dessa verdade por Ele reportada.

Allan Kardec, por sua vez, ao indagar aos Seres Imortais que o assessoraram sobre qual seria a maior ventura dos Bons Espíritos – na estruturação de O Livro dos Espíritos --, obteve por resposta: o conhecimento de todas as coisas. Bem se vê que o desconhecimento das coisas é passível de promover ou de manter a desventura, a infelicidade dos seres humanos.

Assim, não será difícil compreender que é a alma de visão cerrada a mais passível de se debater nas trevas do desconhecimento das questões mais básicas da existência.

É fundamental, então, que cada um de nós realize maiores empenhos para iluminar os escaninhos do pensamento e da razão quanto os labirintos dos sentimentos, a fim de melhor cooperar com a obra de Deus no planeta.

Muito embora não pertença à Terra o conhecimento da absoluta verdade, a realidade é que teremos muita dificuldade em alcançar os saberes absolutos enquanto nos mantivermos acomodados ao relativismo dos saberes passageiros, satisfeitos com o degrau em que nos achamos, diante dos mundos mais avançados e das almas bem mais formosas em conhecimento e virtude, que se alastram pelo universo.

Quantas são as criaturas humanas que mantêm ojeriza ao conhecimento, à iluminação da mente, em pleno período das mais eloquentes conquistas da intelecção no mundo?

Quantos são os indivíduos que abominam livros, detestam encontros de discussões culturais?
Quantos os que se sentem molestados com os princípios éticos ou que se mostram indiferentes aos preceitos de ordem moral, nesses tempos de expectativas de paz e de fraternidade para o planeta?

Os nobres Emissários da Vida Imortal têm-nos feito continuados convites ao bom uso do livre-arbítrio, tendo por escopo ativar os passos do nosso progresso generalizado.

Ao longo de toda a história da humanidade, têm sido o limitado poder reflexivo das criaturas e o diminuto interesse pelo autoaprimoramento – pela descrença da importância da vida da alma e da realidade das esferas da imortalidade – as causas de graves quão negativas investidas dos seres nos campos das frustrações e da dor. Vive-se como se tudo tivesse começo e fim na matéria densa planetária ou como se o corpo biológico significasse o princípio e fim de todas as nossas realidades.

No decorrer dos dias, porém, tudo vai se tornando experiência lúcida, compreensão aguçada, aceitação desacomodada para aqueles que realizam esforços honestos por decifrar seus próprios enigmas bem como o significado da vida em torno de si, passando a considerar a ação inquebrantável da lei da causalidade, dando-se conta dos grandiosos compromissos que nos trazem à reencarnação, nas dimensões dos mundos físicos, cujos fundamentos são as realizações da evolução humana.

***

Tomando conhecimento do amontoado de indagações que surgem, a cada hora, em torno dos mais diversificados temas da humanidade, tais como: os relacionamentos familiares; os progressos tecnológicos em face da espiritualidade do ser; o uso ou desuso tanto de drogas químicas quanto de contraceptivos; o abortamento; a eutanásia; a pena de morte; a dor; a separação da morte, dentre outros destacados temas, é justo que nos preocupemos, de algum modo, em cooperar com o esclarecimento geral, diante da renovada visão que passamos a desenvolver, quando nos circuitos da Vida Imperecível.

Junto às pessoas sequiosas de conhecimento, destacamos e louvamos as mentes que, entusiasmadas pela verdade libertadora, já conseguem conhecer e interpretar, dotadas de boa vontade, aplicam-se a responder carradas de dúvidas que lhes são endereçadas, aqui e ali, em todas as áreas do conhecimento em que atuam.

Sempre que se apresentam indivíduos honestamente desejosos de conhecer os elementos fundamentais da existência na Terra, surgem seareiros do amor, alguns encarnados e outros desencarnados, somando esforços a fim de que se espalhem as lições excelentes do Mundo Maior, instrutivas umas, consoladoras outras, benfazejas todos, diminuindo o peso dos testemunhos dolorosos e a densidade torturante que a morte fisiológica ainda exerce sobre tantas criaturas.

A busca do conhecimento, os esforços dos leitores e do bom-senso dos pesquisadores contemporâneos promovem tamanha excitação nos círculos espirituais próximos ao planeta, que grupos de Espíritos Benfeitores desencarnados passam a se interessar em participar dos eventos de aclaramentos, procurando cercear a investida irresponsável de entidades aventureiras ou francamente opostas ao movimento de libertação de consciências.

Há considerável contingente de Espíritos perversos, destacados agentes das sombras organizadas, -- que supõem poder manter uma guerra de desmoralização do trabalho do Cristo no mundo --, e que obtêm das suas presas encarnadas os salvocondutos para trazer suas versões inverídicas e comprometedoras, tendo em vista o estado de fascinação em que se encontram os que lhes dão vez e voz, como obedientes canais psíquicos em que se transformaram.

Os lidadores do bem, contudo, agem no Invisível com firmeza e perseverança, procurando inspirar as criaturas encarnadas que anelam pelo conhecimento superior, encetando sincera busca, passando a sintonizar com a Grade Luz, de tal modo que têm a percepção de que é a própria vida que, paciente e compreensiva, lhes responde às indagações, a fim de que consigam injetar as bem-aventuradas informações no fluxo de suas próprias existências.

O trabalho que ora apresentamos é dedicado aos companheiros que anseiam por respostas as suas dúvidas, respostas que os ajudem a desenvolver mais amplos e profundos raciocínios e adotar melhor posicionamento perante a encarnação, aproveitando a grande oportunidade da vida terrestre.

Juntamos às respostas reflexivas do companheiro encarnado, fruto de suas análises e do que lhe pudemos inspirar, os pareceres de alguns corações que ora habitamos as dimensões invisíveis, de modo a que todos, unidos, meditemos em torno da nossa sede de aprender, de saber, como de obter as respostas da vida que, em doses generosas, o Espiritismo nos oferta.



Camilo

Mensagem psicografada em 21.10.2009, na
Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ
“Inserida na abertura do livro: Quando a vida responde,
psicografia de José Raul Teixeira”

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