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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Natal, 2024

                                                                   Natal, 2024 

Atualmente, em diversas sociedades, existem, intrinsecamente, dois Natais. Um Natal em que se comemora o sentimento de religiosidade e outro, materialista, que usa a personalidade divina como peça de marketing, objetivando lucros.  Pode-se até dizer que as situações se mesclam, mas devemos separar bem essas variantes. 

A comemoração do Natal, embora seja uma festa, não pode ser confundida com uma festa pagã ou com objetivos comerciais.  

Comemorar o natalício de Jesus é festejar com Ele. É um festejo espiritual, um comungar com as melhores vibrações. É presentear com as suas melhores evoluções intelectuais e morais, comprovadas por suas ações no bem. Não se fazem necessários presentes enfeitados em lojas e pagos em dinheiro; isso não tem lugar na esfera espiritual. Os valores mais representativos são aqueles transportados na alma, conquistas obtidas através de esforços de crescimento moral e espiritual. Seus fulgores e alegrias são permanentes, pois não se dissipam nem desgastam.  

Grande parte das pessoas o período do Natal como tempo de festejos de final de ano, quando encerram os ciclos escolares, do comércio, da indústria, enfim, do mercado. Comemoram os resultados econômico-financeiros alcançados e o início do descanso almejado, após os esforços vividos durante a jornada anual. Boa parte da sociedade entra no gozo das férias.  

Assim, existem duas situações bem definidas, embora não percebidas pela sociedade que se diz cristã: para uns, a comemoração do nascimento de Jesus; para outros, os festejos de final de ano.  

Sob um enfoque verdadeiramente cristão, é uma questão de entendimento e respeito Àquele que veio ao mundo, de paragem celeste, envergar um corpo físico -- situação do qual estava dispensado, pela Sua elevação espiritual -- para orientar diretamente a humanidade sobre a grandiosidade da vida, firmar de viva voz a existência de Deus, proclamar que a vida espiritual é infinita e que todos são filhos desse Pai, criados para a felicidade.  Permitiu-se ao holocausto do Calvário, demonstrou humildade diante da miserabilidade ignorante do povo e de autoridades materialistas. Deixou claro que: "é o caminho, a verdade e a vida" das criaturas para Deus, o que corresponde a uma vida de plenitude espiritual.  

Toda confraternização entre pessoas, as festas com mesas lautas e fartas de bebidas, presentes e outras manifestações também são respeitáveis, mas não devem ser consideradas comemoração do natalício de Jesus. Isto porque nem sequer se lembram Dele e, muitas vezes, realizam extravagâncias e exageros fora de qualquer possibilidade de tratar de algo que se acomode ao Seu pensamento divino.  

Esta reflexão tem por objetivo despertar a observação dessas realidades destoantes, que, pela tradição, são compreendidas como manifestação única, com o objetivo de atender ao grande referencial para a vida dos cristãos modernos: o Natal.  Mas não é bem desse modo. O que é espiritual precisa do componente espiritual e deve ser tratado com consciência. As coisas materiais, os usos e tradições, conquanto carreguem sua carga de responsabilidades e obrigações, têm suas conduções pelas regras práticas.  

Quando se refere a Jesus Cristo, é preciso saber que se está tratando de um fato espiritual verdadeiro. Jesus, aquele da cruz, não é ficção, nem lenda, e muito menos folclore. Ele é uma verdade. Todos nós, os oito bilhões de Espíritos reencarnados no planeta, estamos sob a Sua condução, em uma programação evolutiva através dos milênios. 

Observemos que não faltam expoentes para orientação em todos os segmentos da vida, como na Ciência, Tecnologia, Saúde, Educação… Se há desconexão, rebeldia, intolerância, criminalidade e outros desvios, esses são por conta do estágio evolutivo daqueles que assim agem. Portanto, têm o livre-arbítrio. Escolhem livremente o caminho que querem seguir, colherão os resultados e sofrerão as consequências.  

No entanto, a misericórdia divina é grandiosa e permite muitas existências (reencarnações) como oportunidades de refazimento para aqueles que se equivocaram, conquanto as orientações do próprio Cristo estejam no mundo há mais de dois mil anos, com a finalidade de aprimoramento espiritual de todos os habitantes da Terra. Os ensinamentos de Jesus visam ajudar na solução dos problemas existentes e neutralizar novos desvios, libertando dos sofrimentos, quando se conquista um estado de vida moral equilibrada.  

A comemoração do Natal de Jesus Cristo merece respeito! 

                                            Dorival da Silva. 

 

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Decisões Grandiosas

                                             Decisões Grandiosas 

Todos os dias tomamos muitas decisões que fazem parte da prática da vida. São aquelas que compõem a rotina do trabalho, das tarefas domésticas, da escola, dos negócios, enfim, da vida. Essas decisões trazem preocupações e exigem precauções porque toda decisão carrega sua própria carga de responsabilidades.  

Mas desejo falar de outras decisões, porque as relativamente enumeradas acima pertencem à condução da vida comum. Estas estão norteadas pela tradição, pela educação, pela lei civil...  Quase sempre as decisões cotidianas são para atender necessidades imediatas, compromissos assumidos e deveres para com a família.  Embora todas as decisões apontadas sejam importantes e devam ser cumpridas, como geralmente são, mas existem decisões que estão acima de todas as convenções.  

Quase sempre essas decisões de que pretendo falar acontecem no campo extrassensorial, o que equivale a dizer, no Espírito que todos somos. 

Para chegar a esse ponto, algo precisa ocorrer em nossa trajetória de vida: um despertamento para aquilo que vai além dos limites materiais, fluindo para o campo da subjetividade, que foge do que é material e perceptíveis pelos sentidos comuns.  

Assim, começa-se a analisar as coisas da presente vida com os valores da relatividade. Embora relevantes, esses valores são finitos. Porque a busca, que parece uma ânsia -- que não se sabe ao certo o que seja e muitas vezes se confunde com doença emocional, fato constante nos dias atuais --, é, em análise mais específica, um desejo espiritual ainda não compreendido, que nenhum recurso material pode satisfazer.  

É preciso auscultar-se intimamente. Isso para conhecer-se melhor, quais são as virtudes e os defeitos que carregamos? O que somos de verdade? O que estamos fazendo nesta vida que tem um limite de tempo, o qual desconhecemos? 

Quando nos referimos às decisões grandiosas, tratamos daquelas que não estão estabelecidas em normativos de letras ou costumes terrenos, mas surgem de um despertamento para um novo estágio de consciência. Trata-se de uma busca que nasce de uma vontade particular, um desejo que impulsiona a busca de valores não materiais, claridades que se constroem no Espírito.  

Trata-se de decisões não impostas. Nascem na intimidade, porque já estavam latentes, e são cultivadas por meio de reflexões, meditações e compreensões das atitudes daqueles que os cercam, muitas vezes incapazes de imaginar tais possibilidades. Falam e realizam coisas que, para essas pessoas, são inconcebíveis, pois suas perspectivas ultrapassam os limites da matéria e alcançam os reflexos da espiritualidade superior.  

Jesus Cristo, ensina: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." -- (João, 10:10). O Senhor fala da vida espiritual a todos os Espíritos, de todos os tempos. Esse ensinamento é universal e atemporal. Também em outro ponto, Ele ensina: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á." (...) "Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhes pedirem." -- (Mateus, 7:7-11) 

No primeiro versículo acima, Jesus fala da abundância. Entretanto, isso ocorrerá no Espírito e será à individualidade, de acordo com os méritos, originados dos esforços empreendidos. No registro de Mateus, o Mestre fala da ação necessária para encontrar as claridades que não são encontradas na matéria: pedir, buscar e bater. Aqui, Jesus realça o esforço da criatura para acessar o templo de Deus, que está em si mesma, no seu Espírito. A partir desse encontro e compreensão, escalará gradativamente os degraus evolutivos, esteja o indivíduo encarnado ou na vida espiritual.    

As grandes decisões de ordem espiritual ocorrem intimamente, porque representam uma mudança de estágio no caminho evolutivo. Certamente, não podem ser compreendidas por aqueles que estão abaixo dessa condição. Embora os circunstantes possam perceber certas mudanças nos interesses daqueles que tomaram uma nova direção íntima -- com os costumes que antes consideravam importantes, mas que agora parecem desinteressantes ou recebem menor valor.  

O desenvolvimento espiritual não acontece por imposição, mas por um despertamento. A busca por um novo estágio é realizada com as antenas da mente. Não há, nessa busca, nada de material, apenas percepções e compreensões, mesmo que relativas, que devem ser tratadas com reflexão e meditação. 

Todos somos Espíritos, e nele está a mente, onde ocorrem as transformações conscientes que permanecerão para sempre, em um constante progresso para alcançar um estado de plenitude.  

Sendo o Espírito de vida infinita, as decisões gloriosas são aquelas que conduzem as personalidades ao estado de perfeição espiritual. Valorizar demasiadamente o que é consumível, seja material ou emocional, é atrasar muito a jornada evolutiva, pois todos fomos criados para alcançar a plenitude espiritual. Toda demora em alcançar essa meta depende da própria criatura.  

Não é sem razão que o Guia Espiritual da Humanidade, estabelecida na Terra, conclamou: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens." -- Jesus -- (Matus, 5:16).  

                    Dorival da Silva  

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

domingo, 8 de setembro de 2024

Beleza da Alma

                                                                  Beleza da Alma 

A preocupação com a beleza pessoal sempre existiu, variando conforme o ambiente cultural e a época. Sempre houve uma parcela de moderação, assim como de exagero, nesse campo de aprimoramento pessoal. 

O desejo da boa apresentação, do culto à beleza do corpo, o enfeite com joias, pedrarias, pigmentos e apetrechos sugerem a existência de poder dentro de certo contexto de vida, o que pode ser apenas uma consideração particular, até mesmo uma ilusão.  

Passados milênios e inumaras gerações, um pequeno percentual dessa multidão de pessoas conseguiu entender que, embora a beleza exterior tenha a sua importância, o essencial é o embelezamento da alma.  

Considerando que as nossas expressões exteriores são como personas alteráveis a cada ocasião e de acordo com o interesse do momento, elas perdem o valor com o atingimento, ou não, do objetivo delineado. Com isso, tornam-se necessários rearranjos e novidades para cada nova ocasião e interesse. A instabilidade apresentada externamente, corresponde à instabilidade interior, razão de permanente infelicidade e tormentos pessoais e sociais.  

Atualmente, no contexto mundial, está a indústria profissional da beleza. “Marketings” de grande dinamismo apresentam incessantes novidades para a beleza geral, utilizando todos os meios tecnológicos de comunicação. Apresentações midiáticas, fotos, vídeos, influenciadores e infindáveis grupos sociais da rede cibernética mundial disseminam a beleza por toda parte, com o propósito de lucro de seus idealizadores.  

Apesar de todo esse aparato visando a beleza dos corpos e das apresentações, a felicidade ainda é um sonho. As frustrações e as insatisfações se ampliam na mesma velocidade. Esses tormentos generalizados pedem providências, assim, os consultórios médicos, psicológicos e psiquiátricos estão repletos de indivíduos que buscam paliativos para os males emocionais, que correspondem aos males da alma. Embora poucos compreendam isso, inclusive os próprios profissionais da saúde, com as devidas exceções.   

Jesus, o salvador do mundo, ensinou: “Onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” (Mateus 6:21) “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33) 

Analisando os comportamentos sociais atuais, percebe-se um desvio da finalidade primordial da vida humana: o aprimoramento moral.   É notável a falta de comprometimento do indivíduo consigo mesmo, visando um futuro espiritual, o que consiste em uma busca de conhecimentos bem fundamentados e condução de sua vida com responsabilidade.  

Pensar no futuro espiritual é mais do que refletir sobre o que ocorrerá após da morte, algo que todos sabemos que acontecerá. Esse futuro começa hoje, com o aprimoramento constante dos valores intelectuais e morais. Após o dia fatal, encontraremos a continuidade do que somos e do que construímos ao longo da vida. No entanto, os seus ecos ressoarão com as qualidades conquistadas, sejam boas ou não. 

Muitos espíritos carregam arrependimentos pelo tempo desperdiçado e uma enorme frustração, pois terão que tentar novamente a melhoria espiritual em outra vida, provavelmente em condições menos favoráveis, devido ao desprezo anterior. Isso é o que se chama reencarnação, o retorno a esse mundo em novo corpo, no entanto, a sua alma somos nós mesmos, que vamos repetir a experiência e procurar tirar o melhor resultado.  

Nossa experiência na mediunidade, em reuniões de diálogos de esclarecimentos aos espíritos trazidos pela equipe espiritual da Casa Espírita onde trabalhamos, nos leva perceber que os excessos na busca da beleza física não têm correspondência à beleza espiritual. Aqueles que cuidaram somente da sua estética muitas vezes se assustam com a figura que percebem de si mesmos. É muito frustrante!  Por outro lado, aqueles que se dedicaram à melhoria espiritual, que trabalharam em benefício de outros ou da sociedade, e que cuidaram de sua apresentação física com moderação, apresentam-se muito bem, pois sua aparência reflete a qualidade e a nobreza dos valores que possuem na alma.  

A beleza da alma corresponde à riqueza conquistada através da realização do bem em suas múltiplas formas, o que se denomina caridade. Esse trabalho exige grande esforço no domínio de nossas fraquezas, tendências ao mal e na superação de vícios físicos e morais. Também demanda a conquista de uma consciência lúcida, capaz de avaliar a importância das coisas e patrimônios materiais para a condução responsável da vida e os objetivos dessa existência, visado a melhoria da vida espiritual. Esse é o ponto essencial desta existência para aqueles que estão cientes da sua ininterrupta continuidade na espiritualidade.  

Todo artifício embelezador utilizado externamente tem uma duração efêmera, durando apenas o tempo de seu efeito, quando não apresenta efeitos colaterais negativos.  

O que se espera de cada ser nesta vida é o trabalho lúcido de conquista de bens espirituais imperecíveis, que naturalmente iluminarão a alma, ainda antes de retornar ao mundo dos espíritos.   

Assim, a beleza da alma é a luz que dela resplandece.  

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.”Jesus. (Mateus 15:16). 

 

                                                       Dorival da Silva 

  

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo: