Ainda
existe muita ilusão, a ausência de amadurecimento espiritual das pessoas levam-nas a pensar que a solução de seus problemas é por conta dos outros; se tornou
hábito achar que os outros são os culpados pelas tristezas e tudo mais que não
deu o resultado almejado, mesmo que sonhos impraticáveis.
É
a transferência de responsabilidade para os ombros alheios, falta de
maturidade, que apresenta a resposta em breve tempo, pelo mal-estar que
provoca, com a frustração do que não foi alcançado, causando irritação, mágoa,
perturbação emocional e tudo o mais que pode decorrer do desequilíbrio
emocional.
Isso
é decorrência do estado de infantilidade que se vive, ainda não está desenvolvido
o senso de responsabilidade, não se entendeu que o indivíduo tem vida autônoma,
que precisa realizar concretamente suas obrigações, buscar aprimoramento para
sua inteligência e sentimento, arrefecendo o seu egoísmo reinante desde os
primeiros passos da reencarnação.
São
Francisco de Assis recita: “Pois é dando,
que se recebe.”; demonstrando, assim, quanto é diferente uma visão
espiritual superior, que não pretende nunca a transferência de obrigação a outrem. Ninguém pode ser feliz com a
realização dos outros, pode-se até ter algum momento de entusiasmo com a
vitória realizado pelos que nos cercam e ou até dos que estão à distância. A
felicidade somente instala naquele que se esforça para realizar o bem,
aplicando suas energias e suas emoções, superando dificuldades, sentindo-se com
o dever cumprido – o coração está suave e
a mente calma.
Jesus ensina: “ajuda-te a ti
mesmo, que o céu te ajudará” (1), o que leva a entender que sem ação,
esforço, conquista -- aquisição moral, principalmente -- o objetivo primordial da vida no corpo físico não será
alcançado, permanece-se num círculo vicioso. A mensagem de Jesus tem por
finalidade levar as pessoas à interação com a essência da vida, que a alma
encarnada é edifício em construção, mas uma edificação espiritual, sendo que a
individualidade precisa iluminar-se com as virtudes, utilizando todos os
recursos disponibilizados na escola terrena, através do corpo carnal, que serve
de ferramenta excelente.
Frequentemente nas mídias noticiam fatos dos mais escabrosos:
crimes, comportamentos desvairados, exibicionismos, exposições sensualistas,
depauperamentos morais trazidos a público sem nenhum pudor – total desrespeito
ao próprio incauto e aos que recebem os noticiários, proporcionando mau exemplo
e assumindo responsabilidades por tudo que advier de tais inconsequências
nocivas a Humanidade. Nenhum til passa sem registro pela Lei Divina, da mesma
forma que toda desarmonia na casa do Pai levará o responsável ao esforço para equilibrá-la
novamente, na parte que lhe cabe, através da expiação e da prova de que aprendeu
respeitar a Deus.
Apenas deixar de fazer o
mal não é suficiente, é preciso fazer o bem, porque
tudo o que decorrer da omissão trará consequência correspondente (2) – cabendo
o ajuste por quem de direito; assim ensinam os Espíritos orientadores da Doutrina
Espírita.
Em vista de tudo isso, deve-se entender que não adianta transferir
obrigações para os outros, para os governos, para os pais, para o professor;
cada qual é senhor de si mesmo, em primeiro lugar; lúcido não se torna peso
para a comunidade onde vive e oferecendo-se, com seus valores, em favor dos que
precisam desenvolve as suas próprias virtudes, tornando-se combustível da
própria iluminação espiritual, que traz paz e felicidade reais.
(1) – S. Mateus, VII: 7 a 11)
(2) – “O Livro dos Espíritos”, questão 642, Allan Kardec,
FEB.
Dorival da Silva
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