Depois...
“Depois, sobrevindo tribulação ou perseguição...” -
Jesus.
(Marcos, 4:17.)
Toda a gente
conhece a ciência de começar as boas obras.
Aceita-se o
braço de um benfeitor, com exclamações de júbilo, todavia, depois... quando
desaparece a necessidade, cultiva-se a queixa descabida, no rumo da ingratidão
declarada, afirmando-se - “ele não é tão bom quanto parece”.
Inicia-se a
missão de caridade, com entusiasmo santo, contudo, depois... ao surgirem os
primeiros espinhos, proclama-se a falência da fé, gritando-se com toda força -
“não vale a pena”.
Empreende-se a
jornada da virtude e aproveita-se o estímulo que o Senhor concede à alma,
através de mil recursos diferentes, entretanto, depois... quando a disciplina e
o sacrifício cobram o justo imposto devido à iluminação espiritual, clama-se
com enfado - “assim também, não”.
Ajuda-se a um
companheiro da estrada, com extremado carinho, adornando-se-lhe o coração de
flores encomiásticas, no entanto, depois... se a nossa sementeira não
corresponde à ternura exigente, abandonamo-lo aos azares da senda, asseverando
com ênfase - “não posso mais”.
Todos sabem
principiar o ministério do bem, poucos prosseguem na lide salvadora, raríssimos
terminam a tarefa edificante.
Entretanto,
por outro lado, as perigosas realizações da perturbação e da sombra se
concretizam com rapidez.
Um companheiro
começa a trair os seus compromissos divinos e efetua, sem demora, o que deseja.
Outro enceta a
plantação do desânimo e, lesto, alcança os fins a que se propõe.
Outro, ainda,
inicia a discórdia e, sem detença, cria a desarmonia geral.
Realmente, é
muito difícil perseverar no bem e sempre fácil atingir o mal.
Todavia,
depois...
Extraída da obra: Vinha de Luz, psicografia do espírito
Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier, capítulo 180.
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