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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Ano Novo

 

Ano Novo 

Sempre há esperança! Logo, logo é o Ano Novo. Sempre é momento de recomeço. Embora, nem tudo foi concluído no ano que se finda. Mas, como um oásis no caminho em terra árida, sempre propõe renovação de forças, reflexão sobre o trecho percorrido, às vezes se muda de rumo. Pode-se também remodelar as emoções, reprogramar os passos, rever os objetivos.  

É importante avaliar o contexto exterior. E qual a significância para a vida. Examinar honestamente o contexto interior, como se está: feliz, mais ou menos, infeliz! Como se relaciona com o próximo? Os mais próximos, mesmo! Pai, mãe, irmãos, esposo, esposa, filhos, patrão, chefe, empregados…!? E o cão, o gato…!? E você, com você mesmo, como se trata?  

Muitos se dão muito bem diante do espelho, cuidando da aparência, que nunca está a contento, preocupando-se com a impressão dos outros, o chamado empoderamento! O poder inútil. Tão passageiro como o lampejo do vaga-lume.  

Assim, infinitos modos de pretensamente expressar alguma coisa, que muito se valoriza a título de empoderamento. 

Tantas ilusões! Ausência de reflexão. Tudo o que se externa está fadado ao desaparecimento e não tem mais valor do que aquele que se lhe atribui. 

Nesse degrau do calendário, porque se vai subir ao patamar do novo ano, chamado Ano Novo, cabe muito bem a reflexão. O que sou? Um corpo! Será? Tão exigente, envelhece, apesar dos cuidados, finito! Será que não sou algo maior, utilizando temporariamente esse equipamento trabalhoso? 

Quando essa máquina silenciar, o que pode ocorrer daqui a alguns dias, poderá passar dez aos ou cem anos, mas não há dúvida que irá aquietar em algum tempo. Certamente não sou ele. Não irei ao pó. Seria inútil. O ser inteligente, o ser sentimento, o ser consciente não poderá rumar para o nada.  

De algum lugar vim! Todas as experiências não poderão ser vãs. Algo melhor me espera. Sou algo maior que a minha roupagem carnal. Então, o que sou? 

Viajante do tempo! Ser essencial! A Vida.  

O Ano Novo é oportunidade de se postar melhor no caminho evolutivo, ainda nesta jornada. É o degrau ascendente, ou não. Sempre a escolha é particular.  

Ano Novo e novo ano para quem o desejar! A Vida agradece. 

Dorival da Silva. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Inferno!

 Inferno! 

Esse termo é forte. É de concepção muito particular, cada pessoa carrega a sua interpretação. Tem origem em histórias infantis, em conversas de família, surgem de causos contados como folclore, colhe-se essa ideia também em pregação religiosa...  

O problema é que, a concepção de inferno mais significativa para as pessoas, carrega consigo algo irremissível. É condenação definitiva.  Muitas vezes o estado emocional de fragilidade das pessoas leva a sofrimento intenso, provocando medo, pânico, além de estado depressivo profundo.  

Como o estado emocional proporcionado por certas ideias, não se tem como mensurar sua influência na intimidade das pessoas, podendo gerar tumulto arrasador na sua alma.  

A situação se agrava porque o valor atribuído àquilo de que se julga culpado somente poderá ser avaliado por quem carrega tal concepção, uma certa percepção de ideia sobre o que se denomina inferno. O fato que leva uma pessoa emocionalmente frágil ao estado de culpa, visto por outra, com senso de análise mais desenvolvido, entende como um estado de consciência irreal, mas, realíssimo para quem sofre.  Assim, as concepções e os efeitos são exclusivos para cada pessoa.

Geralmente, a ideia de inferno leva a se pensar em um lugar circunscrito, ou uma região, que ninguém até hoje localizou. A Geologia que esquadrinhou o Planeta nunca fez nenhum registro sobre esse lugar. E existe um agravante, na concepção de tal inferno, não bastasse o sofrimento, é necessário a ação de fogo permanente, queimando os culpados. Além de fustigados por seres infernais! 

"Santa" ingenuidade!   

Quando essas ideias são pregadas por líderes religiosos, é o império da irreflexão sobre Àquele que julgam representar, Deus!  

Como atribuir ao Criador de todas as coisas, que mantém o maquinismo universal em harmonia -- com tantas espirais de Astros e Planetas bailando pela eternidade, respeitando as próprias órbitas, atendendo suas finalidades --, a construção de algo antagônico aos seus atributos de amor e justiça absolutos? Ainda, para torturar indefinidamente as Suas criaturas, que surgiram de Sua vontade e por amor?  

Jesus, o Cristo, deixou claro nos seus ensinamentos: "Há muitas moradas na casa de meu Pai." - São João, 14:1-1.  Porque há uma infinidade de estados evolutivos de Seus filhos, que formam sociedades de Espíritos (mundos) com infindáveis estados de aperfeiçoamento.   

Existem sofrimentos depois da morte do corpo? Existem. É comum para todos? Não! Boa parte vive vida equilibrada, produtiva...   

Como sabemos isso?  A Doutrina Espírita é ampla em esclarecimento. E seu grande objetivo é levar o entendimento às pessoas que sempre haverá "um depois", diante de toda liberdade que a vida nos permite, todas a ações e pensamentos geram desdobramentos, ou seja, consequências. Toda ação produz consequência! Boa ou ruim! Às vezes se verifica os efeitos nesta própria existência e outros depois. "A cada um segundo as suas obras" – como ensinou Jesus. O melhor parâmetro para isso é: "Não fazer ao próximo o que não desejar para si." - também ensinamento do Mestre de Nazaré, em outras palavras. 

Por que depois? Isso ocorre porque o Espírito não sofre interrupção de sua vida. É sempre uma continuidade. Precisa-se considerar ainda que tudo o que ocorre se origina no Espírito, o corpo nunca tem responsabilidade de nada. É apenas instrumento de manifestação da sua vontade. Assim, a qualquer tempo o Espírito responde pelos seus atos, pensamentos e intenções.  

Aí, no Espírito, está a tal de consciência, o juiz!  A justiça Divina mora aí, na consciência. Não existe nenhum ser inteligente que não carregue um tribunal em si mesmo. Podemos asseverar ser esse juízo muito rigoroso. Implacável mesmo!  

Então, existe inferno? Existe. Não como a concepção do mundo, o qual é um lugar de castigo para os outros, para os inimigos, para atender o desejo de vingança muito cruel. O que, na verdade, de modo geral, não se acredita, embora, cultive tal ideia, muito pela tradição.  

Mas, a realidade é bem pior, porque existe o inferno, o sofrimento, e somos nós os próprios juízes que estabelecemos o castigo e não nos perdoamos enquanto não resgatarmos o último "ceitil". Enquanto não nos limparmos da pendência moral que deliberadamente infringimos em algum tempo. Vejamos exemplos: Quem não conhece caso de criança que nasce com doença grave, que exige tratamento médico severo e apesar de todos os cuidados existem sofrimentos; e as que surgem no mundo com problemas neurológicos tão comprometidos que parecem apenas vegetar. Nem ao menos conseguem manifestar as suas dores, é preciso que se adivinhe que está com algum incômodo. Estes, apenas para assinalar alguns mais difíceis aos olhos do observador.  E, ainda, a multidão de sofredores que carrega problemas dolorosos sem que os perscrutadores possam notar!  Os acidentes inopinados, que deixam uns paraplégicos, outros tetraplégicos, alguns desmemoriados e muitos mutilados!  Nenhuma dessas circunstâncias acontece sem razão.  E não há injustiça.  

A paz e a felicidade são um estado de alma que se constrói, com a evolução espiritual (moral e intelectual), no entanto, não se pode esquecer a fraternidade, a convivência com os diferentes. A relação humana honesta e digna é o que traz o melhor estado espiritual individual, porque reflete no coletivo, criando ambiência harmônica, beneficiando a todos em sua abrangência.  

O inferno, tal como o céu, corresponde ao estado de alma. O que se dá na vida física e depois no mundo espiritual. Na vida espiritual, as percepções e os sentimentos são mais intensos, quanto que na vida corporal a massa carnal ameniza os efeitos do sentimento.  

Se o passado nos traz dificuldades e sofrimentos, a presente existência nos proporciona a possibilidade do conserto e podemos trabalhar para construção feliz que perdurará depois desta vida. 

Inferno existe? Existe! Mas, é por nossa conta. 

 

Dorival da Silva. 


Nota: As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  



sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Justiça das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições I 

Estudando o capítulo 5 – Bem-aventurados os aflitos, da obra basilar do Espiritismo: O Evangelho segundo o Espiritismo, encontramos ali ensinamentos extraordinários que trazem elucidação para grande parte dos sofrimentos de nossos dias. Essa obra foi lançada em abril de 1864, há 159 anos, por Allan Kardec. Esclarece em profundidade os versículos registrados pelos evangelistas Mateus e Lucas, que transcrevemos a seguir, a respeito de ensinamentos de Jesus-Cristo:  

1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o Reino dos Céus. (Mateus, 5:4, 6 e 10.)  

2. Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o Reino dos Céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (Lucas, 6:20 e 21.). 

Mas ai de vós, ricos! que tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (Lucas, 6:24 e 25). 

Os versículos acima são a base do capítulo, mas ficaremos com alguns tópicos que disponibilizaremos semanalmente, com abordagens sobre: Justiça das aflições; Causas atuais das aflições; Causas anteriores das aflições; e Esquecimento do passado. 


Justiça das Aflições 


3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contrassenso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos. 

No trecho inicial encontra-se esclarecimento de relevância para as nossas vidas, levando a compreender que as compensações virão posteriormente, vez que ainda não se conquistou o mérito para usufruirmos as "Bem-aventuranças" anunciadas pelo Mestre Nazareno.  Sem o entendimento da existência de um futuro, que a vida não tem fim, mas, sim, um objetivo comum a todas as Criaturas, encontrar a paz e a felicidade, através do aperfeiçoamento moral e intelectual. Utilizando-se da liberdade de decidir seus passos, transita pela existência neste mundo, colhendo os resultados das experiências vividas em outras épocas, sofrendo as dificuldades das próprias decisões e tendo oportunidade de resgatá-las pelo sofrimento dos efeitos negativos de suas iniciativas do passado, aperfeiçoa-se.  Seria incompreensível se se considerasse a existência de uma única vida.  

Assim, Jesus veio nos socorrer, nos salvar do estado de ignorância. Mas, tratava-se de projeto de longo prazo, tanto é que já se foram dois milênios e, sobre esse assunto, pouco se adiantou, apesar de tantos avanços em outros setores de desenvolvimento da vida no Planeta.  O estado moral e a conquista de virtudes espirituais continuam acanhadas, diante do que se precisa alcançar para se distanciar da condição de sofredor contumaz. 

Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos. 

Após Jesus, a Humanidade precisou caminhar dezenove séculos, em experiências das mais difíceis, guerras fratricidas e religiosas, inquisição, governos desumanos, barbáries, o desenvolvimento das Ciências, o surgimento de novos Continentes, revoluções social e industrial, culminando com o movimento espiritual, que veio trazer para o Mundo a terceira revelação das Leis de Deus, a Doutrina Espírita. Assim, atendendo a promessa de Jesus-Cristo: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito da verdade (...)" -- João 14:16-17. 

Somente com o estudo da Doutrina Espírita e sua compreensão é possível entender as promessas de Jesus, como as Bem-Aventuranças, aí se vai entender: "a certeza do futuro e a conveniência de sofrer para ser feliz."  


                     Dorival da Silva 


- Continua na próxima publicação - 


Notas: 1. A parte do texto, que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 


2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo: