Quem herdará a Terra, qual Terra?
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
(Mateus 5:5)
O Planeta Terra, conquanto de
constituição maravilhosa, apesar do maltrato que recebe, as exigências
exuberantes para a produção de sustentação de infindáveis gerações e para
absorver a violência provocadas pelo homem também nas muitas gerações,
perdurará por tempo sem conta, conquanto seja finita. Um dia terá cumprida
todas as suas finalidades para que foi criada, extinguindo-se as suas forças,
cessando suas atividades tal como qualquer outro organismo vivo, apagando-se
definitivamente, voltando seus elementos à condição de elementos simples que
integrarão outros corpos no Universo. Assim, quem herdará a Terra, qual Terra?
A bem-aventurança poetizada por
Jesus estaria sem sentido? Ele trouxe ao Mundo somente verdades. Nem tudo foi
possível encontrar o devido entendimento nos corações dos homens nos milênios
transcorridos, em conta a persistência da fé cega, da comodidade emocional
oferecida pelos dogmas que se tornaram uma barreira quase intransponível para
libertação da fé, que precisa ser livre e dinâmica.
A verdade espiritual é
definitiva, permanecerá para sempre, então não se poderá herdar a Terra conhecida,
que é finita, não poderia sustentar o que é imperecível.
Jesus não tratou de heranças
materiais, seria contrassenso, sendo que veio para mostrar o caminho para se
salvar da materialidade da vida, objetivando que todos alcancem a plenitude espiritual,
a pureza de Espírito.
O Senhor, que esforço ingente fez
para trazer a mensagem salvadora da Humanidade e tirar o homem do apego, do terra a terra, que se voltando para Deus pudesse conscientizar-se de que é um
ser perfectível e se faz necessário tomar as rédeas da vida crescendo em inteligência
e moral, vez que são atributos do espírito e não da matéria.
Falta à Humanidade a compreensão
de que o elemento Terra é uma atividade meio, com a finalidade precípua de
proporcionar ao homem recursos de experiências, que geram necessidades de
manutenção da constituição física, que exige conforto, facilidades, impulsionando
a inteligência e esta levando o homem a desenvolver outras necessidades. O homem depende da relação inter-humana, facilitando a
comunicação e a ocorrência de entendimento para se suprir as carências que não podem
ser supridas pela própria competência, gerando natural permuta de gêneros e
serviços, científicos, tecnológicos, industriais e comerciais, colaborando com o exercício da urbanidade entre os povos.
O estágio evolutivo atual do
homem não permite a invasão pela força dos limites territoriais de terceiros para se buscar
o necessário à sua subsistência, faz-se indispensável as transações com
equilíbrio, pois, todos dependem de todos. Assim acontece com as Nações e
dentro de suas fronteiras ocorre com as partes, e, no varejo, pessoa a pessoa,
que além de se atenderem, desenvolvem os sentimentos: de respeito, honestidade, reconhecimento, dignidade... Que junto com a inteligência
formam o patrimônio essencial da alma humana.
Essas duas asas, figura utilizada
pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel, para falar da necessidade de se crescer em
inteligência e moral, para alçar voo aos altiplanos celestes. Moral é a soma dos sentimentos nobres
cultivados que constituem patrimônio permanente do espírito humano. Sempre o homem no corpo físico ou fora dele
agirá de acordo com a sua inteligência e os sentimentos que lhe pertencem.
Assim, com um entendimento mais
elastecido, pode-se compreender que Jesus no verso que recitou: “Bem-aventurados
os mansos, porque eles herdarão a terra”,
não se referia ao Planeta Terra, mas ao terreno espiritual de cada indivíduo,
onde a lavra do aprimoramento é bastante difícil, sendo a sua conquista a
própria herança dos verdadeiros Cristãos. Os mansos são os que alcançaram a
plenitude, a pureza espiritual, não necessitam mais retornar à matéria. Não
existe conquista maior que a de não se precisar de nada. A verdadeira riqueza é
a ausência de necessidades.
Jesus, O Cristo,
mestre dos mestres...
Dorival da Silva
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