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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Causas anteriores das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições III 

As causas anteriores dos sofrimentos são o nosso encontro com os resultados de vivências de vidas passadas.  

Com o conhecimento dessa realidade que o Espiritismo revela, demonstra e comprova, leva-nos a refletir que devemos manter a apresente existência produtiva mesmo com as dificuldades que vivenciamos ou que depararemos no seu transcurso. Nossas decisões deverão sempre ter finalidade positiva, seja para nosso benefício ou de outrem. Assim, estaremos preparando um futuro melhor. 

Uma das razões de estarmos transcrevendo esses temas de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde estão ensinamentos de máxima relevância para a Humanidade, vez que a melhoria espiritual de cada um é força transformadora da vida social de nosso Planta. 

Como vimos, a Terra ainda é ambiente de provas e expiações, porque somos imperfeitos. Se desejamos viver melhor, precisamos evoluir espiritualmente. Isto acontecendo, numa parcela considerável dos habitantes, alcançaremos o estágio de mundo regenerado, assim, herdaremos um mundo onde a vida será equilibrada e de paz. Desejamos que esses excertos não sejam apenas lidos, mas estudados, meditados, em conta que por si sós resolvem grande parte de nossos questionamentos sobre os sofrimentos verificados no nosso meio social, diariamente. 

 

Causas anteriores das Aflições 

6. Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são completamente estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; dos flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade etc. Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente nesta vida, para merecer uma sorte tão triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos? Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas, todos esses, nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pôde justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma ao mesmo tempo que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram elas essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem, no futuro, uma recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal? Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz de que lado está a justiça de Deus. O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem, portanto, a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: "Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei".  

7. Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante. É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino na Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha. O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.  

8. As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.  

9. Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento porque se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se frequentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa de ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso, quanto mais penosa tiver sido a sua luta. Esses são, mais especialmente, os casos das pessoas de tendências naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mau de sua precedente existência, e que: sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam o homem à revolta contra Deus.  O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.  

10. Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros; toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes. Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas: como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.  

 

                                Dorival da Silva 

 

 

- Continua na próxima publicação - 

Notas: 1. A parte do texto que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 

2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Milagre! Como entender isso?

Milagre! Como entender isso? 


Esse assunto é muito sério, vez que percorre o tempo, pelo menos desde a presença de Jesus-Cristo, tornou-se ponto de fé nas tradições religiosas. 

Mas o que é o milagre? O dicionário diz: "Acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais."  Tendo por base os feitos de Jesus, com os conhecimentos científicos pouco desenvolvidos naquela época, e com a impossibilidade de melhor explicação, permaneceu no tempo o termo milagre, considerado algo possível, tomando-se os registros dos evangelistas como provas incontestáveis.  

No século XIX, com a codificação da Doutrina Espírita, a obra: A Gênese, Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, vem trazer mais luz sobre o assunto. "Um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável, por isso mesmo que se realiza com exclusão das leis naturais. É tanto essa ideia que se lhe associa, que, se um fato milagroso vem a encontrar explicação, se diz que já não constitui milagre, por muito espantoso que seja"¹  

"A Doutrina Espírita revelou novas leis e explicou os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis. ²" "Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo material e isso é, dizem, o em que consiste o sobrenatural. Mas, então, fora mister se provasse que os Espíritos e suas manifestações são contrários às leis da Natureza; que aí não há, nem pode haver, a ação de uma dessas leis." ³  

(...). "Os médiuns, portanto, nada absolutamente nada produzem de sobrenatural; por conseguinte, nenhum milagre faz. As próprias curas instantâneas não são mais milagrosas, do que os outros efeitos, dado que resultam da ação de um agente fluídico, que desempenha o papel de agente terapêutico, cujas propriedades não deixam de ser naturais por terem sido ignoradas até agora. (...)"  

"A intervenção de inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais milagrosos do que todos os outros fenômenos devidos a agentes invisíveis, porque esses seres ocultos que povoam os espaços são uma das forças da Natureza, força cuja ação é incessante sobre o mundo material, tanto quanto sobre o mundo moral. (...)" 5 

"Pois que o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas miraculosas, haverá, fora dele, milagres, na acepção usual desta palavra?  

"Digamos, primeiramente, que, dos fatos reputados milagrosos, ocorridos antes do advento do Espiritismo e que ainda no presente ocorrem, a maior parte, senão todos, encontram explicação nas novas leis que ele [o Espiritismo] veio revelar. (...)" 6    

 

"A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da Natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria." 7 

Como vimos acima, pequenos trechos da Codificação Espírita, sobre o assunto: milagre. Logicamente que não se trata de condenação ou crítica à essa crença, pois, é natural que tudo o que se nos depara sem uma explicação ao nosso alcance e que se trata de algo constatável, verificável, atribui-se algum termo denominativo.  

No entanto, com o aparecimento de esclarecimento sobre fato não compreendido em outro tempo, precisamos exercitar a humildade de novamente darmos ao trabalho da reflexão, porque é caminho de progresso revermos entendimentos antigos, face a novos conhecimentos. O dogmatismo é estanque, engessamento da razão, portanto, antinatural.  Na questão do pensamento, nada pode ser inflexível, vez que não há nada mais dinâmico que os produtos da mente humana, que podemos dizer o livre-pensar.  

Jesus-Cristo, como está registrado em 'João, 8:32' - " E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.", nos alerta que muitas coisas que não sabíamos, que se tornaram barreiras para a evolução espiritual do indivíduo ou da Humanidade, teriam num certo momento a revelação, o que se chama "descoberta".  A inteligência do Homem precisa se desenvolver, mesmo com a morosidade da vontade, pelo pouco esforço que faz para isso, a própria Lei de Progresso proporciona, mesmo a contragosto da Criatura, o avanço para se cumprir os desígnios Divinos. Assim, no futuro que se conheceria a verdade sobre o que parecia imutável, e daí resultará a libertação da concepção equivocada de fato natural, que perdurou por milênios, como o que se denominou 'milagre' aos fatos do tempo de Jesus.  

O Senhor de Nazaré, que na sua grandeza espiritual, conhecedor de todas as Ciências, sendo que veio de Altas Esferas espirituais, numa missão divina, trouxe verdades Divinas para o Mundo, que não eram suas, mas do próprio Criador, embora as vivesse, porque é cabedal natural de Sua elevada posição moral. Com isso, não é plausível que utilizasse de qualquer atitude que não fosse a verdade, assim, jamais derrogara as Leis Divinas que regem todas as coisas.   Com isto, tudo o que correu os tempos como 'milagre', não era nada mais que aplicação de Ciência que o Homem não conhecia. Nos dias atuais ainda se reluta em conhecer as Ciências Espirituais, a força da Natureza, ou seja, o mundo espiritual, que age e reage sobre o mundo material e vice-versa. 

Esse assunto, com referência a curas, o despertamento de pessoa do estado cataléptico ou do letárgico, a reconstrução de tecidos físicos carcomidos, ou reparação de aleijões, afastamento de influências espirituais maléficas sobre pessoas... requer estudos profundos para o entendimento.   

A Doutrina Espírita traz em seu arcabouço conteúdo esclarecedor sobre a Ciência Espiritual, a relação entre o mundo material e o espiritual, a influência de um sobre o outro, da comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, a pré-existência do Espírito antes da concepção e a continuidade da vida do ser espiritual após deixar o corpo de carne, explana e apresenta elevado número de comprovações sobre a reencarnação, testifica a existência de Deus, e explica sobre a existência de vida em outros Planetas.  

Os feitos de Jesus, que ficaram conhecidos como 'milagres', e até mesmo o Seu reaparecimento após a morte na cruz, são situações naturais, que não derrogaram as Leis de Deus, é Ciência, são forças naturais do Espírito Evoluído, que, com Seus conhecimentos e Sua condição moral elevados a Sua vontade exerce poder irresistível, o que desejar e determinar acontece.  

É bom dizer, que o poder de um Espírito Superior corresponde exatamente ao seu nível de responsabilidade diante da própria consciência, portanto, na trajetória de Jesus pela Terra, em nenhum instante ocorreu equívoco.   

A Doutrina Espírita é a Terceira Revelação, o Consolador prometido por Jesus, como narrado em João 14: 16-17: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós." 

A fé que raciocina proporciona asas para alçarmos voo além dos limites da matéria densa.  

 

        Dorival da Silva 


Referências:

1. A Gênese, cap. XIII, item 1. 

2. Idem, com base no item 4. 

3. Idem, item 4, em sequência. 

4. Idem, item 12. 

5. Idem, item 13. 

6. Idem, item 14. 

7. Idem, cap. XIV, I-1. 

 

Pós-escrito: Convido ao estudo da Doutrina Espírita, suas obras básicas são:  O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese.  

Essas obras podem ser consultadas no endereço: 

Ou baixadas no endereço: 

Obras básicas, downloads.