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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Palavras a um cego



            Meus amigos, abençoe-nos Jesus!
            Somos velhos companheiros de jornadas espirituais, repetindo experiências que o tempo nos faculta.
     Ontem, conduzidos pelo desequilíbrio, assumimos compromissos que o presente nos impõe ressarcir.
      Viandantes dos longos caminhos, retornamos para experiências de sublimação, vitimados pela incúria.
    Assinalados pelo desequilíbrio, embarcamos no escafandro carnal para o mergulho na psicosfera terrena onde encontramos o solo abençoado para a sementeira do futuro.
          Um dia, ouvimos a palavra dos Profetas ensinando-nos o reino de Deus e, não obstante, descemos da montanha da meditação para os vales do desequilíbrio matando e vingando os nossos sonhos destruídos como abutres sobre os cadáveres das gerações fanadas.
          Escutamos a palavra dos filósofos e enriquecemos a nossa vida de sabedoria, mas não mudamos o nosso conceito de vivência moral.
     Apesar de nos considerarmos estóicos e éticos, assassinamos, mancomunados com o poder do totalitarismo arbitrário.
            Por fim, escutamos Jesus.
          A palavra do Benfeitor da Humanidade, no Sermão da Montanha, falou-nos das bem-aventuranças, mas não mudou a estrutura do nosso comportamento e, em dezenove séculos de Cristianismo, temos pregado paz, montados sobre bombas; falamos de amor, disseminando ódio; ensinamos tolerância sob o guante da perseguição; programamos a renovação da Terra sob os estigmas de nossas paixões.
           Até quando, amigos e irmãos, buscaremos a verdade, pontificando na treva; até quando lutaremos pelo bem, fomentando o desequilíbrio?
          É natural que a nossa colheita seja de espinhos, de pedregulhos e os espículos do sofrimento, cravados nas carnes de nossa alma, apontem-nos uma Estrela Polar, que é o nosso Senhor Jesus Cristo.
         Cumpre-nos hoje voltar para Deus, sem exterioridades, sem a preocupação atormentante da busca dos fatos e da visão exterior.  
        Se fôssemos acreditar somente no que vemos e no que apalpamos, a nada, a quase nada, ficaria reduzida a nossa crença.
        A maioria dos fatos, e quanto acreditamos, transcorre no campo da energia e nem sempre podemos perceber, senão, por deduções matemáticas ou por conceitos transcendentais.
          Amemos!
       Se não vos for possível acreditar na sobrevivência da alma, amai o companheiro do vosso caminho; se tendes dúvidas, quanto à continuação da Vida, utilizai-vos, corretamente, da vossa vida corporal e realizai o bem.
         E tu, filho querido, que no silêncio da meditação pela cegueira física, pedes-me que te diga uma palavra!  Pois eu darei, dizendo que são bem-aventurados os que caminham na estrada solitária, momentaneamente em sombras, sem deblaterar, porque eles terão o Céu do mundo interior salpicado de astros refulgentes.
           Preserva o teu bom ânimo!
        A cegueira, nem sempre é uma dura prova. Antes, é uma bênção quando a aceitamos.
          Considera aqueles que veem e que conduzem os pés para a criminalidade.
         Medita em torno daqueloutros que têm a visão externa e, por dentro, estão pejados de ódio, bracejando com sombra e com amargura.
         Reflexiona em torno da oportunidade que Deus te deu a fim de fazeres a vigem para dentro de ti mesmo.
      Antes, quando podias ver o mundo de fora, conquistavas o exterior.
        Da alma vazia, sentias-te insatisfeito e amargo.
        Hoje, que perdeste o contanto dos contornos pela visão deficitária, que se apagou, podes ver o mundo de bênçãos que está dentro de ti como uma verdadeira Via-láctea, apresentando-te paz.
       O importante, filho, não é o que vemos, e sim o que somos.
        Mais valioso do que ver, é ser pacífico e propiciar-se, interiormente, a alegria de viver.
          Vive, pois, e ama.
     Ensina com o teu exemplo a grandeza desta fé inominada.
     Leva, àqueles que ainda enxergam e tropeçam, a sabedoria da tua experiência, porque dia virá, quando o corpo estiver alquebrado, em que se rasgará para ti uma madrugada de bênçãos, na qual te sentirás pleno e feliz.
         Eu suplico ao Pai que te abençoe, cumulando-te de graça e de harmonia.
        A vós outros, que me concedeis a honra imerecida deste momento, eu peço a Jesus que nos abençoe, fazendo que a Sua paz, que não tem atavios, permaneça dentro de nós, dulcificando-nos.
            Deus nos abençoe, meus amigos, e nos pacifique!
            Com todo o carinho, o amigo paternal de sempre,
           
Bezerra de Menezes

Nota: A presente mensagem foi recebida psicofonicamente, ao término de uma entrevista radiofônica, em Porto Alegre, num Teatro com mais de 1.000 pessoas, sob a direção do Dr. Mendes Ribeiro, atendendo a um periodista que ficou cego e rogara ao Benfeitor Espiritual uma palavra de conforto. 
Mensagem extraída da obra: Terapêutica de Emergência,
capítulo 16, 6ª ed., Livraria Espírita Alvorada Editora, 
Divaldo   Pereira  Franco

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Realidade


            A vida é uma realidade. A sua continuidade após o decesso do equipamento físico é uma verdade. E que nos encontraremos, isto é, faremos encontro conosco mesmo.  Não teremos dúvida sobre tudo o que realizamos no período da vida física, pois está gravado em nós mesmo, está no perispírito.
            Encontrar-nos-emos desvestidos de qualquer subterfúgio ou ilusão.  Estaremos felizes se vencermos as pendências morais, os vícios e adquirirmos outros valores nobres; constrangidos se não fizermos os esforços necessários e que tínhamos plena condição para fazê-los a fim de suplantar os maus pendores e se ainda não acumularmos outros.
            Vamos nos colocar exatamente na faixa vibratória que nos é própria. Estaremos aí estabelecidos sem a interferência de ninguém, pois é a da Lei Natural que assim ocorra. Constataremos que os iguais, as vibrações similares se atraem, e estaremos num aglomerado dos que são parecidos como nós mesmos.  Se somos equilibrados, estaremos num padrão equivalente; se viciosos, encontraremos comunidades de mesmo teor de interesses.
            Não há céu e nem inferno. Mas realidade, a nossa realidade. Se formos perversos, encontraremos perversidade. Se sensualistas, sensualismo. Se caridosos, encontraremos caridade. Essa construção do vir a ser, do que se dará, já começou há muito tempo. Agora estamos tendo a oportunidade de redirecionar a nossa realidade, transformando-a ou ampliando-a.
            A vida espiritual é a continuidade da vida, porque a vida não cessa, só continua. O que perece é o equipamento físico. O trânsito na vida material é  de curto tempo e indefinido.  É experiência, que pode ser resgate, expiação ou aquisição. Na verdade, ocorre tudo ao mesmo tempo. Somos nós que qualificamos as experiências e as vivências, que proporcionamos o saldo de qualidade ou não da passagem pelo mundo corpóreo.
            É pura ilusão a vida desregrada, os usos e gozos demasiados, em qualquer situação. A vida existe para conquistas nobres, valores que permanecerão no ser espiritual, servindo de base para sua elevação cada vez mais ampla, porque é infinita. Cultivar as bagatelas correntes dos dias atuais, drogadição, alcoólicos, outros inebriantes da consciência, o sensualismo, a sexolatria, os consumismos inúteis, excesso de lazer, opulência..., é fator que nos atrai para aferrar ao materialismo, distanciando-nos da paz, da saúde consciencial.
            Os fatores negativos cultivados na vida material têm desdobramentos, pois tudo o que plantado cresce dá frutos. Não fosse a necessidade e a obrigatoriedade  da colheita, quer dizer, todos os nossos feitos têm consequências, e se não forem nobres trarão desdobramentos funestos, dores, aflições, refazimentos..., se forem positivos ampliarão nossa felicidade. Não podemos descurar que sempre encontraremos aqueles que prejudicamos em qualquer tempo.  Nesta ou em outra vida. As dívidas terão que ser ressarcidas, segundo a justiça da Lei de Deus. Ninguém foge desta realidade.
            Por que persistir no que não é bom. Deus não nos deu a inteligência, não nos deu o sentimento? Na trajetória dos milênios não nos deu como exemplo os profetas, Moisés, Jesus e muitos outros expoentes da Humanidade? Se existe alguma dificuldade para entender esses mensageiros e suas mensagens, permitiu, conforme promessa de Jesus, o Consolador, que é a Doutrina Espírita - grandiosa e que se amplia em novas luzes permanentemente.  É canal seguro para os que se dão ao trabalho de estudá-la e aplicá-la em suas vidas, pois nada mais é que a mensagem de Jesus, na simplicidade vivida nos primeiros tempos do cristianismo.
            Os tempos de agora são chamados modernos.  Há conhecimentos em todos os setores da vida, crescidos alcances tecnológicos, que facilitam a vida, as inteligências ampliadas, e para quê tudo isto?  Pensam que é para buscar gozos infinitos à exaustão? Estão enganados. A dor vem  logo depois para lhes informar que são seres em construção, que os pequenos avanços são apenas aumento de responsabilidades morais para consigo e para com a sociedade toda.
            Tudo o que estiver além do necessário é abuso, e esse desvio do necessário é irresponsabilidade, com preço certo e será exigido, não monetariamente, mas moralmente, ainda agora nesta vida ou depois em outra.

Dorival da Silva