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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

LIÇÃO VIVA

 LIÇÃO VIVA 

 “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” 

  (JOÃO, capítulo 6, versículo 60.) 

 

O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor, convocando corações para a vida mais alta.  

Em vista de religião traduzir religamento, é primordial voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.  

Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais. Rasgou os caminhos. Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos.  

É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.  

O evangelista assinalou a observação de muitos dos discípulos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”  

Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças da queda e assinar o pacto da redenção.  

É imprescindível seguir nos caminhos dAquele que é a luz de nossa vida.  

Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios intelectuais não bastam. O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem, compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos. 


Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, psicografada por Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, capítulo 176, ano 1948. 

 

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REFLEXÃO:   Quem achar que o discurso de Jesus é meramente um informativo, alguma coisa muito boa para repassar aos outros, como os folhetins que surgem em qualquer parte, entregues por mãos desconhecidas, mas que trazem algo que serve a alguém. Quem assim acha está enganado! 

Quase nunca nos detemos para verificar que a mensagem do Evangelho nos está simbolicamente endereçada e o conteúdo nos cabe plenamente. -- Isso não é para mim! Não estou preparado! Depois eu vejo!  -- São fugas que atrasam o passo da evolução espiritual.  

O esquecimento encobre a oportunidade. O tempo passa depressa. Muitas vezes não dá tempo. Findou a passagem pela vida; o corpo finou!  

A mensagem de Jesus pede de cada indivíduo apenas um instante de atenção. Um tempinho para meditação. Não é preciso, na maior parte, interromper o que se está fazendo.     É como a semente que caiu em terreno bom!  Vai alterando o estado espiritual existente. Modifica o humor. Melhorando gradativamente as forças vibracionais da Alma.  

Emmanuel, fala em "voltarmos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade". Situação somente capaz de ocorrer na Alma do indivíduo, não se trata de expressão exterior, embora, a irradiação do estado espiritual melhorado seja notada por muitos, mas poucos a compreende.  

Jesus "não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos, para vivência de Seus ensinamentos". Vivenciar um estado novo é renunciar o anterior. O que provocará necessariamente conflitos. Os hábitos e gostos antigos, resistentes, e os novos, para afirmação pedem sacrifícios e outros entendimentos.  A superação das forças anteriores que eram dominantes, que cedem vagarosamente domínio ao novo estado espiritual que vai tomando corpo, não se faz sem esforços.  

O mérito espiritual é conquista árdua!   

"É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem."  Negar a vaidade é retirar a ênfase de que somos os maiorais, nisto ou naquilo, diante dos outros. É irmos ao encontro de um estado de humildade, "sei que posso", "sei que sou", mas me contenho em respeito aos que ainda "não podem" e "não são", ou, sim, "podem" e "são", e não precisam contemplar a nossa arrogância 

A arrogância é um estado muito pernicioso ao crescimento espiritual, pois, não permite o autoconhecimento, não avalia o próprio estado evolutivo. Não reconhece a sua pequenez diante da grandiosidade Divina. Assim, não busca a reflexão, que pede humildade.  

O arrependimento de nossos erros e a conversão ao bem, de que trata "o esclarecimento do Senhor", podemos considerar uma compreensão de nossa existência e estabelecer um novo marco na trajetória da Vida.  Era cego, agora vejo. Houve um despertar do Espírito. Tudo que me comprazia já não exerce influência sobre mim, vejo ações mais rentáveis para a economia espiritual.   

Feita a claridade sobre a consciência, posso fazer o bem com lucidez, pois, entendo que o primeiro beneficiado sou eu mesmo!  Todo bem que se faz, o benfeitor é o primeiro favorecido.  

“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”  Alguns dos discípulos diziam isso na Sinagoga, porque não compreendiam o alcance das lições de Jesus, pois, não falava das comezinhas coisas da vida material, e, sim, da grandiosidade da vida espiritual.   

Não se tratava de um edito gritado, para poucos ouvidos, e que se aterraria em pouco tempo no esquecimento do povo. Era, sim, lição viva que permaneceria nas Almas e nos tempos que viriam. Onde sua mensagem fosse acolhida, e somente é possível na ânfora do coração, que sustenta a mente desperta e voltada para Deus. Assim, é compreensível a volta ao campo da Divindade, lúcido sobre a realidade de quem somos e porque somos.  

É o porto de chegada da "Lição Viva" que Jesus-Cristo legou à Humanidade da Terra. A plenitude do Ser espiritual! 


Dorival da Silva 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

CAPAS

  CAPAS 

 E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.” — (Marcos, capítulo 10, versículo 50.)  


O Evangelho de Marcos apresenta interessante notícia sobre a cura de Bartimeu, o cego de Jericó.  


Para receber a bênção da divina aproximação, lança fora de si a capa, correndo ao encontro do Mestre, alcançando novamente a visão para os olhos apagados e tristes.  


Não residirá nesse ato precioso símbolo?  


As pessoas humanas exibem no mundo as capas mais diversas. Existem mantos de reis e de mendigos. Há muitos amigos do crime que dão preferência a “capas de santos”. Raros os que não colam ao rosto a máscara da própria conveniência. Alega-se que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, que é imprescindível atender à movimentação do século; entretanto, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor, tal qual é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material ou os da exagerada noção de sofrimento. A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. Nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas. Despe a tua capa mundana e apresenta-te a Ele, sem mais nem menos. 


Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida - psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, ano de publicação: 1948, capítulo 98. 


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REFLEXÃO: Nesta semana, em nossa reunião de Evangelho, a página escolhida foi a que postamos acima. Amigo Espiritual fez belíssima exposição sobre o tema, ampliando sobremaneira o entendimento sobre a nossa aproximação com Jesus.  Aqui faremos abordagem inspirada na Sua exposição, no entanto, acanhada, pois, não temos capacidade literária para traduzir ideia abrangente com construção de imagens intelectuais grandiosas. 

 

Bartimeu, deixa sua capa e vai ao encontro de Jesus, com um propósito firme, encontrar a cura de sua cegueira. Qual a importância de ter largado sua capa para ir junto ao Mestre? É algo que precisamos analisar! Pois, todos temos capas a nos proteger das conveniências, preconceitos, ódios, vinganças, cobiças... Cobertura onde nos sentimos confortáveis, porque acostumados nos rumores de mundo particular. 

 

Essa posição cômoda, serve bem aos interesses do mundo inferior, que nos mantêm na cegueira dos grandes objetivos da vida, ou seja, entender a vida num aspecto amplo, compreendendo a existência num corpo temporário e a vida plena numa estância espiritual.  


Utilizando a figura do Cego de Jericó, que lança de si a capa, para encontrar a claridade de seus olhos, tal a confiança no Senhor Jesus. Todos precisamos analisar se também não precisaremos largar nossas capas, quer dizer todas as junções miseráveis que carregamos de pieguices, vícios, defeitos morais, dívidas espirituais que arrastamos na esteira do tempo, e nos apresentarmos autênticos, decididos, sem pechas psicológicas e preconceituosas, diante do Mestre e dizermos: Senhor queremos segui-Lo, ajude-nos a desvencilharmos desse emaranhado infelicitador que carregamos, que nos impede de encontrarmos a luz, proporcionadora da paz e felicidade.  É uma questão de consciência de que devemos buscar e não aguardar que a "salvação" venha a nosso encontro.

  

Emmanuel, o mentor espiritual de Francisco Cândido Xavier, autor da página inicialmente apresentada, fala das muitas capas criadas pelos homens, que servem a cada estado de alma, consciente ou inconscientemente, mas trazem para seus criadores as peias vinculadoras às situações perniciosas no processo evolutivo espiritual. Carregadas de ideias muito particulares, que perpetuam a hipocrisia, o engano, a fantasia, dando a si a espetacularidade de vida desejável sob seu ponto de vista, de suas ânsias, calcada nas concepções inferiores que se permitiu. Assim, contrariando os esforços necessários nos rumos das lições do Mestre nazareno, que não guardam ilusões, não convivem com a moral destorcida no atendimento de interesses mundanos.


É preciso deixar a capa miserável das fragilidades que nos protegiam das luzes lançadas pela mensagem iluminadora do Cristo de Deus. Dessa forma, avançarmos ao encontro d'Aquele que se mostrou em Sua grandeza, não como o mundo está acostumado: prepotência, arrogância, poder...  Ele, o Senhor, com a palavra e exemplos abriu horizontes novos nas almas que prestaram atenção e se interessaram pelo reinado que não é deste mundo, porque não é material e nem materialista, e, sim, espiritual. Isto, somente é possível de se construir na própria alma dos que tomaram a decisão de jogar fora as suas capas de conveniências, de ilusões e olharem para si mesmos, reconhecendo ser um Ser espiritual de verdade, assumindo-se responsáveis por suas ascensões, indo ao encontro da mensagem do Salvador de nós mesmos. 


 "A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. Nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas. Despe a tua capa mundana e apresenta-te a Ele, sem mais nem menos."  O Orientador Espiritual deixa claro de como devemos nos apresentar ao Senhor, sem rodeios, desvestidos de "mundanices", "sem mais nem menos.", apenas nós mesmos, sem as capas de hipocrisias, que nos iludiram por muito tempo.

  

Todos nos salvaremos, é uma grande verdade! Mas, somente quando quisermos imitar o Cego de Jericó, lançando de si a capa que o impedia de encontrar a Luz! 


                               Dorival da Silva