Mostrando postagens com marcador moral. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador moral. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de abril de 2023

CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO

 

CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO

O Evangelho segundo o Espiritismo.

CAPÍTULO XVII —   SEDE PERFEITOS 

Tradução de J. Herculano Pires 

CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO  

• Georges • Espírito Protetor, Paris, 1863  


11. Consistirá a perfeição espiritual na maceração do corpo? Para resolver esta questão, apoio-me em princípios elementares, começo por demonstrar a necessidade de cuidar do corpo, que, segundo as alternativas de saúde e doença, influi sobre a alma de maneira muito importante, pois temos de considerá-la como prisioneira na carne. Para que esta prisioneira possa viver, movimentar-se, até mesmo conceber a ilusão da liberdade, o corpo deve estar sadio, disposto e vigoroso. Estabeleçamos uma comparação: eis que ambos se encontram em perfeito estado; que devem fazer para manter equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? O embate entre eles parece inevitável, e difícil chegar-se a segredo do equilíbrio.  


Dois sistemas se defrontam neste caso: o dos ascetas, que desejam abater o corpo, e o dos materialistas, que querem diminuir a alma. Duas violências, quase tão insensata uma quanto a outra. Ao lado dessas duas correntes, fervilha a multidão dos indiferentes, que sem convicção nem paixão, amam com tibieza e gozam com parcimônia. Onde, pois, a sabedoria? Onde, pois, a ciência de viver? Em parte alguma. E esse grande problema ficaria inteiramente por resolver, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, para demonstrar-lhes as relações existentes entre o corpo e a alma, dizer-lhes que, desde que são reciprocamente necessários, é indispensável cuidar de ambos. 

 

Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus. Não castigueis pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos, mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito. Dobrai-o, subjuga-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição.  

-------------------------------------------------- 

A título de reflexão, faremos apontamentos sobre a mensagem acima, como seguem: 

1.   Enquanto estamos neste mundo somos um Espírito com corpo, com ele se manifesta, progride, amadurece, acumulando experiências.  

2.     Esse equipamento carnal é adequado para as experiências que um determinado Espírito experimentará, conforme a programação realizada antes de nascer.  

3.     O uso que o seu possuidor fizer dessa máquina carnal, sempre tratá resultados bons ou ruins. Os fatos bons não exigirão justificativas, no entanto, os ruins pedirão reparações pelos efeitos que advirão, às vezes imediatamente, às vezes virão mais tarde, geralmente na madureza da vida, mas também poderá responder em outra existência. 

4.     Sempre o Espírito é o responsável pelo que se faz e suas consequências. O corpo não pensa, não tem vontade, não sabe que existe, é você, somos nós mesmos, os autores de quaisquer iniciativas, boas ou más, o Espírito! 

5.       Alimentar-se inadequadamente, intoxicar-se, maculá-lo com pensamentos desconexos (loucuras exibicionistas) é problema do Espírito, desfigurá-lo propositadamente a quaisquer títulos, mesmo que em relação à fé, não tem significado, porque cedo ou tarde se tornará pó, seus elementos químicos retornarão ao laboratório da Natureza, “onde nada se perde e tudo se transforma”. 

6. Todas as ocorrências ficam registradas num corpo intermediário, que é indestrutível, que podemos simploriamente chamá-lo corpo do Espírito, o que Allan Kardec denominou de perispírito. Trata-se de corpo semimaterial, que faz a conexão entre o Espírito propriamente dito, que não é matéria, o qual é você, que somos nós mesmos, o ser pensante, o ser sentimento, o ser consciência, o que discerne entre fazer ou não fazer isso, ou aquilo.  

7.      O perispírito faz a junção desse Ser espiritual, que somos, que não é matéria, com o corpo material. Sua conexão se dá célula a célula, no desenvolvimento do feto, modelando o corpo físico conforme a programação efetuada antes da concepção, sem deixar que a força genética apresente seus efeitos, arrastando as características dos pais. 

8.     O espírito Georges, que escreve a página em referência, em 1863, no período da Codificação da Doutrina Espírita, registra num ponto: “E esse grande problema ficaria inteiramente por resolver, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, para demonstrar-lhes as relações existentes entre o corpo e a alma, dizer-lhes que, desde que são reciprocamente necessários, é indispensável cuidar de ambos.”.   No entanto, nesses tempos mais modernos, onde há disseminação de academias, de salões de cuidados corporais, áreas acadêmicas de cuidados estéticos, estúdios de tatuagem, assim, tudo pelo bem-estar e “aformoseamento do corpo”, oferecendo os mais variados sentires para os Espíritos desses copos; para uns apenas a satisfação de estarem bem fisicamente, confortáveis, para outros o exibicionismo, o sensualismo…   Esse instrumento bem conservado, por muitas situações, deixará de existir, mesmo contragosto de seu possuidor; como ficará a Alma se estiver fragilizada, descultivada, sem vigor moral, sem vivacidade, sem uma fé pujante?  

9.        É preciso pensar nisso, quando deixamos o corpo, não importa o seu estado, abre-se o Universo, a nossa frente, a vida exuberante, a possibilidade da felicidade excelente, e, também, da infelicidade com intensidades correspondentes ao grau   de responsabilidade do uso e das vivências da vida deixada com a morte do corpo.  Somente o corpo morre! É bom estarmos atentos, todas as realizações na vida física são do Espírito, e os efeitos e consequências continuarão, os bons trarão alegria, os maus a infelicidade.  

10.       Georges, coloca-nos um questionamento e dá-nos uma resposta: “Não castigueis [o corpo] pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos, mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito.”. (…). Ele usa exemplo de fato comum no século XIX, “cavalo mal dirigido”; como seria se usássemos como referência um veículo moderno qualquer mal dirigido. As responsabilidades são idênticas, porque tudo que se der com essa imperícia resultará consequências para o Espírito imprevidente.  

11.    Mas, o que importa são as resoluções transformadoras para o bem, o que precisa de coragem.  Deixar algum vício é luta intensa, por exigir renúncia, é preciso suportar a falta do prazer ou sensação que o vício proporciona, embora prejudicial, mesmo que ilusoriamente cause satisfação e até um certo poder, pela contravenção, a consciência sabe que o prejuízo é certo e proporá inexoravelmente o reparo, não importando o preço a se pagar! Uma hora nos veremos com o dever de pagar o malfeito, porque o incômodo será mais intenso que a satisfação!  

12.       Uma das razões de estarmos vivendo num corpo carnal é o aprimoramento do Espírito, nós mesmo, para isso, faz-se necessário um esforço hercúleo para nos alijarmos das misérias morais que cultivamos nos milênios que já vivemos, nas muitas vidas e corpos que tivemos, e que pesam sobre nós espiritualmente falando. O Espírito, autor da página referida, é enfático sobre os esforços para amoldarmo-nos a um estado espiritual aguardado ou desejado, mesmo que inconscientemente:Dobrai-o, subjuga-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição.” 

                  O que estamos fazendo por nós? Como desejamos estar após esta vida?  Os resultados do futuro do Espírito construímos agora! 


                                    Dorival da Silva.  

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Corpo humano! Suas finalidades!

  Corpo humano! Suas finalidades! 

O corpo humano, tal como quaisquer instrumentos desenvolvidos, tem suas finalidades. No entanto, os instrumentos industrializados são inanimados, podem ser eletrificados ou eletrônicos, ou, ainda, robóticos. São construídos conforme as necessidades e para utilidades específicas. Esses atendem suas finalidades até que fiquem superados ou imprestáveis, ou ainda, até que seus responsáveis desliguem de sua fonte de energia. Podemos dizer que as suas vidas dependem da fonte energética, como a orientação de sua fabricação.  

Para existir um corpo humano, o processo é complexo, pois que não se fabrica, é preciso do envolvimento de duas pessoas, que serão pai e mãe, e fornecerão os elementos iniciais dessa composição unicelular, que aglutina as cargas genéticas destes, doando suas características, constituindo um ser independente e único dentre os bilhões de outros existentes no Mundo.  

Esse organismo que vai se construir, composto de muitos órgãos autônomos, interligados e dependentes entre si, sua existência depende da manutenção da carga de energia vital. Ainda, depende de algo que lhe dará a forma, a conformação, seu único utilizador. Esse utilizador é o Espírito. No caso, um Espírito. Que se vincula àquele corpo no exato momento da concepção. É Vida nos aspectos: Inteligência, moral, vontade e tudo o mais que um ser humano pode apresentar.  

O Espírito que se prepara para reencarnar, no corpo que vai se formar, é composto também de uma cobertura fluídica que se chama perispírito, é o corpo do Espírito. É esse envoltório espiritual que se liga na concepção e será o modelador do corpo de carne que se vai desenvolver no ventre da mãe.  Assim, embora as características genéticas herdadas dos pais, sofrerá a influência desse corpo organizador, o perispírito, que dará a conformação necessária para os propósitos daquele que irá renascer, condizente com a sua programação.   

A título de exemplo, caso o Espírito que retornará seja de inteligência superior e proporcionará o desenvolvimento de algo de grande valor para benefício da sociedade, o seu cérebro de carne terá uma condição especial para possibilitar a manifestação da inteligência espiritual. Desse modo, fluirá para o mundo material os conteúdos para se alcançar os objetivos planejados.  De outra forma, sendo o Espírito de inteligência superior, no entanto, que em situação anterior utilizou mal os seus recursos intelectuais, causando mal para si mesmo, e à sociedade, gerando mácula na sua consciência, o seu perispírito, que estará impregnado dessa energia desequilibrada, causará deformidade na formação do novo cérebro, ao nível correspondente ao estado espiritual de culpa. 

No mesmo sentido, ocorrem os nascimentos de corpos com aleijões e supressão de membro; ou, cegueira, mudez e surdez -- às vezes, essas três ocorrências num mesmo indivíduo --, depende do nível de culpa que aquele Espírito carrega.  Não se trata de castigo, apenas o encontro do infrator com as consequências de suas obras, que arrependido luta por se ressarcir perante a própria consciência.  

Existem, ainda, as doenças que não estão aparentes, ou não se manifestaram, o que virá no decorrer da existência, em conta a consciência culpada, por feitos no trânsito de suas vidas anteriores. Sendo que, com o despertar da consciência, sofre e quer se restaurar à normalidade da Vida espiritual, expungindo os males que incomodam. Doenças crônicas; doenças de tratamentos difíceis, demorados e limitantes; acidentes no decorrer da vida…  Todos que aqui tomamos um corpo temos alguma coisa para ajustar com a consciência, além de adquirirmos novos conhecimentos, e concretizarmos muitas coisas através das vivências. No entanto, é bom saber que existe um medicamento para a consciência em desalinho, que serve indistintamente a todos os indivíduos, independente da intensidade do problema existente, é a caridade. [Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados — (1ª Epístola de Pedro, 4:8)]. 

O corpo humano é instrumento de grande oportunidade dispensada pelo Criador, em favor do progresso da criatura. Permite, o corpo, o esquecimento de tudo que ocorreu antes do nascimento, favorecendo o contato com os desafetos, os inimigos de outros tempos, que surgem na qualidade de irmão, de pai, de mãe, de conjunge, colegas de trabalho, patrão e outros de convivência na mesma sociedade. Recurso para que o ódio, rancor, desejo de vingança, e a antipatia se revertam em amizade, perdão, simpatia e amor. Sem amor não há felicidade, nem na Terra e nem na Espiritualidade.  

Os fatos bons e negativos das vidas passadas continuam nos registros espirituais, mas o cérebro do corpo novo não consegue filtrar essas recordações, mas intuitivamente algo flui do subconsciente, como nos casos da simpatia e antipatia com quem convivemos ou encontramos pela vida. As coisas boas cultivadas em outros tempos também pela intuição se apresentam, tal como a habilidade em certo estudo, facilidade para exercer esta ou aquela profissão, pendores para as Artes, etc. 

O corpo nasce cheio de vitalidade e vai se desenvolvendo pelas fases apontadas pela Ciência, até completar-se na fase adulta. No entanto, a grande finalidade desse trajeto de preparação do instrumento carnal é dar oportunidade ao melhoramento do seu habitante, com a educação iniciada no berço, proporcionando-lhe o arrefecimento dos ímpetos de violência, controle das tendências à viciação, sejam as ofertas químicas ou morais. Além de beneficiá-lo com a conquista de cultura e demais desenvolvimentos intelectuais de seu tempo.  

Um ponto de suma importância é a evangelização da criança, quando realizada com conhecimento e vivência por àqueles que a cercam, proporcionam a chegada à fase adulta com equilíbrio e lucidez sobre os porquês da vida, porque compreende em bom nível as questões espirituais da qual todos fazem parte.  

Chegada a maturidade, as forças físicas diminuem, e chegará o tempo que se esgotará definitivamente, liberando o seu utilizador que livre retornará gradativamente à integralidade da consciência, considerando a lembrança das experiências das vidas anteriores. Se constatar, em análise de si mesmo, que venceu as dificuldades que o incomodavam antes da entrada na matéria corporal e, ainda, adquiriu valores com afazeres nobres, se sentirá feliz; caso, assim, não ocorreu, tendo ampliado seus débitos, a frustração é considerável, certamente a infelicidade será a sua condição.  

O corpo não deve ser utilizado desarrazoadamente, que mesmo na própria vida física apresenta consequências danosas para o seu condutor (o Espírito), sendo que, com a proteção do corpo, o ser espiritual sente relativamente os efeitos das dificuldades, depois dele, as realidades se tornam superlativas. 

Muito mais se poderia registrar sobre a vida no corpo, apontar outras muitas finalidades, mas com o que discorremos acima, fica fácil deduzir-se outras possibilidades.  

O corpo que herdamos de nossos pais é em realidade um templo para a nossa evolução espiritual, assim, sucedem-se as gerações.  

Respeito ao corpo é respeito a si mesmo! 

 

                                    Dorival da Silva.