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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Corpo humano! Suas finalidades!

  Corpo humano! Suas finalidades! 

O corpo humano, tal como quaisquer instrumentos desenvolvidos, tem suas finalidades. No entanto, os instrumentos industrializados são inanimados, podem ser eletrificados ou eletrônicos, ou, ainda, robóticos. São construídos conforme as necessidades e para utilidades específicas. Esses atendem suas finalidades até que fiquem superados ou imprestáveis, ou ainda, até que seus responsáveis desliguem de sua fonte de energia. Podemos dizer que as suas vidas dependem da fonte energética, como a orientação de sua fabricação.  

Para existir um corpo humano, o processo é complexo, pois que não se fabrica, é preciso do envolvimento de duas pessoas, que serão pai e mãe, e fornecerão os elementos iniciais dessa composição unicelular, que aglutina as cargas genéticas destes, doando suas características, constituindo um ser independente e único dentre os bilhões de outros existentes no Mundo.  

Esse organismo que vai se construir, composto de muitos órgãos autônomos, interligados e dependentes entre si, sua existência depende da manutenção da carga de energia vital. Ainda, depende de algo que lhe dará a forma, a conformação, seu único utilizador. Esse utilizador é o Espírito. No caso, um Espírito. Que se vincula àquele corpo no exato momento da concepção. É Vida nos aspectos: Inteligência, moral, vontade e tudo o mais que um ser humano pode apresentar.  

O Espírito que se prepara para reencarnar, no corpo que vai se formar, é composto também de uma cobertura fluídica que se chama perispírito, é o corpo do Espírito. É esse envoltório espiritual que se liga na concepção e será o modelador do corpo de carne que se vai desenvolver no ventre da mãe.  Assim, embora as características genéticas herdadas dos pais, sofrerá a influência desse corpo organizador, o perispírito, que dará a conformação necessária para os propósitos daquele que irá renascer, condizente com a sua programação.   

A título de exemplo, caso o Espírito que retornará seja de inteligência superior e proporcionará o desenvolvimento de algo de grande valor para benefício da sociedade, o seu cérebro de carne terá uma condição especial para possibilitar a manifestação da inteligência espiritual. Desse modo, fluirá para o mundo material os conteúdos para se alcançar os objetivos planejados.  De outra forma, sendo o Espírito de inteligência superior, no entanto, que em situação anterior utilizou mal os seus recursos intelectuais, causando mal para si mesmo, e à sociedade, gerando mácula na sua consciência, o seu perispírito, que estará impregnado dessa energia desequilibrada, causará deformidade na formação do novo cérebro, ao nível correspondente ao estado espiritual de culpa. 

No mesmo sentido, ocorrem os nascimentos de corpos com aleijões e supressão de membro; ou, cegueira, mudez e surdez -- às vezes, essas três ocorrências num mesmo indivíduo --, depende do nível de culpa que aquele Espírito carrega.  Não se trata de castigo, apenas o encontro do infrator com as consequências de suas obras, que arrependido luta por se ressarcir perante a própria consciência.  

Existem, ainda, as doenças que não estão aparentes, ou não se manifestaram, o que virá no decorrer da existência, em conta a consciência culpada, por feitos no trânsito de suas vidas anteriores. Sendo que, com o despertar da consciência, sofre e quer se restaurar à normalidade da Vida espiritual, expungindo os males que incomodam. Doenças crônicas; doenças de tratamentos difíceis, demorados e limitantes; acidentes no decorrer da vida…  Todos que aqui tomamos um corpo temos alguma coisa para ajustar com a consciência, além de adquirirmos novos conhecimentos, e concretizarmos muitas coisas através das vivências. No entanto, é bom saber que existe um medicamento para a consciência em desalinho, que serve indistintamente a todos os indivíduos, independente da intensidade do problema existente, é a caridade. [Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados — (1ª Epístola de Pedro, 4:8)]. 

O corpo humano é instrumento de grande oportunidade dispensada pelo Criador, em favor do progresso da criatura. Permite, o corpo, o esquecimento de tudo que ocorreu antes do nascimento, favorecendo o contato com os desafetos, os inimigos de outros tempos, que surgem na qualidade de irmão, de pai, de mãe, de conjunge, colegas de trabalho, patrão e outros de convivência na mesma sociedade. Recurso para que o ódio, rancor, desejo de vingança, e a antipatia se revertam em amizade, perdão, simpatia e amor. Sem amor não há felicidade, nem na Terra e nem na Espiritualidade.  

Os fatos bons e negativos das vidas passadas continuam nos registros espirituais, mas o cérebro do corpo novo não consegue filtrar essas recordações, mas intuitivamente algo flui do subconsciente, como nos casos da simpatia e antipatia com quem convivemos ou encontramos pela vida. As coisas boas cultivadas em outros tempos também pela intuição se apresentam, tal como a habilidade em certo estudo, facilidade para exercer esta ou aquela profissão, pendores para as Artes, etc. 

O corpo nasce cheio de vitalidade e vai se desenvolvendo pelas fases apontadas pela Ciência, até completar-se na fase adulta. No entanto, a grande finalidade desse trajeto de preparação do instrumento carnal é dar oportunidade ao melhoramento do seu habitante, com a educação iniciada no berço, proporcionando-lhe o arrefecimento dos ímpetos de violência, controle das tendências à viciação, sejam as ofertas químicas ou morais. Além de beneficiá-lo com a conquista de cultura e demais desenvolvimentos intelectuais de seu tempo.  

Um ponto de suma importância é a evangelização da criança, quando realizada com conhecimento e vivência por àqueles que a cercam, proporcionam a chegada à fase adulta com equilíbrio e lucidez sobre os porquês da vida, porque compreende em bom nível as questões espirituais da qual todos fazem parte.  

Chegada a maturidade, as forças físicas diminuem, e chegará o tempo que se esgotará definitivamente, liberando o seu utilizador que livre retornará gradativamente à integralidade da consciência, considerando a lembrança das experiências das vidas anteriores. Se constatar, em análise de si mesmo, que venceu as dificuldades que o incomodavam antes da entrada na matéria corporal e, ainda, adquiriu valores com afazeres nobres, se sentirá feliz; caso, assim, não ocorreu, tendo ampliado seus débitos, a frustração é considerável, certamente a infelicidade será a sua condição.  

O corpo não deve ser utilizado desarrazoadamente, que mesmo na própria vida física apresenta consequências danosas para o seu condutor (o Espírito), sendo que, com a proteção do corpo, o ser espiritual sente relativamente os efeitos das dificuldades, depois dele, as realidades se tornam superlativas. 

Muito mais se poderia registrar sobre a vida no corpo, apontar outras muitas finalidades, mas com o que discorremos acima, fica fácil deduzir-se outras possibilidades.  

O corpo que herdamos de nossos pais é em realidade um templo para a nossa evolução espiritual, assim, sucedem-se as gerações.  

Respeito ao corpo é respeito a si mesmo! 

 

                                    Dorival da Silva. 

sábado, 12 de setembro de 2020

Que temos com o Cristo?

 Que temos com o Cristo?


“Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? vieste destruir-nos? Bem

sei quem és: o Santo de Deus.” — (Marcos, capítulo 1, versículo 24.)


Grande erro supor que o Divino Mestre houvesse terminado o serviço ativo, no Calvário.

Jesus continua caminhando em todas as direções do mundo; seu Evangelho redentor vai triunfando, palmo a palmo, no terreno dos corações.

Semelhante circunstância deve ser lembrada porque também os Espíritos maléficos tentam repelir o Senhor diariamente.

Refere-se o evangelista a entidades perversas que se assenhoreavam do corpo da criatura.

Entretanto, essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparecem com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária.

Não somente o corpo da criatura humana padece a obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.

E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?”

É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.


Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 144, publicação de 1948.


                                                            **************



Reflexão: 

Na página acima, o Orientador Espiritual, referindo-se a versículo do evangelho faz abordagem que com precisão dá a clareza à realidade comportamental das gentes destes dias modernos. 

Lembra-nos que Jesus está presente, continua o trabalho revelador das coisas dos Céus para os homens, iniciado à margem do Tiberíades, ensinando e socorrendo os aflitos, os doentes do corpo e da alma, exemplificando o bem e marcando no tempo, com suas vibrações de amor e caridade, as pegadas que nos levarão a Deus. 

No entanto, observa a existência das inteligências infernais, que conheciam Jesus, mas O tinham como adversário, pois, perguntam-Lhe: “Vieste destruir-nos?” .  Certo é que Ele veio destruir o mal existente na intimidade dos Espíritos, com o trabalho educativo de restauração dos Seres,  oferecendo as ferramentas e ensinando a utilizá-las a seus próprios benefícios. Não resolverá por Sua vontade os males das criaturas se elas não se propuserem ao esforço do autoconhecimento e as lutas constantes no domínio e erradicação das más tendências, direcionando os pensamentos, os desejos para o bem, distanciando-se das próprias tentações. 

O Espírito Emmanuel, no trecho transcrito a seguir, nos traz a reflexão para os dias atuais, vejamos: “(...), essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparecem com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária.). Levantando o olhar na direção do mundo, considerando o meio político, está visível a discórdia e a tirania; no comércio, nos diversos sistemas, a ambição e o egoísmo se tornaram monstro carrasco das multidões; nas religiões e nas ciências, que deveriam balizar a moral e a inteligência da humanidade, enxameiam por muitos caminhos, implícitos e explícitos, o arraigamento do orgulho, da vaidade, do dogmatismo e da intolerância abrindo chagas enormes de preconceitos, escuridão moral, empobrecimento intelectual e miséria religiosa nos seios de milhões e milhões de almas exaustas, com desequilíbrios emocionais de variadas etiologias.   

Nesse eixo reflexivo, ressaltam a depressão, as desilusões, as fantasias, os desvios comportamentais, o suicídio, as corrupções materiais e morais, a desesperança, a desestima de si mesmo… A anarquia emocional e moral dos indivíduos gera a anarquia social, pois são as anomalias da alma que comprometem a normalidade da sociedade.  

“Não somente o corpo da criatura humana padece a obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.”

No parágrafo acima, o Mentor de Chico Xavier, levanta uma questão que todos os Cristãos de Verdade deveriam prestar atenção. O grande problema é a obsessão de Espíritos perversos que atinge os indivíduos, mas também as organizações sejam quais forem. É situação gravíssima, lentamente essa força perversa vai assenhoreando dos pensamentos, criando hábitos, instalando vícios, dependências emocionais, libertinagens morais a título de liberdade…, enfraquecendo a ordem social.  Instalam-se a corrupção e os  corruptores, que repetidamente admitidos tornam-se práticas comuns, enquistando doença moral de difícil solução, sementes contaminadoras das gerações futuras.

A solução para todo o mal está à disposição, mas a hipocrisia vai se manifestar, dada a má vontade e o interesse da continuidade das loucuras do poder e do fugaz prazer de usufruir da ilusória riqueza de que se nunca satisfaz, E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?”  

Comparecer ao templo, recitar os versículos do Evangelho, contribuir afanosamente com recursos à agremiação religiosa, construir edificação faraônica para o Cristo ou Deus não credencia ninguém a posição espiritual de relevância, caso não exista vivência verdadeira  da mensagem de Jesus, de forma a eliminar da alma a ganância, o orgulho, o desejo de poder, a auto exaltação, o exibicionismo, a corrupção de qualquer ordem...;   resultando para o crente a bondade, o amor, a caridade, a humildade, a abnegação no bem…

Após conquista pessoal, pode-se entender: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?” 

Jesus deixa claro para a humanidade que seu Reino não é deste mundo, “mundo de materialidade”, próprio dos seres imperfeitos, devedores, sofredores, que carregam em si o próprio mal; no entanto, trazem também em si recursos a serem desenvolvidos, que depois dos esforços de muitos séculos e com a conquista de luz própria, se qualificam a alcançar o mundo de Jesus: de trabalho, de paz e felicidades, pois correspondem ao estado do próprio Espírito vitorioso.

No último tópico, Emmanuel, coloca alerta de muita gravidade: “É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.”  Para os que acolheram a Doutrina Espírita (O Cristianismo redivivo), é indispensável o conhecimento dos seus postulados, ter em mente o rigor analítico de Allan Kardec, “o crivo da razão” diante dos fatos novos para não se permitir enganar, não importando a sua origem.  A responsabilidade espiritual é pessoal, não é possível atribuir a terceiros, é preciso que todos tenham clareza própria e façam análise das ocorrências que surgem antes de aceitá-las, o engano é de quem se permite ser enganado. Jesus ensinou:  “Vigiai e orai…”. É preciso estar atento, pois somos responsáveis pela nossa vida espiritual. 

Esclarecer e orientar os menos experientes sim, para isso precisa redobrar cuidados, estar ciente se seus conhecimentos são sólidos, se está convicto do que ensina, pois, haverá sempre ressaibo de responsabilidade. É verdade para você o que ensina? Está em conformidade com a Doutrina Espírita?

Vou registrar adiante uma história espiritual verdadeira que exemplifica:

-- Certo dia, numa das reuniões mediúnicas que dirigimos, compareceu o Espírito de um pastor evangélico para esclarecimento. Iniciado o diálogo, nota-se que o comunicante é pessoa muito distinta e educada, conquanto com as ideias próprias de sua vivência.

-- O senhor é pastor evangélico?

-- Sim. Mas... não estou entendendo como vim parar aqui, neste lugar que não conheço e nem essas pessoas são de minhas relações sociais e nem religiosas. 

-- O senhor se lembra de ter ficado doente? 

-- Estou em tratamento…; tem algum tempo que não cuidam de mim, não me alimentam e nem me dão medicamento; não entendo…

-- Por que será? Os seus familiares não são sempre solícitos e amorosos? Já pensou que fato importante ocorreu? Estava doente, não é? 

-- Se morri, não entendo, deveria estar “em sono aguardando o dia do juízo…”; deve ser uma ilusão… um…

-- O senhor percebe que houve uma mudança significativa, não consegue falar com os seus conhecidos e nem eles te ouvem, por quê? como o senhor entende isso?

-- Não entendo?!

-- Observa que está falando comigo, mas através desta mulher, o senhor fala e ela repete para mim, assim nós vamos conversando -- ela  tem uma capacidade especial, é médium, capta seu pensamento e seus sentimentos e me transmite, para que eu o entenda --, percebe? 

-- Estou vendo, minha religião nunca falou disso!?  Então, quer me falar que estou morto!?

-- O melhor a dizer é que o senhor está vivo, no entanto, o seu equipamento carnal, que é o corpo, portanto, ele não é o senhor, aquele sim passou pelo fenômeno da morte, pois estava doente, agora o senhor se apresenta como um Espírito, é o que todos nós somos. 

-- Impressionante! Nunca nos ensinaram assim! 

-- Vê aqui no ambiente novo,  que se abriu, pessoas que o senhor conhece? São várias…

-- Estou vendo!... 

-- Tem algum conhecido?

-- Muitos. Pastores amigos, meu professor… Mas, eles estão mortos há muito tempo…

-- Vieram para demonstrar-lhe de que a morte não existe. Continuam vivendo e trabalhando...

-- Estão me convidando para ir com eles, que me explicarão muitas coisas…

 Seguiu com seus amigos espirituais e encerrou-se esse diálogo.

 Na reunião da semana seguinte, compareceu o espírito do Pastor novamente, dizendo:

-- Na semana passada estive aqui, compreendi a minha realidade, mas você me arrumou uma situação que me trouxe perturbação que está me enlouquecendo, porque vi que a morte não é como eu aprendi em minha vida, como exaustivamente ensinei ao povo da minha igreja e agora que eu sei que daquela forma não era verdade como fica a minha consciência, se ensinei o que não é verdade, como vou dar conta disso? Como vou retornar lá para dizer àquele povo que não é daquela forma que acontece...

-- Um orientador espiritual socorre, esclarecendo: “Meu irmão, não se preocupe com isto, você, quanto na tribuna do seu templo, ensinou honestamente a verdade de que tinha convicção, assim, não poderás carregar culpa. Terás, após se preparar condizentemente, aqui na espiritualidade, oportunidade de levar esses novos conhecimentos para todos aqueles que desejarem ouvir”.

Assim, elucidada a questão encerrou-se essa comunicação. 

O Pastor da comunicação ensinou a verdade, pois assim estava convicto, teve a sua consciência justificada; e, caso, estivesse ensinado sem convicção, tendo em suas mãos as orientações espirituais adequadas, mas pretendendo prevalecer com a sua opinião, em detrimento da verdade, como estaria diante da consciência?

O espírita não tem escolha, precisa estudar e estudar, vez que tem os elementos da promessa de Jesus (O Consolador), que veio lembrar ao homem tudo o tinha ensinado e ensinar o que não foi possível, considerando o próprio estado evolutivo da humanidade àquela época. Agora tem toda uma Doutrina reveladora da relação da vida espiritual no corpo e  fora dele, é o estágio de vida na Terra  que chegou na sua maior culminância, abrindo as portas da espiritualidade.

As balizas estão colocadas, o rumo acertado, agora é caminhar pela própria vontade. O atraso para se atingir a meta pertence a quem se acomoda, ou vive a questionar sem buscar resposta, ou sem querer ouvi-la. Desejar que os segredos do futuro lhe venham ao encontro é infantilidade. Sem a ferramenta da renovação interior, os esforços para dominar o orgulho e o egoísmo enclausurados na alma, impedindo o  enriquecimento do espírito com a humildade e o reconhecimento da urgência para abandonar as futilidades e quaisquer vantagens materiais que entorpecem o cumprimento dos deveres maiores para com o próprio futuro espiritual. 

Jesus aguarda decisão de quem desejar o encontro decisivo para vida plena numa realidade de consciência livre. A paz e a felicidade precisam existir no céu de cada indivíduo para que componham a plenitude coletiva que os séculos noticiaram.   

O Mestre Divino jamais destruirá alguém, mas,  sim, aguarda todos os seus filhos-irmãos para compor o seu redil de luz e amor.

Reflitamos!

                                                Dorival da Silva


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Unir para sobreviver

Unir para sobreviver
    Na conjuntura atual em que a Humanidade vive momentos cruciantes em busca de caminhos que a aliviem das torturas angustiosas que a envolvem; no instante em que o homem de posse de tantos conhecimentos que lhe chegam às mãos após pesquisas ingentes; na hora em que a criatura vislumbra o seu destino grandioso em face das conquistas tecnológicas, convêm analisar que está havendo a necessidade urgente de rumos definidos para que o esforço comum não se venha a perder.

        Como antecipação às necessidades espirituais que se acentuariam na época em que vivemos, o Cristo de Deus determinou que a Consoladora Doutrina da Terceira Revelação viesse ao homem para servir-lhe de bússola orientadora a fim de que os perigos da grande viagem fossem evitando e todos, sem mais perda de tempo, aportássemos em lugar seguro.

        Sem ser obra dos homens, surge o Espiritismo como resultante do trabalho de uma plêiade de entidades desencarnadas e encarnadas, sob a tutela maior do Mestre Galileu, para nortear o caminho de todos nós.

        Chegando pela via fenomênica, que já era milenarmente usada para atestar a veracidade do chamado mundo espiritual, a torrente não se deteve apenas na comprovação da existência e possibilidade de ação sobre a matéria por parte dos desencarnados.

        Abriu extenso campo de cogitações a juízos filosóficos que deram motivo a formação de um granítico corpo doutrinário calcado na lógica e na razão.

        Como se não bastasse ter o movimento de iluminação se servido da porta fenomênica, alcançando as conclusões filosóficas, eis que a mensagem desemboca na revivescência dos ensinamentos puros vividos e deixados pelo Mestre de Nazaré – o Cristianismo.

        Com tríplice aspecto, assim, a Doutrina Espírita veio constituir o edifício granítico de três andares, formando uma unidade indivisível.

        O fenômeno é a prova, o raciocínio o caminho, a moralização a meta.

       Sem dúvida, com estas características, o Consolador veio para ficar pela eternidade afora com os homens, conforme prometera Jesus.

        No entanto, vemos hoje, com muita preocupação, que hostes* ligadas a interesses contrários ao estabelecimento do Reino Espiritual na Terra se movimentam sorrateiramente, buscando minar a obra grandiosa, a partir dos elementos que a devem viver e divulgar.

        Casados da luta ostensiva em que sempre saem derrotados, a técnica dos inimigos da Luz não é mais atacarem a descoberto.

        Usando do campo favorável que a invigilância dos espíritas permite, se imiscuem nos grupos e associações fazendo sua semeadura de cizânia.

        Instilam a vaidade aqui; espicaçam o orgulho ali; estimula a desconfiança acolá; reforçam a antipatia lá adiante, encontrando na passividade de grande parte de nossos irmãos do movimento, o caldo revigorante necessário para se fortificarem mais e mais.

        Procurando dar proporções catastróficas a pequenos incidentes naturais na marcha de almas inferiores, como somos todos nós, aumentam as predisposições de antipatia que uns passam a nutrir pelos outros...

        Utilizando os recursos da hipnose durante as horas de sono, atuam sobre as mentes desavisadas, criando-lhes quadros sugestivos de variada ordem, em que sempre buscam jogar uns contra os outros, porque têm plena consciência de que toda casa dividida não sobreviverá.

        Em face de tais ciladas, nas quais muitos têm caído ingenuamente, é que nos permitimos, em nome do Amor Cristão, a vir-vos dizer:

        Espíritas, alertai-vos contra a semente da cizânia...

        Cuidai cada um de sua leira*, não vos achando o melhor ou o imprescindível...

        Não penseis, nem por um momento que seja, que a obra é vossa e que sem o vosso concurso tudo se esboroará...

        Cristo que representa a vontade do Pai...

        Deixemos de lado posições pessoais, opiniões particulares e modos individualistas de ser, renunciando ao endeusamento do nosso eu para mergulharmos de corpo e alma na tarefa abençoada para qual todos fomos convocados e na qual todos temos o que fazer.

        Que ninguém subestime a tarefa alheia, nem procure engrandecer-se, porque no fundo, funcionamos como vasto mecanismo que às vezes não desenvolve sua ação adequadamente por falta de simples implemento como um pequeno parafuso...

        Vede com alegria o que já conseguistes realizar, mas não vos acomodeis porque ainda há muito a fazer.

        A Casa Espírita é o corpo que a Bondade Divina nos permitiu erguer. Que a façamos habitada pelo espírito do Cristo, a transparecer de nossos gestos e ações.

        Honremo-la com nossa presença frequente; iluminemo-la com o nosso estudo doutrinário constante; fortalecemo-la com nosso testemunho de trabalho permanente.

        Não foi por mero acaso que o insigne Codificador – inspirado pelo Espírito Verdade – escolheu como epíteto* doutrinário o Trabalho, a Solidariedade e a Tolerância.

        O Trabalho é a seiva de nossa vida; a Solidariedade, a manifestação do amor fraterno em nós e a Tolerância é o reconhecimento de que todos precisamos uns dos outros, como somos, para avançar.

        Grandes dificuldades já foram superadas e novas lutas se avizinham porque a leira se alarga à medida que progredimos.

        A união é palavra de ordem, nem que para tanto tenhamos que renunciar a nossas posições pessoais.

        Lembremo-nos de que a Doutrina deve estar acima de tudo.

        Sem os seus ensinos, sua ordem lógica e palavra disciplinadora, toda nossa ação pode parecer eficiente, mas não estará concorrendo para enriquecer o movimento espírita.

        O aplauso é manifestação humana perigosa porque anestesia as nossas potencialidades profundas, aprisionando-nos na jaula da vaidade.

        Recordemos que antes de mais nada é preciso buscar o reino de Deus e suas virtudes, e o resto nos virá por acréscimo...

        E o Reino de Deus não está nem ali, nem acolá, senão dentro de nós mesmos.

        Como o alcançaremos sem o exercício da dignidade cristã?

        Saibamos, por fim, que sem a união das partes, o todo perece.

        A força e a vitalidade do todo estão na razão direta da articulação harmoniosa e amorosa de todos os componentes.

        Lutai e Vigiai.

        Estudai e Amai.

        Perdoai e Trabalhai.

        Fazendo a vossa parte, tende certeza de que faremos a nossa, e unindo os nossos esforços faremos nascer mais depressa o sol da Felicidade Espiritual sobre a Terra.

Lins de Vasconcelos.
Mensagem psicografada pelo médium Alexandre Sech, no dia 29.06.1975, na cidade de Paranavaí (PR).
(*)  Hoste – que denota inimizade ou rivalidade; quem é inimigo; adversário. Leira – sulco ou rego aberto na terra que nele se deposite semente ou muda.

Epíteto – palavra ou expressão que se associa a um nome ou pronome para qualificá-lo.