Obsessão ou Depressão
“Quem tem olhos de ver, que veja.”
Neste tempo que corre, existem necessidades enormes nas pessoas. Embora
diferentes em cada indivíduo, é uma epidemia que se alastra. Toma conta de
crianças, jovens, adultos e chega na terceira idade. É contagiante.
Causa dependência. Abre no peito um vazio que não se preenche com nada. Uma ânsia
de algo a alcançar que não se alcança. A angústia que espraia suas
raízes na alma. Uma obsessão.
Ideias
angustiantes e persistentes dias e noites, pensamentos desconexos,
presságios fantasmagóricos prenunciadores de catástrofes, o rumo a ser indicado é a escuridão. Surgem o medo, o pânico de algo que só o sofredor
vê, está no caleidoscópio da mente, imagens, ruídos de toda ordem,
movimentos atordoantes, constituindo um teatro de horrores.
Esse quadro horripilante é construção que permitimos, porque não estarmos
nos importando com o que é o mais essencial em nós. A consciência de
que somos um ser espiritual, somos um mundo próprio, que temos a
obrigação de zelar, aprimorar, enlevar, acima de tudo
amar. Somos nós mesmos que continuaremos a jornada infinita depois o
desgaste da máquina corporal, que também temos o dever de conservá-la,
considerando que esse veículo nos presta grande serviço de aprendizado
que não se perderá no tempo, vez que o resultado de sua colaboração
permanecerá na alma.
Nesse
tempo moderno há uma vontade muito grande de coisas, sem reflexão sobre
a necessidade, a conveniência da aquisição, não se trata aqui de coisas
materiais, porque dessas é fácil se livrar quando nos entulham os
armários e não nos têm serventia, mas precisamos acautelar sobre as
questões emocionais, os interesses morais, muitas vezes imorais, a
ambição desmedida, o desrespeito a outrem, em qualquer aspecto,
principalmente aqueles que não são demonstráveis no nosso meio de
convivência, mas que são alimentados na mente.
Poluímos
voluntariamente a nossa vida no dia a dia quando não temos autocrítica
do que surge a todo instante na relação interpessoal ou através dos
meios de comunicação.
Muitos
de nós aceitamos tudo sem nenhuma análise, se é bom, se é útil e se
devemos adquirir, se tem algum valor, sendo que grande parte do
que surge nas comunicações são lixos emocionais que se acumulam não
permitindo espaço no campo emocional para aquilo que deveria ser de
utilidade e engrandecimento de sua
alma. Além disso, repassamos inconsequentemente o lixo que adquirimos
irrefletidamente para os grupos de relacionamentos virtuais, que em
grande parte irrefletidamente repetirá o automatismo do repasse
inconsequente, gerando um volume incalculável de perturbações de mentes
que se viciam pelo uso irrefreável de repetições, formando uma corrente
vigorosa de ansiosos, ao mesmo tempo que vazios de valores
enriquecedores de si mesmo.
Tudo
o que pensamos é construção vibratória, possui imagem, cor, som, odor. Suas qualidades poderão proporcionar alegria, paz, serenidade, otimismo,
amor ...; ou tristeza, aflição, intranquilidade, pessimismo, ódio ...,
depende da mente que a cria e a alimenta. O primeiro a se beneficiar ou a se tornar vítima somos nós, aqueles que alimentamos tal ou qual pensamento.
Depois aqueles para onde se direciona a intenção, o foco do interesse em
ajudar ou prejudicar, poderá ser uma ação consciente ou inconsciente,
porque não se conhece o mecanismo do pensamento, mas, como é lei
natural, a livre vontade determina, de acordo com a sua intensidade e
propósito, desde que o alvo vibre na mesma frequência, a interação
ocorre por atração e similitude. O “Vigiai e orai, para não caírdes em tentação.
(Mateus 26:41)”, é antídoto que Jesus deixou para a Humanidade, de
forma a resguardar qualquer um de sofrer com as próprias criações
mentais negativas ou recepcionar aquelas originadas de qualquer outra alma que esteja em desequilíbrio.
O que é obsessão? “Obsessão
é [...] o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas
pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que
procuram dominar [...].” Allan Kardec: O livro dos médiuns. Cap. 23, item 237.
Na continuidade desta reflexão, anotamos: “Assim
como as enfermidades resultam das imperfeições físicas que tornam o
corpo acessível às perniciosas influências exteriores, a obsessão
decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um
Espírito mau. [...]”. Allan Kardec: A gênese. Cap. 24, item 46.
Por outro lado, observa-se a existência da auto-obsessão. Trata-se do indivíduo com persistentes pensamentos malsãos, que contempla tudo negativamente e muitas vezes contra si mesmo. O que o faz presa fácil de espíritos maldosos que potencializam o seu estado, podendo induzi-lo a cometer erros graves.
Tudo tem o valor que damos, tanto para coisas
materiais, como para os interesses que estão somente na intimidade. Se são boas
e equilibradas produzem alegria e felicidade, se são negativas e
persistentemente desejadas, causam tormentos, podendo levar a
autodestruição.
Existe obsessão de muitos graus de intensidade, desde
quase imperceptível incomodo, como irritação com situações banais, dor
de cabeça fraca e persistente, às vezes em horários específicos. Dor e
enjoo e outros incômodos das funções neurovegetativas sem causa
aparente, essas manifestações mesmo sem causa orgânica detectada poderão
ser intensas.
Os
profissionais da medicina, da psicologia e da psiquiatria devem ser consultados quando surgem situações como apontadas acima, isso é
inevitável, é preciso aplacar as consequências manifestadas no
organismo, com os recursos disponíveis para cada situação. O
acompanhamento desses profissionais é de fundamental importância para o
paciente obsessivo.
Não
estão livres do processo obsessivo algumas daquelas pessoas que estão
limitadas à manifestação em virtude de problemas neurológicos advindos
de AVC, de traumatismo, ou situação congênita e outras. Isso ocorre em função o estado espiritual do sofredor, considerando as dívidas morais
adquiridas nesta vida ou em vida
passada, porque os credores desencarnados perseguem e cobram sem
piedade em qualquer circunstância, ampliando o sofrimento, é uma
vingança bem urdida. O fato se dá no campo espiritual, refletindo
penosamente no organismo do doente, que apresenta as nuanças do
sofrimento sem poder se manifestar.
E a solução para os casos de obsessão?
Vamos buscar em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, nas questões
abaixo, a relevância da condução moral de nós mesmos e do exercício da
fé raciocinada, como segue:
LE. 467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”
LE. 469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando
o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência
dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre
vós. (...).
Registramos também:
(1ª Epístola de Pedro, 4:8.) - Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
Obsessão e depressão têm alguma relação uma com a outra ou são a mesma coisa?
A
obsessão sempre ocorre no campo espiritual, com impregnações
vibratórias de baixa frequência do perispírito, em virtude de uma vivência
moral em desalinho. Ela é alimentada mais por pensamentos e consequências
negativas do que propriamente por atos desajustados, porque a intenção é
prevalente na responsabilização do ser espiritual. O que leva a entender que o registro das consequências que atravessam o
tempo e vai de uma existência a outra existência do devedor,
proporciona a cobrança persistente de um espírito ou vários. Cada um apresenta as suas características próprias.
Vale também apontar que existem variedades de obsessão, tais como: De
espírito desencarnado para espírito desencarnado; de espírito
desencarnado para espírito encarnado e vice-versa; de espírito encarnado para espírito encarnado.
A
depressão pode decorrer de situações do dia a dia, tais como: Perda de
emprego; frustração amorosa; perda de seres familiares ou próximos. A expectativa de algo muito esperado que não se realiza, gerando ansiedade
por muito tempo... No entanto, o estado depressivo quem sente é a alma
que reflete suas consequências no organismo. Isso pode trazer desde
circunstâncias sutis de desconforto, que pode passar em pouco tempo, até se agravar. Isso pode levar a equipagem carnal a limitações de muitas ordens, tanto emocional quanto física, em algumas vezes levando o indivíduo ao suicídio.
Dorival da Silva