segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Pensamento


Lourenço Prado

Depois da morte física, empolgante é o quadro de surpresas que se nos descortina à visão, contudo, para nós, cultores do Espiritualismo, uma das maiores dentre todas é a confirmação do poder mental como força criadora e renovadora, em todas as linhas do Universo.
O Céu, como domicílio espacial da beleza, existe realmente, porque não podemos imaginar o Paraíso erguido sobre um pântano, todavia, acima de tudo, o Céu é a faixa de pensamentos glorificados a que nos ajustamos, com todas as criaturas de nosso degrau evolutivo.
O Inferno, como sítio de sofrimento expiatório, igualmente não pode ser contestado, porque não será justo idear a existência do charco num templo vivo, mas, acima de qualquer noção de lugar, o Inferno é a rede de pensamentos torturados, em que nos deixamos prender, com todos aqueles que nos comungam os problemas ou as aflições de baixo nível.
É preciso acordar para as realidades do mentalismo, a fim de nos desembaraçarmos dos grilhões do pretérito, criando um amanhã que não seja reflexo condicionado de ontem.
A Lei concede-nos, em nome de Deus, na atualidade, o patrimônio de revelações do moderno Espiritualismo para aprendermos a pensar, ajudando a mente do mundo nesse mesmo sentido.
O pensamento reside na base de todas as nossas manifestações.
Evoluímos no curso das correntes mentais, assim como os peixes se desenvolvem nas correntes marinhas.
Refletimos, por isso, todas as inteligências que se afinam conosco no mesmo tom.
Na alegria ou na dor, no equilíbrio ou no desequilíbrio, agimos com todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados, que, em nossa vizinhança, se nos agregam ao modo de sentir e de ser.
Saúde é o pensamento em harmonia com a lei de Deus. Doença é o processo de retificá-lo, corrigindo erros e abusos perpetrados por nós mesmos, ontem ou hoje, diante dela.
Obsessão é a ideia fixa em situações deprimentes, provocando, em nosso desfavor, os eflúvios enfermiços das almas que se fixaram nas mesmas situações.
Tentação é a força viciada que exteriorizamos, atraindo a escura influência que nos inclina aos desfiladeiros do mal, porque toda sintonia com a ignorância, ou com a perversidade, começa invariavelmente da perversidade ou da ignorância que acalentamos conosco.
Um prato de brilhantes não estimulará a fome natural de um cavalo, mas excitará a cobiça do homem, cujos pensamentos estejam desvairados até o crime.
Lembremo-nos, assim, da necessidade de pensar irrepreensivelmente, educando-nos, de maneira a avançarmos para diante, errando menos.
A matéria, que nos obedece ao impulso mental, é o conjunto das vidas inferiores que vibram e sentem, a serviço das vidas superiores que vibram, sentem e pen­sam.
O pensamento raciocinado é a maior conquista que já alcançamos na Terra.
Procuremos, desse modo, aperfeiçoar nossa mente e sublimá-la, através do estudo e do trabalho que nos enobreçam a vida.
Felicidade, pois, é o pensamento correto.
Infortúnio é o pensamento deformado.
Um santuário terrestre é o fruto mental do arquiteto que o idealizou, com a cooperação dos servidores que lhe assimilaram as ideias.
O mundo novo que estamos aguardando é construção divina, mentalizada por Cristo, na exaltação da Humanidade. Trabalhadores que somos, contratados por nosso Divino Mestre, saibamos pensar com ele para com ele vencermos.

Do cap. 38 do livro Instruções Psicofônicas, ditado por Espíritos Diversos por intermédio de Francisco Cândido Xavier. Lourenço Prado foi escritor espiritualista, autor de vários livros e páginas esparsas, referentes ao Esoterismo. A mensagem acima foi transmitida por via psicofônica em 25/11/1954.
Texto extraído da revista eletrônica O Consolador, no endereço:

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