O dia de finados é uma homenagem aos que deixaram a vida objetiva do corpo físico. Quem tem percepção subjetiva da vida verifica que não é somente uma afetividade dispensada à memória dos que faleceram, mas a certeza de que a vida que se manifestava através da roupagem carnal continua numa outra esfera vibrante que alcançamos com o pensamento, com os sentimentos. É uma confiança, uma esperança, um conforto para a alma de quem ama, tem amizade, saudade...
Allan Kardec questiona os Benfeitores da Humanidade da seguinte forma: “Os Espíritos são sensíveis à lembrança que deles guardam os que lhes foram caros na Terra? -- Muito mais do que podeis imaginar. Se são felizes, essa lembrança lhes aumenta a felicidade; se são infelizes, serve-lhes de lenitivo”. “O dia da comemoração dos mortos tem algo de mais solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os seus despojos? – Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, tanto nesse dia como nos outros.” “O dia de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? – Nesse dia, eles se reúnem em maior número nos cemitérios, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada Espírito só comparece ali pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.” Nota: questões 320, 321 e 321-a de O Livro dos Espíritos.
Então, o que é essa tal de morte? É uma transição, com o cessar da vitalidade física. O finar é o esgotamento do combustível orgânico, pelas diversas circunstâncias: velhice, doença, ou, ainda, um destrambelhamento da equipagem por acidente, ou a autodestruição.
Não existe a morte do Ser pensante, que é a alma do corpo, que passa a ser denominado de Espírito quando o deixa. Esse Ser é viajante dos tempos, é vida infinita. Vai e volta, isto é: reencarna e desencarna incontáveis vezes, entra novamente na matéria e a deixa até a depuração da essência divina que somos todos nós.
De sã consciência ninguém homenageará o que não acredita existir. Todos têm um sentimento inato da imortalidade da alma, que nenhum de seus entes amados deixaram efetivamente de existir. O espírito Dr. Bezerra de Menezes diz: “nossos familiares que partiram são invisíveis, mas não ausentes (...)”
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