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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Além do sono



 

Além do sono
Calderaro

De passagem por nosso templo, rogo vênia para ocupar-lhes a atenção com alguns apontamentos ligeiros, em torno de nossas tarefas habituais.

Dia e noite, no tempo, simbolizam existência e morte na vida.

Não há morte libertadora sem existência edificante.

Não há noite proveitosa sem dia correto.

Vocês não ignoram que a atividade espiritual da alma encarnada estende-se além do sono físico; no entanto, a invigilância e a irresponsabilidade, à frente de nossos compromissos, geram em nosso prejuízo, quando na Terra, as alucinações hipnogógicas, toda vez que nos confiamos ao repouso.

É natural que o dia mal vivido exija a noite mal assimilada.

O Espírito menos desperto para o serviço que lhe cabe, certamente encontrará, quando desembaraçado da matéria densa, trabalho imperioso de reparação a executar.

Por esse motivo, grande maioria de companheiros encarnados gasta as horas de sono exclusivamente em esforço compulsório de reajuste.

Mas, se o aprendiz do bem atende à solução dos deveres que a vigília lhe impõe, torna-se, como é justo, além do veículo físico, precioso auxiliar nas realizações da Esfera Superior.

Convidamos, assim, a vocês, tanto quanto a outros amigos a quem nossas palavras possam chegar, à tarefa preparatória do descanso noturno, através do dia retamente aproveitado, a fim de que a noite constitua uma província de reencontro das nossas almas, em valiosa conjugação de energias, não somente a benefício de nossa experiência particular, mas também a favor dos nossos irmãos que sofrem.

Muitas atividades podem ser desdobradas com a colaboração ativa de quantos ainda se prendem ao instrumento carnal, principalmente na obra de socorro aos enfermos que enxameiam por toda parte.

Vocês não desconhecem que quase todas as moléstias rotineiras são doenças da ideia, centralizadas em coagulações de impulsos mentais, e somente ideias renovadoras representam remédio decisivo.

Por ocasião do sono, é possível a ministração de amparo direto e indireto às vítimas dos labirintos de culpa e das obsessões deploráveis, por intermédio da transfusão de fluidos e de raios magnéticos, de emanações vitais e de sugestões salvadoras que, na maior parte dos casos, somente os encarnados, com a assistência da Vida Superior, podem doar a outros encarnados.

E benfeitores da Espiritualidade vivem a postos, aguardando os enfermeiros de boa-vontade, samaritanos da caridade espontânea, que, superando inibições e obstáculos, se transformem em cooperadores diligentes na extensão do bem.

Se vocês desejam partilhar semelhante concurso, dediquem alguns momentos à oração, cada noite, antes do mergulho no refazimento corpóreo.

Contudo, não basta a prece formulada só por só. É indispensável que a oração tenha bases de eficiência no dia bem aproveitado, com abstenção da irritabilidade, esforço em prol da compreensão fraterna, deveres irrepreensivelmente atendidos, bons pensamentos, respeito ao santuário do corpo, solidariedade e entendimento para com todos os irmãos do caminho, e, sobretudo, com a calma que não chegue a ociosidade, com a diligência que não atinja a demasiada preocupação, com a bondade que não se torne exagero afetivo e com a retidão que não seja aspereza contundente.

Em suma, não prescindimos do equilíbrio que converta a oração da noite numa força de introdução à espiritualidade enobrecida, porque, através da meditação e da prece, o homem começa a criar a consciência nova que o habilita a atuar dignamente fora do corpo adormecido.

Consagrem-se à iniciação a que nos referimos e estaremos mais juntos.

É natural não venham a colher resultados, de imediato, nas faixas mnemônicas da recordação, mas, pouco a pouco, nossos recursos associados crescerão, oferecendo-nos mais alto sentido de integração com a vida verdadeira e possibilitando-nos o avanço progressivo no rumo de mais amplas dimensões nos domínios do Universo.

Aqui deixamos assinalada nossa lembrança que encerra igualmente um apelo ao nosso trabalho mais intensivo na aplicação prática ao ideal que abraçamos, porque a alma que se devota à reflexão e ao serviço, ao discernimento e ao estudo, vence as inibições do sono fisiológico e, desde a Terra, vive por antecipação na sublime imortalidade.

Do cap. 49 do livro Instruções Psicofônicas, ditado por Espíritos diversos por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier. A mensagem acima foi transmitida em 17/2/1955 e seu autor é o instrutor espiritual a que se refere André Luiz em seu livro “No Mundo Maior”.

Extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:

domingo, 30 de outubro de 2011

Finados


            O dia de finados é uma homenagem aos que deixaram a vida objetiva do corpo físico.  Quem tem percepção subjetiva da vida verifica que não é somente uma afetividade dispensada à memória dos que faleceram, mas a certeza de que a vida que se manifestava através da roupagem carnal continua numa outra esfera vibrante que alcançamos com o pensamento, com os sentimentos.   É uma confiança, uma esperança, um conforto para a alma de quem ama, tem amizade, saudade...
            Allan Kardec questiona os Benfeitores da Humanidade da seguinte forma:  “Os Espíritos são sensíveis à lembrança que deles guardam os que lhes foram caros na Terra?  -- Muito mais do que podeis imaginar. Se são felizes, essa lembrança lhes aumenta a felicidade; se são infelizes, serve-lhes de lenitivo”.  “O dia da comemoração dos mortos tem algo de mais solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os seus despojos? – Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, tanto nesse dia como nos outros.” “O dia de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? – Nesse dia, eles se reúnem em maior número nos cemitérios, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada Espírito só comparece ali pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”  Nota: questões 320, 321 e 321-a de O Livro dos Espíritos.
            Então, o que é essa tal de morte?  É uma transição, com o cessar da vitalidade física.  O finar é o esgotamento do combustível orgânico, pelas diversas circunstâncias: velhice, doença, ou, ainda, um destrambelhamento da equipagem por acidente, ou a autodestruição.
            Não existe a morte do Ser pensante, que é a alma do corpo, que passa a ser denominado de Espírito quando o deixa.  Esse Ser é viajante dos tempos, é vida infinita.   Vai e volta, isto é: reencarna e desencarna incontáveis vezes, entra novamente na matéria e a deixa até a depuração da essência divina que somos todos nós.
            De sã consciência ninguém homenageará o que  não acredita existir. Todos têm um sentimento inato da  imortalidade da alma,  que nenhum de seus entes amados deixaram efetivamente de existir. O espírito Dr. Bezerra de Menezes diz: “nossos familiares que partiram são invisíveis, mas não ausentes (...)”