Tempo de Coragem
Sempre
houve a necessidade da coragem. Outrora a coragem era a valentia. O indivíduo destemido. Que enfrentava feras,
nas selvas. Ondas revoltas, no mar. Lutas sangrentas na defesa de divisas e
direitos. E agora?!
Não
precisamos nos defender de feras e nem de caçá-las. Não há motivo para
enfrentar ondas a peito aberto. Lutas não se justificam mais. De qual coragem precisamos?
Os
embates agora são mais audaciosos. Não é
mais contra um inimigo que nos cerceia exteriormente. São lutas aferradas na
intimidade de cada um, contra sua própria ferocidade.
Nos
tempos transcorridos, séculos, a conquista era contra alguém, que pudesse
impedir ou contrariar interesse. Chegamos
no tempo de nos conhecermos. É preciso coragem. Precisamos contrariar a nós
mesmos. Modificar concepções, que nos dão acomodação emocional e nos emperram
os passos evolutivos. Rompermos a nossa cristalização das mesmices.
Possivelmente seremos chamados de insanos.
Os
apontamentos de Jesus, como registraram os evangelistas, não são amostras
contundentes de modificações das coisas estabelecidas? Não modificaram e
continuam modificando a intimidade das gerações? Para àqueles que se dão ao
trabalho de análise e reflexão, despojados de preconceitos? Deslindar-se de
preconceitos arraigados é prova de coragem transformadora. Levando cada
indivíduo ao autoencontro. O conhecer-se. Libertar-se.
A
construção que permanecerá indestrutível ocorre na intimidade de cada um. É o
bem imperecível. No entanto, é construção espiritual. Não atente aos interesses
e demandas materialistas, consumistas.
Conquanto, necessite das ferramentas do campo material, para manutenção
da vida física, laboratório experimentador.
O
rumo é a vida espiritual, depois de deixarmos a carcaça física na tumba. Não
ficaremos aqui. Continuaremos sempre, somos o que somos em qualquer lugar e
tempo. A entidade pensante, a essência espiritual, é infinita. O aformoseamento
moral e intelectual é por conta de cada um. E essas conquistas jamais se
perdem.
O
edifício monumental do Espírito, obra própria, é o acumular de virtudes, sendo
primazia a humildade. Base da maior das virtudes. A caridade. Onde se insere o
amor em ação.
O
tempo de coragem melhor é agora, se já temos consciência da realidade
espiritual. Logo mais, será importante para quem despertar depois.
Corajosos!
Não há justificativa para adiamento.
Coragem.
Sigamos adiante.
Dorival da Silva
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