Paralimpíada - 29.8.2016
Transcorreu com o brilho esperado a Olimpíada, que se caracterizou pelo desfile contínuo dos campeões dos esportes que deslumbram as multidões. O Brasil correspondeu à expectativa e foi mais além desde a apresentação que a todos nos surpreendeu até o momento final. Nada houve que chocasse a opinião mundial, nem mesmo qualquer tentativa de atentado terrorista que lhe diminuísse a grandeza. A polícia realizou o seu mister com o equilíbrio possível e soube agir com elevação nos casos complexos dos comportamentos de alguns atletas irresponsáveis. Alguns dos acontecimentos lamentáveis acontecem em toda parte, porque, infelizmente, pertencem à natureza humana ainda primária, sem formação ética para os momentos de elevação nacional.
Agora estamos nos dias da Paralimpíada que, lamentavelmente, não recebe o mesmo apoio dos veículos de comunicação, nem os investimentos necessários para demonstrar a grandeza moral do ser humano, após a vivência de sofrimentos inimagináveis que foram superados. Na Olimpíada, a beleza do corpo e sua elegância, a audácia e coragem dos atletas chamam a atenção e fascinam. Nada obstante, na Paralimpíada, igualmente há corpos belos e mutilados, reformulados e nobres capazes de ultrapassar os limites impostos pelas tragédias do cotidiano e pelos denominados infortúnios.
Esses heróis, exemplos vivos do poder da vontade, do valor do enfrentamento quase conta o impossível, são dignos de ser aplaudidos e copiados, porquanto não se detiveram no habitual estado de vítimas das circunstâncias, demonstrando que o espírito conduz a matéria. As terríveis provações a que foram submetidos pela necessidade da evolução espiritual de maneira alguma os impediram de alcançar as metas da existência e continuarem demonstrando que o amor pela arte, pela beleza, pela vida são o objetivo essencial da existência humana.
Todos deveremos aprender a superar as dificuldades existenciais.
Parabéns a esses notáveis desportistas!
Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 29.8.2016.
Em 1º.9.2016.
|
Blog: espiritismoatualidade.blogspot.com.br - Este blog tem a finalidade de publicar exclusivamente assuntos espíritas ou relacionados com o espiritismo. Sua plataforma são as obras básicas da Doutrina Espírita e demais obras complementares espíritas.
Mostrando postagens com marcador humana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador humana. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Paralimpíada
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Exaltação ao Livro Espírita
Exaltação ao Livro Espírita
Repositório feliz da trajetória histórica da Humanidade, o livro é o silencioso mensageiro dos tempos, apresentando os fastos das culturas do passado e as narrativas sobre homens e mulheres que desfilaram pelas páginas das diferentes épocas e jazem hoje amortalhados, porém vivos, aguardando ser consultados.
Desde as escritas rupestres às estelas de pedras, às argilas, papiros, pergaminhos, tábuas, peles de animais até o momento grandioso da descoberta do papel, a partir dos sinais toscos e informes até às letras e caracteres bem definidos, as mensagens vivas referindo-se às glórias e misérias da humanidade passaram através dos seus registros de uma para outra geração, eternizando os acontecimentos.
Foi ele que auxiliou o desenvolvimento da razão humana e contribuiu decisivamente para a conquista do conhecimento, abrindo mais amplos e grandiosos espaços para o pensamento.
Imortalizado através dos evos, alcançou este momento relevante de tecnologia insuperável, permanecendo insubstituível.
Não obstante a glória da ciência virtual, ele prossegue oferecendo contribuição própria indispensável ao processo de evolução das criaturas.
Perpetuando o pensamento oriental, rico de sabedoria e de mística, na Grécia e em Roma preservou para o futuro a genialidade de Trucídides, de Ésquilo, de Hesíodo, de Sócrates, de Platão, de Aristóteles, de Hipócrates, de Leucipo, de Epicuro, de Heródoto, de Pitágoras, de Homero, de Cícero, de Ovídio e de incontáveis mensageiros de Deus e do progresso para auxiliarem o ser humano no avanço inevitável para a aquisição da sabedoria.
Posteriormente, em diferentes períodos, fez-se a alavanca para impulsionar a cultura, tornando-se responsável pelos momentos grandiosos das decisões magnas da sociedade.
Através de Shakespeare ou de Charles Dickens, de Dante Alighieri ou de Voltaire, de Teresa de Jesus, a santa de Ávila, ou de Jean Jacques Rousseau, de Sór Juana Inés de la Cruz ou do Marquês de Beccaria penetrou no bojo das criaturas humanas e fez desmoronar as masmorras da ignorância ou construiu-as na emoção de muitos, assinalando profundamente cada época.
Graças a Goethe através de Os sofrimentos do jovem Werther, induziu ao suicídio inúmeros adolescentes frustrados afetivamente que se identificavam com o drama da infeliz personagem, sulcando vidas com amargura. O mesmo aconteceu com Tolstoi, no seu Anna Karenina, de que se arrependeria dolorosamente mais tarde...
No entanto, noutros momentos desencarcerou milhões de vidas quando se apresentou como fonte geradora de esperanças no formato de Obras espirituais em todas as culturas, culminando em O Novo Testamento, que retrata o maior momento da História.
Apesar da missão sublime de que se encontra investido, nem sempre aqueles que o escrevem dão-se conta da sua significação e objetivo.
Por isso, no livro espírita encontramos a mensagem de vida eterna desvestida de sortilégios e dogmatismos, refletindo a transparente claridade da Vida exuberante.
Foi Allan Kardec quem o brindou com eloqüente entusiasmo e imbatível coragem, lutando contra os preconceitos e as paixões servis ao apresentar em Paris, em 1857, o Espiritismo, despido de sofismas e silogismos, das complexidades de sistema e dos conflitos de escolas filosóficas através de O Livro dos Espíritos hoje patrimônio da Humanidade.
Contendo as questões mais palpitantes do pensamento histórico analisadas pelos Imortais, é síntese de sabedoria em todos os sentidos, que as conquistas da ciência contemporânea vêm confirmando a cada dia.
Escrito com clareza meridiana e acessível aos diferentes níveis culturais, tem resistido às revoluções das diversas ideologias sem sofrer qualquer prejuízo de conteúdo ou de forma, transcorridos cento e quarenta e quatro anos quase após a sua publicação.
Base de sustentação da Doutrina Espírita, desdobra-se em outros que são fundamentais para a compreensão do ser, do destino, da dor, dos objetivos essenciais, quais sejam: O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo,O Céu e o Inferno e A Gênese em incomparável harmonia entre a ciência, a filosofia e a religião, unindo a razão ao sentimento, a ética à moral, o pensamento à emoção, como ninguém dantes o conseguira.
Graças a esse conjunto estrutural, desdobra-se em novos livros de orientação e consolo, de esclarecimento e debate, de informações valiosas e de revelações incomuns, dignificando a vida e todos os seres que habitam a Terra, por elucidar que o processo evolutivo é inestancável, a todos facultando a glória da plenitude.
Por essas razões, exaltamos o livro espírita, nele encontrando Jesus descrucificado e libertado dos mitos com que O ocultaram através dos tempos, retornando ao planeta, a fim de erguê-lo na escala dos mundos e impulsioná-lo no rumo do Pai.
Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, na noite de 24 de janeiro de 2001, em Salvador, Bahia.
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=77
|
Marcadores:
espiritismo,
espíritos,
Evangelho,
Feliz. Humanidade,
Gênese,
Goethe,
humana,
Jesus,
livro,
médiuns,
pai,
Platão,
razão,
rico,
Sócrates,
Testamento,
virtual
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1862)
Homens, por que vos
queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças?
Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que
a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.
Generaliza-se o mal-estar.
A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos
outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas como pode a
benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos
males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as
funestas consequências.
Um único meio se vos
oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vosso
proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua
interpretação.
Por que haveis de ter
em maior estima o que brilha e encanta os olhos, do que o que toca o coração?
Por que fazeis do vício na opulência objeto das vossas adulações, ao passo que
desdenhais do verdadeiro mérito na obscuridade? Apresente-se em qualquer parte
um rico debochado, perdido de corpo e alma, e todas as portas se lhe abrem,
todas as atenções são para ele, enquanto ao homem de bem, que vive do seu
trabalho, mal se dignam todos de saudá-lo com ar de proteção. Quando a
consideração dispensada aos outros se mede pelo ouro que possuem ou pelo nome
de que usam, que interesse podem eles ter em se corrigirem de seus defeitos?
Dar-se-ia o inverso, se
a opinião geral fustigasse o vício dourado, tanto quanto o vício em andrajos;
mas o orgulho se mostra indulgente para com tudo o que o lisonjeia. Século de
cupidez e de dinheiro, dizeis. Sem dúvida; mas por que deixastes que as
necessidades materiais sobrepujassem o bom senso e a razão? Por que há de cada
um querer elevar-se acima de seu irmão? Desse fato sofre hoje a sociedade as
consequências.
Não esqueçais que tal
estado de coisas é sempre sinal certo de decadência moral. Quando o orgulho
chega ao extremo, tem-se um indício de queda próxima, porquanto Deus nunca
deixa de castigar os soberbos.
Se por vezes consente
que eles subam, é para lhes dar tempo à reflexão e a que se emendem, sob os
golpes que de quando em quando lhes desfere no orgulho para os advertir.
Todavia, em lugar de se humilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida,
Deus os abate completamente e tanto mais horrível lhes é a queda, quanto mais
alto hajam subido.
Pobre raça humana, cujo
egoísmo corrompeu todas as sendas, toma novamente coragem, apesar de tudo. Em
sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para os teus males,
um inesperado socorro à tua miséria. Abre os olhos à luz: aqui estão as almas
dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimento dos deveres
reais. Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as
grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade.
Dir-te-ão que, lá, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os
pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais
amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-se-ão
reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a humildade e a
caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de
se obter graça diante do Eterno.
– Adolfo, bispo de
Argel. (Marmande, 1862)
Mensagem
extraída de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VII – Bem-Aventurados
os Pobres de Espírito, Instrução dos Espíritos, O Orgulho e a Humildade, item
12, por Allan Kardec, tradução: Guillon Ribeiro, editora FEB
quinta-feira, 19 de março de 2015
BENS EXTERNOS
“A vida de um homem não consiste na abundância das coisas que
possui.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 12, versículo 15.)
---------------------------------------------------------------------
“A vida de um homem não consiste na abundância das coisas que possui.”
A palavra do Mestre está cheia de oportunidade para quaisquer círculos de atividade humana, em todos os tempos.
Um homem poderá reter vasta porção de dinheiro. Porém, que fará dele?
Poderá exercer extensa autoridade. Entretanto, como se comportará dentro dela?
Poderá dispor de muitas propriedades. Todavia, de que modo utiliza os patrimônios provisórios?
Terá muitos projetos elevados. Quantos edificou?
Poderá guardar inúmeros ideais de perfeição. Mas estará atendendo aos nobres princípios de que é portador?
Terá escrito milhares de páginas. Qual a substância de sua obra?
Contará muitos anos de existência no corpo. No entanto, que fez do tempo?
Poderá contar com numerosos amigos. Como se conduz perante as afeições que o cercam?
Nossa vida não consiste da riqueza numérica de coisas e graças, aquisições nominais e títulos exteriores. Nossa paz e felicidade dependem do uso que fizermos, onde nos encontramos hoje, aqui e agora, das oportunidades e dons, situações e favores, recebidos do Altíssimo.
Não procures amontoar levianamente o que deténs por empréstimo.
Mobiliza, com critério, os recursos depositados em tuas mãos.
O Senhor não te identificará pelos tesouros que ajuntaste, pelas bênçãos que retiveste, pelos anos que viveste no corpo físico. Reconhecer-te-á pelo emprego dos teus dons, pelo valor de tuas realizações e pelas obras que deixaste, em torno dos próprios pés.
Obra: Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 154.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
A ingratidão dos filhos e os laços de família
A ingratidão
dos filhos e os laços de família
A
ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações
honestos, mas a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais
odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe
analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o
Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.
Quando
deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à
sua natureza e se aperfeiçoa no Espaço, ou permanece estacionário, até que
deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de
insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do
que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as
funestas consequências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas.
Compreendem que, para chegarem a Deus, uma só é a senha: caridade. Ora,
não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade
sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.
Então,
mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles
odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo;
revoltam-se à ideia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos,
sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a
família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam,
vacilam, agitados por sentimentos contrários.
Se
predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes
deem forças, no momento mais decisivo da prova.
Por
fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em
preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de
transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os
destinos daquele corpo que acaba de formar-se.
Qual
será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor
persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contato com seres a
quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem
ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução
boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É
como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte
de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela
existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a
causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.
Ó
espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que,
quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do Espaço para progredir;
inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus
essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se
fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis
auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a
cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa
guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo
entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então,
vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa
falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de
melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o
seu amor.
Não
escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a
ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu.
Imperfeita
intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou
muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar.
Mães! Abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei com vós mesmas: Um de nós
dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à
maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se
aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas, oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar
por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores,
entretêm e desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido,
e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos,
será para vós, já nesta vida, um começo de expiação.
A
tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo.
Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe
facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma
humana.
Desde
pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua
existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se
originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios
reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que
lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos
defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixar se desenvolvam o
egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a
ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral
de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e
podem conservar tranquila a consciência. À amargura muito natural que então
lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa
consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que
concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um
dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.
Deus
não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser
cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade.
Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se
comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências
posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao
arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho
afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe
lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício
de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando
aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo,
cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais
provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo
que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória.
Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos,
sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.
De
todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com
coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras
domésticas, pungido da ingratidão dos seus. Oh! Que pungente angústia essa!
Mas, em tais circunstâncias, que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem
moral do que o conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja
prolongados despedaçamentos da alma, não há desesperos eternos, porque não é
possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra indefinidamente? Que
de mais reconfortante, de mais animador do que a ideia que de cada um dos seus
esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das
causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na
Terra o olhar e só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do
passado e do futuro. Então, a Justiça infinita de Deus se vos patenteia, e
esperais com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos
parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a considerá-las
simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços
de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não vedes, a ligar-lhes os membros,
apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços duradouros do
Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se
quebrarem por efeito da reencarnação.
Formam
famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso
moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas
migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no Espaço,
originando-se daí as famílias unidas e homogêneas.
Se,
nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde
tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas
como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos
adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a
bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de
perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a
tarefa a desempenhar.
Acolhei-os,
portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família
se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar
outros.
– Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
Extraída de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, capítulo XIV, item 9.
quinta-feira, 6 de março de 2014
O Cristo operante
“Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o
apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os
gentios.” – Paulo. (Gálatas, 2:8.)
A vaidade humana sempre guardou a
pretensão de manter o Cristo nos círculos do sectarismo religioso, mas Jesus
prossegue operando em toda parte onde medre o princípio do bem.
Dentro de todas as linhas de evolução
terrestre, entre santuários e academias, movimentam-se os adventícios
inquietos, os falsos crentes e os fanáticos infelizes que acendem a fogueira da
opinião e sustentam-na. Entre eles, todavia, surgem os homens da fé viva, que
se convertem nos sagrados veículos do Cristo operante.
Simão Pedro centralizou todos os
trabalhos do Evangelho nascente, reajustando aspirações do povo escolhido.
Paulo de Tarso foi poderoso ímã para a
renovação da gentilidade.
Através de ambos expressava-se o mesmo
Mestre, com um só objetivo – o aperfeiçoamento do homem para o Reino Divino.
É tempo de reconhecer-se a luz dessas
eternas verdades.
Jesus permanece trabalhando e sua
bondade infinita se revela em todos os setores em que o amor esteja erguido à
conta de supremo ideal.
Ninguém se prenda ao domínio das
queixas injustas, encarando os discípulos sinceros e devotados por detentores
de privilégios divinos. Cada aprendiz se esforce por criar no coração a
atmosfera propícia às manifestações do Senhor e de seus emissários. Trabalha,
estuda, serve e ajuda sempre, em busca das esferas superiores, e sentirás o
Cristo operante ao teu lado, nas relações de cada dia.
Mensagem extraída do capítulo 35 - do livro "O Pão Nosso" - Espírito Emmanuel - psicografia de Francisco Cândido Xavier
Assinar:
Postagens (Atom)