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domingo, 21 de maio de 2023

Vida em abundância

 Vida em abundância 

"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." -- Jesus. (João, 10:10.) 


                          O tempo foi transcorrendo e o ensinamento de Jesus foi tomando conotações ao sabor dos interesses da mundanidade.  

Mas, a grandiosidade da mensagem de Jesus é para a vida do Espírito, a transitoriedade pela vida material é apenas uma necessidade auxiliar para a evolução do Ser a ser cuidado, até que tenha autonomia para os próprios voos. 

Confundiu-se a oferenda do Mestre com o tropel das miscelâneas da vida produzido pelas diversas gerações, que engendram culturas, filosofias, costumes e modos cultivados empiricamente, porque atende os imediatismos de cada tempo. O pensamento do Homem é raso, supõe que a criatura surge no berço e se extingue no túmulo.  

Os pensamentos religiosos, às vezes navegam em cercanias espirituais, depois de algumas evoluções alvissareiras mergulham nas sombras dos preconceitos. Os rastros luminosos da viagem espiritual se apagam na fé limitada do dogmatismo.  

O Mestre e Senhor, veio ao mundo com a missão libertadora de consciências das amarras dos convencionalismos. Fez os exercícios demonstrativos possíveis para revelar a Vida! A Vida, depois desta vida, com as alegrias justas para os justos e não escondeu os sofrimentos para os dissolutos e imorais. Mesmo assim, mostrando que para esses sofredores que não eram condenados definitivos, que bastasse se arrependessem e tomassem decisão de renovação. Assim, a Vida lhes floresceria bela novamente, como demonstrou, limpando leprosos, levantando aleijados, e dando visão aos cegos, além de esperança para a multidão de desesperados. Amostra possível no contexto de misérias humanas, deixando a dedução do que se poderia acontecer com àqueles que se aproximassem das verdades espirituais pelos seus próprios esforços.  

As limitações, a escassez, as doenças... não têm outro propósito que auxiliar os espíritos morosos de entendimento ou recalcitrantes no mal, que não exercem a sua condição de filhos de Deus, porque ainda não assumiram tal condição. Eles vivem como autômatos, repetindo usos, costumes e pensamentos viciados, criando automatismos geradores de atrasos evolutivos consideráveis.  

Em socorro a tais gerações, surgem fatos que contrariam seus interesses acomodatícios, como os problemas sociais graves, porque os que podem não olham para o meio social depreciado, estendendo-lhe recursos para sanar ferida destruidora que surge pequena e que certamente venha tomar conta de todo tecido social, de que também fazem parte. Assim, recolhem os resultados negativos da insensibilidade ou da indiferença.

Ainda, as pandemias, as catástrofes comovedoras que vitimizam número espetacular de vidas.   

Em que pesem essas comoções, logo as dores caem no esquecimento, e o Homem retorna à sua caverna, buscando o conforto que estava acostumado, esquecendo as sinalizações de que é preciso se movimentar espiritualmente, certificando-se que a vida neste mundo é precária e tem a finalidade de alçar a alma para novo estágio. Sendo que, sem a iniciativa do próprio Homem, ninguém poderá realizar em seu lugar, é trabalho do próprio interessado. Ninguém poderá se realizar espiritualmente com o que não fez. A evolução espiritual é trabalho incessante. Jesus, lecionou que "a cada uma segundo as suas obras", o que indica que cada um deve fazer por si. Não é difícil compreender isso! 

Não se trata de egoísmo, mas de consciência, de autonomia, de saber o que se está fazendo e por que está fazendo. É preciso clareza sobre a conexão com o Ser Maior, de onde tudo emana, e cada Espírito consciente tem sua parcela de contrapartida, tal como a sublimidade da coparticipação lúcida de Jesus em favor da evolução da Humanidade da Terra.  

A vida em abundância não tem nada de riqueza acumulada na casa bancária ou na extensão de suas propriedades, nem na influência exercida sobre a sociedade da Terra. Isso, na verdade, é uma miséria, uma miséria de pensamento. Vez que na vida da matéria tudo o que é acumulado é objeto de cobiça, para o ladrão roubar ou a traça roer. Ainda, que tudo que existe na Terra poderá mudar de mão a qualquer momento. A vida em abundância, de que Jesus se refere, é não precisar de nada, do que se conhece neste Planeta, e, sim, possuir somente o que é de própria conquista, a própria "Luz", a única coisa que podemos possuir, que jamais alguém nos tirará. No entanto, é possível emprestá-la para aqueles que ainda não a têm, até que também a possuam. Assim, como faz Jesus, empresta-nos o seu resplendor, esperando que adquiramos a nossa própria luminescência. É certo que, o quanto poderemos emprestar, corresponde ao quanto de evolução alcançamos. Onde estaria a justiça! 

A vida em abundância é não precisar de nada do que conhecemos. "É mais rico quem tem menor necessidade." 

O objetivo da vida na Terra é a desmaterialização do Espírito, quer dizer: A intelectualização, a moralização, a depuração; a iluminação espiritual.  

Não precisar de nada que a Terra oferece é estar desmaterializado. Aí está o entendimento da "Vida em abundância", prometida por Jesus.  

Pede-nos esforço. Muito esforço evolutivo! 

Dorival da Silva.  

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

LIÇÃO VIVA

 LIÇÃO VIVA 

 “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” 

  (JOÃO, capítulo 6, versículo 60.) 

 

O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor, convocando corações para a vida mais alta.  

Em vista de religião traduzir religamento, é primordial voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.  

Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais. Rasgou os caminhos. Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos.  

É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.  

O evangelista assinalou a observação de muitos dos discípulos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”  

Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças da queda e assinar o pacto da redenção.  

É imprescindível seguir nos caminhos dAquele que é a luz de nossa vida.  

Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios intelectuais não bastam. O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem, compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos. 


Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, psicografada por Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel, capítulo 176, ano 1948. 

 

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REFLEXÃO:   Quem achar que o discurso de Jesus é meramente um informativo, alguma coisa muito boa para repassar aos outros, como os folhetins que surgem em qualquer parte, entregues por mãos desconhecidas, mas que trazem algo que serve a alguém. Quem assim acha está enganado! 

Quase nunca nos detemos para verificar que a mensagem do Evangelho nos está simbolicamente endereçada e o conteúdo nos cabe plenamente. -- Isso não é para mim! Não estou preparado! Depois eu vejo!  -- São fugas que atrasam o passo da evolução espiritual.  

O esquecimento encobre a oportunidade. O tempo passa depressa. Muitas vezes não dá tempo. Findou a passagem pela vida; o corpo finou!  

A mensagem de Jesus pede de cada indivíduo apenas um instante de atenção. Um tempinho para meditação. Não é preciso, na maior parte, interromper o que se está fazendo.     É como a semente que caiu em terreno bom!  Vai alterando o estado espiritual existente. Modifica o humor. Melhorando gradativamente as forças vibracionais da Alma.  

Emmanuel, fala em "voltarmos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade". Situação somente capaz de ocorrer na Alma do indivíduo, não se trata de expressão exterior, embora, a irradiação do estado espiritual melhorado seja notada por muitos, mas poucos a compreende.  

Jesus "não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos, para vivência de Seus ensinamentos". Vivenciar um estado novo é renunciar o anterior. O que provocará necessariamente conflitos. Os hábitos e gostos antigos, resistentes, e os novos, para afirmação pedem sacrifícios e outros entendimentos.  A superação das forças anteriores que eram dominantes, que cedem vagarosamente domínio ao novo estado espiritual que vai tomando corpo, não se faz sem esforços.  

O mérito espiritual é conquista árdua!   

"É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem."  Negar a vaidade é retirar a ênfase de que somos os maiorais, nisto ou naquilo, diante dos outros. É irmos ao encontro de um estado de humildade, "sei que posso", "sei que sou", mas me contenho em respeito aos que ainda "não podem" e "não são", ou, sim, "podem" e "são", e não precisam contemplar a nossa arrogância 

A arrogância é um estado muito pernicioso ao crescimento espiritual, pois, não permite o autoconhecimento, não avalia o próprio estado evolutivo. Não reconhece a sua pequenez diante da grandiosidade Divina. Assim, não busca a reflexão, que pede humildade.  

O arrependimento de nossos erros e a conversão ao bem, de que trata "o esclarecimento do Senhor", podemos considerar uma compreensão de nossa existência e estabelecer um novo marco na trajetória da Vida.  Era cego, agora vejo. Houve um despertar do Espírito. Tudo que me comprazia já não exerce influência sobre mim, vejo ações mais rentáveis para a economia espiritual.   

Feita a claridade sobre a consciência, posso fazer o bem com lucidez, pois, entendo que o primeiro beneficiado sou eu mesmo!  Todo bem que se faz, o benfeitor é o primeiro favorecido.  

“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”  Alguns dos discípulos diziam isso na Sinagoga, porque não compreendiam o alcance das lições de Jesus, pois, não falava das comezinhas coisas da vida material, e, sim, da grandiosidade da vida espiritual.   

Não se tratava de um edito gritado, para poucos ouvidos, e que se aterraria em pouco tempo no esquecimento do povo. Era, sim, lição viva que permaneceria nas Almas e nos tempos que viriam. Onde sua mensagem fosse acolhida, e somente é possível na ânfora do coração, que sustenta a mente desperta e voltada para Deus. Assim, é compreensível a volta ao campo da Divindade, lúcido sobre a realidade de quem somos e porque somos.  

É o porto de chegada da "Lição Viva" que Jesus-Cristo legou à Humanidade da Terra. A plenitude do Ser espiritual! 


Dorival da Silva