LEVANTEMO-NOS
“Levantai-vos,
vamo-nos daqui.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 14,
versículo 31.)
Antes
de retirar-se para as orações supremas no Horto, falou Jesus aos discípulos
longamente, esclarecendo o sentido profundo de sua exemplificação.
Relacionando
seus pensamentos sublimes, fez o formoso convite inserto no Evangelho de João:
— “Levantai-vos, vamo-nos daqui.”
O apelo é altamente significativo.
Ao toque
de erguer-se, o homem do mundo costuma procurar o movimento das vitórias
fáceis, atirando-se à luta sequioso de supremacia ou trocando de domicilio, na
expectativa de melhoria efêmera.
Com Jesus, entretanto, ocorreu o contrário.
Levantou-se para ser dilacerado, logo após, pelo gesto de Judas. Distanciou-se
do local em que se achava a fim de alcançar, pouco depois, a flagelação e a
morte.
Naturalmente partiu para o glorioso destino de reencontro com o Pai, mas
precisamos destacar as escalas da viagem...
Ergueu-se e saiu, em busca da
glória suprema. As estações de marcha são eminentemente educativas: —
Getsêmani, o Cárcere, o Pretório, a Via Dolorosa, o Calvário, a Cruz constituem
pontos de observação muito interessantes, mormente na atualidade, que apresenta
inúmeros cristãos aguardando a possibilidade da viagem sobre as almofadas de
luxo do menor esforço.
Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, psicografada
por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 84.
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Reflexão: A vinda do Espírito ao Mundo material é para
facilitar o aprendizado espiritual, a educação do Espírito. Essa educação não
ocorre sem a reflexão, sem a apreensão, sem o julgamento de si mesmo, sem a
travessia das limitações, e a comprovação do que é capaz. É certo que a marcha
educativa que Jesus vivenciou para demonstrar o caminho a percorrer por todas
as almas para se livrarem do jugo da matéria foi superlativa, não é que Ele
precisasse para se salvar de alguma mazela, porque nada O prendia, por ser
Espírito perfeito, totalmente desmaterializado. Era o Mestre que apresentava a
lição na sua inteireza, fazia coar do plano infinito, que não era perceptível
para o homem de carne – possivelmente não seria até os dias atuais -, a aula
viva, num brevíssimo espaço de tempo, para ficar nos registros da Humanidade e
ecoasse por todos os tempos em todos os recantos da Terra.
É
ilusão esperar uma ascese espiritual acomodadamente, apenas aguardando que líderes
religiosos, filosóficos... venham solucionar os problemas individuais, no
campo da fé e na tão referida “salvação”. Salvação do quê? Salvação de quem?
Palavras
ditas e escritas podem dar orientação e motivação, no entanto, a caminhada é de
cada um, “Levantai-vos, vamo-nos daqui.”. Jesus convidou que levantassem e fossem para
os seus compromissos. Como Ele foi para os seus, que não eram tarefas
quaisquer. Eram exemplos vivos daquilo que o homem deveria aprender para também
encontrar a plenitude da vida. Sem sombra de dúvida, na proporcionalidade de
sua força moral, a lição não pode ser maior que a condição do aluno.
A
coloração da lição de Jesus foi intensa para que o conteúdo permanecesse no
tempo, não caísse no esquecimento, que pudesse ser recobrada a qualquer hora.
Como
referenda o Espírito Emmanuel, no texto inicialmente posto, que: “(...) mormente na atualidade, que apresenta
inúmeros cristãos aguardando a possibilidade da viagem sobre as almofadas de
luxo do menor esforço.” Visto que a
exemplificação do Mestre está presente e intensa como na sua origem, e
prestando atenção à observação inserida no início deste parágrafo, não é
difícil acolher ao convite: “Levantemo-nos”.
Dorival da silva
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