Suicídio.
Matar-se! É possível?
Dorival da Silva
Falamos espiritualmente. O ser
pensante, o que tem sensações e sentimentos é imortal. O que se pode apreender
disto? O máximo possível seria inutilizar o equipamento manifestador daquele
que detém a ideação, manifesta desejo, expressa emoção... Ou seja,
destrói-se somente o corpo físico.
Como nos sentimos quando iniciamos uma
viagem há muito programada e cheia de expectativas de realizações felizes e no
percurso diante de fato imprevisto vemos frustrada a possibilidade da sua
continuidade, sendo isto totalmente alheia à nossa vontade? Sobrevém grande
incômodo emocional, prejuízo financeiro... Consequências indesejáveis, mas
superáveis num prazo previsível.
No entanto, quando frustramos a viagem
da nossa vida pelo caminho da reencarnação (viver novamente num corpo físico) e
em virtude de uma deliberação voluntária e morigerada por muito tempo, gera
grande sofrimento. A começar pela percepção de que não morreu, os
problemas não ficam esquecidos, os incômodos que achávamos intransponíveis
continuam muito mais intensos, porque perdemos o abafador carnal que minimizava
os sofrimentos.
Além de tudo isso, o fenômeno da morte
física não ocorre com o cessar da respiração e dos batimentos cardíacos no
corpo, esse fato é preliminar. É preciso o desvencilhar dos liames que
ligam o ser espiritual, que somos nós mesmos, das células constituintes do
organismo, no entanto, estão imantados em consequência da intensa energia
vital. Permanecendo o autocida perturbado com os acontecimentos dos momentos
que se seguem ao ato extremo por tempo indeterminado.
O sofrimento é superlativo.
Vários fatos são narrados na Codificação Espírita, em contatos provocados
por Allan Kardec, para fins de estudo, com suicidas de várias circunstâncias,
que estão registrados na obra: “O Céu e o Inferno”, no capítulo V.
Em peça publicitária o CVV -- Centro de
Valorização da Vida -- informa que a cada 40 segundos uma pessoa morre por
suicídio no Mundo e cerca de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio por
ano. No Brasil, 25 morrem dessa forma por dia.
Considerando a estatística
estarrecedora, registramos essas poucas linhas sobre o tema, dando oportunidade
à reflexão sobre a epidemia que contraria todas as regras do bem viver exaradas
por Jesus.
A vida da alma jamais terá fim. Fugir
dos problemas é adiar solução.
Sempre nos encontraremos com o
patrimônio moral que construímos na esteira das vidas sucessivas (entendido
aqui vidas em corpos físicos). Nunca estaremos longe de nossas mazelas
cultivadas, da mesma forma, das virtudes conquistadas.
A permanência no corpo físico é
experiência, sofremos provas e expiações. O objetivo é o aprimoramento do ser
espiritual. Suportar dificuldades com resignação e com confiança na vitória
sobre os momentos de sofrimento é conquistar a libertação de um estado de
consciência maculado por atitudes negativas de alguma época, é fortalecer-se
moralmente.
Depois do trânsito pela vida material,
retornaremos para a nossa vida real, porque de lá viemos, estaremos felizes ou
infelizes, de acordo com as nossas possibilidades.
Matar-se é o pior caminho. O sofrimento
suportável de agora, torna-se irremediavelmente aumentado por nossa conta.
Assim nos instrui a Espiritualidade Superior, através da Doutrina Espírita.
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