VONTADE
Comparemos
a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório,
subdividido em diversas seções de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que
operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; o
Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da
cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da
sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência,
e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.
Acima
de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A
Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da
ação mental.
A
Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa
e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
Para
considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos
de força incorporados ao nosso conhecimento.
A
eletricidade é energia dinâmica.
O
magnetismo é energia estática.
O
pensamento é força eletromagnética.
Pensamento,
eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida
Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos
campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas
Supremas, traçadas pelo Plano Divino.
A
Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela
dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.
O
cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de
reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a
dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do
destino.
Sem
ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e
sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a
Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante
fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe
assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a
Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
Em
verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão
entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode
impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a
mantê-los coesos na corrente do bem.
Mensagem extraída da obra: Pensamento e Vida, pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 2, em 1958.
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Reflexão:
O Benfeitor Emmanuel para explicar a Vontade faz um esboço da mente humana,
algo extraordinário para o estudante da Doutrina Espírita, portanto, aqueles
que estão ávidos pelos conhecimentos mais aprofundados da alma e seus poderes
que precisam de disciplina e ordem, fundamentais para se alcançar as vitórias
sobre si mesmo, libertando o Espírito para alçar voos maiores rumo a plenitude
espiritual.
O
Orientador Espiritual traça uma comparação da mente com um escritório, dá
significado funcional para os departamentos: Desejo, Inteligência, Imaginação e
Memória, estando a Vontade numa condição gerencial dessas forças que sem
disciplina levam a alma a atraso evolutivo significativo, com prejuízos enormes
na sua economia espiritual.
Emmanuel
ensina que: “Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do
espírito.” Dando com precisão as consequências que poderão os departamentos
da mente sem o controle da Vontade gerarem: “Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano
aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se
na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra,
e a Memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a
destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.”
O
fecho da lição é muito revelador de algo substancial ao entendimento do
estudante: “Em verdade, ela (a Vontade) não consegue impedir a reflexão mental,
quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui
lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que
administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.”
Assim, leva á compreensão do ensinamento de Paulo, o aposto, quando enuncia: “Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. (1 Coríntios 6:12).” É a Vontade em ação.
Assim, leva á compreensão do ensinamento de Paulo, o aposto, quando enuncia: “Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. (1 Coríntios 6:12).” É a Vontade em ação.
Dorival da Silva
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