quinta-feira, 15 de junho de 2017

Obediência construtiva

Obediência construtiva

“E assim vos rogo eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.” - Paulo. (Efésios, 4:1.)

Na leitura do Evangelho, é necessário fixar o pensamento nas lições divinas, para que lhes sorvamos o conteúdo de sabedoria.

No versículo sob nossa atenção, reparamos em Paulo de Tarso o exemplo da suprema humildade, perante os desígnios da Providência.

Escrevendo aos Efésios, declara-se o apóstolo prisioneiro do Senhor.

Aquele homem sábio e vigoroso, que se rendera a Jesus, incondicionalmente, às portas de Damasco, revela à comunidade cristã a sublime qualidade de sua fé.

Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica. Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto.

Não examina serviços prestados.

Não relaciona lamentações.

Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranquilamente a própria missão.

Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.

Anotando-lhe a nobre atitude, conviria lembrar a nossa necessidade de conferir primazia à vontade de Jesus, em nossas experiências.

Quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas.

Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores do Cristo, em toda parte. Somente assim, abandonaremos a caverna da impulsividade primitiva, colocando-nos a caminho do mundo melhor.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, ditada pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 126, ano 1951.



Reflexão: Não se trata de uma obediência cega, que espiritualmente nada produz, nem uma obediência de sentido obtuso, que pudesse causar exclamação dos incautos reencarnados, aqueles que não veem mais do que aquilo que podem tatear.

Assim, o Apóstolo dos Gentios, como bem relata o Benfeitor Emmanuel, na página acima, não faz referência nem às suas contingências físicas, pela prisão, nem estica relevos às tarefas que realizou: “Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica. Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto. Não examina serviços prestados. Não relaciona lamentações.”  Paulo não estava preso espiritualmente à miserabilidade das convenções dos comportamentos sociais e políticos de seu tempo. As suas considerações são os elevados propósitos do Senhor, com o alcance que não estava limitado ao tempo de sua geração, mas de todas que adviriam.
Paulo, embora preso e vigiado, não se sentia constrangido, pois, espiritualmente estava livre, conhecia o compromisso com a verdade, que extrapolava os limites das grades, das resoluções humanas e do seu tempo. A missão era e é ampliar a entrega das verdades às mentes e corações, como convocou Jesus, O Cristo.
 “Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranquilamente a própria missão. Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.”
A obediência do Apóstolo é lucidez, é interação, é comprometimento com uma causa que extrapola as convenções deste mundo. Trata-se de leis eternas, verdades definitivas, não compreendidas pelos Espíritos em princípio de elucidação, como é predominante na sociedade da Terra, apesar dos milênios passados.
Ele não estava tolhido por imposição alguma, considerando o compromisso de trabalhador do Cristo, integrado na semeadura e cultivo da Boa Nova, pois, a sua alma fluía alcançando os objetivos, esclarecendo e incentivando a vivência da mensagem de Jesus, reconhecido que não se pretendia salvar a matéria, mas retirar o Espírito de seus irmãos da escuridão da ignorância.
A obediência na seara de Jesus é o passo à frente. É a espontaneidade diante do compromisso. O que importa os impedimentos impostos pelo mundo, capazes apenas de tolher e constranger a matéria, se a alma é intocável e livre para acessar a fonte irradiadora da verdade?


                                                Dorival da Silva

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