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sábado, 23 de novembro de 2019

Gentileza e Paz


Gentileza e Paz

À medida que a criatura humana vem desenvolvendo as suas nobres funções intelecto-morais, libera-se dos instintos agressivos e adquire valores que engrandecem a vida, dando-lhe sentido e significado.

Periodicamente, porém, surgem momentos difíceis no crescimento histórico da sociedade, quando nuvens escuras geram situações lamentáveis de incompreensões e disputas, nas quais o ego predomina, facultando que as paixões inferiores apenas adormecidas assomem e agridem-se os indivíduos, uns aos outros.

Estamos vivendo um desses períodos sombrios, no qual prevalecem a insensatez e o ódio, com incidentes de conduta primitiva que deveria estar superada.

Questões sociopsicológicas necessitadas de orientação e equilíbrio dividem as criaturas e atiram-nas, furibundas, em batalhas de anarquia, destruição e crimes de todo porte.

Conquistas grandiosas do pensamento que foram logradas em milênios de sacrifícios, quando idealistas fizeram-se mártires em benefício do mundo melhor, são desprezadas e vergonhosamente exaltadas as lutas de classes, de raças, de condutas, de desconsideração pelo ético e pelo bem, num vergonhoso retrocesso cultural e moral.

Indivíduos que constituem o mesmo clã, os mesmos esforços de dignificação, separam-se e promovem combates contínuos de rancor e desforço numa lamentável demonstração de primarismo evolutivo.

Os primeiros sinais dessa postura adversária do progresso manifestam-se nas carrancas do semblante e na arbitrariedade do comportamento.

Alucinados pelos desejos asselvajados, desejam permitir-se tudo sem respeito aos outros e às leis estabelecidas que contestam, e a sociedade como um todo retorna aos mecanismos da sobrevivência apoiados no velho refrão cada um por si e nada para os demais.

Apesar da situação deplorável, surgem nos movimentos da violência e da soberba as expressões insuperáveis da gentileza prenunciadora da paz. Erguem-se pessoas simples ou enobrecidas que não se permitem perder a dignidade no caos que predomina, preservando os valores da civilização e do direito.

São esses apóstolos do bem que mantêm as tradições da honra e do dever, sempre dispostos a construir a felicidade onde se encontram, assim como em favor de todos aqueles que a necessitam. Nesse báratro assustador preserva a gentileza nos teus gestos e nos relacionamentos, porque o ser humano está destinado às estrelas, que alcançará quando superar o primarismo do qual se originou.

Todos, afinal de contas, anelamos pela paz e pelo progresso. Comecemos nos pequenos gestos de cortesia e de afabilidade… Não reajamos com grosseria ao mal, nem nos detenhamos no exame das imperfeições alheias, orientando sempre a conduta que dignifica.

Gentileza sempre!

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, Coluna Opinião, em 14.11.2019.
Em 20.11.2019.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Volta à gentileza


Volta à gentileza

Infelizmente, as notáveis conquistas da ciência aliada à tecnologia ainda não lograram facultar ao ser humano o retorno à gentileza. Propiciaram, sim, fantásticas contribuições para o conforto e o esclarecimento de incontáveis enigmas que o vinham atormentando através dos séculos, sem, no entanto, proporcionar-lhe sentimentos que vêm desaparecendo nos relacionamentos sociais, que lamentavelmente se tornam cada vez menos frequentes.

O individualismo, que resulta de muitos instrumentos técnicos de comunicação, embora facilitando a existência, tem isolado os indivíduos no mundo de cada qual, sempre mais distante da convivência fraternal, retirando o calor da afetividade. Vai-se ficando indiferente ao contato pessoal, à conversação calorosa, ao distanciamento uns dos outros.

Pequenos gestos de gentileza vão sendo substituídos pelo silêncio e pelo aborrecimento quando o indivíduo se sente convidado à participação de qualquer atividade pessoal, exceto naqueles de interesse imediato. Diversos princípios éticos são esquecidos propositalmente e substituídos por carrancas que desanimam qualquer pessoa que deseje uma comunicação verbal agradável.

Tem-se a impressão de que se deseja distância que favoreça dificuldade de gerar trabalho ou favores não desejados.

As saudações, que demonstraram grau de cultura e civilização, vão desaparecendo, e a preocupação apenas consigo leva ao atropelamento dos outros pelos caminhos, sem a mínima preocupação de solicitar-se escusas. Os demais parecem antipáticos e se evitam novos relacionamentos, bastando-se com os jogos, os desafios e diversos recursos do iPhone.

O ser humano tem necessidade de convivência com a natureza, a flora, a fauna, os ideais de engrandecimento e a presença de outros de sua espécie. Com esse estranho comportamento, muito fácil se instalam transtornos de conduta, distúrbios emocionais e distância da beleza, da arte, da vida religiosa, do bem-estar. Surgem, então, a depressão e outras patologias afligentes.

Pessoa alguma existe que seja tão plena que não necessite de outra para relacionar-se, conviver, discutir e até mesmo discordar. O estar vivo é movimentar-se, lutar, construindo melhores situações para si próprio, para a Humanidade. Muitas pessoas vivem angustiadas pelo tempo vazio de que dispõem e passam horas queixando-se do nada fazer, de sua vida não ter sentido.
Entretanto, leituras edificantes aguardam mentes interessadas, trabalho fraternal em favor do próximo abre-se convidativo para quantos desejam honestamente ser felizes.

Os solitários vagueiam inditosos ou enchem as casas de repouso, tornando-se espectros tristes da sociedade que deles se esqueceu. Bem provável que foram eles que se olvidaram do grupo social quando eram jovens e podiam produzir fraternidade bem como edificar mundo melhor.

Mesmo neste momento de desamor e egoísmo pode-se reverter a situação, passando-se a ser solidário e iniciar novas experiências sempre enriquecedoras.

Multiplicam-se organizações de ajuda à natureza assim como à Humanidade, aguardando cooperadores. Seja você aquele que tem a coragem de voltar à gentileza e reumanizar-se, pois que ainda é tempo.










Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16.5.2019.


sábado, 7 de outubro de 2017

O Amor


O Amor

O amor se apresenta de acordo com quem ama e quem é amado, sendo infinito a sua forma de expressão: amor-renúncia, amor-evolução, amor-doação, amor-responsabilidade, amor... 

Quem ama verdadeiramente não exige amor de quem se ama, ou da causa que se ama; amar é uma doação lúcida de sentimento que flui dmundo íntimo, que desconhece a limitação sensorial, porque transcende os limites das coisas materiais singrando no infinito espiritual. 

O corpo não ama, mas expressa grosseiramente o sentimento de amor que se encontra na Alma. 

A amizade, a gentileza, a fraternidade, a solidariedade, a caridade são expressões de amor, quando a manifestação se dá naturalmente e desinteressada. 

O amor não pode ser percebido pelo egoísta, nem pelo indiferente. O sentimento somente poderá ser notado pelos seus iguais, pela similitude.  

É engano dizer que a prática sexual é amor.  Os casais que se amam exercem com amor. Fora disto é inconsequência. 

                                                           Dorival da Silva 


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

MANSOS DE CORAÇÃO

MANSOS DE CORAÇÃO

Quando Jesus proclamou a felicidade nos mansos de coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a fraqueza.

Muita gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça e à fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.

O Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.

A cortesia é o primeiro passo da caridade.

A gentileza é o princípio do amor.

Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.

As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.

A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.

O espírito de quem ara a Terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.

Se pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.

A pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão o cântico de bem-aventurança que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.


Mensagem extraída da obra O Evangelho por Emmanuel, psicografia, de Francisco Cândido Xavier, página 60, também consta da Obra: Escrínio de Luz, editada pelo O Clarim.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Crises. Conserva o modelo.

Crises

“Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.” - Jesus. (João. 12:27.)

A lição de Jesus, neste passo do Evangelho, é das mais expressivas.

Ia o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.

Pede a proteção do Pai e submete-se na condição do filho fiel.

Examina a gravidade da hora em curso, todavia, reconhece a necessidade do testemunho.

E todas as vidas na Terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.

Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. É a crise que decide o futuro.

A terra aguarda a charrua.

O minério será remetido ao cadinho.

A árvore sofrerá a poda.

O verme será submetido à luz solar.

A ave defrontará com a tormenta.

A ovelha esperará a tosquia.

O homem será conduzido à luta.

O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.

É por isso que vemos, no serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez acompanhar pela bênção eterna da Ressurreição.

Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier - VINHA DE LUZ - Cap. 58




“Conserva o modelo das sãs palavras.” – Paulo. (2ª Epístola a Timóteo, 1:13.)

Distribui os recursos que a Providência te encaminhou às mãos operosas, todavia, não te esqueças de que a palavra confortadora ao aflito representa serviço direto de teu coração na sementeira do bem.

O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberás a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma bênção para a eternidade.

Envia mensageiros ao socorro fraternal, contudo, não deixes, pelo menos uma vez por outra, de visitar o irmão doente e ouvi-lo em pessoa.

A expedição de auxílio é uma gentileza que te angariará simpatia, no entanto, a intervenção direta no amparo ao necessitado conferir-te-á preparação espiritual à frente das próprias lutas.

Sobe à tribuna e ensina o caminho redentor aos semelhantes; todavia, interrompe as preleções, de vez em quando, a fim de assinalar o lamento de um companheiro na experiência humana, ainda mesmo quando se trata de um filho do desespero ou da ignorância, para que não percas o senso das proporções em tua marcha.

Cultiva as flores do jardim particular de tuas afeições mais queridas, porque, sem o canteiro de experimentação, é muito difícil atender à lavoura nobre e intensiva, mas não fujas sistematicamente à floresta humana, com receio dos vermes e monstros que a povoam, porquanto é imprescindível te prepares a avançar, mais tarde, dentro dela.

Nos círculos da vida, não olvides a necessidade do ensinamento gravado em ti mesmo.

Assim como não podes tomar alimento individual, através de um substituto, e nem podes aprender a lição, guardando-lhe os caracteres na memória alheia, não conseguirás comparecer, ante as Forças Supremas da Sabedoria e do Amor, com realizações e vitórias que não tenham sido vividas e conquistadas por ti mesmo.

“Conserva”, pois, contigo, “o modelo das sãs palavras”.

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier - PAO NOSSO - cap. 97

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Não temos a pretensão de realizar qualquer adendo aos ensinamentos de Emmanuel, mas podemos sim, constatar quanto ainda precisamos de estudos e reflexão sobre os objetivos da vida no corpo físico, sendo todos nós Espíritos, que ora estamos na vida espiritual, ora reencarnados.

Quando no corpo físico, ganhamos novas possibilidades em uma programação ajustada para melhor rendimento no caminhar evolutivo; sendo uma das razões do esquecimento relativo do passado. A cortina que oculta as lembranças anteriores ao renascimento é a oportunidade de revertermos consequências de fatos que nos afligem; ou mesmo, daqueles que nos inibem avanço no contexto espiritual em virtude da expressiva manifestação do orgulho e da vaidade.

A mensagem "Crises",  tira-nos toda a ilusão de que a vida material tem que ser de gozo permanente. As circunstâncias dolorosas e afligentes são estímulos à mudança, quase sempre no campo espiritual da criatura, que por consequências naturais alteram a condição no campo material também.

Quando compreendemos a razão da vida no campo físico, sabendo que a vida que utiliza de um equipamento temporário somos nós mesmos, que continuamos vivos sempre, que as tormentas são as nossas necessidades; então, encontramos mais razão para a seriedade na condução de nossos dias. As consequências sempre estarão com o seu autor, que o fará feliz ou infeliz.

Jesus, como registra a mensagem "Conserva o Modelo", Paulo, o de Tarso, anota: “Conserva o modelo das sãs palavras.” As palavras são a expressão do pensamento, demonstrando os recursos intelectuais e o patrimônio moral de quem se expressa. E sendo, conforme ensinam os Espíritos Nobres, que a educação é um conjunto de hábitos e que se melhora com a aquisição de melhores hábitos, que substituem os menos felizes, mas para isso precisa de reflexão, análise, contenção na forma de se expressar, seja verbalmente, seja na ação.

A reflexão importante, muito embora possa ser desenvolvida sobre todos os fatos da vida, é a que fazemos de nossas atitudes. A origem de tudo o que engendramos gera responsabilidade, que nos pedirá conta.  "As sãs palavras", são a base das ações que carregam as suas virtudes, que correspondem em beleza e efetividade. É a boa semente que fatalmente produzirá frutos doces; paz e felicidade, através da compreensão da finalidade da vida neste Mundo.  As dificuldades superadas, com os recursos exarados na mensagem de Jesus, que nos tornam seres melhores, são como cicatrizes luminosas que agregam valor para sempre.

                                                                                   Dorival da Silva