Governo interno
“Antes subjugo o meu corpo e o
reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de algum
modo a ficar reprovado.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 9:27.)
Efetivamente, o corpo é miniatura do
Universo.
É imprescindível, portanto, saber
governá-lo. Representação em material terrestre da personalidade espiritual, é
razoável esteja cada um atento às suas disposições. Não é que a substância
passiva haja adquirido poder superior ao da vontade humana, todavia, é
imperioso reconhecer que as tendências inferiores procuram subtrair-nos o poder
de domínio.
É indispensável esteja cada homem em dia
com o governo de si mesmo.
A vida interior, de alguma sorte,
assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado
por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão,
do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons
ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas
potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.
Quem espera vida sã, sem autodisciplina,
não se distancia muito do desequilíbrio ruinoso ou total.
É necessário instalar o governo de nós
mesmos em qualquer posição da vida. O problema fundamental é de vontade forte
para conosco, e de boa-vontade para com os nossos irmãos.
Mensagem extraída da obra: Pão Nosso,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, capítulo 158,
ano 1950.
REFLEXÃO:
Não é comum nesses tempos modernos falar-se de governo interno, uma vez que
grande parte das pessoas coloca seus interesses em tudo o que está fora de si.
Observa-se. Comenta-se. Julga-se. Reproduz e divulga. Expõe os feitos e
defeitos de outrem. Parte considerável de indivíduos não se importa com a
reputação de si mesmo e nem dos outros. Há um excesso de cuidados com
futilidades, não há preocupação com o respeito, perante si e o próximo.
O apóstolo Paulo, no versículo lançado no
início deste estudo, demonstra a responsabilidade com que ensinava, para que a
verdade que colhera com a sua inteligência e que integrava os valores morais de
sua alma não viesse contradizer-se com a sua vivência junto a sociedade de seu
tempo.
Emmanuel coloca no início de sua
análise: “Efetivamente, o corpo é miniatura do
Universo.
“É imprescindível, portanto, saber
governá-lo. Representação em material terrestre da personalidade espiritual, é
razoável esteja cada um atento às suas disposições. Não é que a substância
passiva haja adquirido poder superior ao da vontade humana, todavia, é
imperioso reconhecer que as tendências inferiores procuram subtrair-nos o poder
de domínio.”
O Ser pensante não é o corpo, no
entanto ele é exigente sob muitos aspectos, o desgaste de suas energias
proporciona a fome, atendido na sua necessidade quieta e proporciona conforto
ao espírito que o governa, entretanto, se o governante quer mais satisfação com
o prazer da comida, avança os limites da necessidade, buscando sempre meios de
ampliar as satisfações, com variedades e quantidades, viciando o organismo, que
por sua vez sentirá a necessidade de se saciar. O desejo crescente de comer é
prazer da alma e exigência do organismo. Construindo-se um círculo vicioso. É
problema de governança. A alma é o governo e o corpo é a estrutura de sua
manifestação material.
A analogia pode ser considerada
em todas as situações em que o indivíduo está se manifestando, seja nos usos e
costumes, atividades físicas, intelectuais e morais, sempre será a manifestação
do governo (alma) através do corpo (universo celular).
O Orientador Espiritual avança
seus ensinamentos: “É indispensável esteja cada homem
em dia com o governo de si mesmo.
“A vida interior, de alguma sorte,
assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado
por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão,
do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons
ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas
potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.”
Considerando o Espírito viajor
da vida pela eternidade, nesses tempos novos o homem precisa ter ciência de que
deve governar-se em seu benefício, objetivando a grande meta, que não é um
lugar e nem o fim de aonde se chegar, mas um estado de espírito, ou seja, um
estado de plenitude, requisito para outros voos evolutivos, pois que a evolução
é infinita.
O aprofundamento do ensino do
Mentor, precisa encontrar eco em quem o examina com interesse as questões da
vida espiritual, mesmo estando num corpo de carne, fragilíssimo e finito,
embora a sua complexidade, pois se trata analogicamente de “miniatura
do Universo”. No entanto, é o instrumento
material mais perfeito capaz de permitir a manifestação do “Ser Pensante”, por
algum tempo, para a experiência de intensivo aprendizado. Exige manutenção,
equilíbrio, sobriedade e higidez a serem proporcionados pelo seu governador,
que deveria ser o mais interessado na eficácia desse processo de vida, que não
se trata de outra coisa que não a melhoria de sua própria vida espiritual.
O Orientador elucida: “É
indispensável esteja cada homem em dia com o governo de si mesmo.
“A vida interior, de alguma sorte,
assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado
por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão,
do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons
ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas
potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.
“Quem espera vida sã, sem
autodisciplina, não se distancia muito do desequilíbrio ruinoso ou total.”
Se se pensar numa vida
exclusivamente material fica difícil de entender o pensamento que flui de Alta
Paragem espiritual através de mensageiros designados pelo Criador em favor das
Criaturas na Terra; no entanto, convicto da continuidade da Vida após o cessar
da vida do corpo físico, num mundo não material, aonde a plenitude do Espírito
que se conta como patrimônio indestrutível, porque são intelectuais e morais,
então reina no indivíduo a paz e a felicidade, nada mais que o Reino dos Céus
até onde permite o seu estado evolutivo.
Concluindo o ensinamento Emmanuel
anota: “É necessário instalar o governo de nós
mesmos em qualquer posição da vida. O problema fundamental é de vontade forte
para conosco, e de boa-vontade para com os nossos irmãos.”
O indivíduo é “bonzinho”
consigo, justifica suas derrapadas para satisfazer necessidades orgânicas que
ele engendra além daquelas normais de manutenção de seu instrumento de carne. O
que não se pode esquecer é que a vida no corpo também é vida espiritual, embora
transitória, e como ela continuará ininterruptamente, apesar da morte, leva
como bagagem todos desequilíbrios que viveu no corpo, que exigirão atendimentos
como se o “Ser Pensante” estivesse na vida material. É sofrimento perturbador
no outro lado desta vida.
“A
cada um segundo as suas obras.”
Dorival da Silva